Uma Babá Sem Noção escrita por Sáskya


Capítulo 43
Capítulo: 42 - Então é natal


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Estou de volta com um (enorme) capítulo de UBSN. Acho que a última vez que escrevi algo tão grande foi o epílogo de LLVL ghj.
Espero que gostem, porque hoje está O capítulo.
Boa leitura!



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Bella

Eu comia macarrão com queijo na noite da segunda feira. Estava na sala, assistindo a um documentário muito interessante sobre animais. Sabia que os mergulhões cortejam a parceira e ainda fazem uma dança no final? Era o que estava passando agora e apesar de achar muito fofinho por parte dessas aves, a dança era estranha.

Quando colocaria uma garfada de macarrão na boca, eis que a porta do apartamento é aberta de forma abrupta. No susto, a porção de macarrão que ia para minha boca acabou parando em meu rosto.

— CHEGUEI GENTE! OLHA O QUE EU TROUXE E... O que foi isso, Bella? – a escandalosa da minha cunhada chegou toda embananada com caixas.

— Isso foi o reflexo das suas esquisitices, Hale. – rosnei, tirando os pedaços de macarrão do rosto.

Ela deu uma risadinha cretina.

— Desculpa, cunhadinha. É porque eu fico agitada em época de natal. É a melhor do ano! – piscou os olhos, largando as três caixas que carregava no chão.

— Percebe-se. Para a séria Rosalie Hale, você está me assustando agora. – balancei a cabeça, levantando-me do sofá – O que é isso tudo?

— Ah, são a árvore de natal e enfeites de natal. O porteiro não estava lá embaixo para ajudar-me com as caixas e estava um pouco inviável pegar o celular. – suspirou, ajeitando os cabelos assanhados.

— Para que isso? – franzi o nariz, desviando das caixas e seguindo para a cozinha.

Renné estava lá, cantarolando a música antiga que vinha do rádio e fazendo alguma coisa com uma tigela.

— Vamos decorar o apartamento para o natal. Eu já fiz isso no meu ontem, e decidi que aqui precisava de um pouco de harmonia também... Oi Renné. – tagarelou Rose, seguindo logo atrás de mim.

Ela e mamãe engataram em uma conversa – onde eu descobri que Renné estava preparando pudim – enquanto eu tirava os resquícios de macarrão com queijo do meu rosto com água e sabão. Finalizando a limpeza, deixei a louça na pia e fui atrás de uma tolha para enxugar o rosto.

Voltei para a sala, encontrando Rose e Renné sem sapatos e sentadas no carpete, tirando os objetos das caixas. Percebi que uma delas continha uma árvore desmontada.

— Venha nos ajudar com a árvore, Bella. Eu trouxe a Polaroid para umas fotos. – sorriu, mostrando-me a câmera ao seu lado.

— Não é melhor esperar o Emm? Ele adora o natal também. – sugeri, juntando-me a elas no chão.

— Eu liguei para ele no caminho. Emm disse que poderíamos começar sem ele, mas não terminar sem ele. – explicou Rose, pegando dois tamanhos de bolas natalinas em uma das caixas – Qual das duas é a melhor? – perguntou.

Renné e eu apontamos para a maior, e Rose sorriu, concordando. Logo estávamos rodeadas dos mais diversos enfeites natalinos e nos divertindo enquanto os escolhíamos. Em determinado momento, minha cunhada achou que seria divertido ligar o som e tomar vinho. Emmett chegou quando estávamos partindo para segunda taça e logo se animou, deixando sua maleta e sapatos próximos a porta e correndo para onde estávamos.

Rose aproveitou o clima de descontração para tirar as fotos que, segundo ela, decorariam a parede junto das meias natalinas, já que no apartamento não tinha lareira. Emmett montou a árvore com a minha ajuda – porque sozinho a criatura não conseguia fazer nada – e Renné e Rose veio com os enfeites escolhidos anteriormente. Era uma tremenda mistura de bolas, patins, luvas, flocos de neve e não poderia faltar o pisca-pisca.

Com a árvore de natal pronta, pulamos para colocar as fotos intercaladas com as meias na parede. A primeira foto foi uma de nós quatro, sorrindo abertamente; a segunda era uma minha com a taça de vinho na mão, escolhendo qual cor de luva seria melhor; a terceira era de Renné sorrindo envergonhada por está sendo fotografada; a quarta era eu e Emmett brigando ao montar a árvore; a quinta era uma de Rose jogada no chão com a garrafa de vinho ao seu lado; a sexta era a do casal feliz se beijando com as taças de vinho em mãos; a sétima era uma minha vergonhosamente enrolada nos pisca-pisca; a oitava era eu, Emmett e Renné tirada de surpresa por Rosalie; a nona era uma apenas das mulheres se divertindo ao som da música pop; e a décima e última era uma da árvore de natal já pronta.

No fim, como tudo pronto no interior do apartamento, Emmett e eu penduramos a guirlanda do lado exterior da porta. Com um suspiro, sorrimos para a finalização do nosso trabalho.

— Estou me sentindo nostálgico. – confessou meu irmão, abraçando-me pelos ombros.

Passei o meu braço por sua cintura, olhando-o com uma sobrancelha arqueada.

— Com o que?

— Esse clima natalino. – deu de ombros, o olhar fixo na guirlanda – Lembra quando o papai vinha nos chamar pela manhã natalina, afirmando que o papai Noel tinha vindo deixar os nosso presentes? – olhou para mim com um sorriso saudoso dançando nos lábios.

— Eu lembro. E lembro que ele sempre me pegava no colo para que eu pudesse colocar a estrela no topo da árvore. – suspirei, olhando para o chão – Eu sinto muita falta dele.

— Eu também, formiga. Eu também. – acalentou Emmett, apertando sua mão em meu ombro.

[...]

Os dias se passaram com uma velocidade incrível para mim e quando me dei conta já estávamos no dia vinte e três de dezembro.

— Uau. – falei, assim que coloquei meus pés na cozinha durante a manhã – Amanhã já é véspera de natal. Onde eu estava esse tempo todo?

— Vadiando. – respondeu Emmett distraidamente enquanto tomava o seu café.

Joguei uma banana nele e o cretino riu de olho no jornal que estava em suas mãos.

— Você é tão engraçado que merecia o Oscar de melhor ator. – debochei, pegando uma caneca e indo para a cafeteira atrás de café.

— Eu sei disso, maninha, mas ainda não me descobriram. – fez muxoxo, piscando um olho para mim.

Revirei os olhos.

— Bella, Alice conseguiu terminar a decoração? – questionou mamãe, que até agora permanecia em silêncio com seu café e livro.

— Eu falei com ela ontem à tarde e ela disse que estava tudo ok. E, mais uma vez, agradeceu pela ajuda. – expliquei, escorando-me no balcão com o café.

— Alice é uma menina gentil. Esme e Carlisle fizeram um bom trabalho com os filhos. – comentou distraidamente, até fazer uma expressão de quem acabara de se lembrar de algo – Oh, eu nunca mais vi o mais velho dos Cullen. As crianças dele vêem aqui, mas ele parece ter sumido.

Cocei a cabeça, enquanto meu irmão me olhava de soslaio, aguardando o que eu falaria.

— Edward está viajando. Parece que ele chega de madrugada. – coloquei o tom mais vago possível em minha voz.

— Ah, sim. Empresários não têm uma vida muito fácil. – suspirou, balançando a cabeça.

A conversa entre nós morreu ali, e cada um tratou de se distrair com suas próprias coisas. Terminei o meu café e fui tomar um banho. Tinha prometido as crianças que passaria o dia com eles hoje, então, tinha que está pronta antes da hora do almoço.

Pronta, despedi-me de Emm e Renné, e peguei um táxi para a mansão. Às vezes eu sentia falta de um carro, ao mesmo tempo em que andar de táxi parecia satisfatório, pois não era tão caro e o estresse com trânsito era diminuto.

— Isa! – saudou Melanie, recebendo-me na porta. 

— Olá princesa rock. Onde estão os outros? – abracei-a.

— Tá todo mundo na cozinha esperando Anne terminar de fazer os biscoitos. – falou alegre, puxando-me pela mão para dentro.

Sorri para a garota. Com o passar do tempo, Melanie estava se tornando uma criança mais leve, o que eu agradeci imensamente, porque não foi pouca bagagem o que ela viveu em apenas onze anos de vida. Morte prematura da mãe, afastamento do pai, sequestro... A psicóloga estava fazendo um bom trabalho, mas nada seria totalmente possível se Mel não tivesse o amor ao seu lado.

— Eu pensei que Anne estaria indo para Connecticut passar o natal na casa do filho mais velho dela. – falei distraidamente, olhando para a decoração natalina que ornamentava a sala.

— Ela vai. O ônibus dela sai de meio-dia e o vovô se prontificou em levá-la. – parou em minha frente – Você gostou?

Olhei confusa para ela.

— De que?

— Da decoração, dã. Papai, Anne, meus irmãos e eu que fizemos. - colocou as mãos na cintura, olhando ao redor orgulhosamente.

Sorri para ela.

— Está perfeito, Mel.

E estava mesmo. A árvore de natal era maior do que a que tinha no apartamento e a sua cor era branca. Tinha muitas bolas, laços, meias natalinas, renas, um grande estrela no topo e pisca-pisca de cima abaixo. A lareira também estava enfeitada com meias natalinas e poucas fotos.

Satisfeita, Melanie continuou me puxando até chegarmos à cozinha. Lá eu encontrei os gêmeos, Peter, Esme, Carlisle e Anne. A última servia biscoito para todos.

— Chegou em boa hora, Bella. – falou Anne com a sua forma doce, pegando com um guardanapo um dos biscoitos da travessa metálica – Quer um?

— Claro! – animei-me, fazendo os presentes na cozinha rirem – Eu estava morrendo de saudades dos seus biscoitos, Anne. – praticamente dancei até ela, pegando o biscoito doce de suas mãos – Oi gente! – saudei, lembrando-me que eu tinha educação.

As crianças correram para um abraço, enquanto Esme e Carlisle sorriam para a cena.

— Eu nem moro aqui, mas eu senti a sua falta nessa estadia. Megan é ótima com eles, mas nada se compara a você, querida. – disse Esme com afeto. Minhas bochechas coraram.

— Obrigada Esme e... – sorri envergonhada, recordando-me do dia em que surgi feito uma louca na casa – Desculpe-me por aquele dia. Estava com coisas demais na cabeça e acabei sendo um pouco rude.

Ela sorriu, fazendo um sinal de desdém com a mão.

— Tudo bem, querida. Às vezes temos dias de cão mesmo.

— Realmente. – concordou Carlisle, empanturrando-se com os biscoitos – Isso é muito bom, Anne. Muito bom. Bella não foi a única a sentir saudades.

Esme deu uma tapa na cabeça do marido e os netos de ambos riram, achando graça da interação dos avós. Confesso que também ri, só que de forma mais contida.

— Vovô e vovó são engraçados. Espera só para ver quando eles estiverem com os bebês da tia Alice. – cochichou Lily para mim.

— Você veio aqui quando? – perguntou Melanie com o cenho franzido.

— Foi um sábado desses. Não era nada demais, querida. – pisquei-lhe um olho.

Melanie não pareceu acreditar muito nas minhas palavras, mas permaneceu quieta. Minutos depois, Carlisle foi levar Anne para a rodoviária. Nós nos despedimos da governanta com um enorme a abraço e promessas de nos vermos após o ano novo – já que os empregados da mansão só voltariam em janeiro.

Esme, as crianças e eu nos juntamos na brinquedoteca para jogar um jogo interativo que Carlisle tinha trazido para os netos. Quando Liam reclamou de fome, depois da segunda partida do jogo, eu me ofereci para pegar um lanche para todos.

Estava na cozinha, servindo sucos em copos quando Jessica surgiu, já com roupas próprias para ir para casa.

— Bella! – alegrou-se a me ver – Você sumiu desde aquele sábado e não retorna minhas ligações. – acusou, vindo para um abraço.

Eu sorri amarelo, retribuindo o carinho. Na verdade, eu estava meio que evitando Jessica. Ela, com certeza absoluta, sabia de tudo o que tinha acontecido entre mim e Adam e iria me bombardear com perguntas e mais perguntas.

— Estive ocupada. – expliquei, dando de ombros. Aquilo era uma meia verdade.

— Sei... – semicerrou os olhos, mas logo sorriu maliciosamente – E você e o bonitão estenderam a noite? – remexeu as sobrancelhas com malicia.

— Jess! – exclamei, olhando para os lados, certificando-me que ninguém estava por perto – Adam e eu permanecemos como amigos.

— Mas não era isso que ele parecia querer. E nem você. – colocou um dedo em meu nariz – Cara, eu me senti até constrangida com vocês dois no maior amasso no meio de todos.

Tirei o seu dedo do meu nariz, lançando um olhar feio para ela.

— Quem se sentiu constrangida fui eu com você e Pietro. Não inverta as histórias. – passei por ela, pegando um pote de biscoitos dentro do armário.

Ela riu sem vergonha.

— Talvez tenha sido. Mas que você pegou o garoto de jeito, pegou.

— Jess, vamos ignorar esse dia, ok? Adam e eu conversamos, não temos nada e a vida continua. – peguei a bandeja com os sucos e biscoitos e andei para fora da cozinha.

— Você não me engana, Bella. Ainda vai cair nas garras do Adam. – disse um pouco alto demais.

— Cala a boca, sua louca! – ralhei, subindo as escadas.

Deixei Jessica para trás, acabando-se em sua própria risada. Ela era uma louca tarada.

Jacob

Era uma véspera de natal feliz. O domingo, dando claras evidências de que teria neve, amanheceu preguiçoso e cheio de expectativas para o que estava por vir. Minha família estava em minha casa, organizando tudo para a nossa ceia natalina e eu consegui escapulir por volta da uma da tarde. Tinha que passar na casa dos meus amigos para entregar-lhe os presentes que tinha comprado.

E, bom, eu também queria fugir. Não fugir da minha família, mas dela, a bela morena que era irmã do marido de Rebecca. Como eu não reparei nela no casamento? E o pior, porque ela parecia não reparar em mim, que parecia um cachorro faminto (segundo minha irmã) desde que eu botei os meus olhos nela? Leah era uma mulher excepcionalmente linda, com a pele café com leite, cabelos curtos e negros, os olhos castanhos e decididos, as curvas maravilhosas que o seu corpo tinha, e uma atitude mais reservada. Ela era demais, e eu estava caidinho por ela.

Balancei a cabeça, dissipando aqueles pensamentos da minha cabeça antes que desse em uma grande merda.

O primeiro lugar que resolvi ir foi ao apartamento da Bella, a louca e linda Bella, que deveria ganhar de presente alguns parafusos. Eu até pensei em fazer essa sacanagem com ela, mas eu pensei que seria muita sacanagem, então deixei para o dia do aniversário dela no próximo ano. O que eu tinha lhe comprado era um belo colar de ouro com um pingente de tulipa – tanto porque ela ama tulipas, como para infernizá-la um pouco, afinal, eu era Jacob Black.

Saí do elevador rindo da minha predisposição para o mal, e caminhei tranquilamente para o apartamento 201.

— Jacob? – escutei uma voz me chamar.

Olhei para trás, deparando-me com Adam Harris, o doido que queria alguma coisa com a Bella. Confesso que eu torci para que ele e Bella ficassem juntos, e a minha amiga se livrasse do problemático Cullen, mas eu sabia que eles não vingariam. Minhas fontes falaram que Edward estava disposto a se organizar com Bella, e assim que ele tomasse essa atitude, eu sabia que ela cederia. Bella era louca pelo Cullen, e isso era inegável.

— E aí, Adam. Tudo bom? – perguntei com simpatia, estendendo a minha mão para um cumprimento.

Com o sorriso um tanto forçado, ele pegou a minha mão em cumprimento. Sorri divertido, achando graça. Eu sabia que Adam não era meu maior fã, porque achava que eu estava cercando a Bella para lhe dá um bote e casar-me com ela, tirando sua chance de tentar algo com a little B. Eu entendia muito bem aqueles gestos desde a época de Edward Cullen. Os caras não sabiam mesmo disfarçar o ciúme da doidinha.

Eu acho que dona Renné tinha passado um quilo de mel na Bella quando mais nova, porque não era possível. Confesso que até eu me atraí por ela, mas meu coração a escolheu com a minha outra irmã e eu adorava isso.

— Tudo. O que faz por aqui? – ele não mascara mesmo a falta de conforto.

Acho que está na hora de perturbar alguém...

— Vim ver minha gatinha. Vou passar o natal com a minha família, então nem vou conseguir ficar com Bella. – fiz um muxoxo, observando o rosto de Adam se contrair um pouco em desagrado.

— Ah. – pigarreou, tentando colocar uma cara mais amigável – Eu vim falar com a Bella também, estou indo passar o natal com ela. – estufou um pouco o peito, achando-se o tal.

Eu mordi o lábio, tentando não rir. Se você conseguir passar por Edward Cullen, querido, eu dou um beijo em você.

— Que ótimo para você. Espero que você tenha um bom natal. – desejei com sinceridade.

Ele sorriu prepotente.

— Obrigado. E desejo-te um bom natal também.

Sorri ainda com a minha simpatia natural e apertei a campainha do apartamento. Bella abriu a porta, segundos depois, com o celular em sua orelha.

— Mel, você irá com seu pai à noite. Eu não posso sair agora... – sorriu para nós, colocando uma mão sobre o celular – Entrem. – apontou com a cabeça para dentro, destampando o aparelho logo em seguida – Eu sei que eu prometi que iria... Mel, eu não tenho culpa se a prima do seu pai é uma chata... – saiu da sala.

Adam e eu nos entreolhamos e entramos juntos no apartamento. Emmett estava na sala, com o som tocando músicas natalinas enquanto ele aspirava ao chão. Renné não parecia está em local nenhum, e eu deduzi que ela estava na cozinha.

Jingle Bell, jingle Bell, jingle Bell rock...— cantarolava alegremente – E aí, caras. Eu pensei que só veria sua cara feia, Jake, no próximo ano.

— Haha, muito engraçado você, montanha de músculos.

Emmett riu, desligando o aparelho.

— Você não pode falar muito sobre mim. – arqueou uma sobrancelha, olhando-me de cima abaixo – O que fazem aqui?

— Eu vim deixar presentes. – anunciei, entregando um dos pacotes que eu carregava a Emmett – Feliz natal, seu paspalho.

— Poxa, Jake, obrigado e feliz natal, mané. – nos abraçamos com as típicas tapinhas nas costas – Eu ainda não embrulhei o presente de ninguém, então fica para depois.

— E eu vim chamar a Bella para comprar um vinho. Estou um pouco na dúvida. – disse Adam.

— Ah, má sorte para você, Addy. Bella tá meio louca com a ceia de natal.

— Percebi, mas eu espero. – deu de ombros, sentando-se no sofá.

— Cuidado com esses pés no meu carpete quase limpo, hein. – resmungou Emmett, empurrando os pés do Adam para o lado.

— Desculpe-me, mamãe. – tirou onda com a cara do grandão.

Eu ri abertamente e Emmett deu uma tapa na cabeça do garoto.

— Vou dá um beijo na Bella e na Renné, entregar os presentes e ir continuar minha saga de papai Noel na casa da Alice. – avisei já emburacando atrás das mulheres da casa.

Encontrei Renné preparando algo na batedeira e Bella confeitando algo. Ela lambia os dedos enquanto se balançava com as músicas natalinas que tocavam na sala.

— Para de nojeira, garota. – a repreendi, batendo meus quadris nos seus.

— Jake! – exclamou, pulando em um abraço – Prova isso aqui. – pegou uma colher do conteúdo e enfiou na minha boca.

Um pouco chocado, experimentei o sabor doce da comida. Gemi com satisfação, achando ótimo.

— Está uma delícia, Bella. O que é isso? Pavê?

Ela assentiu, comendo um pouco também. Percebi que ela tinha pegado de uma vasilha a parte, provavelmente era o que tinha sobrado da sobremesa confeitada.

— Mamãe está preparando rabanadas.

— Hmmm...

— E você, veio fazer o que aqui?

— Entregar presentes. – sorri, indo dá um beijo na bochecha de Renné – Oi dona Renné.

— Pare com isso de dona, Jacob. Apenas Renné. – ralhou com a voz suave e eu ri.

— Claro, nobre dama. – pisquei para ela, ganhando um rolar de olhos e um sorriso – Trouxe um presente para a senhora... – entreguei-lhe o pacote – E para a ingrata da sua filha. – entreguei o último pacote em mãos para Bella.

Ela bateu em meu ombro, mas sorriu animada para a caixa em suas mãos.

— Obrigada, querido, mas não precisava. – arrulhou com simpatia, passando a mão pelos cabelos meus cabelos.

— Sem charme, Renné. – cutuquei-a de leve.

— Obrigada também, Jake. – agradeceu Bella, vindo abraçar-me outra vez – Logo você terá o seu. Passe aqui amanhã, ok? – assenti, ainda peso a ela – Feliz natal. Amo você.

— Feliz natal, B. eu também amo você. – beijei sua testa, desvencilhando-me do seu abraço – Agora estarei indo lá em Alice. Até mais.

Elas duas acenaram e levei o meu caminho para fora, recebendo um olhar divertido de Emmett e um especulativo de Adam.

Edward

Duas horas antes de voltar para casa, eu decidi que tinha que visitar alguém que não recebia essa proeza minha há tempos. Passei em uma pequena floricultura próxima a mansão e comprei o ramalhete das rosas mais vermelhas. Ela sempre amou o tom vívido das rosas e a suavidade da fragrância que elas emitiam.

Assim que eu parei em frente aos grandes portões de ferro preto, eu soltei um suspiro. Uma rajada de vento frio rodopiou ao meu redor, levantando as poucas folhas caídas no chão. Com as mãos firmes nas rosas e com uma pose confiante, eu entrei no ambiente fúnebre.

O cemitério parecia praticamente imutável, desde a última vez que eu estive ali, que era a mesma vez que eu tinha visitado Londres. Lembro-me que eu estava bêbado, perdido e com um bebê para cuidar. Eu chorei sobre a lápide de Eleanor, e desejei poder seguir o seu caminho. Eu era tão jovem, cheios de expectativa e de amor, e sentia que a vida estava sendo sugada de mim tão cedo.

Balancei a cabeça, querendo bloquear as lembranças ruins. Estava ali para deixar as rosas e conversar um pouco. Algo em meu íntimo dizia que Eleanor estava em algum lugar, pronta para me escutar assim como fazia quando estávamos juntos.

— Faz um bom tempo. – murmurei, parando em frente à lápide – Desculpe-me pela forma desesperada que apareci aqui na última vez, eu só tinha dezenove anos. Hoje em dia eu tenho vinte e oito, mas confesso que as coisas só mudaram recentemente. – suspirei, abaixando-me no chão – Eu casei pela primeira vez, e infelizmente não foi com você. Aconteceu com outra mulher, mas ela não foi muito boa. Tivemos três filhos. Eles são crianças maravilhosas, assim como a nossa querida Melanie. Ah, Melanie... – sorri saudoso, recordando-me de Eleanor com os seus cabelos negros e rosto sorridente, observando o papel que confirmava sua gravidez – Eu nunca tinha visto um sorriso tão grande em seu rosto como no dia que descobrimos que ela estava para vir ao mundo. Nós éramos jovens, irresponsáveis, mas tão felizes. – engoli em seco – Eu não fui um cara depois que você se foi, e com certeza teria se decepcionado, e muito, comigo. Mas eu estou melhorando, estou voltando a ser um pouco mais como eu era quando você me conheceu. E isso tudo foi por causa de uma bela garota que me despertou para um mundo. Ela parece um pouco com você. Forte e determinada. E, claro, bem mais forte do que eu. – eu ri sozinho, lembrando-me das vezes que Isabella bateu de frente comigo – Você adoraria conhecê-la. Você também disse que era para eu ser feliz, e eu estou buscando isso. Por favor, torça por mim de onde quer que você esteja. – fechei os olhos, querendo dá mais ênfase ao meu pedido – Talvez eu devesse comentar sobre Tanya, ela fez participou de uma parte da minha vida, mas ela era cruel. Hoje participa também do mundo dos mortos. E eu não consigo sentir pena dela. Ela machucou muito as pessoas que eu amo. – aproximei-me mais da lápide, deixando o buquê – Espero que isso dê um pouco mais de cor ao seu local de descanso. E eu prometo que eu vou voltar aqui outra vez, e dessa vez, eu lhe trarei apenas notícias boas. Você sempre terá um lugar em meu coração, pequena garota.

Levantei-me, colocando as mãos no bolso e olhando uma última vez para o túmulo abaixo de mim. Um vento soprou em minha direção e eu fechei os olhos, sentindo uma sensação de paz me tomar. Ela estava ali.

Meu celular tocou em meu bolso. Era uma mensagem do meu tio, informando que o carro já estava pronto para nos levar. Sorri. Eu estava voltando para casa. E, dessa vez, estava voltando para Bella.

[...]

Eu acordei pelo domingo de manhã com um sorriso no rosto, sentindo a textura dos lençóis abaixo de mim. Que saudades eu tinha sentido da minha cama! Também estava morrendo de saudades dos meus filhos, mas como eu tinha chegado tarde da noite ontem, eles não resistiram ao sono. Eu só tinha os visto dormindo e os recebido, silenciosamente, com um beijo no rosto.

Lavei o meu rosto, escovei os meus dentes e cuidei para deixar o meu rosto livre da leve barba que ele possuía. Quando saí do banheiro, encontrei os quatro serzinhos que eu mais amava no mundo, sentados em minha cama, esperando ansiosamente por mim.

— Olá crianças. – saudei, sorrindo de lado.

— PAPAI! – gritaram, correndo para um abraço.

Agachei-me de forma que eu ficasse a altura deles. Depois de muito abraço e beijos, nós fomos juntos para o andar de baixo para tomar café da manhã.

— Bom dia, queridos. – desejou mamãe, passando por mim com um bule na mão.

Eu dei um beijo em seu rosto, enquanto os outros ocupavam lugares na mesa. Meu tio, sua esposa e sua filha mais nova, Sofia, estavam ali também. Alice tinha os convidado para o natal, mas o mais velho deles teve que ir passar o natal com a família da esposa.

Eu cumprimentei a todos com um bom dia, e fui retribuído da mesma forma.

— Edward, querido, sente-se aqui. – pediu Sofia, apontando para o lugar ao seu lado.

Com um sorriso amarelo, tomei o lugar ao seu lado, percebendo que ele era o único vago na mesa. Muito solicita, assim como ela fazia nos cafés da manhã em Londres, Sofia começou a perguntar o que eu gostaria de comer. Eu disse para ela não se preocupar, e ela sorriu, entretanto não parecia muito satisfeita.

Eu tinha percebido o seu interesse em mim, mas não era algo que poderia ser correspondido. Não que ela não fosse bonita e atraente, porque definitivamente ela era. Com seus um e setenta, sorriso brilhante, cabelos negros e olhos claros, ela recordava um pouco Alice. Porém Sofia não era a garota que eu amava. E eu queria a garota que eu amava.

Percebi que meus filhos olhavam não muito satisfeitos para a mulher ao meu lado. Após o café da manhã, realizado com paz e amenidades, Esme pediu que eu fosse ao supermercado comprar algumas coisas para que ela pudesse ir para casa de Alice. Minha mãe ajudaria a minha irmã com a ceia, e papai e eu ficamos encarregados de levar os convidados para o jantar.

Subi para o primeiro andar para me trocar e quando cheguei ao hall, encontrei Sofia com roupas próprias para uma saída.

— Quer que eu a leve a algum canto? – perguntei por cortesia, ajeitando uma touca preta em minha cabeça.

— Estou entediada de ficar aqui dentro. Será que eu não posso ir? – piscou os olhos de forma inocente.

Franzi o cenho, não muito confortável com a escolha. Eu não queria levá-la, mas se não o fizesse, soaria rude e dona Esme fecharia com o meu lindo rosto. Sem escapatória, apenas abri a porta, oferecendo-lhe a passagem.

Com um sorriso em seu rosto – diria que vitorioso – Sofia tomou o caminho para fora e eu segui logo atrás.

Rodamos um pouquinho de carro, até encontrar um mercado que bom e aberto. Peguei uma cestinha na entrada e puxei a lista que Esme tinha me dado do bolso. Sofia começou a falar ao meu lado que aquela era a primeira vez que estava indo aos Estados Unidos e gostaria de saber mais sobre o lugar. Conversamos despreocupadamente sobre alguns pontos turísticos de Nova York e de outros estados, enquanto eu passava pelas seções e pegava os itens selecionados pela minha mãe.

— Pode segurar aqui, enquanto eu pego uma garrafa de Chardonay. Acabei de lembrar que não tem nenhuma em casa. – pedi para ela, que sorriu, estendendo a mão para cestinha.

Passei-a para ela e me encaminhei para mais fundo do mercado, onde eram vendidas as bebidas alcoólicas. Ao entrar na seção, escutei uma risada familiar e atentei para as poucas pessoas que estavam ali. Entre eles, estava Bella. Ela tinha os seus cabelos soltos e cada pedaço de sua pele estava coberto por roupas de frio. Ela ria de alguma coisa, enquanto Adam estava postado atrás dela, pegando uma das garrafas de vinho em frente a eles.

— Foi terrível. Tiram onda comigo até hoje por conta dessa história do ‘’o vinho é o meu ídolo’’. – contava para ele.

Eu me aproximei mais deles, fazendo com que o rapaz notasse primeiro a minha presença e cutucasse Bella com o dedo. Assim que seus olhos pousaram em mim, o seu sorriso se desfez na hora.

— Edward? – perguntou, afastando-se um pouco do Adam – Que coincidência.

— Pois é. – minha voz saiu um pouco hostil, por conta da cena nada agradável, então eu pigarreei, suavizando-a – Cheguei de viagem pela madrugada.

— Alice me contou algo sobre isso. – balbuciou, piscando os olhos rapidamente.

Meu coração batia forte pela imagem da garota a minha frente, linda e tão próxima.

Eu senti a sua falta.

— Escolhendo o vinho de última hora? – brinquei, colocando as mãos nos bolsos.

Ela abriu a boca para responder, mas o Adam quis se colocar presente na conversa.

— Na verdade, sou eu que estou. – sorriu, passando um braço pelos ombros de Bella.

Enrijeci na hora, querendo torcer o braço daquele infeliz. Quem ele pensava que era?

— Adam pode ser um pouco desatento. – resmungou Bella, beliscando sua barriga e fazendo-o se afastar.

Eu refreei o sorriso que queria escapulir por meus lábios ao vê-lo fazer uma careta de dor para ela. Porém Bella sorriu maldosamente e eu me senti representado.

Eu senti a sua falta.

— Edward, querido. – escutei a voz de Sofia e olhei para trás, vendo-a andar com um pouco de dificuldade pelo corredor – Isso está um pouco pesado. – lamentou, parando ao meu lado e entregando-me a cesta.

Olhei para frente, encontrando Bella com uma sobrancelha arqueada e o olhar de Adam diretamente nos seios de Sofia. Hmm... Digamos que a minha prima tinha um busto avantajando e gostava de deixá-lo com uma boa visão. E, por incrível que pareça, eles eram naturais. Ela fez questão que eu soubesse em um dos jantares em Londres. Nem preciso dizer que foi constrangedor, sim?

— Sofia, essa é Bella, amiga de Alice, e esse é Adam, amigo de Bella. Bella e Adam, esta é Sofia, filha do primo do meu pai. – apresentei-os.

— Muito prazer, senhorita. – disse Adam, pegando a mão de Sofia em um cumprimento cortês (e com direito a beijo na mão e tudo).

Arqueei uma sobrancelha para Bella. Ela revirou os olhos para mim, cutucando discretamente o seu – até onde eu saiba – amigo.

— Claro. – disse Sofia, com uma prepotência mal disfarçada em sua voz – E você era a babá dos filhos de Edward?

— Era. Mas foi por escolha própria. As crianças e eu temos uma relação maravilhosa. – sorriu satisfeita, cruzando os braços.

— Interessante. – murmurou simplesmente, olhando atentamente para Bella.

A morena tinha um olhar especulativo e um sorriso faceiro nos lábios. Bella parecia... Estranha. Era como se algo estivesse a incomodando.

— Adam, pegue o Merlot e vamos. Ainda tenho muita coisa para fazer. – disse, quebrando o silêncio que tinha se formado – Vemo-nos à noite. – despediu-se, arrastando o amigo pelo braço.

Fiquei observando-os desaparecer no corredor como o perfeito idiota que eu era. A verdade é que eu estava me corroendo de ciúmes.

Eu senti a sua falta.

— Ela é um pouco estranha. – comentou Sofia quando ambos tinham desaparecido do nosso campo de visão.

Ela é perfeita.— retruquei com um sussurro inaudível.

Bella

Incrível. Será que ele era feito do mesmo material que todos os seres humanos, ou Deus tinha colocado alguma fórmula especial, porque não era possível. Primeiro a ruiva, que era linda de morrer, agora uma mulher que parece ter saído da capa de uma revista. Sem contar que Tanya era deslumbrante, apesar de ser o que era. Melanie me mostrou uma foto de sua mãe, e ela era outra beldade de cabelos negros. Aposto que a mãe dos gêmeos e de Peter era da mesma forma, porque vamos ver o padrão.

Talvez seja por isso que ele não queria sentimentos. As mulheres estavam ao seu redor, e ele poderia ter todas se quisesse. Não precisava somente de uma. Ele deveria ter um galinha enrustido, isso sim. Sou de todas, mas não sou de ninguém.

Bella, você está sendo ridícula. Alertou a minha consciência.

Foda-se. Eu estava chateada.

— Ai. – o resmungo de dor de Rosalie trouxe-me de volta para a realidade.

— Desculpe, Rose. — tirei a chapinha do seu cabelo, colocando-a em cima da bancada.

— Está tudo bem com você? Parece um pouco aérea desde que chegou aqui. – indagou Alice, parando de folhear a revista que lia.

Ela estava com os cabelos cheios de bobs e uma máscara verde no rosto. Estávamos nós três, Renné e Esme no quarto de Alice, nos ajeitando para o jantar.

— Estou bem. Apenas ansiosa com tudo.

Não era bem uma mentira. Tínhamos passado o dia todo trabalhando – com a ajuda de Jasper e Emmett – e eu queria que tudo saísse bem. Viria gente que eu não conhecia, e eu não queria que eles pensassem que o nosso trabalho tinha sido uma porcaria – porque o barraco ia rolar, e não ia ser interessante.

— Sei... – deixou no ar, olhando-me mais uma vez antes de voltar para a sua revista.

— Que tal um pouco de música? – sugeri com animação, dançando até o aparelho de som.

— Eu acho uma boa ideia. – concordou mamãe e eu sorri para ela.

Coloquei um cd de Katy Perry que Alice tinha e resolvi deixar todos os sentimentos ruins se esvaírem do meu corpo. Logo, estávamos dançando ao redor do quarto e nos divertindo, arriscando até cantar as letras do Teenage Dream. Rose tinha sugerido um champanhe, mas Alice vetou, falando que a noite já seria sofrimento o suficiente – pois ela não poderia beber por está amamentando.

No final, tínhamos cinco mulheres lindas e prontas para a festa. Alice estava linda em um vestido branco, scarpins rosa e os cabelos cacheados; Rose trajava um vestido creme, que era justo e um pouco folgado na região dos seios, com saltos dourados, cabelos extremamente lisos, e estava absolutamente divina; Renné optara por um vestido de alças vermelho e salto nude, salientando sua beleza natural; e Esme estava maravilhosa em um vestido vermelho, um pouco mais longo e justo do que o da minha mãe, os saltos eram dourados e os cabelos cacheados e soltos.

Quanto a mim, resolvi deixar os meus cabelos presos em um coque baixo, com um vestido de seda dourado e sapatos vermelhos. Olhei para o meu reflexo no enorme espelho de Alice, sorrindo para o resultado. 

 — Eu vou ajeitar a Charlotte. Aposto que o Jasper deve está se perguntando o que diabos fazer com o cabelo dela. – Alice revirou os olhos, saindo do cômodo.

— Eles têm uma dinâmica interessante. Gosto da forma que eles se auxiliam. – comentou mamãe, mexendo na pulseira, que ganhou de Jake, em seu braço.

— Jasper é um ótimo marido. Lembra-me um pouco Carlisle. Ele sempre estava por perto para cuidar das crianças. – Esme disse de forma saudosa.

— Papai nunca foi bom com bebês, então mamãe é quem sempre estava ao nosso redor. – comentou Rose, parando em frente ao espelho – Acho que Jasper deve ter puxado isso dela, porque até hoje meu pai não consegue segurar direito bebês. – revirou os olhos, retocando o batom.

— Cada um é cada um. – suspirou Renné, pegando o seu celular em cima da cama – Preciso ligar para o Phill. Já é natal em Londres. – sorriu, dirigindo-se para a porta do cômodo – Com licença.

Esme, Rose e eu trocamos olhares pensativos.

— Querem champanhe? Hoje ele é um dos protagonistas. – sugeriu minha cunhada.

Esme e eu demos de ombros e seguimos para fora junto com Rose.

[...]

Como anfitriões da noite, Alice e Jasper estavam sempre zanzando pela porta, esperando os convidados chegarem. Os bebês, que eram bastante tranquilos e estavam fofos vestidos com roupas semelhantes a do papai noel, pulavam de colo em colo; uma hora eles estavam comigo, outra com Rose, às vezes Emmett pegava os afilhados para tentar arrancar algum sorriso ou barulho (sem muito sucesso, pois eram recém-nascidos), e Renné e Esme também tinham sua cota.

Não tardou muito para os primeiros convidados aparecerem: Sarah e Jonny Hale chegaram, cumprimentando a todos com simpatia e cheios de arrulhos para os netos. Em seguida, apareceu a irmã de Esme, Margareth, com a sua única filha, Carmen, e o marido dela, Eleazar. Eles tinham vindo do Alasca para passar o natal com a família – já que Margareth tinha ficado viúva recentemente. Eu fiquei um pouco embasbacada ao ver a semelhança entre Esme e a irmã. Diferente dos gêmeos que eu conhecia, elas eram univitelinas.

Alice e Esme começaram a trazer as bebidas e a tábua de frios, para que os convidados pudessem se aconchegar antes do jantar ser servido – e que só seria depois da meia noite, como manda o costume.

Emmett, depois de uma ligação, disse que ia buscar Adam e voltou meia hora mais tarde com o mesmo. Ambos um pouco sujos da neve que caia do lado de fora, rindo da própria aparência. Com isso, corri para uma das grandes paredes de vidro de Alice e abri a cortina, a fim de espiar o exterior. Eu adorava neve. Eram tão lindos os floquinhos que caíam.

— Vamos ter um natal com neve este ano. – Adam comentou, parando ao meu lado.

Olhei de relance para ele, sorrindo, mas não querendo perder o pequeno show que acontecia do lado de fora.

Minutos depois, observei o casal de amigos de Jasper chegarem, assim como Alice tinha dito que viriam. Jasper e eles se conheceram na época do colegial, entretanto, Makenna e John, moravam na Alemanha e tinham escolhido justamente aquela época do ano para viajar – e aproveitar para visitar o velho amigo.

Saí de perto da parede de vidro tempo o suficiente para cumprimentá-los, pegar uma taça de vinho e logo está de volta para ela. Continuei a observar os floquinhos de neve, agora sozinha, enquanto bebericava a taça de champanhe e escutava o som baixinho de músicas natalinas e conversas misturadas.

E foi naquele momento que dois carros pararam na entrada, denunciando os últimos convidados que faltavam. Da Mercedes preta, desceram Carlisle, um homem alto e loiro que deveria ser o primo dele, uma senhora bem conservada com cabelos loiros claríssimos (que provavelmente eram pintados) e a garota que eu tinha visto no supermercado, a chamada Sofia. Todos eles estavam se encolhendo em seus casacos por conta da neve.

Do volvo, pularam as crianças que aprendi a amar e o homem que era o alvo dos mais mistos sentimentos que existiam dentro de mim. Edward estava maravilhoso, como sempre. Trajava uma calça jeans escura, com uma camisa de botões branca, um blazer vermelho e sapatos impecáveis – até mesmo no escuro. Seus cabelos estavam na revolta de sempre e ele tinha um sorriso preguiçoso no rosto, observando suas crianças correrem até a porta da frente.

A campainha tocou, mas eu não consegui desviar o olhar. Em câmera lenta, na minha cabeça, a cena do lado de fora foi tomando uma nova forma: Carlisle, o primo e a esposa caminharam juntos para porta. Já Edward ficou um pouco mais para trás e teve o seu braço enlaçado pelo da Sofia. Ele olhou surpreso para ela, mas a mesma só sorriu e saiu o arrastando para onde os outros se concentravam.

Cerrei meu punho livre e bufei indignada. Como ele ousa mandar flores para mim e depois ficar de graça para outra?

— Idiota. – resmunguei, mas senti que o xingamento tinha sido mais para mim do que para ele.

Não querendo mais vê a cena ridícula, dei as costas para parede de vidro, pronta para sair. Entretanto, quatro corpinhos se chocaram contra o meu corpo naquele momento, fazendo-me olhar um pouco surpresa para os quatro que sorriam para mim.

— Isa! Feliz natal! – gritaram em coro, rindo logo em seguida.

A raiva se esvaiu do meu corpo feito pó e o meu rosto se derreteu para eles, como sempre acontecia.

— Feliz natal, meus amores. Vocês estão uma fofura. – gracejei, tocando na tiara de laço que Lily usava.

— Você gostou da minha roupa? Papai parecia um pouco perdido quando pedi uma opinião. – Lily disse de forma muito esperta, rodopiando no lugar.

— Está linda, querida. – abaixei-me para beijar o seu rosto e aproveitei para fazer o mesmo com os outros.

— Eu senti sua falta. Queria que você estivesse lá para me ajudar. – fez bico.

Como a manteiga derretida que eu era a peguei no colo, abraçando-a apertado. A espertinha aproveitou para grudar em mim que nem macaco.

— Essa menina é muito abusada. – resmungou Liam, fazendo careta.

— Isso tudo porque você quem queria tá no lugar dela. – zombou Peter.

Eles dois começaram uma briguinha infantil, fazendo Melanie rolar os olhos. Ela tinha um pirulito em sua boca.

— Melanie, qual é a regra para doces antes do jantar? – repreendi.

Ela sorriu perversamente.

— Isso não é doce. É soborno, ou algo do tipo. – confidenciou Lily em meu ouvido.

— Suborno, querida. – corrigi para ela, e logo voltei o olhar para Melanie – E porque você recebeu suborno?

— Acho que você viu como a prima Sofia pode ser atirada, então, antes que eu aprontasse uma para ela, papai me deu alguns doces. – deu de ombros, como se aquilo não fosse nada.

— Ela não foi a única a receber subolno. – contou Liam, intrometendo-se no assunto.

Intrigada, olhei para ele, percebendo que o garoto procurava algo em seu bolso. De lá, Liam tirou um pequeno pacote com pirulitos. Arqueei uma sobrancelha para Lily e Peter, e eles sorriam envergonhados para mim, assumindo que tinham recebido a mesma coisa.

Soltei um suspiro profundo. As crianças não mudariam nunca. E eu não sei se repreendia Melanie por tentar aprontar algo para a prima atirada. Digamos que no fundo a ideia me agradava. Por via das dúvidas, eu decidi ficar calada.

— Crianças! A tia Maggie quer falar com vocês. – chamou Edward.

Ele estava próximo a tia, a mãe e a irmã. Felizmente, a morena com cara de modelo parecia entretida com algo que Rose falava. Perguntei-me qual era o papo da minha cunhada com ela.

As crianças atenderam ao pedido do pai, dizendo que logo estariam de volta.

— Bella, venha cá. – Adam chamou.

Ele estava sentado no sofá, conversando com os pais de Jasper e Rose. O casal parecia se divertir com algo que o garoto falava. Adam e sua facilidade de comunicação.

Com um sorriso, aproximei-me dos três e Adam me puxou para sentar ao seu lado. Servi-me de uma nova taça de champanhe enquanto engatávamos em uma nova conversa.

Edward

Meu pé batia insistentemente no assoalho da sala e eu estava contendo minha vontade de bufar até não ter mais nenhum ar para ser expelido. Estava em uma conversa com meu pai, Alfred e Jasper sobre os nossos trabalhos, mas eu tinha me desconectado desde que eu vira a cena: Bella, com um grande sorriso no rosto e uma taça em mãos, conversava com Adam, Sarah e Jonny. Até aí estava tudo bem, o grande problema era a mão dele está pousada deliberadamente no joelho dela e a mesma parecia não está nem ai.

Que porra era aquela? Eu sabia que Bella era linda, e naquela noite ela parecia mais do que perfeita no vestido dourado e saltos vermelhos, mas será que aquele cara não podia manter distância dela? Que coisa irritante!

— Você deveria disfarçar melhor sua cara de psicopata. – murmurou Alice próxima ao meu ouvido, fazendo-me sobressaltar com o susto.

Aquela altura, os três homens que eu conversava já tinham me excluído da conversa.

— Eu não sei do que você está falando. – desconversei, tomando minha taça de vinho de uma vez só.

A expressão da minha irmã se transformou no mais puro deboche.

— Claro. Continue negando o ciúme evidente em seu rosto.

Suspirei, virando-me de frente para Alice.

— Qual é a desse cara? – perguntei, tentando arrancar alguma informação dela.

Ela olhou para a taça de suco de abacaxi que tinha em mãos.

— A mesma que a sua. Todos querem a Bella, pelo visto. – sorriu, tomando um gole lento da sua bebida.

Semicerrei meus olhos para ela.

— Você gosta de me ver sofrer.

Ela riu e passou a mão pelo meu rosto.

— Oh, Edward. Às vezes é bom ser uma garota má. – piscou um olho e deixou um beijo em minha bochecha antes de correr para onde seus filhos estavam.

Soltei o bufo que estava contendo esse tempo todo e mirei o meu olhar para o ponto inicial. Dessa vez, Bella parecia constrangida com algo, pois de longe era notório seu rosto vermelho. Adam e o casal Hale riam, enquanto seus olhos vasculhavam o salão, até encontrar os meus.

Bella

Querendo fugir do constrangimento que a fala inocente de Sarah fez, ao questionar se Adam e eu éramos um casal e a resposta ‘’Não somos porque ela não quer’’ dada por ele, eu percorri meu olhar pela sala.

Acabei sendo presa ao olhar penetrante que Edward me lançava do outro lado. O meu corpo todo se arrepiou com a intensidade do gesto. Ele não parecia satisfeito com alguma coisa.

— Oh, não seja tímida, querida. – Sarah disse, tocando em meu braço e quebrando o contato que eu mantinha com o Cullen – A vida tem dessas.

— Adam que é apenas um idiota. – respondi com um sorriso doce, mas lançando um olhar ferino para Adam.

O mesmo apenas riu, mostrando sua taça de vinho. Acho que aquela já era a terceira que ele bebia só no tempo em que eu tinha parado ali.

Sarah e Jonny riram novamente, mas não comentaram nada. Para a minha alegria, Liam chegou próximo a nós, jogando-se em meu colo de forma sonolenta.

— Quando sai o jantá, Isa? Tô com sono e fome. – resmungou, coçando um dos seus olhos.

— Querido, o jantar só é de meia noite. Aguente mais um pouco. – arrulhei, beijando o topo da sua cabeça – Porque não pede a tia Alice ou a tia Rose alguma coisa? – sugeri e ele sorriu.

Liam pulou do meu colo e foi correndo até Rose, que era a mais próxima.

— Os filhos de Edward realmente têm um apreço por você. – comentou Jonny, olhando para Liam.

Segui o seu olhar, notando que Rose escutava o que ele dizia.

— Sim. Foi quase um ano na mansão. Eles são maravilhosos. – sorri, desviando o olhar deles.

— Vejo que será uma ótima madrinha para os meus netos. – falou Sarah de forma simpática.

— Tentarei com todas as forças. Espero que eles gostem de mim que nem os outros Cullen mirins.

Ela riu delicadamente.

— As pessoas adoram você, Bella. – quem falou foi Adam, sorrindo debilmente para mim.

Uh, alguém já estava ficando bêbado.

— E eu acho que está na hora de cortar o seu vinho. – disse para ele, tomando a taça que tinha em suas mãos.

Sarah e Jonny pediram licença naquele momento, levantando-se do sofá. Tomei o resto do vinho de Adam, enquanto ele traçava padrões desconexos no meu joelho.

Rose e Emmett se aproximaram e logo começaram a tagarelar sobre coisas aleatórias, denunciando que Adam não era o único ficando alto. Eu tinha feito uma promessa a mim mesma que não ia beber muito, pois não estava a fim de um remake da última bebedeira.

Quando Adam, Rose e Emmett começaram a rir de coisas idiotas, eu percebi que era hora de levantar e esticar um pouco as pernas. Acho que estava na hora de ir atrás de um copo com água na cozinha.

Ao entrar no cômodo, fui recebida com uma risada alta. Lá já estavam Edward e Sofia. Ele tentava dá um copo de água a ela, mas a mesma só fazia rir com uma das mãos escoradas em seu peito.

Aquela cena fez com que eu imediatamente repensasse minha decisão sobre a não bebedeira.

— Não quero atrapalhar, mas eu preciso pegar água. – minha voz saiu mal-humorada, enquanto eu apontava para a geladeira que estava bloqueada por Edward.

Ele puxou a hiena – porque sinceramente a mulher não parava de rir – para o lado e permitiu que eu pegasse a água. Alguns cochichos mais tarde, ambos saíram da cozinha e eu fiquei só, com o meu copo de água – e talvez eu estivesse paquerando com uma garrafa de cerveja que estava lá dentro.

— Desculpe-me pela cena. Não sabia que Sofia era fraca para bebidas. – a voz aveludada de Edward chegou de supetão, assustando-me por um momento.

Não esperava a sua volta.

— Sem problemas. Tenho um amigo no mesmo estado. – resmunguei, olhando intensamente para a Heineken.

Beber ou não beber, eis a questão? Jasper não daria falta...

— Ah. – murmurou simplesmente e um minuto de silêncio se fez – Será que eu posso conversar com você depois do jantar?

A proposta fez com que eu fechasse a geladeira com uma força maior do que a necessária. Edward arregalou os olhos para mim, mas logo disfarçou com piscadas repetidas.

— Claro. Eu preciso tratar de um assunto com você também. – expressei-me colocando cada gota de determinação em minha voz.

Diferente da sua pose inicial, Edward não parecia mais hesitante. Tinha uma áurea de determinação nele também e diria que até expectativa.

Isso era Novo, observei.

— Está feito. Eu vejo você no ateliê da Alice.

Assenti com a cabeça. Adam escolhera aquele momento para entrar na cozinha.

— Bella, Alice vai começar a dinâmica. Vem! – falou com a animação, pegando a minha mão para me puxar para fora.

Eu podia jurar que tinha escutado um grunhido vindo do Cullen ao dar-lhe as costas.

[...]

Faltando um pouco mais de uma hora para a meia-noite, Alice decidiu dá inicio a dinâmica. Ela se chamaria ‘’Bingo Humano’’. Tudo se consistia em cada um, inclusive crianças, receber uma cartela em branco feita por Jasper. Nós teríamos que escrever nas casas os nomes das pessoas presentes, podendo colocar inclusive o próprio nome. Em seguida, começaria o sorteio.

A dinâmica fluiu com certa facilidade entre os presentes, rendendo gritos e risadas. Torcíamos uns pelos outros para conseguirmos bater e poder ganhar o prêmio. Como nos bingos tradicionais, ganhava quem fechar a cartela primeiro.

Quando meu irmão gritou, afirmando que tinha batido, Adam lhe deu um soquinho no ombro, chamando-o de ‘’puta sortudo’’. Houve alguns resmungos ao redor, mas ninguém parecia chateado de verdade.

Mostrando a língua a Emmett, mas logo o abraçando em seguida, Alice lhe entregou uma grande caixa. Guloso, meu irmão pensou que seria algo grande, entretanto lá só estava um cartão-presente com um bom valor a ser gasto. Isso fez com que ele continuasse sorrindo.

Quando deu meia-noite, abraços e os desejos para um feliz natal foram dados. Abraçar Edward foi estranho e ao mesmo tempo assustadoramente bom, entretanto o que me deixou um tanto constrangida foi o comentário baixo – mas nada discreto – da minha cunhada – que veio logo após.

Eu vi o seu abracinho com o Cullen, Bella. – sussurrou em meu ouvido de forma marota.

Eu lhe dei um leve puxão de cabelo, confesso. E ela riu disso, claro. Rose estava se saindo uma bela de uma safada.

Após o momento, todos seguiram para a sala de jantar, onde seria realizada a ceia. Cada um pegou o seu lugar indicado – sim, Alice inventara em colocar o nome de cada um nos assentos – e eu acabei sendo ladeada por Renné e Emmett.

Nós demos as mãos sobre a mesa e fechamos os olhos para fazermos a oração antes de partirmos para refeição. Carlisle foi quem iniciou e depois passou a vez para cada um fazer os seus próprios agradecimentos. Ao término, cada um foi se servindo e Alice aproveitou esse momento para levar os bebês (já adormecidos) para o quarto.

O jantar seguiu seu curso de forma agradável. Elogios a comida eram feitos e conversas aleatórias tomavam o ambiente. Inclusive, uma das conversas foi o convite que Esme fez a todos para passar o ano novo em sua casa em Forks. Todos os anos Esme e Carlisle fazia uma festa em sua casa, onde convidavam amigos e parentes. A ideia pareceu conveniente a quase todos – menos a Adam e aos amigos de Jasper, que tinham outros destinos.

No meio disso existiam olhares também. Ironicamente, Edward estava sentado bem a minha frente, fazendo com que os seus olhos tivessem uma boa cota de espiadas para mim. Em certo momento eu arqueei uma sobrancelha para ele, e o mesmo sorriu de lado, desviando rapidamente o olhar para Lily que o chamava.

Soltei um suspiro, querendo que o jantar terminasse logo. A verdade era que eu estava ansiosa pela nossa conversa. Eu sentia que ela definiria pontos importantes daqui para frente.

Finalmente a refeição foi finalizada por todos e Alice logo tratou de despachar os convidados de volta para sala. Segundo ela, agora era à hora das músicas mais animadas para que todos se soltassem na dança. Ela tinha planejado o fim da noite de forma descontraída e animada, pois era óbvio que depois da comida as pessoas iam aos poucos indo embora.

Como muitos já estavam altos, dançar foi algo natural. Rose deixou mais bebidas a disposição e sentou-se ao lado de Emmett no sofá, onde começaram a trocar beijos e carinhos doces. Eu rapidamente desviei o olhar, não querendo observar a melosidade alheia. Acabei dando de cara com Adam, que dançava todo desengonçado ao lado de mamãe e Alice. Minha amiga não precisava de um pingo de álcool para dá a louca.

Captando meu olhar, Adam sorriu de forma maldosa para mim e andou em minha direção. Suas mãos capturaram as minhas e ele me puxou para cima.

— Vamos dançar, meu bem. – sussurrou para mim com o seu hálito denunciando a quantidade de vinho que ele tinha ingerido.

Eu sorri e o segui para onde ele estava anteriormente. Comecei a dançar com eles alguma música pop que eu desconhecia e ri das coreografias que o meu amigo bêbado e minha amiga louca faziam. Renné sorria para eles, mas algo em seus olhos denunciava que tinha algo errado. Franzi os olhos, sentindo minha língua coçar para perguntar, porém aquele não era o momento exato.

Minha atenção foi roubada quando observei pela minha visão periférica Edward se movimentar. Ele estava seguindo rumo às escadas, de forma silenciosa, aproveitando que Melanie e Peter dançavam com Carlisle – Liam e Lily tinham dormindo e Esme estava com eles em um dos quartos de hóspedes.

Ele olhou brevemente para mim e apontou a taça de vinho que tinha em sua mão para cima. Assenti discretamente e ele subiu para o primeiro andar. Enrolei mais um pouco com Alice, Adam e Renné, não querendo levantar nenhum tipo de suspeita. Talvez alguém possa ter prestado atenção e eu não precisava de atenção.

— Preciso ir ao banheiro. – comuniquei, sorrindo amarelo.

— Também o tanto de bebida que colocou ai dentro. – zombou Alice, cutucando meu estômago.

Dei-lhe a língua.

— Bebi por nós duas.

Ela gargalhou.

— Você ainda bebeu pouco para duas, little B.— piscou o olho, usando um dos apelidos que Jake dera para mim.

Revirei os olhos para ela. Tomei o caminho para o banheiro do andar de baixo – que ficava em um corredor próximo as escadas – mas desviei o meu caminho. Com olhares suspeitos para todos e certificando-me que ninguém me observava, subi as escadas da forma mais discreta que consegui.

O ateliê de Alice era uma das primeiras portas do andar superior e eu agradeci por isso. Esme estava com Liam e Lily no mesmo andar e eu não queria que ela desconfiasse de nenhuma movimentação suspeita.

Parei em frente à porta, respirando fundo. Tomando coragem do fundo do meu estômago, abri a porta, revelando um ambiente parcialmente escuro. O ateliê de Alice era algo lindo. Toda a sua parede frontal e a metade da lateral eram feitas de vidro, assim como a parede frontal da sala. As cores do cômodo eram vivas e vibrantes, e tinha muitos manequins, tecidos, cadernos e até máquinas de costura espalhados por ali.

Entretanto, não me detive muito nos detalhes, pois algo mais importante chamou-me atenção. Ou melhor, alguém mais importante.

Edward estava parado, de costas para mim, e tinha uma das mãos em bolso enquanto a outra carregava a taça.

— Vejo que conseguiu se desprender do seu namorado. – disse com a voz baixa, sem se dá o trabalho de se virar para mim.

Semicerrei os olhos.

— Adam não é o meu namorado. Não sou eu quem está de casos esta noite. – coloquei simplesmente, lembrando-me da moça que não largava o seu pé.

Ele olhou de relance para mim. Um sorriso brincava em seus lábios.

— Está insinuando que sou eu quem está? – arqueou uma sobrancelha.

— Se a carapuça serve, Edward, eu não posso fazer nada. – dei de ombros, erguendo a minha cabeça para dizer ‘’foda-se esta merda’’ e não revelar a verdadeira raiva que eu sentia.

Ele se virou completamente, mordendo o seu lábio inferior de forma concentrada.

— Você realmente não faz à mínima ideia? – questionou como se não conseguisse acreditar naquilo.

Franzi o cenho.

— Ideia de que? Eu preciso ter ideia de algo? – arregalei os olhos de forma inquisitiva.

— Depois dos buquês, dos bilhetes, das conversas... Eu pensei que você tivesse alguma ideia do que estava por trás de tudo isso. – falou com seriedade, tomando um gole de sua bebida.

Engoli em seco, sentindo meu coração falhar uma batida,  desesperado para despertar algo que teimava em ficar preso. Eu comecei a ficar nervosa e aquilo não era um bom sinal.

Tenha controle da situação!

Pigarreei, cruzando os braços e colocando a minha melhor ‘’bitch face’’.

— Então... Era sobre isso a conversa? Suas atitudes esquisitas? Porque era justamente isso o que eu queria tratar. Qual é a sua, Edward?  – mandei na lata, não querendo mais joguinhos.

Edward sorriu de uma forma que enviou arrepios por todo o meu corpo. Não arrepios de medo, arrepios de excitação. Algo vibrou dentro de mim e eu tremulei. Como um maldito sorriso poderia fazer aquilo comigo?

Delicadamente, ele deixou a taça pela metade em cima de uma mesinha. Seus olhos estavam determinados, cheios de uma áurea eloquente que eu desconhecia. E foi assim que ele começou a sua caminhada lenta até mim. Temerosa, comecei a recuar para trás, sendo interrompida por uma das paredes que nos cercavam.

Edward parou em minha frente, perto o suficiente para que eu sentisse sua respiração regular bater em meu rosto. Meu corpo se abalou com o contato, fazendo com que a minha fachada caísse um pouco.

— Você quer saber qual é a minha? – murmurou, quebrando o silêncio que tinha se estabelecido entre nós – Quer realmente saber como todas as letras o que me motivou a te dá flores e bilhetes? O que motivou a trazê-la aqui para uma conversa? Pois eu irei contar, Isabella. Contarei tudo. – senti meu corpo tremular outra vez quando ele falou o meu nome – Eu tinha muitas merdas na cabeça quando você entrou em minha vida, você sabe disso. Eu era quase insociável, mas você foi lá e conseguiu resgatar o que eu tinha de bom. Você abriu meus olhos para a vida outra vez. Encorajou para que eu pudesse aproximar-me dos meus filhos e me ofereceu sua amizade. Estava sempre ali para ajudar-me. Você coloriu a minha vida sem que eu percebesse. – sua voz tremeu um pouco com a última frase, mas logo ele pigarreou, recompondo-se – Tornou-se a melhor coisa que me aconteceu em anos, e o que eu fiz para te retribuir foi magoando você. – ele soltou um suspiro, desviando o olhar do meu – Eu tive que está a um passo de te perder para realmente deixar sair o amor que eu sinto por você. Eu amo você, Bella.

Os olhos verdes voltaram para mim outra vez. Eles estavam cheios de amor. Isso fez com que eu me desarmasse por inteira. Meu coração pulou com vigor em meu peito e meus olhos se encheram de lágrimas.

Eu não conseguia achar minha voz, mas minha mente repetia de forma gritante suas últimas palavras.

Eu amo você, Bella.

Eu amo você, Bella.

Eu amo você, Bella.


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Notas finais do capítulo

Eu joguei uma avalanche de informações nesse capítulo, né? De ciúmes até uma declaração. E, cá para nós, que declaração. Edward Cullen finalmente tá saindo da casinha – eu realmente adorei sua determinação aqui, colocou seu lado executivo ao seu favor na vida amorosa kkkkjjj. Sim, eu tive que parar nessa parte – tinha que ter um tchan de expectativa né pessoal, como eu iria sobreviver sem isso???
Sei que alguém vai perguntar sobre a Sofia, mas assim como a Victoria ela não terá destaque (afinal, ela é de Londres e logo estará voltando para lá).
O que vocês acham que vai acontecer agora? Bella se renderá aos encantos de Edward Cullen? (fail lkjhgf).
Sei que tem gente a fim de saber o que se passa na cabeça do trio de amigos – Jake, Rose e Alice – e eu vou fazer uma parte só para contar a vocês o que acontece (estou já planejando algo do tipo, só não sei como irei fazer ainda).
Adianto que o próximo capítulo começa com PV Edward para vocês.
—___________
Hoje faz dois anos que repostei essa fic, e espero que eu não chegue no terceiro - se tudo der certo, eu acabo ainda esse ano!!
—___________
Aguardando ansiosamente os rewiens de vocês (e eu ainda responderei os do capítulo anterior). Beijos e até a próxima ♥.



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