Os Mortos Também Amam - Livro 2 escrita por Camila J Pereira


Capítulo 20
Um Pouco de Felicidade


Notas iniciais do capítulo

Edward, Edward...



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Uma semana depois Bella e Helena despediam-se de Stefan e Damon. Ela não queria admitir que estava sentindo novamente o pânico perto. Aquele frio no peito que conhecia bem, a cabeça zumbindo. Não queria que eles fossem, não gostava nada da ideia de sua tia sozinha.

– Não fique assim. – Stefan se aproximou dela. – Estaremos bem, Helena ficará bem. Acabaram de me confirmar, alguns amigos estão vindo ficar com as duas.

– Amigos?

– Alice, Esme e Edward. – Bella nem conseguiu expressar a sua felicidade que rever aquelas pessoas tão amadas. – Eles nos ligaram, no dia que saímos com a Rachel e estavam combinando isso. Não falamos para não frustrar suas expectativas se algo mudasse. Todos morrem de saudades de você.

– Fico mais tranquila pois Helena não ficará sozinha.

– Comporte-se. – Stefan a abraçou pela última vez.

Ela buscou Damon com o olhar e de repente decifrou o momento certo do telefonema, pois foi quando ele mudou naquele dia. Eles não haviam conversado sobre os momentos que passou com Edward em Volterra. Aquilo era confuso e parecia distante naquele momento. Damon estava cabisbaixo.

– Sentirei a sua falta. – Ela falou perto dele. – Vê se volta logo.

– Prometo que sim.

– Damon... Acredite quando digo que te amo. – Ela o beijou levemente nos lábios.

– No máximo em uma semana estarei de volta. Ligarei todos os dias.

– Sim, esperarei todos os dias para falar com você. – Ela admitiu.

– Antes de fazer qualquer coisa, por favor, fale com a sua tia ou simplesmente fale comigo. Não suma, não desapareça. – Ele recomendava meio desesperado.

– Só será uma semana, amor. Tudo dará certo. – Bella garantiu o abraçando. Damon a apertou entre seus braços e beijou seus cabelos. Depois seguiu ao lado de Stefan para a plataforma de embarque.

– Acredito que nossos amigos cheguem amanhã.

– Então não os verei. – Helena enlaçou os ombros da sobrinha com um braço e a conduziu para fora do aeroporto. Elas ainda teriam aquele dia juntas antes de Bella voltar para o colégio e Helena queria aproveitar.

– Não amanhã, mas terá o final de semana.

– Essa movimentação não levantará suspeitas para os Volturi? – Bella preocupou-se.

– Carlisle garante que eles ainda estão abatidos pela frustração de seus planos. Eles por enquanto nos deixaram em paz.

– Isso parece bom.

***

Bella estava tendo um sono intranquilo aquela noite. Era a segunda noite depois da partida do seu tio e Damon. Apesar deles se falarem todos os dias, ela sentia que precisava dele perto de si. Depois de ter se afastado dele após o plano com os Volturi, Bella estava mais sensível à distância entre os dois e sabia que ele também.

Ela sobressaltou-se, pois ouviu uma voz baixa e carinhosa chamar o seu nome. Ela abriu os olhos e piscou algumas vezes na escuridão do quarto. Ela viu uma silhueta próximo a sua cama, ela quase teve certeza que era Edward. Ela piscou novamente e ele já não estava mais lá. Bella levantou-se e tateou até a janela, fechando-a. Teria sido mesmo o Edward ou só uma alucinação?

No dia seguinte ela tento tirar a impressão da noite tagarelando com a Rachel sobre a sua festa de pijama em comemoração ao aniversário da amiga. Claro que seria algo limitado, pois a Sarah não iria gostar de muita gente em sua casa. Bella distraiu-se com esses assuntos mais as matérias. Mais um mês estava passando e ela estava se adaptando bem. Até mesmo Sebastian Bellamy havia sumido. Era muito promissor. Para ficar perfeito, seu tio e Damon teriam que voltar.

Além disso, sua professora de canto havia lhe incentivado a participar de uma disputa nacional de canto. Bella fora um adas escolhidas para participar do coral e tentou ficar animada com a ideia. Não sabia se mais uma responsabilidade seria bom ou ruim naquele momento. A primeira disputa aconteceria em breve e seria entre três colégios da cidade, e assim, os vencedores continuariam a disputar com corais de outras cidades.

Quando voltava para o seu quarto, depois de ter estado na academia, sem a presença de Rachel que precisava terminar um trabalho, Bella achou que alguém a observava novamente. Ela tinha que se apressar par anão se atrasar para o jantar. Tinha marcado com Rachel, Molly e Samantha no salão. Mas Bella foi pega de surpresa quando viu no final do corredor uma figura parada e parecia olhar para ela. Era Edward, mas por que ele não falava com ela? O que havia de errado com ele? Ele havia sumido novamente. Bella correu até lá e olhou par aos dois lados, mas já não havia ninguém.

Bella correu para o seu quarto e apanhou o seu celular, mas antes que a ligação fosse completada, ela sentiu a porta abrir e fechar rapidamente e esses movimentos vieram acompanhados de um vento frio. Edward Cullen estava parado diante dela.

– Edward? – Bella desligou o celular e o jogou na cama displicentemente. Ela o abraçou sem reservas. – Senti saudades.

– Oi princesa. – Falou com cara de culpa, mas retribuiu o abraço.

– O que está fazendo aqui? – Edward não respondeu. – O que está fazendo aqui escondido, Edward?

– Não fique brava. – Ele pediu cheio de culpa. – Eu tinha que te ver.

– Você esteve aqui a noite? Não foi sonho? – Ele negou com um gesto.

– Precisava ver seu o rosto, ter certeza de que estava bem e viva. E depois disso não consegui me afastar muito desse colégio.

– E porque não falou comigo ontem ou lá no corredor? Eu poderia ter tido um infarto. – Bella ralhou.

– Ontem à noite Rachel estava aqui e fiquei com medo de que não gostasse da visita noturna. Lá nos corredores, vinha pessoas atrás de você, não pude ficar. – Ele se explicou. – Fiquei preocupado, há um híbrido e você decide ficar aqui.

– Não há salvação para mim em nenhuma parte. – A fatalidade em sua voz foi marcante.

– Não fale assim, você renasceu dos mortos. Mas não pode ficar sozinha por nenhum instante. Inevitavelmente o sobrenatural acha você, tem razão nesse aspecto, mas não pode simplesmente ficar à mercê deles. Descobriu sobre o híbrido e não pode fechar os olhos para a sua amiga e o irmão dela. Só quero te manter segura, como não fiz em Volterra.

– Edward... Não foi sua culpa, eu planejei tudo então está isento de qualquer coisa. E mesmo que eu houvesse morrido de verdade, ainda assim não seria a sua culpa.

– De qualquer forma não sairei daqui. Estarei sempre por perto.

– Prefiro que fique perto da Helena, Esme e Alice.

– Eu vim cuidar de você. – Ele foi duro. – E é isso que farei.

– O que está acontecendo, Edward? – Ela notou que ele estava diferente, algo em seu olhar, algo em sua voz. Aquele não era o mesmo Edward Cullen que deixou.

Ele pegou a sua mão e a fez tocar no rosto dele. Bella tentou ignorar o aumento de seus batimentos cardíacos. Aquilo era físico, só isso. Nada romântico, não era o Damon. Edward estava ali, seus olhos agora semicerrados em uma expressão de prazer e ela mesma sentia algo parecido com aquele toque.

– Não sabe quão ruim foi vê-la morrer e não poder fazer nada. Deixar que partisse sem escolha alguma.

– Desculpe... – Bella imaginou como teria sido, seu coração apertou.

– E agora saber que está viva e bem.... Não consigo me manter distante. Ainda mais agora que há um híbrido. Não sabemos nada sobre essa espécie. O que ele pode fazer...

– Ele só está curioso. E no mínimo um telepata como você, Damon me falou. Acha que pode ler a minha mente?

– Você minimiza o perigo que te ronda. – Edward abriu os olhos para encará-la. – Vamos afastá-lo. – Prometeu. – E não importará se ele lê ou não a sua mente.

– Não acredito que precisará disso. Ele está na dele. – Bella afastou-se cuidadosa de Edward.

– Não, ele tem que ser afastado. – Estava decidido, seus olhos eram frios. Ela nunca tinha visto aquele olhar em Edward.

– O que fará a ele? – Edward parecia tão diferente de antes que imaginou o pior.

– Carlisle acredita que os Volturi não saibam nada sobre esse híbrido. Como ele se manteve incógnita, é um mistério, ainda mais ele sendo acompanhado por outro vampiro.

– Já conversamos sobre isso. Não tem como sabermos a resposta a não ser que ele nos diga.

– Nem pense em conversar com aquele sujeito. – Foi autoritário.

– O que deu em você, Edward? – Bella não o estava reconhecendo. Ele parecia um pouco feroz, nada como o Edward doce que ele sempre foi.

– Eu pensei que você tivesse partido. – Ele continuou duro. – Mas sobre isso não quero mais falar. Prefiro falar sobre o que farei com você. – A voz rouca de Edward foi como uma corrente elétrica em seu corpo. Sentiu-se totalmente arrepiada.

Edward acariciou seu rosto como fazia antes. Mas suas mãos deslizaram até sua nuca prendendo-a, Bella sentiu também que ele a guiava contra a parede. Sentiu-se imprensada e os lábios entreabertos dele aproximavam-se dos seus. De repente ela não sabia o que fazer, não conseguiu se afastar.

– Não! – Ela gritou apertando os olhos. Edward parou e quando ela a olhou ele parecia magoado. – Eu não consigo evitar beijar você é mais forte do que eu, mas eu amo o Damon e estamos juntos. Não quero magoá-lo e nem a você, mas está me colocando em uma posição difícil. – Edward afastou-se resignado e suspirou.

– Eu sinto que sou seu, que pertenci a você desde o início e para sempre será assim. Era para ser simples entre nós dois.

– Deveria ter sido, mas talvez a gente tenha mudado o rumo das coisas. Você partiu com a Tânia e então Damon chegou.

– A culpa é minha por não ter esperado um pouco mais. – A amargura era visível na sua voz.

– A culpa não é de ninguém. Apenas aconteceu de outra maneira, mas eu também penso que se não fosse por isso, estaríamos juntos.

– Eu sou seu, Bella. – Edward aproximou-se novamente.

– Ed.... eu já pedi.

– Um beijo... – Ele pediu e logo os lábios frios de Edward cobriam os seus. Ela sofreria um enfarte, podia sentir o colapso chegando, mas ainda assim não se mexia. Impaciente, a língua dele penetrou sua boca. Foi curiosidade ou um impulso irracional que fez com que ela reagisse aquilo e sua própria língua tocou a dele. Edward gemeu de prazer, seu corpo colou-se ao dela imprensando-a a inda mais. Um beijo ardente seguiu-se, os dois tomados de sensações inebriantes. Mas a pequena parte da mente de Bella gritou para ela. Seus olhos foram abertos e ela entrou em pânico ao perceber o que estava fazendo. Tentou afastá-lo dela, mas ele não se moveu.

– Edward, espere! Por favor! – Foi quando ele parou de beijá-la e confuso afastou-se dela. Os dois se olhavam ainda com desejo, suas respirações aceleradas. Bella tentou arrumar-se um pouco. – Foi o nosso último beijo.

– Não diria isso. Mas por hora... – Ele a beijou na testa e se afastou.

– Para onde irá?

– Tenho que ir, você precisa continuar sua rotina.

– Como sairá? – Bella preocupou-se com esse fato.

– Da mesma forma que entrei. Com cautela e rapidez. Até mais, princesa. – E novamente Edward desapareceu da sua frente, deixando-a ardendo. Bella desejou Damon naquele momento, ele saberia o que fazer com aquele fogo. Como não conseguiria isso, ela correu para o banheiro para um banho.

***

A sexta-feira chegou alegre. Bella tinha tomado a decisão de esquecer o ocorrido com Edward e ele não tinha voltado mais, não que ela tivesse visto. Todos os dias se falavam com Damon ao telefone e ele lhe garantiu que provavelmente no início da outra semana estaria de volta com o seu tio. Ela omitiu o acontecido no quarto do colégio, não queria deixa-lo triste, embora ela soubesse que teriam que conversar.

Naquele dia, ela, Molly e Samantha iriam para a casa da Rachel comemorar o aniversário da amiga. Para Bella aquilo foi proveitoso, a muito tempo não se permitia algo tão natural à sua idade. E a noite foi de comer besteiras, assistir filmes, ouvir músicas e fofocar sobre a escola. Houve troca de presentes também e Rachel adorou todos eles. Porém a meia noite a Sarah pediu que elas desligassem as luzes para dormir, sim, elas desligaram as luzes mais não dormiram. A conversa se e brincadeiras se estenderam até quase às duas da manhã.

No dia seguinte elas estavam exaustas, mas muito felizes e o café da manhã foi divertido. Embora Jacob estivesse presente e parecesse boçal o tempo todo, as meninas o ignoraram e isso fez com que ele se irritasse e terminasse o seu café rapidamente.

Perto da hora do almoço, as meninas começaram a ir embora. Bella foi a última e ficou feliz ao deixar para trás uma Rachel bem animada. Elas se abraçaram e Bella seguiu para uma Esme e Alice alegres que foram busca-la com Edward e Helena. Bella chorou novamente e imaginou que não seria a última vez que choraria ao reencontrar um deles.

– Bella você está linda com essa cor de cabelo! E nossa, como está em forma! – Alice batia palmas feliz. – É tão bom vê-la. – Ela a abraçou pela décima vez.

Foi um final de semana divertido. Bella não podia reclamar dos últimos meses. Ela tinha a sua família por perto e nenhuma notícia dos Volturi. Era muito mais do que ela imaginou. Estava perfeito. De veze enquanto um clima acontecia entre ela e Edward, além de notar algumas mudanças nele, mas aquilo não estava de verdade afetando a sua felicidade.

***

Logo na segunda pela manhã, quando caminhava para a sua aula de canto e treinamento para o coral, Bella teve uma surpresa não muito boa. Ela olhava pelos vidros das portas de aula enquanto caminhava, era uma mania. Foi assim que viu um rosto diferente naquele ambiente. Ela ficou estática no corredor com o seu cérebro processando aquela informação. Bella voltou os quatro passos que havia avançado e olhou novamente através da porta. Suas mãos tremeram quando teve a confirmação do que tinha visto. Sebastian Bellamy estava naquela sala parecendo muito ambientado. O que ele estaria fazendo ali?


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