Capitulo 1

Natal...

Ela não gostava do Natal, não por não achar importante ou por não acreditar em sua magia. Mas sim, porque para ela era uma época solitária.

Estavam no final de novembro e as noites da cidade brilhavam com as luzes de Natal...e sua noite só brilhava porque de uma maneira ou de outra podia estar do lado do homem que amava com todo seu coração, mesmo que ele não soubesse disso. Ou será que sabia?

Felicity decidiu deixar esses pensamentos de lado, não ia deixar seu humor interferir em seu trabalho. Logo que chegou a cave foi para a sua mesa e ligou tudo.

Oliver e Diggle chegaram logo depois conversando alto sobre o ultimo jogo de basquete do time da cidade.

A cidade andava calma nessa ultimas semanas, parecia que o clima de Natal tinha contagiado até os bandidos, loucos e psicopatas do local...

Oliver veio do seu lado e colocando a mão em seu ombro disse boa noite, ela respondeu com um sorriso e com o olhar.

A noite passou voando, Oliver voltou da ronda sem nenhum imprevisto e como Digg já havia ido embora ele sentou do lado dela.

- Oi...

- Oi – ela deu um sorriso “amarelo” – noite tranquila?

- Sim...mas me diz uma coisa.

- Sim?

- Porque esse olhar triste?

- Olhar triste? Não, imagina...é impressão sua.

- Ei - ele levantou o queixo dela fazendo com que olhasse pra ele – eu te conheço e sei que algo não está certo. Se você não quer me contar, ok. Mas eu sei que algo está te deixando assim....se eu puder fazer algo, me avise...

- Certo...você vai ser o primeiro a saber se tiver algo me deixando triste. Mas não é o caso, está tudo certo...

Ele olhou pra ela e não acreditou em nada do que ela disse, teria que dar um jeito de descobrir sozinho.

Ele estendeu a mão para ela e a fez levantar da cadeira e sem pensar no porque a puxou para um abraço.

Felicity ficou sem reação, depois se deixou aconchegar nos braços dele...era tudo que queria, que precisava.

Ficaram assim por algum tempo, depois Oliver a afastou devagar...

- Vamos, eu te levo pra casa...

- Nã...

- Não vem com essa, é perigoso e eu quero te levar.

- ok, ok...vou pegar minhas coisas.

Ele a deixou na frente do prédio e esperou até ela entrar e ele ver a luz do apartamento dela acesa. E, também sem saber direito o porquê, ficou ali mais um pouco...pensando em como ela se encaixava perfeitamente nos seus braços.

Capitulo 2

Era sábado. Felicity levantou cedo e decidiu sair para dar uma olhada nas lojas do centro. Apesar de não gostar do Natal, não iria deixar de comprar um presente para Oliver, Digg e Thea...ainda achava incrível que a irmã de Oliver tinha se tornado sua amiga.

Ela andou pelas lojas, tomou um café e pensou...pensou em Oliver e como aquele abraço tinha acalmado seu coração e fez se sentir, por um momento, amada...mesmo que só como amiga.

Já tinha ido á um sebo e encontrado o livro que a Thea tinha dito que queria muito, uma edição antiga de Orgulho e Preconceito de Jane Austen....e acabou comprando uma cópia para ela também. Para o Digg comprou um casaco de lã com gola em V cor vermelha.

Para Oliver...bom ainda não tinha achado o presente ideal. Queria algo que significasse algo, que o fizesse lembrar-se dela.

Já estava desanimando quando passou em frente uma loja e encontrou. Era perfeito. Demonstraria um pouco do que sentia e do que ele significava para ela. Estava se preparando para ir para casa quando recebeu uma ligação, era Thea.

- Hey, Licy...quer almoçar comigo? Estou no centro e não queria almoçar sozinha...

- Claro, Thea! Estou no centro também. Onde nos encontramos?

- Pode ser naquele Sushi perto da Biblioteca?

- Ótimo, meu carro está parado lá perto. Daqui a quanto tempo? Uns 20 minutos? Ainda preciso passar em um lugar e nem tinha me dado conta que já era quase meio dia.

- Combinado!! Até

- Até!

Thea só queria saber como ia fazer o que o Oliver tinha pedido sem deixar Felicity desconfiada. Ela também estava achando a amiga um pouco tristonha nesses últimos dias e não sabia porque.

- Oi, Licy!!

- Thea!

As duas se abraçaram e escolheram um lugar para sentar. Fizeram os pedidos e conversaram sobre tudo.

Em determinado momento começaram as falar sobre as festas e sobre presentes... e foi ai que Thea percebeu o que poderia estar deixando-a triste.

- Onde você vai passar o Natal, Licy?

- Em casa...não sei em que lugar minha mãe está e não temos muito contato.

- Huum...e você vai na festa da empresa?

- Vou sim...é divertido!

- Ótimo! Esse ano vamos todos...e até onde eu sei o Oliver vai sozinho – ela deixou a frase no ar, queria ver a reação da amiga, fazia tempo que ela desconfiava dos sentimentos dela pelo irmão...

- Isso é porque ele não encontrou ninguém para levar ainda...daqui a pouco surge uma mulher divina para ele ter a tira colo na festa – quando ela terminou a frase percebeu o quanto revelou dos seus sentimentos e ficou ligeiramente vermelha.

Thea sorriu por dentro...é Oliver tinha que ser um cego pra não perceber que ela era louca por ele.

Terminaram o almoço e cada uma foi pra sua casa.

Capitulo 3

- Então é o Natal que a está deixando triste? Como pude ser tão insensível, eu sabia que a mãe dela não dava noticias fazia tempo...

- Então o que você vai fazer?

- Não sei...mas o primeiro passo é convidá-la para a festa...

- Oliver...ela vai para festa...esqueceu que ela trabalha na empresa??

- Maninha, maninha...eu vou convida-la para ir como minha companhia..

- Ah!! Estava na hora!! Achei que você nunca iria se mexer!! E dizendo isso saiu rindo.

Thea estava certa, era hora de ele fazer algo por ela...por eles. Ainda não havia esquecido a sensação daquele abraço.

Capitulo 4

A noite na cave, depois de retornar da sua ronda ele a encontrou sentada na frente do computador pesquisando algo, sem muito interesse.

Digg estava indo embora.

- Hey, Felicity!

- Oliver...tudo bem?

- Sim – indo deixar o arco em cima do balcão ele continuou – preciso falar contigo, me espera?

- Claro.

Ela foi desligando tudo.

Ele voltou pra sala colocando a camisa e ele ficou um tantinho paralisada com a visão...ela sempre sentia um formigamento nas mãos quando o via sem camisa...

- Vamos?

- A gente não ia conversar?

- E vamos...mas estou morrendo de fome e pensei que a gente podia ir na Carly. Pode ser?

- Huum...ok, vamos sim...

- Tais de carro?

- Sim, queis carona? Sei que viesse com o Digg...

- Quero sim.

Sentaram numa mesa lateral com vista para a rua.

Carly veio recebe-los e anotou o pedido.

- Então....o que você quer me dizer?

- Curiosa?

Ela deu uma risada e respondeu:

- Deixa eu ver: meu chefe me chama para uma conversa as três e meia da manhã com direito café da manhã antecipado....sim...eu to curiosa!!!

- Ok ok...já entendi.

- Você vai na festa da empresa?

- Vou sim, por quê?

- E já tem companhia?

Ela o fitou achando muito estranha àquela pergunta...

- Não, na verdade eu nunca fico muito tempo... È divertido e tudo, mas só fico até um pouco depois do jantar. Por quê? Você tem algo para fazermos nesse dia? Alguma missão?

Ela não entendia a razão do interesse dele nisso.

- Não...afinal é no dia 23/12 e eu não deixaria de ir nas comemorações de Natal da empresa. Gosto muito dessa festa...parece que todo mundo está feliz e em paz...

- È, talvez nem todos – E seu olhar se tornou triste.

- Ei, a tristeza voltou pros teus olhos...o que houve?

- Não é nada, bobagem...já passou. Mas o que a festa tem a ver com nossa conversa afinal...

- Bom, quero que você vá na festa comigo.

Ela engasgou com o café e deu uma tossida pra disfarçar....

- O que?

- Eu quero que você seja minha companhia na festa da empresa. Ele falou com calma e sem tirar os olhos dos dela.

- E a Laurel? E alguma outra modelo linda, loira e magérrima..... – ela não acreditava no que estava acontecendo – não que eu não queira ir com você, pelo contrário, mas tenho certeza que uma das milhares de mulheres de Starling que queiram ir....

- FE LI CI TY!!!

- O que? Ela parou de falar e encarou Oliver.

- Eu quero que você vá comigo, se eu quisesse alguma outra eu não te convidaria. E então?

Ele pegou na mão dela e esperou a resposta. A demora dela já estava o deixando nervoso e inseguro...

- Tudo bem, eu vou...

Ele abriu o sorriso mais lindo que ele tinha e por impulso puxou a mão dela e deu um beijo na palma...

Ela sentiu um arrepio percorrer seu corpo todo. Em que eu fui me meter??

Comeram tranquilos e coversaram sobre um monte de coisas, banalidades, desejos, coisas que queria fazer... e por fim estavam rindo e quando foram embora estavam de mãos dadas e nem tinham percebido como tinha acontecido.

Ele sempre se sentia livre quando ela estava por perto. Tinha certeza de que podia contar tudo o que estivesse em sua alma, suas duvidas e suas frustrações.

Ela o levou pra casa e quando estacionaram na frente da mansão dos Queen ele se despediu com um beijo demorado no rosto.

Ela foi suspirando para casa e na manhã seguinte acordou com um animo novo.

Capitulo 5

Chegou para trabalhar e Isabel já a achou no elevador para começar sua ladinha de tormentos.

Mas, ela não deu bola...aquela megera não iria estragar seu humor...ops...mas aquilo sim! O que a Laurel estava fazendo cedo no escritório do Oliver???

Arghh...Ela não gostava da Laurel. Sempre era civilizada e tals, mas toda vez que ela aparecia Oliver ficava com aquele olhar sombrio. Porque voltava a sua memória tudo o que havia acontecido no passado...ela não fazia bem pra ele.

Ela sentou em sua mesa e logo ligou a escuta da sala do Oliver. Eles tinham instalado há alguns meses para gravar as ameaças da Isabel.

È claro que Oliver não sabia que elas estavam ligadas ainda. Ela achou melhor deixar ativa para uma emergência.

- Ollie... (Felicity odiava quando ela usava esse apelido)

- Eu já disse, Laurel...já tenho companhia para a festa.

- Mas...sempre fomos juntos...

- Isso foi antes de tudo o que houve...a gente não pode simplesmente fingir que nada aconteceu.

- Você disse que me amava...ainda...

- Não mais. Na verdade eu acredito que confundi meus sentimentos. Quando voltei da ilha eu estava muito confuso, procurando meu lugar nisso tudo, na cidade, nas empresas. Achei que nessa minha nova vida eu poderia estar com você novamente, mas me enganei. Por que não consigo falar tudo o que houve e o que me tornei para você.

- Você não confia em mim?

- È que você não entenderia...e como te conheço sei que você reagiria mal e então nos odiaríamos pra sempre. Então prefiro te ter como amiga e como uma das lembranças mais puras que tenho na vida.

Ela o olhou com raiva, ela sabia que esse papo todo era besteira e que na verdade ela tinha outra pessoa.

- QUEM É ELA??!!

Felicity nem precisou da escuta para ouvir o grito e se espantou.

- Ela quem, Laurel?

- Esse papo todo é besteira. O mínimo que você deveria fazer é voltar pra mim depois de ter me feito sofrer por você tempo todo...você sempre foi imaturo e continua sendo e agora já está me trocando por outra pessoa...

- Laurel... – Ele suspirou e fechou os olhos, estava ficando difícil manter uma conversa com ela e não era de hoje.

- Não, Oliver...chega...se você não pode ser honesto comigo e se não podemos reatar o que tivemos não quero ser sua amiga...

Ele suspirou triste. Felicity percebeu seu jeito de derrota quando ele baixou os ombros e sentou...

- Acho melhor você ir embora então, Laurel...

Ela virou as costas e foi embora.

Passou como um foguete e nem olhou para Felicity...

Ela olhou para a sala e ele estava lá olhando para fora. A raiva que ela tinha da Laurel só aumentou, se ela pudesse dizia umas pouca e boa para essa garota. Quem ela pensa que ela é para falar essas coisas para ele.

Ela buscou um café e entrou na sala dele, deixou em cima da mesa e sentou na cadeira em frente.

- Você sabe que o que ela falou não é verdade, não é?

Ele a olhou, primeiro espantado e depois com um sorriso no rosto.

- Você andou ouvindo minha conversa Felicity??

Ela avermelhou e gaguejou...

- Ann? Não...sim....

- Sim ou não???

- Sim...eu vi como ela estava alterada.

- Não sei, Felicity...ela pode ter razão. Eu fui culpado dela ter sofrido, levei a irmã dela para aquele barco...

- Ei, Sarah foi porque quis, ela também tem a parcela de culpa dela. E além do mais eu acho que quem mais sofreu nessa história toda foi você...

Ele não tirava os olhos dela.

- Eu sei que você fez coisas de que se arrepende e que não foram as mais acertadas, mas você estava procurando um caminho de fazer a coisa certa...e eu acho que você está sim dando um jeito de se redimir de tudo...

Ele se sentou na frente dela...

- Sabe o que eu acho?

- Hummm? A proximidade dele a desnorteou.

- Eu acho que você sempre vê o melhor em mim, mesmo quando não há nada de bom...e eu agradeço por isso...

- O que eu vejo é o que está em você...

Os dois sorriram...e foram interrompidos por Isabel que já veio destilando seu veneno.

- Estou atrapalhando algo??

Felicity levantou num salto e foi para sua sala, Oliver respirou fundo e se preparou para mais uma sessão de “tortura”.