Angels and Devils escrita por FChastel


Capítulo 4
The Truth


Notas iniciais do capítulo

Quarto finalmente!! Amei escrever, espero que amem ler.



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ANGELS [AND DEVILS]

THE TRUTH

Ichigo voltou o mais rápido que pôde. Gritando apenas um voltei para a mãe na cozinha correu pelas escadas, quase caindo quando as pernas já não aguentavam o esforço. Entrou no quarto jogando a mochila na cama, olhou em volta procurando algum sinal dela e suspirou.

Iria mesmo chamá-la e esperar que ela viesse? Era idiotice. Tudo bem que a garota desviara um ônibus apenas com a palma da mão, que ela o conhecia desde que ele era apenas uma criança, que aparecia e desaparecia de um jeito inexplicável, ainda assim não conseguia acreditar.

Afinal, se ela fosse mesmo o “anjo” de que falava tudo o que o ruivo julgava certo acreditar se abalaria um pouco. Não que não acreditasse em espíritos e coisas do gênero, o fato era que ele nunca imaginara que esses espíritos podiam estar ao redor, aonde as pessoas menos esperavam. Confuso se jogou na cama com o braço sobre os olhos.

— Você me confunde Rukia. – Sorriu ao pensar falar com ela.

— Errado. – A voz soou o assustando. – Você se confunde, as coisas são bem simples...

— Puta que pariu! – Ele gritou vendo a sentada no sofázinho, uma sobrancelha arqueada enquanto achava a reação dele estranha. – De onde você saiu criatura?! Porque está aqui?

— Acabei de rastejar pra fora do inferno e por um acaso estranho apareci aqui... – Ela disse sarcástica – Você me chamou seu lixo, por isso estou aqui!

Ichigo estava incrédulo, por duas razões. Uma: aquela coisa aparecera do nada, sem nenhum som, nenhum aviso, só aparecera. Outra: como ela ousava falar com ele daquele jeito?

— Pelo menos agora se lembra do meu nome... – Com o silêncio ela acabou por fita-lo. — Você está pálido. Parece que viu um fantasma...

— Você veio mesmo quando eu chamei? – Ele ainda não acreditava.

Em alguns passos leves ela chegou até ele, sentou-se na cama ao seu lado, olhava um ponto ao lado do rosto dele. Mesmo com apenas a visão periférica pode vê-lo com uma expressão curiosa, os olhos âmbar queimando, convidando-a a olhar.

— Eu estou aqui, não estou?

—Então... Aquela baboseira que você disse de anjo, era tudo verdade?

— Merece um prêmio pela dedução.

Ele levantou as costas, sentando-se na cama. Suspirou fundo, sua cabeça rodava com perguntas. Apesar da falta de certeza começava a se convencer pouco a pouco das palavras da morena. “Eu sou o seu anjo.” ela dizia. Por quê?

— Pode me explicar tudo? – Ele a fitou nos olhos, não recebendo de volta o olhar. Como sempre, isso o incomodou. – Digo, por quê? O que eu fiz---

— É complicado. – Ela o interrompeu, parecia um pouco irritada. – É muito complicado. Não dá pra te contar tudo, eu nem tinha o direito de contar sobre mim, eu só... Não pude evitar. – Ela suspirou passando a mão pelo rosto. – Bom, se eu já quebrei a regra posso te contar mais um pouco.

”Começando pelo básico: anjos e demônios. Podemos aparecer em várias formas, dependendo da situação e do grau de força que possuímos, chamada de energia espiritual. Não é como nas histórias que contam na religião, “Deus””, ela fez as aspas com os dedos, “Não faz anjinhos para tocarem harpas no paraíso, pelo contrário, anjos surgem, digamos, por si sós. Um humano que aparenta certo poder espiritual mais elevado torna-se um anjo ao morrer. A partir daí nós somos dirigidos a divisões, cada uma especializada em alguma coisa. É como dividimos nossa “sociedade”” , ela usou as aspas novamente enquanto Ichigo absorvia as informações. “Desde que me tornei um anjo e fui encaminhada a minha divisão, treinada e instruída, fui informada de que minha missão seria única e duraria uma vida: proteger você”.

— Por quê?! Por que tem que me proteger? Por que vai ignorar a sua vida cuidando da minha?

— Acontece, Ichigo, que se você não morrer, se eu o proteger, o mundo todo será salvo. Você atropelou tudo, então agora cala a sua boca e vê se me ouve. Você nasceu especial, não é só um humano, tem mais aí. Sobre isso, bom, você terá que descobrir sozinho.

“Tem uma guerra prestes a acontecer, ainda não sabemos muito sobre ela, mas você é a chave para a vitória, tanto para os anjos quanto para os demônios, então quando se tornar ciente do que você é, terá que escolher e lutar.”

Ichigo suspirou esgotado, ele era especial? A chave para a vitória de ambos os lados? Não dava pra ficar mais difícil de entender. Balançou a cabeça, incomodado. Minutos se passaram e Rukia ainda esperava o garoto se acostumar com tudo.

— É melhor você ir tomar um banho, jantar, fazer a lição de casa. Sei que está confuso, mas seria melhor se soubesse... – A garota se sentia um tanto culpada após perceber a cabeça de Ichigo pesar. – Até mais.

Ela tocou seu ombro de leve e depois correu na direção da janela, segurou a parte de cima do vitrô aberto, os dedos na parede esbranquiçaram se com a força, ela pulou e jogou o corpo pra fora, vestido balançou e uma rajada forte de vento entrou no quarto enquanto ela sumia. Ichigo, boquiaberto após presenciar tal cena seguiu os conselhos da morena, antes pegou uma grande pena branca que flutuou pelo quarto.

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Ichigo ainda mastigava tudo o que Rukia tinha dito a ele. Saiu do banheiro com apenas uma toalha na cintura, os cabelos grudavam no rosto e pequenas gotas ainda escorriam pelo seu corpo. Sentiu o vento frio entrar pelas janelas fazendo com que se arrepiasse, vestindo logo as roupas foi fazer a lição. Escola era um saco, e não tinha cabeça para nada naquele momento.

A mãe apareceu no quarto, Ichigo sorriu com o lápis na mão.

— O jantar vai demorar… - Ela o avisou recebendo um abraço.

— Eu posso te ajudar… - O Kurosaki tentava fugir dos deveres escolares.

— Não, volte a fazer a lição! – Ela o empurrou até a mesa depositando-lhe um beijo na testa. – Só vim ver se estava tudo bem... – Ele sorriu de novo, radiante.

Antes de sair observou uma pena, que provavelmente teria o tamanho de metade do seu antebraço, franziu o cenho, preocupada. Parece que teria que conversar urgentemente com o marido.

Ichigo continuou resolvendo aqueles cálculos malucos de física, ele bufou. As palavras de Rukia ainda ecoavam em sua cabeça, alguém especial? Não era possível, ele era só um garoto de dezesseis anos com um cabelo chamativo que só sabia se meter em encrenca, que era sempre mal-humorado e que tinha poucos amigos. Não tinha nada, realmente, nada de especial nele.

Saiu dessa linha de pensamento quando as luzes piscaram. Tão mergulhado nas milhares de questões que Rukia deixara em sua cabeça não percebeu a forte tempestade que ocorria. Correu para fechar as janelas, não terminaria aquilo hoje. Assim que fechou todas as janelas voltou ao centro do quarto. As luzes, num súbito, se apagaram, grunhindo de raiva foi procurar o celular na escrivaninha, tateou cegamente, mas não achava o objeto.

Sentiu uma pontada, mais parecida com uma facada, nas têmporas. A vertigem o tomou e ele caiu de joelhos no chão, apertando a cabeça entre as fortes mãos. Parecia que um rádio fora de sintonia havia sido enfiado dentro do seu cérebro, de repente, como se alguém apertasse um botão, o rádio entrara em sintonia e a voz de Rukia reverberou dentro de sua cabeça: “Saia daí Ichigo! Vá pra perto da sua família, não fique sozinho!”.

A cabeça doeu de novo e ele quase gritou em meio a agonia. Apesar da dor tentou seguir as ordens que a garota o havia dado, infelizmente, já era tarde demais. Uma sombra negra de olhos felinos e azuis já estava ali, próxima a ele. Afastando-se pôde ver o sorriso maldoso que surgia em meio a escuridão.


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Notas finais do capítulo

AEEE!! Logo posto o quarto! Espero reviews e que tenham gostado! Até o próximo