Como Se Ainda Fosse Real escrita por Anna


Capítulo 59
Malfoys




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 O sol brilhando forte naquela tarde parecia ser ironia do destino naquele momento. Hermione tentava manter-se neutra, mas nada parecia colaborar com aquilo: via pequenas lágrimas caírem no rosto de Gina, que estava com a cabeça deitada nos ombros de Harry, Rony e Claire seguravam a mão um do outro, o ruivo com a cabeça baixa. George, ao lado dos pais, havia parado de chorar há pouco, mas era perceptível que era ele quem emanava a tristeza maior naquele jardim lindo. Ao lado de Granger, Draco segurava Rose no colo, acariciando os cabelos ruivos da menina, que não demonstrava reação alguma, por mais incrível que fosse. Fechando os olhos para melhor sentir o vento que soprava, a morena deixou a mente voar para inúmeras lembranças que pediam passagem: o primeiro beijo, as incontáveis noites que passaram juntos, os dias bons com Rose, as possibilidades que haviam perdido - tudo voltava como ondas avassaladoras, quebrando-a por dentro e fazendo as lágrimas voltarem. Ao longe, sentiu Draco tocar seu ombro levemente, chamando sua atenção para o que acontecia ao seu redor: a hora havia chego. Não estava preparada, mas sabia que nunca estaria, não para aquele discurso. Calmamente, levantou-se e caminhou até o pequeno palco, evitando pousar os olhos sobre o caixão que guardava o corpo de Fred Weasley. 

  — Eu pensei em inúmeras maneiras de começar isso, reescrevi esse texto mil e uma vezes e quando achei que estivesse pronto, percebi que nada disso era o que Fred iria querer. a garota suspirou, olhando reto, evitando a própria família. — O fato disso tudo ter acontecido tão rapidamente nos faz pensar que não temos como prever o futuro. Isso já era claro para mim antes, mas acabamos nos envolvendo com tantas outras coisas que esquecemos que não temos o amanhã garantido. Fred e eu tínhamos muita enrolação envolvida, até demais, e todo mundo sabe disso. E apesar de não estamos mais juntos, levamos isso como garantia de que nunca iríamos acabar, querendo ou não, estávamos vivendo como se o que tínhamos vivido antes ainda fosse real. E por mais que não estivéssemos em nossa melhor fase, tenho certeza que nada dentro de nós mudou. Por isso tenho plena certeza que posso dizer que Fred não gostaria de nos ver nesse estado, seu objetivo sempre foi fazer as pessoas rirem, e posso dizer que ver-nos assim apenas o faria mal. Eu sei que dói, por Merlin, eu sei. Tem três noites que eu não durmo. Hermione forçou uma risada nasalada antes de prosseguir. Mas o fato dele não estar mais aqui não muda o objetivo. Acho que é nisso que temos que nos agarrar, porque pelo menos assim, a cada risada, vamos saber que ele está aqui, que ele está conosco. baixando o tom de voz e finalmente olhando para o caixão, Granger findou:  Eu te amo, Fred Weasley. Isso não vai mudar não importa o que aconteça, e você sabe disso. Nosso pequeno infinito valeu por mil vidas e eu sou grata por isso. Ainda estarei aqui quando você voltar. 

  Sem mais delongas e deixando uma lágrima escorrer, Hermione desceu do pequeno palco, caminhando sem pressa até a cadeira onde estava, pegando Rose no colo quando a filha se aproximou e prendendo a respiração ao ver Júlia parada em pé, encarando-a com um sorriso no rosto antes de falar:

Eu disse, Hermione. Fred é meu, de mais ninguém. Não importa o preço que precise pagar por isso. a morena riu, tirando a varinha do bolso e apontando-a para Granger. Mas não se assuste, você não tem mais nada com o que se preocupar. Porque Fred se foi, e você também vai, mas vai para o inferno, longe dele, que o que você merece. Avada Kedavra! 

 

  Hermione acordou assustada, enrolada no edredom de Draco. Respirando fundo, olhou ao redor, o relógio na mesa de cabeceira marcava quase cinco da manhã e ela soube que não voltaria a dormir, pelo menos não naquele dia. Sentando-se na cama, sentiu a cabeça latejar e o corpo voltar a doer insuportavelmente no local do machucado mais recente, fazendo a garota suspirar. Procurou por Draco, que dormia calmamente na poltrona perto da porta, as fundas olheiras escondidas por uma mecha de cabelo que caía sobre o rosto ainda pálido. Com um sorriso no rosto, caminhou até ele, colocando a mecha para trás e cobrindo-o melhor antes de sair do quarto, apenas de meia e com a camisa dele, que vestira após o banho, e foi até a sala, sem saber direito o que fazer: estar no apartamento de Draco nunca havia sido estranho, era como estar em casa, mas naquela noite tudo parecia diferente. Por mais que não quisesse admitir, Hermione estava assustada: não queria acreditar que Júlia pudesse ser responsável pelo ataque no Ministério, mas sabia que existia a possibilidade daquilo ser real e aquilo a assustava mais do que o próprio Voldemort. 

  Abraçando o próprio corpo e ignorando o nó que se formou na garganta, a morena caminhou até a estante, passando a mão pela lombada dos livros de Draco, organizados por assunto. Admirava aquilo nele, a organização que ele conseguia manter com tudo, principalmente com os livros, ainda mais os que envolviam sua profissão. Admirando os títulos, reconheceu aquele que Malfoy havia pego em sua casa, sobre cicatrizes e como escondê-las, o que a fez sorrir mais ainda. Ainda sentindo-se mal, foi até a cozinha, servindo um copo de água e tomando lentamente — todo e qualquer movimento que fazia aumentava sua dor, e ela sabia que nisso Júlia havia sucedido. Com esse pensamento, sentiu o corpo arrepiar, lembrando vagamente do corpo sem vida de Fred em seu sonho. 

Não era a primeira vez que sonhava com aquela cena, e todas as vezes tinham o mesmo final: o raio verde em sua direção e o sorriso triunfante de Júlia no final.

Suspirando mais uma vez, a morena largou o copo na pia, voltando para o quarto de Draco ainda em silêncio. Checando o rapaz mais uma vez, pegou no guarda roupas dele um moletom fechado e o vestiu, guardando a varinha no bolso da frente logo após vestir a calça jeans que havia jogado em um canto do quarto e desceu descalça para a sala, onde aparatou. Sabia que era cedo, mas também sabia que havia uma pessoa acordada a essa hora, e essa pessoa era justamente com quem precisava conversar. 

(...)

— Eu não sei se fico feliz por você estar bem ou se fico brava por ter se metido nessa confusão. Por Mérlin, Hermione Granger!

— Não tinha muita coisa que eu pudesse fazer, Cissa. Além disso, — Hermione se acomodou melhor no sofá, tentando ao máximo disfarçar a dor que não a deixava em paz. — eu nunca pedi por tudo isso, você sabe que fiz tudo o que ela pediu. 

— Eu sei, e isso é o que mais me indigna! — a loira largou a xícara de café na mesinha de centro, sentando-se mais para a ponta da poltrona enorme. — Por que não procurou ajuda? Alguém poderia ter desmascarado essa… garotinha. 

— Porque nós duas sabemos que ninguém poderia ter feito nada. Mas não foi só por isso que vim até aqui. Precisamos conversar antes que Draco ou Rose acordem, até porque, se seu filho acordar e não me encontrar, é bem capaz de acionar o departamento de buscas imediatamente. — as duas riram enquanto Hermione tirava da bolsinha de contas uma caixinha retangular e um envelope dourado com o brasão do Ministério da Magia estampado em seu verso. — Ainda faltam alguns dias para que se torne oficial, e está tudo explicado nessa carta do Ministro, mas ficarei feliz em responder qualquer uma de suas dúvidas. O Ministro achou mais sensato lhe avisar antes, porque a mídia cairá em cima de você, não importa o quanto nos esforcemos para esconder isso de todos. 

— Hermione, isso… — Narcisa suspirou, levando as mãos a boca, e deixando pequenas lágrimas brotarem nos olhos. — Por quê?

— Porque você merece, nada além disso. — Hermione segurou a mão da Malfoy, que agora tremia. — Quando ajudamos o ministro com a sentença, fizemos um acordo, eu e ele. Achei que fosse hora de cobrar minha parte. Isso não é por Draco, se é o que está pensando: ainda não nos falávamos quando o acordo foi firmado, acho que bem lembra disso. Essa é sua segunda chance, Cissa, aproveite-a. 

— E-eu… Eu não sei o que dizer! — a senhora se permitiu chorar com a notícia que recebia: estava livre, depois de longos cinco anos trancada dentro de casa, longe de qualquer um e longe da magia. — Não sei como lhe agradecer, Hermione. 

— Você sabe que não precisa. — a morena a abraçou, com um enorme sorriso no rosto. — Mas se faz tanta questão, leve Rose ao parque. Acho que as duas irão adorar o passeio. — as duas riram, aproveitando a felicidade momentânea por mais alguns minutos antes de um dos elfos avisarem que Rose estava acordada, guiando Hermione pela mansão que ainda temia. Poucos instantes depois, já se via abraçada à filha que fazia mil e uma perguntas sem parar para respirar, prestando atenção enquanto Hermione respondia a todas elas, incluindo a sobre o terrível corte em sua cabeça. 

— Mamãe, o papai Draco voltou para casa? — Rose questionou tímida enquanto voltava para a sala de estar no colo da mãe, escondendo o rosto nos cabelos soltos de Hermione. Assim que recebeu a confirmação, suspirou ao confidenciar: — Ainda bem, mamãe. Eu pensei que ele tivesse abandonado a gente, que nem o papai fez por causa daquela bruxa. 

— Eu sei, para ser sincera, eu também fiquei com medo. — Hermione acariciou os cabelos de Rose, parando no caminho. — Mas ele nunca faria isso com a gente, nenhum dos dois. 

— Eu sei. — Rose suspirou, ainda abraçada na mãe. — Você deixa eu ficar na vovó Cissa o dia todo? 

— Achei que quisesse passar o dia conosco hoje. — Hermione estranhou o pedido da filha, largando-a no chão. 

— Sim, mas tia Gina disse para o tio Harry que você e o papai Draco estavam precisando de um tempo sozinhos para resolver o problema falso de vocês, e ultimamente tia Gina está sempre certa, então… — a pequena deu de ombros, deixando Hermione boquiaberta com o que acabara de ouvir, sabendo que havia corado até a raiz dos cabelos. 

— Ela não disse nenhuma mentira, sabe. — Cissa sorriu, aproximando-se de Hermione assim que Rose correu para a mesa de café, recém posta. — E não adianta me olhar assim, Draco não consegue esconder muita coisa de mim por muito tempo, ele é meu filho afinal de contas, e digamos que ele não precisou ter que contar sobre o problema falso de vocês dois. Esteve na cara por tempo demais, minha querida. 

— Eu não…

— E nem precisa, Hermione. Sei que vocês dois têm dormido juntos nas últimas noites, sou uma ótima legimente se esqueceu disso. — Malfoy sorriu, fazendo Hermione corar ainda mais. — Nunca precisei da varinha para ler mentes, ainda mais a de Draco, e para ser sincera, não é necessário ler mentes para notar que vocês estão nisso: é só olhar para os dois quando estão juntos ou quando falam um do outro. Pergunte à Gina se ainda tem dúvidas, ou melhor, pergunte a Harry.

— Eu vou para casa. — a morena decretou, constrangida o suficiente para o dia todo e fazendo a mais velha gargalhar. Despediu-se de Narcisa Malfoy e da própria filha e caminhou até os portões da mansão, onde os feitiços se desfaziam.

Ainda era cedo e, enquanto sentia o vento frio de setembro bater no rosto, Hermione mudou de ideia: aparatou até Londres trouxa, onde comprou cafés e sanduíches de um de seus lugares favoritos. Sem muita pressa, foi até o Beco Diagonal, caminhando sozinha até a vitrine que dava diretamente na entrada do hospital. Cumprimentou alguns curandeiros conhecidos enquanto rodava os corredores até o quarto de Rony, onde encontrou o amigo acordado, observado Claire dormir na poltrona ao lado da cama. Em silêncio, Hermione cumprimentou-o, largando o café da manhã em uma mesinha perto da janela, a qual abriu uma fresta, deixando os raios de sol entrarem. 

— Como se sente? — perguntou, sentando-se ao lado da cama do amigo, que sorriu ao responder:

— Melhor, bem melhor. E você? Harry me contou o que você aprontou, doutora Malfoy.

— Não fiz nada demais. — a garota deu de ombros, suspirando. — Além de, é claro, fazer com que muita gente se machucasse.

— Isso não foi sua culpa, Mione. — Rony retrucou, vendo o olhar da amiga vacilar. — Não é sua culpa se Júlia fez isso, você sabe.

— Se realmente foi ela, Ron… Que outros motivos ela teria? — Granger passou as mãos nos cabelos, bagunçando-os um pouco sem querer. — Não estamos em guerra, não estamos perseguindo nenhum seguidor de Voldemort, nenhuma outra seita ou algo do tipo. Isso tudo nós já resolvemos, mas esse ataque? Não existe razão plausível para isso.

— A não ser, é claro, que ela seja uma maníaca obsessiva pelo Fred. E por você. — Claire comentou, esticando-se na poltrona e se aproximando do namorado depois de dar bom dia e aceitando de bom grado o café que Hermione entregou-lhe. — Acho que você assiste filmes trouxas, Mione, sabe muito bem como essas coisas funcionam. 

— É loucura. Eu estava um oceano longe quando eles começaram a namorar, e…

— Fisicamente. — Rony interrompeu-a, sorrindo. — Nós todos sabemos que ele não parou de pensar em você. 

— Mas não justifica todas as ameaças, tudo isso. — Hermione suspirou, querendo ignorar o comentário. 

— Não para nós, mas talvez faça todo o sentido do mundo para ela. — Claire deu de ombros, encerrando o assunto e conversando sobre qualquer outra coisa, tentando melhorar o clima do local. Avisou que Rony sairia logo, e que haviam combinado de almoçar com os Weasleys n´A Toca, convidando Hermione, que negou agradecendo. Sabia que era brincar com fogo aparecer na frente de Júlia após os últimos acontecimentos.  

O trio conversou por longos minutos, colocando a conversa em dia até o curandeiro responsável por Rony entrar no quarto, liberando o ruivo para ir para casa. Despedindo-se dos amigos, a garota voltou para a casa de Draco, que correu para a sala ao ouvir o estalo da aparatação.

— Não sei porque eu tive a ilusão de que você ficaria em repouso por pelo menos uma noite inteira. 

— Foi você quem disse que sabia que isso não aconteceria. — Hermione sorriu, caminhando lentamente até a cozinha, usando a varinha para ligar a cafeteira. — Fui buscar Rose, mas parece que ela não quer voltar para casa tão cedo e como você ainda estava dormindo, aproveitei para ver Rony no hospital já que não tivemos a chance de conversar ontem. Ele teve alta, foi com Claire para casa, então..

— E você não sabe o que fazer agora. — Draco concluiu, revirando os olhos ao sorrir e se aproximar de Hermione. — Como se sente?

— Ainda com dor, mas melhor que ontem. 

— Teve outro pesadelo? — o loiro questionou, passando os dedos levemente pelo corte na cabeça de Hermione, que fechou os olhos. 

— É sempre o mesmo, todas as noites dessa semana. — Hermione suspirou, olhando para Draco. — Não faço ideia do que isso signifique. 

— Nada, porque nós vamos resolver tudo isso. — Malfoy sorriu, dando-lhe um leve beijo na testa, caminhando em seguida até o balcão e enchendo uma xícara com café. 

— Por que não dormiu na cama? — a morena questionou depois de alguns instantes de silêncio, observando as costas de Draco tensionarem ao falar. 

— Para te deixar mais confortável. — ele comentou em voz baixa, de costas para Hermione. 

— Por quê?

— Por que? Porque você está machucada, e precisava descansar. — Granger parou ao lado do rapaz, tirando a xícara de suas mãos e forçando-o a olhá-la. 

— O verdadeiro motivo, Draco. Por quê? — os olhos cinzas pareciam uma tempestade prestes a cair mas isso não intimidava Hermione, não mais. Não sabia mais definir nada entre ela e Draco, principalmente naquele momento, mas essa era uma questão que não podia deixar em aberto: desde que os dois haviam se encontrado em um dos corredores lotados do hospital onde estavam estudando em Buenos Aires, o destino havia os tornado inseparáveis, ainda mais quando Draco descobriu sobre a gravidez de Hermione, o que os dois desconfiavam ter sido o ponto chave para ficarem tão próximos, já que, além de Molly, mais ninguém sabia sobre isso. 

Draco era como uma luz no fim do túnel em meio em toda aquela confusão, e nenhum deles sabia dizer como foi que tudo aquilo se formou, apenas sabiam dizer que, em algum momento entre o estágio e a gravidez de Hermione, viviam um na casa do outro, ajudando-se com bobagens e rotinas diárias, bem como os desejos malucos da garota ou os pacientes problemáticos que sempre caiam com ele. Apesar de tudo, nunca haviam se visto como nada além disso, bons amigos, e também não era como se tivessem tempo para isso: juntando o estágio, Rose recém nascida, Fred e Astória, que Hermione recentemente havia descoberto ser as várias namoradas que Draco dizia ter, não sobrava tempo para muito mais coisa. Mas agora as coisas pareciam tender para esse lado, mesmo que tentasse ignorar: Fred e Hermione mais distantes que nunca, assim como Draco e Astória, que viviam drama parecido como o de Granger, o que resultava em boas risadas entre os dois, e a tensão que parecia instalar em qualquer lugar que estivessem. 

— Não estamos mais falando da cama, não é mesmo? — o rapaz riu irônico, bagunçando os cabelos que ainda estavam como se ele tivesse acabado de acordar. Vendo que Hermione não desistiria da conversa sem uma resposta, Draco bufou antes de responder: — Pra te dar tempo para pensar, Hermione. Porque nós dois sabemos que tudo o que Fred falou é verdade, e que era só questão de tempo até isso vir a tona e você se tocar que me ter em sua vida era uma burrada. E eu precisava estar longe para me preparar pra isso, porque se você realmente resolver me expulsar da sua vida, eu não faço ideia do que eu vou fazer da minha. 

— Como um medibruxo tão brilhante como você pode ser uma pessoa tão sem escrúpulos, Draco? — Granger suspirou, indignada. — O que é que passa nessa cabecinha para te fazer pensar que as coisas que Fred disse…. Que tudo aquilo era para ser levado em consideração? Ou você acha que estaríamos nessa situação se eu não confiasse em você de olhos fechados? 

— Você sabe que ele disse verdades e…

— E nada. — Hermione interrompeu, levando as mãos ao cabelo solto. — Nós não somos mais adolescentes, Draco, não precisamos fazer isso. Eu conheço você, e eu confio em você e você sabe disso. Isso deveria ser suficiente, mas se não é, eu posso esclarecer isso para você quantas vezes precisar. — a morena deu um passo a frente, segurando o rosto do rapaz com uma das mãos antes de sussurrar em meio a um sorriso: — Eu não vou te expulsar da minha vida, nem agora nem nunca. Quem cozinharia para mim e Rose? — os dois riram antes das mãos de Draco pousarem suavemente na cintura de Hermione, puxando-a para mais perto enquanto os dois ainda se olhavam, os olhos castanhos dela refletindo nos olhos cinzas de Malfoy, que ainda estavam escuros. Sem pensar muito, a garota tomou iniciativa, beijando Draco suavemente e sorrindo quando se separaram, não muito tempo depois, ouvindo um estalo vindo da sala de estar e se deparando com Harry e Gina, acompanhados por Rony e Claire, que não demonstraram ter visto nada. Ainda sorrindo, os dois foram até a sala, cumprimentando os amigos e abraçando-os, após Draco sussurrar para que apenas Hermione pudesse ouvir:

— Continuamos isso depois.


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Notas finais do capítulo

Muito obrigada, Patti, pela recomendação maravilhosa!! Morri de amores!