P.O.V Charlotte

O dia havia sido muito agradável naquele final de tarde com Violet, eu esqueci o quanto eu e ela juntas eramos divertidas juntas, eramos uma família, sim, parecíamos irmãs e eramos realmente. Falei com meus tios pais da Violet. Bem, e vi o motivo de Violet estar um pouco mais afastada dos pais dela, havia um pequeno membro na sua família, a mãe de Violet, Vivien, ela lembrava tanto minha mãe. Lembrar da minha mãe era algo que mexia muito comigo, o seu jeito era o mais doce que eu conhecia e talvez fosse culpa minha por ela ter morrido, eu deveria ter a salvo, mas eu sempre tento me esquecer desses meus pensamentos, odeio o fato de alguém pensar que sou fraca demais.

Arrumamos nossa cama - eu iria dormir com Violet - eu estava cansada mas vi que Violet realmente parecia animada de ter alguém ao seu lado, então resolvi entrar no seu clima, assistimos um filme e como sempre, Violet era a primeira a dormir, era engraçado aquilo, desliguei o filme e fui dormir, estava cansada.

Acordei, e me lembrei que hoje era dia 31 de Outubro, minha época do ano favorita eu e Violet poderíamos sair hoje, é realmente, hoje seria um ótimo Halloween. Eu e Violet decidimos sair pra ela me mostrar o que conheceu daquela cidade. Senti um peso de olhar sobre mim, e resolvi me virar para ver

Então eu vi ele, ele era lindo, tinha cabelos pretos e seus olhos pareciam duas perolas negras - de longe era o garoto mais lindo que já vi - e parecia que ele conhecia Violet.

Ele e Violet se olharam instantaneamente, eu não sei o que aquilo era, mas vi que ele deixava Violet nervosa.

– O que é isso? – Perguntei me referindo ao seu olhar ao garoto e ela pareceu ficar corada – O quê? Acha que eu não percebo seus olhares, só não quero que role beijo perto de mim, sério! - Falei e nos rimos, então saímos de lá, sentia que algo a cada passo que dávamos, algo nos seguia. – Violet – Falei mas ela parecia meia desconcentrada - Acho que tem algo nos seguindo.

– Não é que... Quando chegar em casa preciso te contar algo – Ela gaguejou nervosa.

– Qual nome dele? – Perguntei me referindo ao garoto - Por que ele está nos seguindo?

– Tate – Ela respondeu - Eu não acho que estamos sendo seguidas.

– Tate? Hm – Olhei para trás e vi que ele havia se escondido, ótimo pensei comigo mesma. E voltei pra Violet e ela parecia estar chocada que o garoto ainda a seguia, ela ainda abria a boca para falar algo mas logo fechou, fazendo com que eu ficasse mais intrigada com o garoto!

– Vamos, temos que voltar para casa – Ela falou me puxando.

– Não, eu não vou voltar, eu quero saber agora o porque que ele esta nos seguindo, ele é um doido por acaso? – Perguntei, mas ainda não havia elevado meu tom de voz.

– Temos que ir - Comentou assustada - Eu não gosto de estar no mesmo lugar que ele. Ele às vezes pode ser agressivo - Falou sussurrando.

– Ninguém pode mais me machucar Violet, e eu queria muito lhe contar o porquê - Falei olhando para trás e vi que o garoto havia sumido - ótimo - me sentia muito mais aliviada.

– Você nunca foi de segredos comigo! Precisa me contar - Ela insistiu.

– Ah, vamos comparar segredos? Então me fale os seus Violet! Porque me esconde tantos segredos? Você pode ter gostado de me ter aqui, mas porque toda vez que olho pra você parece que esconde segredos Violet! – Gritei - Eu te conheço Violet.

– EU ESTOU MORTA, você não entendeu ? – Ela gritou.

– Você o quê? - Perguntei assustada não acreditava no que eu tinha acabado de ouvir.

–Eu morri, mas aquela casa estúpida aprisiona todos as almas que morrem - Ela falou mas não me olhava assustada - ela não se importava com aquilo, aliás - ela me olhava também querendo que eu falasse o meu, depois de um tempo que eu respirei, resolvi também contar o meu também.

– Bom, já que você insiste - Falei suspirando - Eu estou morta também!

– O quê? Mas como? Onde? - Perguntava nervosa, e eu realmente estava com medo de magoar minha pequena.

– Bem eu vou te contar a minha história, lembra quando minha mãe morreu? E eu te contei que foi meu próprio pai? E que ninguém acreditou em mim? Depois que eu fugi, ele me encontrou e me matou da forma mais brutal que pode se existir na vida, e desde então venho andando sem rumo – Contei minha curta história

– Eu... Eu sinto muito, mas como você pode sair? Todos que morrem naquela casa que eu vivo só pode sair hoje no Halloween, depois disso estamos o resto do ano lá... - Falou com seus olhos tristes

– Eu não sei Violet, eu ando por aí á muito tempo – Falei suspirando. Ela me parecia menos mal naquela história, e isso me animava um pouco.

Voltamos para casa, e falamos minha história para seus pais. E depois decidimos aproveitar o tempo que ainda temos que ela pode sair. Ela me chamou para ir numa praia, disse que era especial para ela.

– Então – Comecei – Não vai me contar sobre você e o tal do Tate? Puxa, ele é um gato mesmo - Falei brincando com ela que riu da minha cara.

– Eu... Eu gosto dele mas, ele cometeu muitos erros – Ela falou.

– E daí? Todos cometemos, dê uma chance ao rapaz – Eu incentivei.

– Ele matou pessoas, teve algo com minha mãe que fez ela ter o bebê monstro que matou ela, mas ela não sabia que era ele . E eu pedi pra ele ir embora e todas as vezes que eu vejo ele, dói – Ela falou e ficamos nós olhamos, puxa, nunca vi Violet falar assim. Ela estava apaixonada mesmo?

– Eu sinto muito – Sussurrei.

Voltamos para casa, Violet ficou na calçada aproveitando cada momento de liberdade, eu a entendia - de um certo ponto - ela ficava conversando, via crianças pedindo doces ou travessuras, eu a lembro fazendo isso. E quando chegou a hora, eles tiveram que voltar, e vi o olhar triste de Violet e vi todas aquelas almas sem rumo, voltando para casa.