Stars Auslly escrita por C H C


Capítulo 36
Fãs & Pedidos


Notas iniciais do capítulo

Heey! Nem demorei, né? :3 Esse é um capítulo bem especial, que eu gostei bastante, apesar de não ter realmente amado - só o final, haha. Bom, aproveitem lendo, e desculpe se ele for muito grande e enjoativo T.T



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Apoiei o meu braço no piano da loja. Ally ainda estava com os olhos arregalados e vidrados, quase como se estivesse sem vida. Fechei os olhos com força para tentar fazer com que minha respiração retornasse ao seu normal.

–Está brincando. - sussurro, com o ar acumulado em um dos lados das bochechas. Trish ergue uma sobrancelha a mim, com um olhar desafiador. Eu a encaro assustado com as circunstâncias. - Nós jamais nos expomos. O que aconteceu?

–Aparentemente nós - seu dedo alternou entre ela própria e Dez. - pegamos um vídeo romântico de sua câmera. Eu acho que foi quando vocês disseram “Eu te amo” um para o outro. Nós editamos, tiramos as partes mais, uh, melentas e colocamos na internet. - ela sorriu estufando o peito, demonstrando estar orgulhosa de seu trabalho - embora eu suspeitasse de que Trish não tivesse contribuído para o projeto.

–Você não poderia ter feito isso! - gritei. Alguns olhares dos clientes foram direcionados a mim, porém eu os ignorei. Ally agarrou-se ao meu braço e olhou para cima de um modo hesitante, acenando positivamente com a cabeça, em concordância comigo. Pude perceber a sua mão firme em mim, apertando, e ainda assim trêmula.

–Bem, eu acho que vocês ainda nos agradecerão mais tarde. - Dez opiniou, com uma das mãos dentro das calças coloridas. Trish assentiu com uma expressão séria e deu um passo à frente.

–Vocês agora são conhecidos como o casal estrela. Eu não desperdiçaria esta oportunidade, que é igualmente grande para cada um de vocês dois. E eu também não duvido de que aquelas quatro garotas estão vindo para cá com celulares e canetas em mãos para saírem sem autógrafos ou uma conversa amigável. - Trish apontou para algumas adolescentes que vinham por trás de nós, com olhares surpresos e empolgados. Forcei um sorriso amarelo em sua direção, vendo que Ally fazia o mesmo, timidamente, e acenava em sua direção. As garotas vibraram em um canto da loja, aproximando-se mais.

Respirei fundo, não sabendo como lidar com o momento. Ally agarrava-se ao meu braço e levantava o seu rosto a fim de encarar-me com os olhos temerosos. Virei-me de frente para ela, levando a minha mão até sua bochecha e acariciando. Seus olhos se fecharam lentamente para depois se abrirem. Sorri sinceramente enquanto lhe dava um beijo em sua testa.

As mãos de Ally ficaram por cima das minhas, que ainda estavam em seu rosto fino. Seus olhos castanhos demonstravam gentileza e ela mordeu o lábio, sorrindo de uma forma fraca. Soltei uma risada pequena e entrelacei os nossos dedos.

–Isso é tão fofo. - alguém sussurrou próximo a nós. Eu e Ally nos viramos de frente para a pessoa, e eu pude notar um certo rubor em nossas faces por um dos vidros da Sonic Boom. As garotas estavam em frente a nós, sorrindo animadamente.

–Oi, meninas. - eu cumprimentei com um sorriso, estendendo a mão. As quatro apertaram com gritinhos histéricos.

–Tudo bem? - Ally perguntou timidamente. Eu a encarei um tanto surpreso enquanto as quatro batiam palmas enquanto trocavam beijos na bochecha de cumprimento com Alls. Sorri orgulhosamente, colocando a sua mão na minha novamente.

–Oh, meu Deus, vocês são realmente Ally Dawson e Austin Moon?! - uma delas pulou, com uma voz fina. Ally corou, encarando o chão, e eu ri mais, depositando um beijo no topo de sua cabeça. - Isso é incrivelmente fofo. Oh, eu posso tirar uma foto Auslly?!

–Auslly? - inquirimos em uníssono. Era fofo. Era engraçado, também, o modo como os nossos nomes poderiam combinar juntos, embora também fosse definitivamente estranho. - Bom, eu acho que não tem nenhum problema. E você? - pergunto, encarando a castanha ao meu lado.

–Desde que você esteja lá. - ela sorriu, enrubescendo. Alarguei o meu sorriso, puxando-a para mais perto de mim. Ally virou os seus olhos, do chão, para mim e encostou as nossas testas, com as mãos em meus ombros. Apertei-a mais contra mim, as minhas mãos em suas costas.

–Obrigada! - a mesma garota continuou. Em Ally, dei um selinho enquanto nos virávamos novamente para elas. - Um autógrafo, por favor? Eu acho que vocês são o casal mais fofo que eu já encontrei ao vivo!

–Não que ela tenha encontrado algum famoso na vida. - uma de suas amigas comentou, fazendo-nos rir, exceto pela garota da foto, que fechou a cara. - Podem assinar, por favor, por favor?!

–É claro. - respondemos, assinando os seus papéis. As quatro pulavam segurando as folhas contra si mesmas. Nós rimos observando-as. - Nem ao menos sabíamos que éramos famosos.

–Não?! - exclamaram, surpresas. Balançamos a cabeça em negação, vendo seus queixos caírem com a notícia. - Bom, eu estou feliz que saibam agora. Austin, pode dançar comigo, por favor?! - uma delas implorou. Abri a boca e encarei Ally, mordendo o lábio. Ela parecia atenta e sorriu com o pedido, apertando a minha mão e soltando-a. - Não, tudo bem! Não precisa…

–Hey, está tudo bem. - Ally deixou um sorriso tímido escapar. As quatro encararam-se, e as outras três lançavam à garota do pedido olhares furtantes. - Vão lá. Eu quero assistir! - completou, com um pulo pequeno. Rolei os olhos ao constatar a sua empolgação e dei um beijo em sua testa. Caminhei a pequenos passos até a garota, que ainda encarava Ally com hesitação, e estendi a minha mão.

–Aceita? - perguntei, erguendo uma sobrancelha sugestivamente. Ela riu e soltou um agradecimento a Alls, corada.

Caminhamos até um canto da Sonic Boom, onde não atrapalharíamos a circulação, e começamos uma dança lenta. A garota não parecia desconfortável, porém lançava alguns olhares para as amigas durante a valsa, demonstrando estar constrangida. Eu ri de seu pequeno nervosismo.

–Sabe, Ally foi muito legal. Ela não parece ser nenhuma garota metida a famosa. - comentou, após dois minutos em silêncio. Eu sorri.

–Ela não é. - afirmei. - É a garota mais incrível que eu já conheci.

–A propósito, sou Barley. - ela sorriu. - Eu tenho certeza de que ela é. Como vocês viraram namorados?

Relatei o primeiro encontro como estranhos dentro de um ônibus irritante. Como nos reencontramos em minha casa após alguns dias, quando soubemos que nossas mães eram amigas um tanto próximas. Como viemos a implicar um com o outro por conta das nossas diferenças em personalidades, atitude e gostos. Como resolvemos que iríamos dar uma chance para a nossa amizade, considerando que nos entendíamos através da música. Como Ally tornou-se a minha compositora por brincadeira, o início de nossos vídeos. A sua partida para Miami, como ficamos sem contato por anos, a saudade que sentimos. Ocultei a parte sobre o seu sequestro, sobre como o seu pai quase matou-a por não ser realmente o seu parente. Sobre a parte dos crimes, sobre a minha irmã, Cassidy. Somente contei que éramos ambos órfãos.

–A história romântica é um pouco trágica. - opiniou. - Daria um ótimo filme. Ou um livro.

–Livro? - fiz uma careta que a fez rir. - Eu acho que livros são uma coisa que eu posso evitar, mas eu sei que ela, não. - apontei com a cabeça na direção de Ally, que conversava e ria com as amigas de Barley.

–Algumas de nós adoram livros.

–Vão se dão super bem com Alls.

–Já estão. - nós soltamos uma pequena risada. Barley soltou a minha mão e recuou um passo, que eu compreendi como o fim de nossa dança. Sorri enquanto nós dois retornávamos para o resto delas e Trish e Dez, que haviam juntado-se à conversa.

–Austin! - Ally exclamou quando notou a minha presença ao seu lado. Seus olhos brilhavam enquanto ainda trocava algumas palavras com as garotas. Passei meu braço por seus ombros, e o dela foi ao redor de minha cintura.

–Nem sentiu a minha falta? - brinquei.

–Nunca. - retribuiu, rindo. Fiz um muxoxo. - Não funciona, Monica.

–Ally! - soquei-a fracamente no braço, vendo-a rir. - Não diga.

–Elas são as suas fãs, precisam saber que… - tampei a sua boca antes que concluísse a sentença. Todos riam ao nosso redor.

–Na verdade, somos fãs dos dois. - Barley falou. As outras concordaram.

–Viu? Acho que elas também merecem saber um segredo seu…

–Você não sabe nada que possa me comprometer. - Ally sorriu inocentemente. Bufei, derrotado.

**

–Eu ganhei nessa! - Dez levantou-se, rindo, e dançando estranhamente. Bufei, colocando o controle remoto ao chão e jogando todo o meu peso no sofá enorme. - Isso deve ser muito difícil para você, Austin.

–Ei! Não foi uma rodada justa! - protestei, dando um tapa em seu dedo, justamente à frente do meu nariz.

–É claro que foi! - grunhiu. - Amador.

A campainha soou estridente em nossos ouvidos. Troquei um olhar cúmplice com Dez, que havia me explicado sobre a visita surpresa - altamente surpresa, corrijo. - para uma grande amiga. Hoje seria um dia surpreendente para quase todos nós.

Ally também tinha consciência de nosso plano. Entretanto, Dez fora o primeiro a saber da surpresa que Trish receberia. Alguns dias após, ou seja, hoje, eu e Ally recebemos a notícia de que já possuíamos um diretor de vídeos e uma empresária, embora nenhum dos dois fosse realmente profissional, considerando que nem havíamos ao menos entrado para a faculdade por enquanto.

Para agradecer a Trish por nos empresariar, iríamos lhe dar uma grande surpresa. Bem, eu não poderia esperar pela hora. E para ver a sua reação. Ally estava mantendo-a ocupada na cozinha e ao quarto de Dez enquanto não estávamos prontos.

Corremos, disputando para quem abriria a porta. Dez me acotovelou na barriga enquanto empurrei-o para cima de uma das poltronas à entrada. Chegamos, ambos ofegantes, e abrimos o portal ao mesmo tempo.

–Jace! - murmuramos entre respirações ofegantes.

–Uh, vocês estão bem? Quero dizer, vocês parecem um pouco… cansados? - ele perguntou, com uma expressão estranha. Eu assenti com a cabeça, sem fôlego, enquanto Dez desmoronava ao meu lado. Rolei os olhos, ajudando-o a subir novamente.

–Nós só corremos um pouco. - explico, lhe dando passagem para entrar. Ouço gritos um tanto distantes provindos da cozinha e tampo os ouvidos, imaginando o que Ally estaria enfrentando para distrair Trish. Vejo o olhar perdido de Jace. - Trish e Ally. Nós não contamos.

–Obrigado. - ele pareceu realmente aliviado. Dei um sorriso e um tapa fraco em suas costas, puxando-o para mais adentro. - Se importa se fizermos isso agora? Antes que a minha coragem se esgote?

–Não, não me importo. - sorrio. - Vou buscá-las. Você fique aqui… Uh, cuidando de Dez? - arrisco, mostrando Dez com a ponta do queixo. Jace assente, apesar de mostrar-se desanimado com a ideia. Dou uma risada comigo mesmo e corro para a cozinha. - Meninas? - pergunto. Percebo que interrompi uma conversa agitada sobre os respectivos namorados de ambas. Direciono a Ally um sorriso convencido, enquanto a vejo revirar os olhos com um sorriso.

–O que você quer, Austin? Eu sou a sua empresária, não a sua babá. - Trish reclama, apoiando-se contra a cadeira. Bufo, encarando o teto por um momento, tentando me lembrar de minha pequena missão. Estalo os dedos.

–Temos uma surpresa para você. - digo e pisco na direção de Ally. Trish nos encara fixamente com um olhar estranho, notando a nossa cumplicidade, e apenas assente com um murmúrio irreconhecível. Ignoro e recuo para o lado a fim de deixá-la passar pela porta da cozinha, porém agarro o seu pulso para fazê-la nos esperar. Ally corre para o meu lado.

Nós caminhamos sob os resmungos de Trish para a sala de estar de Dez. Percebo que Jace não está à vista, porém o ruivo não está mais largado sobre o chão e, sim, sentado comportadamente no sofá observando o nada. Toco o seu ombro, fazendo-o pular com o susto.

Antes que Dez tivesse a chance de gritar, algo barulhento atraiu a nossa atenção. Por trás de nós. Trish gritou.

–Jace?! - seu sorriso era incabível em seu rosto. Nós rimos com a sua mudança de humor com a presença do namorado.

–Trish. Eu tenho uma proposta. - havia um violão preso em seu pescoço. Jace o tirou, dando-o a mim, e puxei Ally comigo para um dos cantos de uma poltrona espaçosa para nós dois. Comecei a dedilhar as notas, e a voz calma de Ally entrelaçou-se à minha, como havíamos combinado mais cedo. - Eu não sei como provavelmente você gostaria que isso fosse. Mas é o único modo que eu tenho de demonstrar agora. Sei que você prefere que não seja nenhum lugar público porque acharia que passaria vergonha e me bateria em breve. - ele ri. Trish cobre a boca, os olhos lacrimosos. Dez começou a sua gravação.

“Desde quando nós nos encontramos, o meu mundo foi feliz. Por um incrível momento eu pensei na possibilidade de nós estarmos em um altar ao mesmo dia em que você tomou conta de minha cabeça. Foi um momento bobo, eu sei, embora eu soubesse que nós dois possuíamos interesses mais do que amigáveis um no outro.

“Eu pensei em todas as maneiras para te fazer sorrir desde que nós começamos a sair, desde que eu pedi-te em namoro. Eu não imaginava que você se tornaria tanto para mim. Jamais saiu da minha vida, e não deixou que ninguém mais entrasse nela. Eu acho que deveria fazer isso ao meu jeito, em uma pista de skate, porém eu não consegui encontrar nenhuma aberta e vazia. Então, aqui estou eu. Ajoelhando-me aos seus pés pedindo por uma chance de te fazer feliz… ou mais feliz… pelo resto de nossas vidas. Desta vez, agora, compartilhadas. “

Tomei fôlego mais uma vez juntamente com Ally, sorrindo com o momento de Jace e Trish. Dez chorava, ainda filmando, sem nem ao menos tremer como um profissional. Ally derramava algumas lágrimas e sorria, ainda sem parar o canto. Éramos como arcanjos em um casamento, agora, observando o pedido de matrimônio.

Os olhos de Trish derramavam lágrimas silenciosas, enquanto sua boca continuava coberta com uma das mãos. A outra estava entregue, envolvida pelas mãos de Jace. Ele respirou fundo com um sorriso, sem romper o contato visual com a morena, e retirou uma caixa vermelha do bolso de seu casaco de couro.

–Patrícia de La Rosa, você aceita casar-se comigo daqui há alguns anos, em uma pista de skate? - ele brincou, ainda mantendo o tom sério. Algo me diz que os dois irão, realmente, ter o casamento em uma pista de skate, considerando os gostos que compartilhavam.

–Somente se você parar de me chamar de Patrícia. - ela ajoelhou-se, chorando, à sua frente. Nós encerramos a música. Até mesmo eu derramei uma lágrima, e senti Ally deitando a cabeça em meu ombro. Sorri, puxei-a mais contra mim, e depositei um beijo em sua testa. Ela se virou para que trocássemos um selinho e voltamos a assistir. - Sim. Mil vezes Sim, Jace. - ela sussurrou.


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Notas finais do capítulo

Desculpem qualquer erro! Não tive tempo para revisões... Enfim, o que vocês acharam? Obrigada pelos reviews no capítulo anterior



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