Stars Auslly escrita por C H C


Capítulo 14
Revelações e Consequência ou Consequência? Parte Um.


Notas iniciais do capítulo

Hey, guys c: eu já até defini o fim da história e tals... E eu queria agradecer porque tem 52 pessoas acompanhando e mais de 2000 acessos! Muito obrigada!



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Permaneci com a mão na maçaneta, estático, sentindo todo o sangue de meu rosto e corpo esvair-se. Eu jamais havia duvidado de que Ally não estivesse realmente com Gavin, embora, realmente raciocinando neste momento, a garota havia entregado o jogo com vários sinais quando encontrávamos com o cara.

Somente nós mesmos fomos extremamente burros para não notar. Estava tudo ali, em minha frente, debaixo de nossos narizes, teoricamente esfregando-se em meu rosto.

–Como assim?! – distingui as vozes de Trish e Cassidy em uníssono. Nem mesmo com os gritos histéricos vindos de dentro do quarto pude mover-me ou sair de meu estúpido estado de transe. - Vocês dois pareciam apaixonados.

–Ninguém irá ocupar o lugar... dele. Não mais. Não depois do que nós já tivemos um com o outro. É complicado. Gavin jamais me pediu em namoro, eu nunca aceitei também, e as únicas coisas que nos fazem mais do que amigos são os únicos quatro beijos que trocamos em momentos inapropriados. Eu sei que ele gosta muito de mim, e eu pensei que estivesse pronta, porém atualmente eu já não tenho mais certeza nem de quem eu sou.

A voz de Ally soava tão triste, melancólica. Reprimi minha vontade inútil de irromper pela porta e ir até ela, abraçá-la. Queria dizer que ouvi a conversa acidentalmente - isso está ocorrendo muito comigo ultimamente - e que a notícia sobre seu namoro sequer iniciado havia alegrado-me o dia. Que não havia melhor Natal ou semana, dia, ano, mês, para lhe dizer o quão apaixonado estou por ela.

No entanto, eu não sabia realmente se sua fala era sobre mim. Ally não disse o nome do garoto. Eu nem ao menos sei se fui o seu último namorado, e nem sei se sou o único inesquecível ao qual se refere. Passamos dois anos separados, nem mantivemos contato. Eu não tenho direito de saber sobre nada.

Porém a vontade de ouvi-la contar sobre o misterioso enrolou-me de uma forma trágica; firmei meus pés no chão e encolhi-me mais contra a porta para não deixar de escutar nem meia-palavra, por mais que soubesse o quão errado isso era considerado. Era como se eu fosse um espião, ou um detetive contratado, como em meus sonhos de criança, invadindo uma propriedade para descobrir pistas sobre um crime novo, escutando conversas dos mafiosos para a polícia.

–Acho que não entendi... Quem você conheceu e se tornou amante, então?– agradeci Trish mentalmente, e perguntei-me se alguma delas sabia que eu estava escondido por lá.

–É claro que não é ninguém que eu conheci há pouco tempo... É um amigo. Enfim, depois eu termino de contar a vocês. Dez, Austin, podem sair de trás da porta, eu sei que vocês dois estão escutando! – gelei e devo ter enrubescido. Ally era como uma ninja com visão ultra-poderosa de de Raio X.

–Cara, ela deve ter um olho mágico oculto. Não é possível. - sobressaltei-me com o susto breve e rápido que tomei ao escutar a voz alta de Dez atrás de mim. Com os olhos arregalados, estreitei-os ao encará-lo sentindo-me extremamente confuso. - O quê? Você não é único que se esgueira pra ouvir pela porta!

–Há quanto tempo vocês dois estão aqui fora? Poderiam ter entrado, eu realmente não me importaria de contar sobre o meu não-namoro com o Gavin. - Ally sorri angelicamente para nós dois. Seu perfume, seu cheiro estão tão próximos de mim que respiro profundamente, inalando-o em um estado agora pacífico. Tonto, apoio-me em Dez, fingindo uma pose sexy. Ouço as risadas de Trish e Cassidy na sala de ensaio.

–Foi mal, Ally. - Dez coçou a nuca, claramente procurando uma desculpa para explicar o atrevimento.

–Desculpe. - digo rapidamente, evitando encará-la, sem graça. Os olhos dela apertam-se levemente para então abrir ainda mais seu sorriso.

–Está tudo bem. Entrem. Nós já estamos quase prontas, apenas está faltando o protetor.

–Podemos passar em vocês. Sem malícia. - ofereço, acrescentando a última parte um tanto quanto rápido demais. Mais risadas. Até mesmo Dez gargalha ao meu lado, e minhas bochechas esquentam conforme recuo com os olhos desviados para o chão.

–Seria legal da sua parte. Obrigada. - Ally me puxa para um abraço rápido. Sorrio e a aperto mais. Ultimamente estávamos nos abraçando com muita frequência. Imaginei se eu era o garoto por quem estava apaixonada desde que tiveram um... lance.

Adentrei o quarto um pouco incomodado sob os olhares maliciosos de Trish, Cassidy e até mesmo de Dez, o grande traidor. Ally estendeu-me em sua mão vazia seu protetor solar, e segurei-o com as mãos trêmulas. Virando-a, passei o material em minha mão em suas costas, e logo após em seu pescoço.

O contato físico entre nós não era suficiente para mim. Eu queria abraçá-la e tê-la somente para mim, embora não fizesse a mínima ideia de como fazê-lo. Alguns murmúrios e cochichos nada discretos tomavam conta da sala e me deixavam ainda mais desnorteado, embora eu pensasse que não fosse realmente possível.

O momento torturante terminou após mais alguns minutos. Eu não queria que terminasse, porém fora o melhor para a minha mente atordoada. Eu não estava sequer processando o que estava ocorrendo ao meu redor, não poderia continuar a ficar tão próximo a Ally sabendo que nossos momentos estariam para terminar dali a menos de dois dias.

Minha respiração permanecia descompassada, e eu quase pude sentir a tensão produzida por mim mesmo na atmosfera invisível. Apoiei-me em uma das paredes, quase prestes a transpirar. Se eu não quisesse perder o último parafuso de bom senso que ainda permanecia intacto, eu não podia arriscar-me a ficar tão perto da garota morena e de pequena estatura.

–Gente, nós vamos precisar conversar mais tarde. - sussurrei. Entretanto, estava ao lado de Trish e Dez, que imediatamente tornaram-se estátuas rígidas. Ally não havia escutado, conversando com Cassidy e colocando protetor na mesma. - Não se preocupem.

–Teremos que ir embora, não é? - Trish acena com a cabeça, e percebo que está prestes a chorar. Abraço-a de lado e confirmo levemente com a cabeça.

–Daremos um jeito. Improvisamos. Eu não sei. Mas quero aproveitar isso aqui, se será o nosso último dia vivos. - Dez faz uma careta, misturando a dor à piada. - Então, somente nos conte mais tarde, pode ser?

–De acordo. - murmura Trish.

–Certo. - concordo. O meu objetivo era contar-lhes naquele momento, embora o pensamento fosse mesmo egoísta. O único problema era que eu não aguentava mais a pressão de guardar tudo para mim e, conhecendo-os como eu os conheço, sei que se soubessem iriam aproveitar ainda mais o dia.

Separamo-nos após alguns instantes, com toda a tensão espalhando-se em nossa pequena atmosfera. Caminho lentamente até Cassidy e Ally, admirando-a enquanto posso. Não a loura, mas a morena.

–Hey. - encosto-me em uma porta de uma pequena geladeira presente ali. As duas sorriem. - Então, a que horas vamos? Estão demorando uma eternidade aí.

–Você sequer está pronto, não pode reclamar.

–Resposta errada, Cass. - provoco. - Aqui, eu estou vestido por baixo. Sou muito gostoso para ficar exibindo-me por aí. Você sabe, as duas ficariam com muito ciúmes de mim.

–Sonhe, garoto loiro. Apenas sonhe enquanto pode. Você sabe que logo não terá mais nenhuma Ally para prestar atenção em você. - olho-a espantado. Não fora a minha intenção constranger ninguém, muito menos a mim. Ally encarava o chão no momento, e notei com certa tristeza que evitava olhar-me. Um sorriso tímido cruzou a minha expressão quando a vi corada.

Resolvi apenas quebrar o grande silêncio instalado por ali e comecei a cantar algumas músicas antigas de Ally. As que compunha para mim enquanto estávamos juntos.

When you're on youw own, drowning alone
And you need a rope that can pull you in
Someone will throw it

Embora tenha trocado o meu trecho com o de Ally, ela pareceu captar minha mensagem e sorriu um tanto aliviada. Sua boca contornou-se em um perfeito O quando começou a cantar, e até mesmo Cassidy sentou-se com um enorme sorriso. Não imaginava que Ally pudesse cantar em sua frente; deveriam estar mesmo muito próximas.

And when you're afraid, that you're gonna break
And you need a way to feel strong again, someone will know it

And even when it hurts the most
Try to have a little hope
Cause someone's gonna be there when you don't
When you don't

If you wanna cry, I'll be your shoulder
If you wanna laugh, I'll be your smile
If you wanna fly, I will be your sky
Anything you need that's what I'll be, you can come to me

You can come to me
Yeah

–Caramba, se casem. - Trish levantou-se e, em um movimento altamente rápido, empurrou-me para cima de Ally. Os presentes riram, enquanto tentávamos nos desenrolar sem nenhum sinal aparente de sucesso. Nossas respirações pareciam querer fundir-se em uma só.

Eu estava prestes a beijá-la, porém não era exatamente fácil. Não é como nos filmes que ambos encaram-se e logo partem para um beijo quente. O pescoço dói e o corpo começa a contorcer-se como uma minhoca, sem considerar o fato de que nenhuma distância torna tudo mais fácil.

Ally era tão incrível sendo observada mais de perto. Eu podia senti-la respirando. Eu podia sentir seu coração batendo tão forte quanto o meu. Eu podia me aproximar ainda mais, como estava tentando fazer no momento. Como ela fazia.

–Vocês vão mesmo cair de amores em nossa frente? Não é saudável para uma criança tão inocente quanto Dez. - Trish interrompeu. Olhei-a miseravelmente com raiva, fazendo-a gargalhar sonoramente.

Com uma pequena ajuda de Cassidy, levantei-me de cima de Ally e ajudei em seguida, ainda sem graça e bravo com Trish por ter-nos atrapalhado. Movimentei-me a fim de sair da sala de ensaio e também da Sonic Boom.

–Então, estamos todos preparados? - Cassidy ainda reprimia o riso quando encarava-me. Dei-lhe a língua, enfezado. - Eu estou mofando.

–Eu também, concordo com a Cassie. - Trish aprontou e pôs-se de pé. - Eu quero ir logo aproveitar esse Natal.

Concordamos todos em seguida e saímos em uma batalha pela pequena porta. Não éramos crianças, embora nos parecêssemos muito com algumas. Movi os pés para o meu tão almejado ar frio do Shopping, e logo estaríamos saindo pelas portas automáticas e indo em direção à casa vazia da amiga de Alls.

–Você tem certeza que a sua amiga não irá se incomodar? - pergunto, aproximando-me de Ally. Apoio meu braço em seu ombro.

–Tenho; ela é um pouco ausente. - explicou vagamente sorrindo para mim. Retribuí seu sorriso, já sabendo que não duraria por muito mais tempo. Observei a neve caindo em pequenos flocos lá fora. -Uh, a piscina é aquecida.

Ouvi suspiros de alívio por trás de nós e ri.

–Ainda bem. - murmurou Dez. - Eu não queria comer picles.

–O quê? - Ally virou-se para ele, e por um breve segundo, pensei que fosse estapeá-lo. - Como assim? O que picles tem haver?

–Piscina aquecida e picles, duh. - rolei os olhos, notando o quão sem sentido aquilo era. Puxei Ally pela mão e aprofundamos o toque, como se fôssemos mesmo um casal.

Andamos por mais algum tempo até chegarmos enfim à saída. O ar frio e a neve atingiu-nos em cheio, e coloquei-me na frente como se os liderasse a fim de protegê-los do vento forte. Ally, por mais que estivesse tremendo, não soltou de minha mão e permaneceu ao meu lado, teoricamente entendendo minha atitude.

–Não é muito longe. Na verdade, é ali. - apontou quando viramos a esquina. Meu queixo caiu com a surpresa, e virei-me a ela em uma tentativa desesperada para explicação. Nossos olhares encontraram-se e um sorriso maroto tomou conta de seu rosto.

Aquela era a casa que eu dizia que iria comprar quando éramos pequenos.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que vocês não entenderam muito bem o motivo da surpresa do Aus, até porque uma casa que ele dizia que iria comprar quando criança não é muito revelador. Vocês entenderão no próximo capítulo. E alguém mais notou o quão maduro o Austin está ficando? E a Ally é muito fofa :3 Desculpem hauhauha



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