Guardioes de Deus: a Batalha nos Ceus escrita por cardozo


Capítulo 62
Capítulo 29 - A Batalha




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A Batalha...

 

         Após o jantar todos tinham ido deitar-se. O dia ia ser longo. Arão não conseguia dormir, pensando em tudo o que aconteceu, levantou-se. Andava pelo castelo, encontrava vários Virtudes. Seguiu-os até onde estavam as pessoas feridas ou adoecidas devido ao mal provocado pelo Senhor das Moscas. Um Virtude cuidava de uma garota em uma cama. Arão reconheceu-a.  Ele a  havia salvado.

-Ela vai ficar boa?   Perguntou ao Virtude, com aparência de um senhor já de idade.

-Sim vai, ela é muito forte. Logo estará recuperada. Os sonhos ruins atormentam os que caem sobre os males da doença. Você pode me fazer um favor? Pegue este pano úmido,  passe na testa dela, estamos com muitas pessoas aqui e tenho que olhar muitos outras ainda.

Arão obedeceu o Virtude que foi embora deixando o garoto a sós com ela.

A garota dormia, era muito bela, parecia estar sonhando, às vezes se mexia na cama, alterando suas feições. Arão obedecia passando o pano e observando-a, sua beleza era estonteante. Ela pegou a mão do garoto inconsciente levando-a até seu rosto. O garoto sentiu a suavidade da pele dela em contato com a sua. Ela parecia mais calma agora que segurava a mão dele. Arão reparava em todo seus traços,  até...

A garota começou a se mexer bruscamente, parecia lutar contra algo em seus sonhos, ele olhou para os lados, não havia nenhum Virtude por perto.

-Pai! Pai... Não!  Murmurava ela.

Teve que segurar com força a garota, ela se debatia muito. Por fim ela se acalmou, Arão estava quase deitado sobre a garota, de tanta força que fizera para imobilizá-la. Seu rosto estava próximo ao dela. Krisna abriu os olhos, se assustando com a proximidade do garoto. Empurrou-o, afastando-o de si.

-O que você pensa que esta fazendo?  Exclamou ela estava assustada, não o reconhecendo.

-O que aconteceu?  Um Virtude apareceu.

A garota começou a chorar o Virtude a abraçou, consolando-a. Pediu para Arão sair. O garoto ficou sem jeito e deixou as dependências. A noite estava quase chegando ao fim, a madrugada era escura e fria. O dia começava em meio a escuridão.

            Muitos estavam sobre as muralhas da comunidade, observavam a movimentação dos exércitos. Uriel estava com uma armadura branca toda com detalhes dourados, uma longa capa dourada cobria as suas costas. Em cima de três torres nas muralhas da comunidade, três seres com as mesmas vestimentas de Uriel se equilibravam milagrosamente em cima de pontas de hastes finíssimas que saíam do teto das torres. O vento movimentava suas capas. Preparados, aguardavam para a terrível batalha. Eram Michael, Gabriel e Raphael.

            As legiões se aproximavam.

-Não entendo o que eles pretendem.  Disse Uriel  -Estão avançando como se tivessem certeza de conseguirem entrar na comunidade.

Todos estavam apreensivos olhando para o espaço frente à comunidade. Ele ia sendo ocupado pelo mar negro de criaturas. Logo atrás vinham  fileiras de predadores montados em esqueletos de cavalos. Por fim seres com corpos parecidos com os dos homens, porém  tinham duas vezes o seu tamanho e suas  cabeças lembravam rinocerontes, seguravam machados e martelos. Suas armas acompanhavam suas proporções.

Segundo explicou Diana esses eram o resultado dos que estavam mais próximos de Senhor das Moscas, sua guarda de confiança. No meio deles um trono era carregado com um senhor envolto em uma névoa negra.

-Bellzebul.  Exclamou Uriel.

Um trombeta soou fazendo as legiões pararem. Mais dois sopros foram ouvidos,  as legiões abriram caminho. No horizonte seres puxando duas correntes foram aparecendo. Eles eram enormes, pareciam humanóides deformados. Havia uma centena deles para segurar cada corrente. Seres lagartos empunhavam chicotes, com os quais incentivavam através de chibatadas os humanóides a fazerem força.

 

         Um urro alto ouvido em toda comunidade veio do horizonte. Arão percebeu que o som lhe era familiar. Duas cabeças presas pelas correntes surgiram, logo seguidas pelo corpo monstruoso em cima de uma gigantesca plataforma de madeira com rodas. As rodas se moviam com muita lentidão. Uma das cabeças lançou um jato de fogo queimando muito dos humanóides que estavam nas correntes. Os que sobraram  tentaram fugir, mas acabaram cercados pelos seres lagartos, através dos chicotes foram forçados a voltar a puxar o ser monumental. Outros humanóides tomaram o lugar daqueles que se desintegraram com as chamas.

-Ardrieza! Mas como?

Um pensamento  o fez Uriel tremer por dentro.

"Os livros..."

Uriel estava agitado, Michael, Raphael e Gabriel desceram junto com ele.

-Precisamos fazer alguma coisa. Disse Uriel agitado.

-Sabe que não podemos nos envolver com isso.  Falou Michael. -Nosso destino é outro nessa batalha.  Completou olhando para o trono.

-O que faremos? Perguntou Diana.

-Não entendi.  Intrometeu-se Arão. -Sei que ele é poderoso, mas enquanto estivermos dentro das muralhas nós estaremos protegidos.

Diana se aproximou dele com delicadeza.

-Lembra-se quando disse a vocês que suas armas são muito poderosas por que possuem um dos maiores poderes existentes?

Os jovens fizeram sinal com a cabeça.

-Bem...  Continuou ela. -Os antigos não possuíam magia, mas nem por isso eles deixavam de ser menos poderosos. Eles tinham o poder dos elementos. Ardrieza possui este poder. Fogo e gelo, calor e frio. Os dois combinados podem romper qualquer magia, esse dragão tem o poder de levar nossas muralhas abaixo em pouco tempo. O Fogo de Ardrieza consome qualquer coisa. Enquanto o gelo dele pode congelar tudo... A combinação dos dois é mortal...

-Por isso eles estavam tão confiantes.  Comentou Uriel. -Com Ardrieza eles conseguirão entrar facilmente. Não temos força suficiente em nossas tropas para detê-lo.

-Nós sabemos.  Concordou Cassi. -Já vimos o poder desse monstro. Na Cidade Superior foram necessários todos os sábios e anjos para detê-lo.

-Não conseguiríamos fazê-lo dormir mais uma vez?

-Não creio que isso funcione. Um Titã não cai duas vezes no mesmo truque.

Explicou Uriel a Bal.

-Estamos perdidos.  Diana estava desesperada.

Arão se intrometeu na conversa.

-Se vocês me arrumarem alguns homens podemos detê-lo.

Bal engoliu a seco.

-Podemos? Ficou maluco...

O garoto estava desesperado cutucando o braço de Arão.

-Meu jovem não vou arriscar nenhum de meus homens, colocando-o para enfrentar Ardrieza. Mesmo  com a força de suas armas talvez não seja possível detê-lo.

-Bom, creio que não tem jeito então.

Bal suspirou aliviado ao ouvir estas últimas palavras de Arão. Porém, quase caiu de costas com as que seguiram.

-Teremos que enfrentá-lo somente nós quatro.

-O quê? Eu ouvi direito? Olhe o tamanho do dragão, veja quantos são preciso para puxar aquele monstro.

-Eu sei, Bal.  Arão colocou a mão no ombro dele. -Eu sei, mas também sei que podemos vencê-lo.

-Com licença, mas estamos falando do mesmo monstro?

Diana se intrometeu na conversa.

 -Acho que seu amigo tem razão jovem Arão. Vocês não teriam chance, não desperdicem suas vidas à toa.

-Não é à toa, acredito que podemos vencer. Se ficarmos, ele destruirá os muros e morreremos. Se formos poderemos perder e também morreremos, mas temos uma chance. Certo Bal?

-Visto deste ponto de vista. Prefiro ficar e morrer mais tarde.  Bal cruzou os braços em sinal de protesto.

-Vocês estão comigo?

 Arão estendeu a mão. Cassi colocou a mão sobre a de Arão.

-Eu confio em você.

Depois foi a vez de Odrin  fazer o mesmo.

-Estou com você até o fim.

Todos olhavam para Bal. Dafne lhe deu um chute.

-Aí! Tá bom, tá bom, eu vou, mas só por que sei que sem mim vocês não terão chance alguma.

Bal colocou sua mão sobre a de seus companheiros.

-Isso é loucura. Protestou Uriel.

-Espere. Entreviu Michael. -Vamos deixá-los ir. Se assim o desejam, mas lembrem-se que estarão sozinhos.

-Certo.  Disse Arão concordando.

"Mesmo  indo para morte. Eles vão sem medo, parecem se divertir com a situação. E esse jovem, que eles  seguem sem ao mesmo questionar. Acho que acreditam que podem vencer mesmo. Isso é loucura. É uma pena perdê-los tão cedo. Em outros tempos eles poderiam se tornar muito valiosos". Michael olhou para os céus. “Estejas com eles ó Criador”.

A plataforma estava próximo ao portão principal. Ardrieza lançava jatos de fogo e gelo contra o portão. Pedaços da entrada  principal iam se desfazendo, o portão  ia ficando mais fino, mais frágil. Os potências atiravam flechas. Acertavam os humanóides que tentavam fugir. Porém as setas não tinham nenhum efeito sobre o Dragão. As legiões esperavam, impacientes para efetuar o ataque assim que as muralhas viessem abaixo.

-Senhor!  Chamou um guarda exaurido.  -Os portões não agüentarão muito  mais tempo.

-Seja lá o que vocês vão fazer,  façam logo. Implorou Sara.

-Precisam de alguma coisa?  Perguntou Michael.

-Precisamos ficar atrás do dragão e cordas...  Pediu Arão.

-Cordas???? Retorquiu Bal.  -Você pretende amarrá-lo?

Arão não respondeu. Os quatro mensageiros levaram os jovens até o local pedido. Voando de volta para a comunidade.

-Vamos nos preparar.  Anunciou Michael -Nossa luta vai começar.

Estavam atrás do carro. As legiões ficaram  quietas observando os jovens que aparentemente iriam tentar impedir Ardrieza. Até mesmo Bellzebu se moveu em seu trono mostrando curiosidade. O dragão ainda não os tinha visto.

 -O que faremos? Atacaremos pelos lados?  Perguntou Odrin.

-Não desta vez atacaremos pela frente.

Odrin sorriu,  apertando mais forte seu machado.

-Agora você está falando a minha língua.

-Vou fazer de conta que não ouvi o que você disse.  Protestou Bal.

-Vocês não irão. Tranqüilizou-os Arão.

-Somente eu e Odrin.

-A bom.  Suspirou Bal. -Menos mal

-Precisamos chamar a atenção dele.  Pediu Arão.

-Não seja por isso.

Odrin avançou e acertou um golpe no solo fazendo-o tremer. Ardrieza virou-se para trás, quebrou as correntes que o prendiam. Voltou-se contra os jovens.

-E agora?  Perguntou Bal apavorado. Enquanto Dafne se escondia atrás de seu ombro.  –Corremos?

-Eu e Odrin atacaremos, precisamos chegar até as cabeças dele. Enquanto isso vocês dois distraem ele um pouco.

Arão e Odrin partiram.

-Espere Arão! Você disse distraí-lo? Como se isso fosse tão fácil assim.

Mas os dois já estavam correndo em direção ao dragão, nem deram atenção para Bal.

-Eu fico com a cabeça de gelo.  Sugeriu Cassi atirando flechas nela.

-Droga! Sempre eu fico com a pior.

-Pare de reclamar Bal.  Gritou Dafne.

Eles se concentraram,  lançando um forte jato de água sobre a cabeça  de fogo. Estavam  incomodando as duas cabeças a tal ponto que elas não notaram, dois pequenos corpos a subir pelo seu pescoço, utilizando as cordas.

 -O que eles estão tentando fazer?  Perguntou Sara.

-Acho que entendi o que eles vão tentar fazer. Pode dar certo. Afinal Ardrieza só pensa em destruir...  Disse Diana.

            Arão chegou na cabeça de gelo e Odrin na de fogo. Começaram a acertá-las com suas armas. A cabeça de gelo começou atirar jatos de ar congelantes para acertar Odrin, enquanto a de fogo tentava acertar Arão. As duas foram se acertando e se machucando ao mesmo tempo. Logo estavam brigando entre si.

-Ardrieza é imune a praticamente tudo, menos a ele próprio.  Comentou Diana.

-Precisamos sair daqui.  Gritou Arão.

Os jovens pularam no chão. Estavam contentes, ao contrário das legiões de demônios que olhavam espantados, o Titã se destruir. A cabeça de gelo estava toda machucada, um olho seu tinha derretido, ela lançou seu ar, congelou totalmente a de fogo. Esta quebrou-se caindo ao chão reduzindo-se a inúmeros pedaços menores. Quase toda sem escama devido ao fogo a única cabeça restante não conseguia controlar seu corpo, o dragão cambaleava de um lado a outro. Virou-se para o portão principal da comunidade, tombando...

O que era para ser um festejo se transformou em terror, ao cair, o corpo de Ardrieza destruiu o que restava do portão da comunidade que já estava enfraquecido, levando consigo parte das muralhas. As legiões vendo a chance avançaram contra a abertura que se formara.

 -Meu senhor Ardrieza foi morto. Lamentou o demônio se encolhendo frente ao trono.

O ser riu...

-Ele serviu a seu propósito, que era derrubar as muralhas. Agora eu e minha besta acabaremos com todos.

De trás do trono um ser negro com grandes asas surgiu.

 –Uriel você não ira conosco.  Ordenou Raphael. -Comande seus Potências para combater as legiões,  defendendo a comunidade. Nós cuidaremos de Bellzebul.

-Potências em posição de combate.  Berrou Uriel sem questionar as palavras de Raphael. Todos os cavalos estavam enfileirados.

-Potências marchar!  Gritou logo em seguida.

Os primeiros batalhões enfrentariam as tropas sem cavalos, combateriam no chão as legiões, receberiam a primeira carga do inimigo. Enquanto os demais potências combateriam os Predadores do inferno. As legiões de demônios eram muitas. Avançavam, chegando mais próximas do portão.

 -Vejam!

Apontou Cassi para o trono onde um terrível monstro cercado de fogo se levantava perante a chegada dos três mensageiros.

-É  Bellzebul e atrás dele a criatura que atacou a ilha roubando o pergaminho dos quatro elementos.

-Precisamos nos dividir para ajudarmos ambos os lados. Cassi! você e Odrin vão para a entrada do portão principal e ajudem a deter as criaturas. Eu, Bal e Dafne ajudaremos os anjos lutando, continuava a besta negra.

-Não podemos inverter não?  Reclamou Bal.  –Ninguém me ouve...

            Odrin e Cassi foram em direção ao portão principal, as legiões avançavam, sedentos por caos e destruição.

 

Os três mensageiros estavam postados frente a Bellzebul.

 

-Michael quanto tempo.

-Realmente e se tudo correr bem, nós ficaremos muito mais tempo sem nos vermos.

-Desistam. Vejam minhas legiões são em maior número que os homens que defendem a comunidade. Vocês três não são páreo, para mim e  minha besta.

Arão, Bal e Dafne chegaram  ao encontro dos três mensageiros.

 -Que tal mais três para participar da festa?  Perguntou Arão.

Se Bal achava a besta negra assustadora, não conseguiu definir o medo muito maior que Bellzebul causava-lhe.

-Vocês são jovens corajosos e espertos. Fiquem com a besta negra nós cuidaremos do Senhor das Moscas.

-Idiotas aqui será o túmulo de todos vocês. Ataque!  Ordenou à besta  que avançou sobre os garotos.

Os três mensageiros combatiam o demônio que estava envolto em chamas. Subiram como raios para as nuvens, elas se tornaram mais negras do que aparentavam, raios começaram a cortar os céus, como se uma enorme tempestade se anunciasse.

Arão e Bal estavam tendo muita dificuldade para lutar com a Besta. Ela era muito poderosa. Não conseguiam nem ao menos chegar perto para atacá-la. Ela movimentava as asas e o vento produzido os jogava para trás.

-Arão, não vamos conseguir. Gritou Bal.

-Temos que vencer.

-Mas sozinhos jamais conseguiremos.

 

 

 

De sua cama Krisna via a batalha através de uma janela, cavaleiros brancos se misturavam com as criaturas negras numa dança mortal. A batalha se desenrolava não muito distante de onde ela estava, se continuasse naquele ritmo logo as legiões estariam dentro da comunidade. O som das armas se chocando podiam ser ouvidos a uma distância considerável. Ela observava, tentava achar no meio daquele caos o jovem que a salvara.

Por que o procurava? Nem ela mesmo sabia. Talvez por gratidão, por tê-la salvo, mas ele deixou uma forte impressão nela. Não via nada. 

"Será que já caiu na batalha?"

Não era um pensamento agradável, mas podia ser a realidade. O fim estava próximo, seu maior desgosto era não estar junto com os outros lutando.

 

 

 

 Cassi e Odrin lutavam bravamente ao lado de Uriel e suas tropas para defender a comunidade. As legiões demoníacas em maior número pareciam multiplicar, mas este não era o grande problema. Os predadores em seus cavalos e a infantaria dos homens com cabeça de rinoceronte é que estavam fazendo a diferença. Perante eles muitos Potências caíam mortos.

-Vocês precisam ajudar seus companheiros.  Gritou Uriel. -Eles não têm chance contra a besta negra de Bellzebul.

-Não podemos abandoná-lo.  Retorquiu Cassi.

-Vocês não têm escolha precisam se salvar. Ajude-os e fujam, a comunidade tombará de qualquer forma. Eles são muitos. É importante que vocês escapem e vivam para lutar novamente. Os guardiões serão  nossa única esperança no futuro.

-Não podemos! Retrucou Odrin.

-Vão!  Ordenou Uriel decepando a cabeça de um inimigo. -Subam pelos muros, há cordas penduradas, desçam por elas e ajudem seus amigos.

 

Arão lutava com sua espada contra as garras da besta.

-Precisamos imobilizá-la.  Gritou Arão.

-Imobilizar! Mas como? Já sei. Chamou por Dafne. -Vamos nos concentrar.

Nas patas da besta que estavam no chão, um imenso bloco de gelo foi se formando. A besta não conseguia andar, porém continuava a mover as asas fazendo com que os jovens fossem ao chão com o vento. Ela quebrou o gelo com facilidade, avançando sobre eles que estavam indefesos, seriam suas vítimas, o vento impedia que atacassem e a besta estava chegando muito perto.

-Estamos perdidos. Berrou Dafne.

De repente o vento cessou. A besta não conseguia mais bater as asas. Em sua cabeça surgiu à figura de um garoto, era Odrin com um golpe  cravou seu machado no crânio da criatura.

A besta urrou, jogando o garoto para trás com seu movimento. O machado ficou grudado na cabeça. Quando ela se virou para atacar Odrin. Eles viram que as asas estavam presas por duas flechas que Cassi havia disparado,  elas  impediam os movimentos da criatura.

Odrin estava caído ao solo frente ao monstro. Arão pegou sua espada pulou nas costas da besta, cravou sua espada,  descendo com ela retalhando o corpo do ser provocando um enorme ferimento. A besta não agüentou e caiu morta.

            Os jovens se reuniram, Odrin acabara de juntar a eles após recuperar seu machado.

-Onde estão os anjos e Bellzebul?  Perguntou Cassi.

Bal apontou para cima. Eles olharam para comunidade que resistia o quanto podia as legiões de demônios.

-Uriel ordenou para que fôssemos embora. Disse Odrin.

-E deixar a comunidade cair?

-Ela cairá de qualquer jeito. Bal falava meio sem jeito.

Todos pareciam desanimados por não poderem fazer nada.

-Nós somos os guardiões escolhidos pelos elementos para defender o Firmamento. Não podemos fugir. Se a comunidade cair, então que caia conosco.  Falou Arão com entusiasmo.

Todos voltaram seus olhares para ele entendendo o significado de suas palavras.

-É assim que se fala. Sorriu Odrin.

Cassi concordou.

-Lá vamos nós de novo.

-Pare de reclamar Bal.  Repreendeu Dafne.

Partiram ao encontro das legiões, para mais uma vez lutar, na qual seria a última de suas lutas.

            A batalha estava dura, eles se misturaram ao meio do caos negro, combatendo os seres. Mesmo para eles que possuíam armas especiais a luta era desigual. Estavam sendo encurralados junto com as tropas de Uriel não suportariam a carga dos inimigos por mais tempo.

Foi quando criaturas da retaguarda das legiões das trevas começaram a cair atingidas por flechas. As setas cortavam os céus vindo de cima da encosta, caiam sobre o mar negro, mas ninguém conseguia ver quem as disparavam. Uma trombeta soou forte e estridente.

-Eu conheço esse som. Disse Arão defendendo um golpe.

-É uma trombeta Élfica. Falou Cassi. -A mesma que ouvimos no Vale da Perdição.

            Diana via de uma das torres o que estava acontecendo.

-Elfos? Questionou incerta. -Impossível.

Cavalos montados por Elfos começaram a surgir aos milhares de cima da encosta.

 - Caravelliz.  Murmurou Arão.

"Como prometi amigo, quando você mais precisasse, eu estaria ao seu lado". Pensou Caravelliz erguendo a espada de cima da colina.

- Atacar!

Ordenou ao exercito de Elfos que parecia não ter fim, desciam a encosta sobre seus cavalos atacando impiedosamente a retaguarda das legiões de demônios que precisam investir contra duas frentes, foram tirando proveito disso, abrindo caminho entre o mar negro. Os demônios estavam apavorados, a  vantagem que tinham acabou-se, o exército Elfo era muito numeroso. Não demorou para que a situação se invertesse, as legiões foram caindo. Os que fugiam era pegos pelas flechas dos arqueiros que observavam a batalha à longa distância.  No final os corpos no chão mostravam  o quão violenta havia sido a batalha.

Arão e seus amigos olhavam os corpos caídos. Caravelliz se aproximou dele.

-Amigos! Exclamou apertando-lhe as mãos. -Uma promessa é algo que jamais deve ser quebrada.

Arão sorriu. 

-Ainda bem que você pensa assim. Falou Bal aliviado com o final do combate.

Os céus estavam negros, caiam raios maiores e mais fortes, ninguém sabia dizer o que estava acontecendo. Um objeto parecido com um cometa saiu das nuvens chocando contra o solo. Uma imensa cratera se formou. Michael apareceu em pé ao lado do enorme buraco. Sua capa estava rasgada e sua armadura quebrada. A espada na mão direita servia de apoio para o seu corpo machucado. Gabriel segurava  Raphael, dos três ele era o mais ferido. Não se agüentava em pé. Se não fosse o apoio que  Gabriel lhe proporcionava...

Na frente deles Bellzebul estava tombado. Ria com dificuldade, de sua boca um líquido negro escorria.

-Aproveitem este momento, pois é o único de glória que terão. Vocês não têm idéia do tamanho das forças das trevas e de como elas se infiltraram o Firmamento. Sintam o poder do mundo inferior e tremam...

Deu sua última gargalhada antes de sua cabeça pender sem vida. A batalha finalmente acabara...

 

 


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