Guardioes de Deus: a Batalha nos Ceus escrita por cardozo


Capítulo 32
Capítulo 11 -A Lua de Sangue, Terceira Noite. PVII




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Os jovens caminhavam um ao lado do outro em silêncio. Os sons de seus passos ecoavam no salão. Ele era comprido e seu teto ficava a uma altura considerável do solo. Duas fileiras de colunas gigantescas com tochas acessas acompanhavam toda a sua extensão. Entre elas gravadas nas paredes estavam imagens de guerreiros de seis braços que lutavam em batalhas contra diversos adversários. Caminhavam tensos, as mãos firmes aos bastões de energia, não sabiam o que poderiam encontrar.
-Arão, tenho a impressão de que estamos sendo observados. Tiror praticamente sussurrava no ouvido dele.
-Eu também estou com este pressentimento, mas não vi uma alma viva sequer neste salão.
Os garotos relaxaram um pouco, o salão estava vazio, o calor do ambiente fazia seus corpos suarem.
-Não compreendo. Lethan parecia confuso.
-Não há outro lugar para ir dentro deste templo. Como uma criatura daquele tamanho, com um pequeno exército poderia sumir assim, sem deixar pista alguma.
-Isso aqui parece um forno. Está quente demais. Reclamou Odrin.
Nas paredes algo de estranho acontecia sem a percepção dos jovens. Devido ao calor a tinta dos desenhos começava a derreter e escorria até o chão. Porém, a única parte das imagens que derretia era a dos guerreiros de seis braços o resto continuava intacto. Várias poças se formaram no solo.
Tiror foi o primeiro a notar o que estava se passando.
-Realmente tudo está derretendo por aqui.
-Não só derretendo, mas fervendo também. Lethan apontava para as poças que começavam a borbulhar.
De maneira estranha às poças começaram a subir como se estivessem sendo sugadas. Ganharam forma e cada uma se tornou um guerreiro de pedra.
-Cuidado! Gritou Odrin a todos.
As estátuas começaram a atacar, cada um de seus seis braços, empunhava uma espada. Movimentavam-se com muita agilidade, juntas elas impunham aos jovens pesados ataques. Eles até se defendiam bem, entretanto seu número era muito inferior aos de seus inimigos.
Arão se esquivou de um golpe, atacou em seguida acertando com o bastão de energia o braço de uma das estatuas. Ele ficou animado pelo menos por um breve momento, no lugar do braço arrancado crescera outro igual com uma espada. O braço decepado aumentou de tamanho e se tornou outro oponente. Os jovens se esforçavam, mas a cada golpe o número de adversários aumentava.
-Eles estão se tornando mais numerosos e nos cansando, se continuar assim, logo seremos derrotados.
"Deve existir um ponto fraco nessas coisas”. Pensou Arão.
A sorte estava selada, os jovens logo sucumbiriam. Um golpe porém mudou o destino do combate. Tiror deixou seu bastão cair, Arão jogou o seu para salvar o amigo, este cravou-se no peito da estátua, bem sobre a pedra vermelha. A criatura se desmanchou toda e não se recompôs mais. Os jovens se olharam e gritaram juntos.
-As pedras vermelhas!
Tiror pegou seu bastão. Entregou o de Arão de volta.
-O que eles gritaram? Perguntou Odrin a Teles que estava ao seu lado.
Teles compreendeu rapidamente o que eles disseram e com muita agilidade desferiu dois golpes certeiros que derrubaram dois inimigos. Agora Odrin também percebera o segredo das estátuas. Aos poucos elas foram cedendo, os jovens sairiam vitoriosos.
-Conseguimos. Gritou Odrin.
-Ainda não acabou. Falou Lethan ao grupo.
-Temos que encontrar o pilar e Milenus.
-Nosso tempo é curto. Tiror ergueu a ampulheta.
-Vocês estão ouvindo isso? Questionou Lethan ao grupo.
Ninguém soube o que responder, pois não estavam ouvindo nada. Lethan ergueu a cabeça, a escuridão do teto não permitia ver nada. Um barulho veio de cima do salão, todos voltaram suas atenções para o alto, o breu na parte superior ganhou vida.
-Está caindo. Berrou Lethan. -Vindo em nossa direção.
Subitamente da escuridão algo caiu e explodiu no meio dos jovens provocando um grande estrondo. Muita poeira foi levantada, ficava difícil descobrir o que havia acontecido. Os jovens acabaram separados. No meio da poeira, braços começaram a se agitar.
-É Opak! Gritou Arão.
O ser ameaçou atacar, da parte superior do salão centenas de estátuas menores desciam das paredes, os movimentos de seus braços lembravam muito as pernas das aranhas.
-Temos que nos unir. Gritou novamente Arão.
-Pare de dar ordens celestino. Você não manda aqui. Respondeu Odrin com arrogância.
Os jovens se reuniram, as estátuas estavam paradas esperando um comando da criatura maior para atacar.
-Precisamos permanecer juntos para atraí-los. Eles irão nos cercar e darão a batalha como ganha por estarem em maior número. Quando isto acontecer partimos para as colunas isso os deixará confusos por tempo. Ai poderemos pegar o líder deles de surpresa.
-Cale a boca celestino. Você não sabe o que fala. Vamos nos unir e atacaremos de frente, furaremos o bloqueio para chegarmos até líder. Certo Teles?
Teles fez um aceno de positivo com a cabeça para Odrin, mas parecia pensar em outra coisa.
-Mas isto é loucura, eles são em muito maior número que nós. Nunca vamos conseguir chegar...
-Se está com medo, aproveite e fuja enquanto lutamos. Quem está comigo?
Todos acenaram, com exceção de Teles. Arão não sabia se eles não conseguiam ver a loucura que estavam prestes a cometer ou se estavam com vontade de morrer. O ataque começou. As estátuas se juntaram em um imenso aglomerado atacando impiedosamente. Os jovens as abatiam, mas para cada uma que caia duas outras tomavam seu lugar. Não estavam conseguindo avançar, pelo contrário estavam começando a recuar.
"Poderíamos estar usando os pilares como escudos, isso quebraria a formação desse grande bloco de criaturas. Eu poderia ir sozinho seria mais fácil, porém estaria abandonando-os".
Arão não conseguia organizar seus pensamentos e tomar uma decisão, a luta continuava...
Os garotos fizeram um círculo um de costas para o outro, lutavam incessantemente, tentavam conter o ataque. A criatura maior expeliu fogo pela boca, muitas das menores foram atingidas por ele, se despedaçando de imediato, entretanto o fogo serviu para desfazer o círculo dos jovens.
Eles tentavam se aproximar novamente. Tiror caiu sentado, Arão foi ajudá-lo. Quando este se levantou, colocou a mão na cintura e viu que não estava mais com a ampulheta.
-Precisamos achá-la Arão. Sem ela não saberemos qual o momento de acendermos o pilar.
-Olhe, está ali no chão.
Arão apontou para onde muitas estátuas passavam, a ampulheta estava no caminho delas, se alguma delas pisasse no objeto seria o fim da missão.
-Eu vou pegá-la. Disse Arão.
Tiror acabara de ser ferido na perna, mancava enquanto tentava se mover. Arão teve que ficar em sua companhia por que senão o garoto não teria muita chance de sobreviver. Lethan viu o que estava acontecendo e passou rapidamente ao lado deles.
-Deixa que eu pego.
Ele conseguiu pegar o objeto antes que uma das estátuas pisasse sobre ele. Virou para os companheiros, acenou-lhes com a ampulheta a mão. Esperava ver alegria em seus rostos, mas em vez disso, viu suas expressões de assombro. Lethan não viu Opak as suas costas expelir uma rajada de fogo. Em questão de segundos, nem Lethan ou mesmo a ampulheta existiam mais.
O círculo estava se fechando, Arão, Odrin, Teles e Tiror mesmo machucado ainda lutavam.
-Você deixou Lethan sozinho. Já é o segundo de nós que morre por sua causa. Vociferou Odrin para Arão.
Estavam perdidos e esgotados se a batalha se prolongasse mais não suportariam a carga das estátuas... Teles abandonou os três, partindo em direção as colunas, algumas das estátuas até tentaram detê-lo, mas sem resultado, as outras estavam tão compenetradas com os jovens que nem o perseguiram.
Teles passou por um pilar, a criatura maior, lançou um jato de fogo em sua direção, mas ele conseguiu se esquivar. Pulou o mais alto que pode, arremessando seu bastão de energia em direção ao peito de Opak, ele acertou bem no centro da pedra vermelha, esta se rompeu em muitos pedaços. A criatura veio ao chão fazendo-se em pedaços. No mesmo instante todas as outras estátuas pararam, as pedras de seus peitos caíram e elas tombaram virando pó instantes depois.
Os jovens estavam a salvos. Arão foi conversar com Teles.
- Como você pode abandonar o grupo, nós poderíamos ter morrido. Argumentou Arão.
-Vocês iriam morrer de qualquer jeito.
Virou as costas para Arão. O garoto o pegou pelo braço.
-Você abandonou seus amigos na luta.
-Primeiro você não é meu amigo. Segundo o importante é vencer não importa os meios utilizados e nós vencemos. Teles falava com frieza. -Sacrifícios às vezes são necessários, você mesmo sacrificou dois amigos nossos por negar-lhes ajuda. E terceiro é melhor você soltar meu braço se não quiser se machucar.
Odrin chegou afastando Arão com um empurrão.
-O que você pensa que está fazendo? Ele acaba de nos salvar e você o esta recriminando? Não se esqueça que por sua causa tivemos duas baixas. Chegou sua hora irá se ver comigo.
Tiror se colocou entre os dois.
-Parem com isso, perdemos a ampulheta e nem ao menos sabemos onde está o pilar. Temos que prosseguir. Acho que nossa única opção é aquela porta ali.
Uma porta no fundo do salão estava a vista. Os quatro caminharam em silêncio até ela, quando a abriram havia mais do que o pilar do outro lado.



Odrin foi o primeiro a entrar, seguido por Teles, Tiror e Arão. A chama do pilar estava apagada. Na sala estavam parados em pé Milenus, Salum que brincava com um pequeno lagarto e Evelyn. Sentados mais confortáveis estavam Medar, Empoly, que mais tarde Arão soube ser um dos conselheiros de Osíris, além de Inimis e Amagus.
Inimis virou-se para Medar.
-A culpa só pode ser dos garotos celestinos, por isso os outros não foram bem sucedidos.
-Não seja duro com eles Inimis, estes jovens acabaram de passar por uma prova dificílima. Medar tem razão. Disse Amagus.
-Razão? Mas eles comprometeram a todos nós. Insistiu Inimis.
Arão olhou para o lado e viu o grupo das sacerdotisas, Cassi lhe esboçou um pequeno sorriso. No outro canto havia o grupo dos magos, porém os três garotos estavam acompanhados de três pequenas mulheres que Arão não conhecia. Ele não estava entendendo nada do que estava acontecendo. Medar levantou-se, dirigiu suas palavras aos jovens.
-Bem, aposto que todos estão um pouco confusos, mas logo entenderão o que está acontecendo.
Suas palavras eram calmas e pausadas.
-Hoje vocês foram testados, creio que o resultado não foi satisfatório, mas fico contente em vê-los.
-Testados?
A voz de Arão saiu mais alta do que ele esperava.
-Sim. Respondeu Medar.
-Que tipo de teste é esse em que se perdem os companheiros?
Todos olhavam assustados para Arão, seu tom de voz era muito agressivo.
-Isto só aconteceu por culpa sua. Recriminou Odrin.
-Você quer dizer como aqueles?
Medar apontou para o lado, onde surgiram Lethan e Keyllor, os garotos sorriam e acenaram para os companheiros. Arão notou que todos os seus ferimentos haviam desaparecidos, não só os dele, mas os dos outros garotos também.

-Acreditem! Fizemos isso para o bem de vocês, se não fosse desse jeito iriam demorar muito para descobrir suas habilidades. Apesar de que uma parte do teste era verdadeira, a parte das chamas dos pilares...
Medar sentou-se, Evelyn se aproximou das sacerdotisas.
-Vocês estão no caminho certo, mas tem muito que aprender. Não acreditam em si mesmas e ainda não agem como um grupo. Isso pode ser vital em batalhas futuras. Mas nós temos um grupo com habilidades bem diversificadas.
Evelyn percorreu cada sacerdotisa dizendo suas qualidades.
-Milena tem o dom sobre a matéria, através da força do pensamento consegue mover os objetos. Foi assim que ao correr perigo no vale das Bestas Aladas, fez a estalactite cair sobre um morcego. Ou, ainda quando atirou Kitrina e Cassiana contra a parede no Corredor da Discórdia sem ao menos tocá-las.
-Kitrina tem o dom sobre o corpo, ou seja pode transportar sua estrutura física de um local a outro. Com isto na ponte ela praticamente levitava. Foi com esse domínio que ela conseguiu fazer seu corpo sumir por alguns instantes e aparecer mais à frente quando saltou o buraco na muralha do vale das Bestas, uma pessoa normal jamais teria conseguido. No corredor da discórdia conseguia ainda atravessar a parede para apertar o botão, salvando assim suas companheiras de uma luta mortal entre si.
-Lissa tem um poder perigoso que precisa ser muito bem controlado, o dom sobre a mente, foi com o domínio da mente que ela jogou muitas vezes Milena contra Cassiana. Se a mente for fraca poderá ser controlada com muita facilidade.
-E por fim chegamos até Cassiana, ela possui um dom muito especial, o dom do sentimento, consegue saber o que as pessoas estão sentindo. Quando ela toca alguém consegue absorver os sentimentos da pessoa naquele momento. Foi assim o tempo todo, a cada toque ela sabia o que as outras sentiam. No final foi à única a resistir ao Corredor da Discórdia, ao tocar em Lissa absorveu todo o seu ódio, fazendo com que a companheira desmaiasse, o que possibilitou que Kitrina saísse e salvasse a todas.
As garotas estavam impressionadas, pois nem elas haviam percebido que tinham tal poder.
-No entanto. Prosseguiu Evelyn em tom de advertência. -Ainda precisam desenvolvê-los mais, pois estão somente no início de suas jornadas. Conforme a Aura de vocês aumentarem, seus poderes também aumentarão. Uma sacerdotisa completa, a Sacerdotisa da Luz, domina todos os dons, o da matéria, o do corpo, o da mente e o dos sentimentos. Vocês podem chegar a ser uma. Mas terão que se esforçar muito, a prova de hoje demonstrou isso.
Evelyn não tinha mais comentários a fazer e se afastou. Salum saiu de seu lugar, vindo a frente de todos, brincava com um lagarto em sua mão.
-Ei aquele foi o lagarto que me atacou, e que tinha feito Salum virar um monstro gigante. Rosnava Bal com fúria. -Espere só eu colocar minhas mãos nele.
-Não fique bravo com ele Balduíno, ele é um animal inofensivo. Brincou Salum. -Eu só o usei para tornar tudo mais interessante. Bom, no caso de vocês, os magos, até que foram bem. Precisam melhorar muito é verdade, mas eu fiquei satisfeito com o resultado da prova, o objetivo maior era que conhecerem suas companheiras ninfas.
Salum dirigiu sua atenção por uns instantes as três ninfas.
-Todas as três tem poderes semelhantes. Como foi dito antes elas lhes serão de grande ajuda, servirão para guardar fórmulas de encantamentos e feitiços e ainda compartilharam suas energias para aumentar a potência de suas magias, como vocês já puderam perceber no labirinto.
Os dedos de Salum indicaram os jovens Yalo e Irian.
-Vocês dois tem muita facilidade com encantamentos, com as magias podemos assim dizer. No labirinto usaram na para ficar invisíveis, criar uma bola de fogo e ainda criar escudos para bloquear os discos. Enquanto Balduíno tem muita facilidade com jogos, adivinhações e charadas, tudo o que envolve inteligência. Não preciso nem dizer que para se tornar um Mago Divino terão que dominar tanto a magia como o conhecimento. O poder das Auras os ajudarão a conseguirem esta transformação. A prova de hoje mostrou que ainda estão muito longe de trabalhar em equipe, mas quem sabe num futuro próximo isso possa mudar... Acho que já falei o necessário...
Salum se afastou, era a vez de Milenus falar.
-Eu fiquei muito decepcionado com o grupo dos guerreiros. Por causa de vocês nossa missão foi comprometida, não conseguimos acender as três chamas ao mesmo tempo. Ficamos em uma situação delicada.
A raiva e a decepção estavam estampadas no rosto de Milenus.
-A culpa é do garoto celestino. Inimis interrompeu Milenus. -Temos ótimos guerreiros no Santuário.
Apontou para Odrin e Teles. -Os melhores que já formamos, mas o garoto celestino é a ovelha negra do grupo. Deixou dois companheiros sozinhos, se fosse uma situação real, eles teriam perdido a vida. Não podemos confiar nele.
Arão levantou-se para protestar. Medar tomou a palavra.
-Meu jovem pode sentar-se.
-Mas... Arão sentou-se contrariado.
-Isso se aplica a você também Inimis. Nós sabemos o que você quer dizer. Vamos deixar Milenus continuar.
-Como eu estava dizendo estamos verificando as habilidades de cada guerreiro. Lethan possui a habilidade de escutar sons que para nós seria impossível ouvir. Foi assim que ele conseguiu ouvir Opak chegar para me pegar antes de qualquer um. No templo novamente ele denunciou a criatura quanto esta pulou do teto para confrontá-los.
-Keyllor possui a habilidade da visão, consegue enxergar o inimigo a distância. Isso pode ser muito útil para evitar surpresas. Em uma batalha você poderá ser um grande batedor, seguindo sempre a frente das tropas verificando a posição do inimigo.
-Tiror muito habilidoso e companheiro eu diria que é o mais sábio dos guerreiros, sabe lidar com ambos os lados, o dos celestinos e o da Cidade Superior, poderá vir a ser um grande líder, unindo ambas as partes.
-Odrin o mais forte e destemido dos guerreiros não tem medo de nada, nem de ninguém enfrenta o inimigo face a face não importa o seu poderio.
-Teles o mais ágil, astuto e veloz, possui habilidades incríveis consegue permanecer frio e impassível no combate, encontrando assim fraqueza de seu oponente tornando sua derrota quase certa. Com o bastão é praticamente imbatível.
-Arão, não conseguimos analisar muito de você, é ágil e valente, mas até agora se mostrou muito limitado, precisa evoluir e muito eu diria que necessita liberar a força que está dentro do seu ser. O pior é que talvez não tenha esse tempo. Todos os guerreiros ainda não alcançaram muito do verdadeiro poder que tem, nem sequer começaram a emanar a Aura que é o grande trunfo de um guerreiro. Cada um tem condições de desenvolver os dons que os outros possuem e se tornar um Cavaleiro Celeste...
Milenus não terminou seu discurso, saindo apressado. Medar se dirigiu aos garotos.
-Não deixem que os sentimentos de Milenus os afetem. Ele está um pouco decepcionado com o desempenho do grupo, mas também ele é muito severo e exigente quando se trata de treinamento. É um excelente Cavaleiro Celeste e só quer o melhor para vocês. É melhor irem descansar amanhã será um longo dia, hoje vocês tiveram uma prova de fogo, devem estar exaustos. Amanhã aprenderão sobre as auras, que é o poder máximo que alguém pode adquirir. Vão...
Bal ainda pensava nas palavras que tinha ouvido sobre seu amigo. Arão tinha abandonado seus companheiros no combate? Será que um dia o abandonaria também? Ele imaginava que Arão não sabia lutar, mas fugir e deixar um companheiro para trás era pior do que morrer em combate. O garoto procurou afastar seus pensamentos, com certeza aquilo era mentira... mas o incomodavam...
Os jovens saíram sem dizer uma palavra, sobre os ombros de cada um caía a sensação de derrota por não conseguirem acender as chamas dos pilares e proteger a Cidade. Por causa deles toda Cidade Superior iria sofrer.



Medar estava sentado em seus aposentos, pensativo. Os raios do sol do final de tarde ainda entravam pela janela. Do alto da torre ele tinha uma visão privilegiada da cidade. Batidas soaram a porta.
-Entre! Está aberta.
Rangidos vieram da porta. Passos rápidos se aproximaram do local onde Medar se encontrava.
-Ah Milenus é você.
-Medar precisamos conversar.
-Você também acha que fiz errado em confiar a chamas dos três pilares ao jovens?
-Eu poderia tê-las acendido. Sem maiores problemas, a cidade estaria mais segura agora.
-Será que não entende, eu queria dar uma chance a eles para provarem seu valor.

-Eles são muito jovens e inexperientes. Vamos ter excelentes guerreiros, Odrin e Teles são exemplo disso. Mas não agora, a situação é diferente, não podemos nos dar ao luxo de ficarmos tão vulneráveis. Ficamos sem a proteção das chamas dos pilares, elas nos protegeram no passado...
-Suas palavras são corretas Milenus. Nos protegeram no passado. Mas desta vez não creio que elas fariam diferença, o que nos espreita é maior do que qualquer um possa imaginar.
Medar fixou seu olhar na janela, permanecendo distante por um longo período. Milenus apenas o observava.
-Aconteceu alguma coisa Medar?
-O sol está se pondo.
O rosto de Milenus expressava sinais de dúvida. Ele não tinha entendido o significado das últimas palavras do conselheiro. Medar completou.
-Vai começar a quarta noite... Que o Criador tenha piedade de nós.

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