A maior parte da noite se resumiu em: Thayna me arrastando pra lá e pra cá querendo que beijássemos todo mundo ou falando pra quem quer que fosse que havíamos nos beijado. Victor teve sua vez, Ana escapuliu na sua e até a Martina teve a dela. Mas em um meio tempo, enquanto a Thayna simplesmente sumiu, me sentei em um dos sofás escuros e observei o que estava acontecendo na festa. Depois do que Tris falou na frente de todos eu não sabia o que pensar sobre o ocorrido, então fechei os olhos e me deixei vagar por todos os momentos que a bebida não tinha removido das minhas memórias.

Vi o momento em que cheguei na festa e fui recebida com um abraço de Lina (que foi mais ela abraçando minha barriga e eu dando tapinhas em sua cabeça). Depois gritamos juntas pela felicidade de estarmos todos juntos, entrei e me perdi com toda a decoração, então simplesmente me sentei e esperei tudo acontecer.

A próxima lembrança que a bebida me permitiu acesso foi quando fui até Lina em algum momento da festa para perguntar quem poderia ir comprar algumas aspirinas pra mim, mas tinha uma pessoa a abraçando. Era alto, cabelos encaracolados e pelo visto não estava trajado para festa, usava bermuda jeans, uma camiseta branca juntamente com uma camisa xadrez, ouvi Lina dizer:

– Meu deus, não achei que viria, estou feliz por você estar aqui! - Disse Lina, com seu sorriso encantador, tocando o braço do mesmo como um símbolo de que realmente significava alguma coisa ele estar ali.

– Não perderia sua festa por nada! Não conte aos outros, mas você sempre foi minha favorita do grupo! E é tão bom ver seu sorriso ao vivo! - Disse sorrindo e tocando o rosto de Lina.

Então abri os olhos e consegui lembrar de tudo que eu tinha presenciado na festa. Eu sabia quem tinha drogado a Tris, eu sabia!

Levantei tão rapidamente que minha vista escureceu, mas antes que eu desabasse alguém me segurou. Era Carou. Com um sorriso ela se pronunciou:

– Pensei que você estava desmaiada, então vim ver se estava tudo bem. – disse. Juro que vi purpurina sair a cada piscadela que ela dava, eu provavelmente estava muito bêbada.

– Eu to bem, eu tenho que achar a Tris e a Lina, você sabe onde elas estão?

– Eu... Eu não sei. - Ela gaguejou como se aquela não fosse a reação que esperava que eu tivesse. Peguei em sua mão e a puxei comigo à procura das duas.

Passamos pela Wal e Gio, que dançavam juntas rindo enquanto dois garotos não muito longe as encaravam, esperando que elas saíssem de seu transe

– Vocês tão dormindo ou querem roubar a fama de casal lésbico do The S4ssyz? Aqueles meninos ali estão encarando vocês como se não houvesse amanhã, acordem e vão lá, porque provavelmente não vai haver amanhã. - Falei enquanto empurrava as duas na direção dos desconhecidos, os cumprimentado com um sorriso e depois saindo correndo ainda arrastando a Carou.

Então as avistei, sentadas, conversando e sorrindo. Me sentei ao lado de Tris e sussurrei o nome que não saía de minha mente, e sua expressão se iluminou com as lembranças que lhe voltavam em um turbilhão. O culpado dançava Lady Gaga no meio da pista, sua homossexualidade visivelmente forjada. Tris o fitava, seus olhos queimando como se fosse ataca-lo, da mesma maneira que uma leoa ataca uma zebra (ou uma índia ataca uma hétero).