Masquerade escrita por okayokay


Capítulo 10
Complicações


Notas iniciais do capítulo

Hei, hei. Um novo capítulo e adivinhem? Com ponto de vista de todos os nossos queridos protagonistas.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/524191/chapter/10

Madison Hartfold

Ajeito meus cabelos em um rabo de cavalo porque há alguns fios rebeldes. Respiro fundo e abro a porta da frente da minha casa, sendo inundada por uma onda de flashes.

Pessoas pedindo autógrafos, fotos, outros apenas para bisbilhotar, alguns cantam, chamam o meu nome e outros fazem de tudo para chegar perto de mim. Dois homens grandes e de terno me conduzem até o carro do meu pai.

Meu motorista me leva até o colégio. Sorrio ao olhar para trás. Eu tenho fãs.

§§§

Chego ao colégio e beijo rapidamente Bash, o puxando para a sala de Química Avançada.

– Havia pessoas e repórteres na frente da minha casa hoje.

– Tinha um cara também lá em casa perguntando pra minha mãe sobre o meu dia a dia. Sai antes que ele me visse.

– Por quê? Eu adoraria falar com um repórter sobre a minha vida.

– Ah, eu não curto essa exposição toda. Mulher é que gosta de mostrar tudo o que vive.

Dei um tapa fraco no seu ombro.

– Eu apenas gosto de fazer com que as pessoas sejam minhas amigas.

– As pessoas ricas, com sobrenomes imponentes e com status, não é mesmo?

– Ah, Bash, eu não posso ser amiga de qualquer um, certo? Não é todos que tem o privilégio da minha companhia.

– Há muitas pessoas boas que não tem tanto dinheiro, Maddie, mas que são legais. Você deveria tentar fazer amizade.

– Você quer que eu vire presidente do clã dos bolsistas? Ah, pelo amor de Deus, Bash, cada um com sua opinião. Me deixe na minha que você pode ser amigo do pobretão que quiser.

– A vida não é resumida em dinheiro, Maddie. Se algum dia você perder tudo, entenderá.

– Deus me livre. Prefiro a morte.

Bash dá um riso fraco e me beija antes de entrar na aula de Física II, ao lado da sala de Química Avançada.

§§§

Tiffany Morgenstern

Frank e eu paramos em um restaurante tailandês no shopping do meu pai antes de irmos atrás de roupas para mim. Sim, eu estava precisando disso e Frank se ofereceu para me levar. Pelo menos isso.

Estávamos muito distantes um dos outros ultimamente. Mal nos víamos, mal conversávamos, mal nos beijávamos ou fazíamos qualquer outra coisa mais quente do que isso. Eu me sentia uma completa estranha para ele.

Porém eu não conseguia terminar. Nunca. Não sabia se não terminava por mim ou por ele, mas eu apenas não conseguia. Não entendia se era porquê eu o conhecia a muito tempo e todos nós costumávamos ser mais amigos do que hoje em dia somos ou se é porque eu não consigo ficar sozinha. Eu sinto que às vezes estou o usando e de repente uma angustia me atinge. Eu poderia acabar com a amizade dele e de Bash.

Tento me tranquilizar. Bash já trocou de camisa e ele e Madison estavam super bem hoje em manhã, o que significava que ela não havia visto a marca de batom que eu deixei de propósito na roupa dele.

De qualquer forma, se Frank não havia terminado comigo é porque ele não queria. Não seria eu que o faria.

Passamos a tarde toda no shopping e eu o fiz carregar cada uma das minhas sacolas.

§§§

Franklin Wentworth

Meu pai e sua merda de mania de jantar em família. Hoje é a folga da minha mãe já que ela estava de plantão ontem e ele decide juntar todos os habitantes da nossa casa para jantar justo hoje. Quando eu digo todos, Hayley está incluída.

Depois do episódio na piscina, ela não me dava descanso. Fugia do quarto do meu pai para ir até o meu no meio da noite, ficava tomando sol na piscina e caminhava pelada pela casa durante a tarde, que é o período em que eu fico sozinho.

Comecei a pensar que ficar com ela tinha sido um terrível erro.

Quando Tiffany disse que precisava comprar roupas, eu prontamente me ofereci para ir junto. Nem que aguentar seu mau humor fosse a saída para ficar longe de Hayley, se fosse necessário, assim o faria.

Cheguei em casa no fim do dia, cansado de carregar sacolas para lá e para cá, e me joguei na cama, pegando no sono. Acordei perto das oito horas e tomei um banho gelado, porque estava grudando de suor. Havia esquecido de ligar o ar. Deixei meu cabelo molhado e vesti uma bermuda qualquer e uma camisa azul e desci as escadas correndo e quase cai quando vi a cara de bravo do meu pai me esperando.

O ignorei. Sim, completamente.

Sentei na mesa e dei de cara com comida japonesa.

– Eu já comi comida oriental hoje – tentei dar uma desculpa.

– Você pode pedir uma pizza mais tarde, não ligo – meu pai falou, se sentando ao lado de Hayley. – Porém agora você vai comer.

Arfo quando sinto seu pé tocando a minha canela por debaixo da mesa e a encaro de forma repreensiva. Ela sorri e vira-se para o meu pai.

Essa mulher é o diabo.

Conto a minha irmã sobre o meu dia e em como foi odiável carregar sacolas pelo shopping a tarde toda.

Minha mãe se levanta da mesa. Um, dos, três minutos se passam. Cinco.

– Hum, eu acho que vou ligar para a pizzaria mesmo – Ashley fala, correndo para a cozinha.

– Bethany vai me pagar por isso.

– Deixa que eu vou chama-la, pai – me levanto com rapidez, louco para ficar longe de Hayley, mas ele me empurra de volta para a cadeira.

– Você vai fazer companhia para Hayley e eu trarei sua mãe para a mesa novamente.

Assim que meu pai sai da cozinha, sua amante se joga para cima de mim. Fico o mais longe possível, porém seu sorriso convincente e sarcástico permanece nos lábios o tempo todo.

– Sabe, Frank, eu nunca imaginei que você seria assim.

– Quê?

– Tão... cauteloso, para não dizer medroso.

– Eu não sou medroso.

– Então por que você teme tanto o seu pai? – ela caminha até mim. – Você treme todo diante dele. Eu só queria que você fosse mais audacioso quanto a isso.

– Mais audacioso do que dormir com a namorada dele?

– Sim. Audacioso ao ponto de se tornar amante da amante do seu pai.

– Isso é loucura – sussurro. – É a sentença do meu assassinato.

– Todos vamos morrer algum dia de qualquer forma... porém eu quero saber se você está pronto para aproveitar antes do seu tempo na Terra acabar.

Pensei em todas as coisas odiáveis que meu pai fez. Traiu minha mãe durante anos com várias mulheres e quando ela pediu o divórcio, se negou a sair de casa e ainda traz suas amantes mensais para cá, batia na minha irmã quando ela era pequena e fazia de tudo para me humilhar. Ele sempre me odiou. Com o passar do tempo, o sentimento se tornou recíproco.

Não havia nenhum mal em roubar um mentiroso.

– Eu estou.

Minha mãe não voltou para a mesa aquela noite e meu pai ficou furioso. O jantar japonês foi guardado na geladeira e a pizza chegou meia hora depois. Eu e Ash assistimos Vikings na Netflix durante um bom tempo até que ela caiu no sono. Fui para o meu quarto sem ter sono algum. Pensei no que poderia fazer para me distrair até o dia clarear. Decido adiantar a tarefa de Francês. Alguns minutos depois, Hayley entra no meu quarto sorrateiramente.

O Francês teria que esperar.

§§§

Sebastian Scotterfield

Caminho com Melodie, minha irritante irmã mais nova, pelo centro de Nova York. Ela, diferente de todas as outras garotas do mundo, foi atrás de bebidas. Sim, enquanto algumas saem para comprar roupas, como Tiffany, outra garota irritante, minha irmã sai para comprar álcool. Eu, como seu único irmão maior de idade, sou obrigado a ir junto com ela, se não as bebidas não são liberadas. Por mais que aqui nos EUA só vendam bebidas para jovens com mais de 21, eu conheço um cara que vende para pessoas desde os 16.

Depois que Melodie se deu por satisfeita, ela foi para casa. Nosso pai, como sempre, está enterrado no trabalho e nossa mãe está em uma viagem. Por enquanto, nada de novidade. Melodie, então, decide que vai chamar as amigas para beber. Digo que é uma má ideia, mas não há nada que a faça desistir.

Faço alguns exercícios de Matemática III e depois de um banho decido que estou entediado e que preciso sair de casa. Madison não atende o telefone, então ligo para Adam. Ele diz que irá trazer Naomi para a bebedeira de Melodie e que depois nós podemos ir a uma boate nova que saiu no centro. Concordo.

Desço as escadas para esperá-lo e vejo Melodie rindo igual uma drogada. Quem sabe ela esteja, penso, dando de ombros. Eu já estou cansado de avisá-la que algum dia pode ter uma overdose ou problemas no fígado por causa do álcool, mas ela parece não ligar. Se ela não tem amor pela própria vida, por que eu teria?

Aimee, irmã mais nova de Melodie, está bebendo com a minha irmã.

– Vocês se virem depois – digo. – Eu não vou me responsabilizar por ninguém que não esteja sóbrio.

– Vai pro inferno, Bash – minha irmã me empurra em direção a porta, mas ela mal consegue manter-se de pé.

– Você presta a atenção – a seguro pelo braço. – Se dar problema, é pra mim que vai sobrar, então se for fazer algo, não faça barulho. Quer se matar de tanto beber? Ótimo, só não quebre nada.

– Claro, até porque para você importa mais a opinião do papai e da mamãezinha do que a vida da sua irmã.

– A sua vida? Você nem cuida dela, Melodie. Você não está nem aí para a sua saúde. Você não precisa se matar com uma faca, porque está fazendo isso de forma mais lenta e dolorosa se enchendo de porcarias desse jeito.

Adam bate na porta e entra logo em seguida. Naomi apenas acena antes de ir até minha irmã e Aimee. Respiro fundo e saio de casa com Adam.

– O que foi? – ele pergunta

– Minha irmã enchendo o saco.

– Irmãs mais novas realmente são terríveis. Às vezes eu me pergunto o que meus pais tinham na cabeça quando decidiram adotar Naomi.

– E eu me pergunto o que os meus tinham quando decidiram ter um segundo filho e... meu Deus que desgosto.

– Ah, vamos parar com isso – ele caminha em direção ao carro. – Parecemos duas vovozinhas discutindo sobre chá. Vamos ao ponto que realmente interessa.

– Então... – entramos no carro, coloco o cinto. – Onde fica essa balada nova?

– O GPS dirá para nós, mas eu sei o nome – Adam sorri abertamente quando pisa no acelerador. – Red Night.

§§§

Adam van der Windsor

Alguns minutos atrás

Depois que Bash me ligou, disse a Naomi que a levaria até a casa de Melodie, assim ela não precisava ir sozinha. Tem um babaca que mora no nosso condomínio que está de olho nela e isso está me incomodando mais do que deveria.

Coloquei uma roupa e fui chamar a minha irmã. Bom, minha irmã adotiva. Eu nunca havia ligado muito para isso, mas ultimamente eu me lembrava constantemente e eu não fazia ideia do porquê. Eu sempre a tratei como irmã, apesar de tudo, e isso não mudaria.

Mudaria?

Chego no quarto de Naomi abrindo a porta, porque havia a avisado pelo menos três vezes que nós já deveríamos ter saído. Porém, ela ainda está sem roupa. Não completamente, apenas com a roupa íntima de baixo, mas ainda assim...

Eu nunca percebi como o corpo de Naomi era, afinal, a minha irmã... a barriga lisa, a pele branca, porém um pouco mais bronzeada do que a pele de uma oriental deveria ser, o tom mel dos olhos contrastando com a melanina, os lábios grandes e carnudos, as pernas torneadas, os seios de um tamanho médio, completamente ideal... ela, realmente, era maravilhosa. Eu não sabia como nunca havia percebido isso.

Seus grandes e lisos cabelos negros espessos e brilhosos caíam por cima dos seios nus até as costelas e ela sorriu quando me viu.

– Adam, eu não o vi aí...

Acordo dos meus devaneios pervertidos antes que ela possa se dar conta.

– Eu esperava que você estivesse pronta.

– Ah, isso... os garotos vão chegar assim que você e o irmão da Mel saírem. Não acho que eu precise coloca-las para tirar depois.

Me irrito.

– Se aquele babaca do James estiver lá...

– E daí se ele estar, Adam? O que você tem a ver com a minha vida?

– Eu sou seu irmão.

Ela bufa.

– Eu sou adotada.

– O sangue não define nada. Eu sou o seu irmão e eu estou dizendo que se eu descobrir que o nosso vizinho tarado esteve lá, eu vou fazer um estrago.

– Suas ameaças soam vazias para mim.

– Pois saiba que não deveriam.

Percebo, tarde demais, que Naomi se aproximou demais no momento do estresse. Perto demais, perto demais...

– E o que você vai fazer?

Olho para seus lábios carnudos. Tão perto...

– Eu vou mata-lo.

– E comigo?

Não respondo. Não consigo. Vejo seus seios por baixo dos seus cabelos negros e aquilo simplesmente...

– Adam?

– Hum?

– Me diga o que você fará comigo.

– Eu? – acordo. – Eu não farei nada.

Ela parece quase que desapontada.

– É mesmo?

– Você é minha irmã.

– Irmã adotiva.

– Irmã – ele repete.

Desvio o olhar, tentando focar meus olhos apenas no seu rosto. É um suplício, quase impossível.

– Eu não entendo – sua mão toca a minha. – Você sempre se aproveitou de todas as garotas. Por que comigo é diferente?

– Porque você é minha irmã.

Ela bufa de ódio.

– Pare de repetir isso! Eu estou aqui, nua na sua frente, e você só sabe repetir que somos irmãos sendo que isso não é verdade...

Naomi afasta os cabelos da frente do corpo. Ela retira a roupa íntima de baixo. Agora ela está completamente nua.

– Me diga, Adam... o que você quer fazer comigo?

– Eu quero jogá-la na cama e nunca mais deixa-la sair.

– Então faça.

Estamos a centímetros um do outro. Sonho com seus lábios naquele instante, porém, me sinto mal. Lembro de Scarlett e que prometi a mim mesmo não desistir dela.

Eu gosto dela, apesar de tudo. Apesar de não conseguir ficar com uma mulher só e de ter esse desejo repentino e insaciável pela minha irmã adotiva, eu gosto de Scarlett.

Me sinto culpado.

Me afasto e caminho até a porta sem olhar para trás.

– Eu vou te esperar por cinco minutos no carro. Se você não descer, terá que ir para a casa de Melodie sozinha.

Me afasto do meu laudo e decido me manter assim: bem afastado de Naomi.

§§§

Scarlett Wilkins

Caminho até o frigobar no canto do quarto, perto da TV, e me sirvo com uma taça de vinho. Sirvo outra para Zac e caminho de volta até a cama. Suor se acumula no canto da minha testa e nas dobras do meu corpo, o calor me inunda e o vidro frio faz congelar tudo dentro de mim.

Penso em dizer alguma coisa, mas não faço ideia do quê. Zac concordou em não me pedir para tirar a máscara, mas toda vez que fala alguma coisa, ele insiste em me olhar nos olhos e o jeito como ele me encara... é como se ele soubesse toda a verdade. Como se estivesse absorvendo a minha alma e a guardando em uma parte de si.

Seus dedos tocam os meus e formam nós. Ele beija as costas da minha mão e então, depois de beber mais vinho, me beija. Sinto o gosto do tinto nos seus lábios e na sua língua, que está extremamente macia.

Nunca pensei que pudesse apreciar momentos como esses.

Depois de beber o vinho, ele deposita sua taça no criado-mudo e eu faço o mesmo com a minha. Zac me puxa para si e me beija, nossos corpos nus colados assim como nossos lábios. Sinto aquele calor extremo novamente, porém ele se afasta.

– Está na minha hora.

Fico deitada na cama, me emaranhando no lençol. Zac caminha até a sua calça e pega o dinheiro na carteira, o depositando ao meu lado na cama. Vejo a quantia.

– Isso é bem mais do que foi combinado. É praticamente o dobro.

– Fica de bônus pelos maravilhosos momentos – ele sorri para mim e se inclina na cama, me puxando pelo queixo. – Eu voltarei para vê-la, Mulher Mascarada.

Assim que ele sai, escondo o dinheiro extra e me visto. Um sorriso idiota se fixa no meu rosto ao lembrar de alguns momentos atrás. Sim, eu sou uma otária. É claro que ele não voltaria. Todos os homens são assim: cheios de promessas que não pode e nem vão cumprir.

Abro a porta do me quarto e logo me arrependo de ter saído, pois dou de cara com Adam e Bash entrando na Red Night.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentários?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Masquerade" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.