Pulse escrita por Quinn Rivers


Capítulo 1
Que chova sangue.


Notas iniciais do capítulo

Tá uma b*sta, mas eu crie este capitulo treinando minha capacidade de ser escritora.
Espero que gostem, não será uma fic movida a comentários, pois estou escrevendo para minha diversão e a sua também, mas o que custa se pronunciar e dizer que gostou?



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Jurava convictamente que sua fluidez iria acabar.

Não por transbordar indecisões a respeito da falta de fé nas palavras de sua mãe que prometeu não lhe incomodar com assuntos supérfluos, mas sim por tal dialogo ser tão contraditor quanto dizer a sua Isabelle que seu vestido de velorio era legitimamente lindo, mesmo que fosse festeiro demais para uma cremação. Bem, na verdade, Clary Fray não depositava todo seu fervor de confiança em Jocelyn ou até em Luke quando diziam que ela receberia privacidade – o que era de fato uma grande mentira mal estruturada por SEMPRE interromperem os vídeos chats dela e seu melhor amigo Simon Lewis.

Eles perguntavam se ela desejava biscoitos de uma maneira tão sofrida e ao mesmo tempo aliviante que Clary jurava que eles pensavam que ela estaria sendo trucidada nos intervalos de tempo em que Jocelyn, ou até mesmo Luke não espreitasse por de trás da fechadura. Era agoniante. O mais agoniante era a sua cota de perguntas que Jocelyn impôs. Cinco por semana. Nenhuma a mais, nem a menos. E Clary, infelizmente, havia estourado a dessa semana, e havia outra pergunta não respondida... Por que foi restritamente proibida de comparecer ao funeral de Sebastian?

Deixou as indagações voarem afora da janela enquanto varia com o antebraço os livros empoleirados na estante. Ela não os leria, não os aninharia novamente, apenas os jogou com total frustração no linóleo maculado por tinta seca por mero capricho. Clary queria correr para longe, mesmo que estivesse condenada a não fazer isto, parte dela ao olhar para as próprias pernas- que estavam marcadas com uma runa de paralisia por Jocelyn- sentia que grilhões fixarem-na no próprio quarto, tão eternamente que viveria para ver o apocalipse extinguir a raça humana.

Ao mesmo tempo em que recapitulou todos os seus pensamentos impossíveis de serem executados, riu. Talvez não fosse dor, mas sim fricote. Fricote por ser uma garota – novamente- exilada e querer demasiadamente observar Jocelyn jogar as cinzas do filho ao Lago Lyn, mesmo sabendo que há dores muito maiores do que a do seu desejo. Exemplos? Ela não tinha, mas tinha consciência.

A porta escancarou-se com um baque oco, e dela em uma cortina de carmesim surgiu Jocelyn equilibrando habilmente uma bandeja com biscoitos.

- Uau – pronunciou com surpresa- Você anda meio revoltada, não?

Clary meneou a cabeça desastrosamente.

- Você não sabe de nada.

Inclinando o corpo para frente Jocelyn pousou a bandeja ao balaústre plano da cama de Clary, após o ato encarou-a por instantes.

- Não vejo motivos para estar assim- um tom de angustia rasgou sua garganta- Não quero que veja o que irá acontecer lá, terá pesadelos por séculos, por favor, por favor. Eu só quero que não vá, por favor!

Uma força motriz tão sobrecarregada curvou a cabeça de Clary para baixou, pendendo-a por instantes suficientes para que retomasse a voz.

- Eu não tenho medo, mãe. Não depois do que passei. Eu sou um abismo dentre o limbo. Lembre-se disso.

Quarenta de oito horas, vinte e oito minutos e sete segundos. Este era o tempo recorde de Clary permanecer em algum lugar sem fazer absolutamente nada. Simon, após ter abdicado sua imortalidade passava horas com a família, conversando com Becky e debatendo assuntos políticos com seu futuro padrasto e sua mãe, Elaine. A família Lightwood, após as terríveis guerras, viajaram para longe, recompondo-se de sua não tão recente perca, Max. E, para tomarem forças ao voltar a Idris no clima fúnebre em que se encontrava. Jocelyn passava a maior parte de seu tempo chorando rente a pequena caixa de iniciais J.C, lamentando o inevitável. Luke para apoiar a esposa no momento de mais mártir acabou deixando Maia responsável pelo Bando de Lobisomens, mesmo que a mesma estivesse tão abalada quanto Jocelyn.

Exasperada, pressionando a estela entre os dedos até suas juntas ficarem em tons roxos, Clary circunscrevia runas capazes de manterem contato com Magnus, que, obviamente, parecia completamente perplexo pelos eventos passados a menos de uma semana. E tudo voltava à tona, tão lentamente como cortes feitos com papel. Lembrava-se de Jonathan, seu legitimo irmão, pronunciando palavras gorgolejantes antes de falecer, e talvez fosse destas lembranças que Jocelyn temesse que Clary mutila-se pela culpa. Ela havia o matado com o fogo celestial, ela, não Izzy, não Alec, não... Jace.

Dias. Ela não o via á dias, e pensar que na ultima vez em que isto ocorrera fora por causa de Lilith, fez com que um espesso calafrio cruzasse sua coluna vertebral. Moveu o pescoço suficientemente para que pudesse encarar a persiana franzida, dando-se conta que não poderia sentir frio, ela estava fechada e era impossível que a brisa de meados de inverso tomasse conta do seu quarto.

- Eu esperava mais de você. – sussurrou quase instantaneamente ao momento em que Clary aproximava-se da maçaneta.- Aceitar o que lhe é designado não faz seu estilo, Clarissa.

Ela virou-se, observando o nada.

- Jace?- parece automático, ela pensou, chamar Jace sempre em que se esta com medo. – É você?

Um barulho proposital com a língua surgiu, como uma negação.

- Lilith?- soou incerto e vociferador.- Apareça sua vaca.

Algo apareceu.

Não havia cabelos negros como ébano, nem vestido gótico e longo.

Materializou-se, tão humano que Clary jurou poder tocar. Ao mesmo tempo em que pixealizou suas lembranças passadas, estendeu a estela em direção a forma parada a sua frente, como uma arma.

- Saudades de mim?- disse Sebastian, tão sarcástico como nunca.


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Notas finais do capítulo

Como vocês notaram, a capa foi pega do Tumblr da Cassandra Jean, e se houver uma alma boa que faça uma capa para fic... Agradeceria solenemente.

Bjus *-*



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