Calalini escrita por Lilly


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Intro - ou cáp. 1



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Eu estou aqui pra contar como é o dia-a-dia de uma pessoa esquizofrênica, sim, infelizmente tenho essa doença, mas vamos ao que interessa, vou lhes contar um pouco como foi/é a minha vida.

Meu nome é Lucy, tenho 14 anos e moro com meus pais, sou filha única, meus pais se chamam Susan e Michael Smith. Meus pais estavam casados há 4 anos quando enfim decidiram me ter. Eu sinceramente não gosto dessa parte da história.

Nasci dia 7 de Julho, e aparentava ser uma criança normal.

Quando completei 1 ano meu olho direito começou a ficar avermelhado, meus pais assustados foram consultar o médico, até hoje eles não me contaram o que o médico disse, apenas falam que sou especial, mas vamos voltar a história. Meu comportamento sempre foi normal, eu tinha amigos imaginários como toda criança, mas eu os via de verdade, criaturas sombrias, animais e até mesmo outras garotinhas.

Eu sempre estive conversando com esses meus "amigos" até que eu comecei a os desenhar e meu comportamento "mudou" na visão das pessoas. Eu estava me apresentando na escolinha mas virada de costas para as crianças porque eu estava me apresentando para as alucinações.

Fui crescendo e crescendo. Com 6 eu contei a mamãe que tinha mais de 400 "amigos imaginários" o que era verdade, contei também que alguns eram do mal e mandavam eu fazer coisas ruins, até que meus pais tiveram a certeza de que eu tinha esquizofrenia. Eu pensei que era uma fase, e também não entendia direito o que era aquilo pois tinha apenas 6 anos. Certo dia uma repórter psiquiatra foi me entrevistar, ela fazia muitas perguntas, eu respondia algumas, outras vezes me irritava com minhas alucinações e começava a andar e andar e dizia que não queria mais responder nada. Essa repórter ficou alguns dias comigo e depois eu estava na televisão(obviamente), eu detestei aquilo.

Com 7 anos meus pais enfaixaram meu olho direito para não assustar minhas colegas de classe. Conforme eu ia para a escola eu ia ficando cada vez pior pois as alucinações diziam para eu machucar as crianças que tinham lá. Chegando em casa, como sempre, eu contava tudo a mamãe e então ela é papai resolveram me tirar da escola e discretamente me impediam de ter contato com outras pessoas.

Eu sempre gostei bastante de ler, eu cresci sentada no meu quarto lendo livros sobre biologia, era bem difícil ler com as alucinações falando e sussurrando coisas medonhas, mas ao decorrer do tempo consegui me acostumar para poder ler.

Quando completei 12 anos minha doença esquizofrênica piorou. Um dia eu estava tomando banho, até que uma das alucinações começou a mergulhar minha cabeça na banheira e a sussurrar "É o único jeito! É o único jeito!" eu acabei me afogando. Mamãe e papai me levaram no médico e ao psiquiatra, ambos disseram que as alucinações estavam passando dos limites, e eles estavam certos.

Depois dos meus 12 anos eu nunca mais consegui ser a mesma e tornou-se impossível se acostumar com essas pragas. Eu gosto de ficar trancada no quarto dormindo e escrevendo eu acho meus sonhos menos piores do que a realidade que só eu posso ver. Eu escrevo poemas e até algumas músicas, digo o que sinto, o que vejo, o que penso, a folha e a caneta são minhas melhores amigas.

As vezes eu queria morar em Calalini. Onde é Calalini? Bom, Calalini é na fronteira entre este mundo e o meu outro mundo.


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Notas finais do capítulo

Continua...



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