(Pensamento de Juvia, lembrando do passado)
Há 10 anos atrás quando Juvia tinha apenas 7 anos Juvia tinha uma vida feliz, era uma criança normal como todas as outras e morava com seus pais. eles eram muito gentis e carinhosos comigo, Juvia realmente os amava. Até que um dia, Juvia não sabe o por que até hoje, entrou uma pessoa em minha casa, minha mãe me pegou no colo e me levou até meu quarto ela apenas me disse ”filha não saia daqui até que tudo esteja quieto" e saiu do quarto deixando uma chave reserva para mim e me trancando lá com outra chave.
Depois disso Juvia se lembra de ter ouvido gritos e barulhos estranhos lá fora, até que tudo se silenciou e Juvia saiu do quarto. Aquela cena nunca me sairá da cabeça, Juvia se deparou com seus pais caídos e cheios de sangue, corri até eles chorando. "Juvia querida, não fique triste, a mamãe e o papai sempre estarão com você no seu coração", foi o que papai me disse. "Minha linda, não se esqueça o que o papai lhe falou. Ah e encontre um amor ok, para afastar tudo de ruim que estiver por perto, nós a amamos", foi o que mamãe me disse. E assim eles se foram e Juvia continuou lá chorando e gritando, Juvia acabou dormindo, quando acordei estava em uma cama quentinha e com roupas novas, vi aquelas que estavam cheias de sangue limpas e dobradas na cama ao lado. "Onde estou? Aquilo foi um sonho?" foi o que Juvia pensou. Quando observei direito o quarto percebi que não era o meu e que aquilo não havia sido um sonho. Lágrimas começaram a cair do rosto de Juvia e uma moça entra no quarto.
"Ah, você acordou. A polícia a trouxe aqui, esta é sua nova casa. Eu lamento muito o que aconteceu com você. Qual é seu nome garotinha?"
"Juvia... Snif. Que lugar é esse?"
"Bem, é um orfanato... quantos anos você tem Juvia?"
"Sete... Juvia está com fome."
"Oh, venha comigo, vou te mostrar a casa e assim você pode ficar mais a vontade ok. Está um dia muito chuvoso então peço para que você não vá lá fora."
"Ok"
Aquele moça era muito gentil, ela me mostrou a casa e foi muito legal comigo. Os dias foram se passando, Juvia começou a se dar bem com as outras crianças e estava se sentindo um pouco melhor comparado ao dia que havia chegado aqui.
Com os dias os anos também foram se passando e eu estava com 11, numa noite Juvia havia ido beber água e viu duas tias do orfanato conversando, Juvia não queria atrapalhar então parou na porta e acabou ouvindo a conversa delas.
"Você percebeu não é? Quando aquela tal de Juvia está por perto sempre está chovendo."
"Sim, eu percebi. É tão bom quando ele não está aqui, assim o dia fica ensolarado."
"Essa menina podia ir embora, os dias ficariam muito mais felizes e quentes sem ela."
Há essa altura, Juvia já havia percebido que sempre chovia aonde quer que Juvia ia, mas ouvindo aquilo Juvia começou a se sentir ainda mais culpada pela chuva. Então arrumei uma mala e fugi do orfanato, passei uns 3 dias na rua até que uma mulher chamada Nébura veio falar comigo.
"Ei garota, você que é a tal de chuva?"
"Juvia e não chuva, Juvia não gosta da chuva, então não me chame assim."
"ok, ok, mas teu nome parece chuva em espanhol por isso te chamei assim. Me disseram sobre uma garota que se chamava Juvia eu me interessei por ela e comecei a chamá-la de chuva, foi mal, não sabia que você não gostava."
"Então já estão falando sobre Juvia por aí." Eu disse triste. "Você deve saber que por onde Juvia passa chove. Sendo assim fique longe de mim."
"Eu costumava ser igual a você... Por onde eu passava chovia, era triste, por isso quando me falaram sobre você eu quis imediatamente lhe ajudar."
"Você... Era igual Juvia... Como você fez para a chuva parar?"
"Primeiramente, você aceita ser minha aluna? Poderemos viajar juntas e eu serei sua amiga, cuidarei de você." Ela disse isso sorrindo.
"Não fale com estranhos, não aceite nada deles, sempre esteja atenta." era o que minha mãe sempre me dizia. Juvia ficou desconfiada no começo, mas agora era só eu e eu mesma, se Juvia não acreditasse em Nébura iria sozinha pelas ruas. Juvia olhou para o rosto de Nébura novamente, ela ainda estava sorrindo, um sorriso lindo, não era uma mentira, ela estava falando sério, Juvia sorri e diz:
"Sim, Juvia aceita ir com você."
Os anos juntos de Nébura foram se passando, Nébura era sempre legal com Juvia, tinha umas brigas, mas no final nós sempre nos entendíamos. Ela que havia me ensinado a magia de água, ela me ensinou praticamente tudo o que eu sei hoje, eu a considerava como uma irmã mais velha. Juvia ainda lembra de varias conversas que teve com Nébura, uma em especial.
"Por que por onde Juvia passa chove?" Foi o que Juvia perguntou naquele dia sentada a beira de um lago com Nébura.
"Deixe-me lhe contar uma história Juvia. Há uns 5 anos atrás, quando eu tinha 17 anos eu ainda era uma garota normal, tinha meus pais, amigos e até um namorado" Ela me disse dando um sorrisinho, provavelmente lembrando da época. "Eu era muito feliz, até que um dia minha cidade foi atacada por Deliora, um demônio do livro de Zeref. Não sobrou ninguém, quando eu acordei vi todo aquele sangue e todos mortos na minha frente" Dizendo isso escorreu uma lágrima dos olhos de Nébura. "Eu chorei e gritei muito aquele dia até que percebi que o tempo não voltaria, as pessoas não voltariam. Eu estava só, a partir daquela hora os dias começaram a ser chuvosos e tristes, viver passou a ser doloroso. 6 meses se passaram e eu não havia visto o sol em nenhum deles. Era muito triste viver daquele jeito,por onde eu passava levava ódio e tristeza comigo, mas eu queria continuar vivendo, eu queria fazer algo de útil para as pessoas" Ela disse calma e fitando o lago a nossa frente. "Um dia eu conheci um cara que não se importava com a minha chuva, ele sempre esteve por perto e eu me sentia muito bem com ele, a cada dia que passava a chuva diminuía até que um dia eu vi o sol. Finalmente me dei conta do por que sempre chovia por onde eu estava e aí descobri também como parar a chuva"
"É o mesmo motivo que o de Juvia não é? Me diga por favor, por que sempre chove e o que Juvia tem que fazer para parar?"
"Juvia querida, existem magos e magas como nós duas que tem um ligamento muito forte da magia com os sentimentos. Se os sentimentos estão confusos isso afetará a magia, se a magia está fraca é porque os sentimentos são fracos e assim por diante. Eu acho que você deve ter uma tristeza muito grande em seu coração, assim como eu tinha quando perdi tudo. A tristeza está afetando sua magia, é essa tristeza, essa poder mágico que está chamando a chuva"
"Juvia perdeu seus pais quando tinha 7 anos, e aí começou a chover. Essa deve ser a tristeza de Juvia." Juvia disse isso quase chorando ao se lembrar de seus pais.
"Não se sinta triste, essas coisas acontecem com todo mundo, mas nem todos demonstram isso pela magia como nós. Todos tem momentos felizes e tristes, isso é que nos torna humanos, é isso que significa estar vivo, poder sorrir e chorar, ter sentimentos, ver a chuva e o sol." Com apenas essas palavras Nébura me animou. Juvia estava feliz ao estar ao lado de Nébura , percebeu que estava viva, ou não, pois faltava o sol, mas que um dia Juvia iria estar completa. Enfim fiz minha última pergunta.
"E o que Juvia faz para essa chuva parar?"
"Você tem que achar outra coisa para amar e ser feliz, tem que achar uma felicidade maior do que a tristeza que está em seu coração. Ou em outras palavras, Você tem que encontrar o verdadeiro amor, assim a chuva passará" Juvia achou aquela resposta tão complicada, então apenas uma coisa faria a chuva parar e que talvez demorasse anos e anos até Juvia encontrar o verdadeiro amor.

(Ainda pensamento de Juvia/Pensamento atual/ Presente)
A luta acabou, Juvia perdeu, ou melhor, ganhou, ganhou o sol de volta depois de 10 longos anos sem ele. O verdadeiro amor realmente existe. Talvez ele não goste de Juvia, mas o que importa é que aquele garoto bem a minha frente de início não fez a chuva parar e até me insultou falando dela, mas no fim ele forçou a chuva a ir embora. Mesmo que ele tenha a forçado a desaparecer Juvia acha que essa será uma linda história de amor, não como os outros, mas sim uma história do verdadeiro amor.

(parte narrada pela autora)
E nesse momento Juvia estava caída no chão observando seu novo amado ali sentado a frente dela, ele, que forçou a chuva a parar, que a salvou. Ali estava o verdadeiro amor daquela jovem menina chuva, quem ela iria amar incondicionalmente pelo resto de sua vida.