"You lift my feet off the ground
You spin me around
You make me crazier, crazier
Feels like I'm falling
And I, I'm lost in your eyes
You make me crazier, crazier, crazier"

–Eu quero de bacon, e você? –Thomas se virou pra mim enquanto o garçom anotava nosso pedido.

–O mesmo. E uma Coca, ok?

–Beleza- o garçom retirou nossos cardápios e se retirou.

–Sabe...- Thomas começou- Admiro o jeito que você não se importa com nada.

–Eu me importo com algumas coisas...- de repente meus pés ficaram muito interessantes.

–Tipo o que? Por favor não diga “O que eu vou comer depois disso”.

–Eu me importo com...meu irmão, minha mãe, Jake, meu pai...e eu me importo um pouquinho com você também...

–Me sinto lisonjeado- disse sorrindo de canto, um sorriso que podia pôr fim nas guerras e curar o câncer...meu sorriso, a partir de agora- Eu me importo um pouco com você, ok?

–Eu sei...- eu podia sentir minhas bochechas esquentarem.

Logo a pizza chegou.

–Até que enfim! Parece que estão dando uma festa dentro do meu estômago! –Thomas exclamou.

–Informação demais...guarde isso pra si mesmo.

Demos risada e começamos a comer, eu estava realmente com fome.

O restaurante que fomos era de donos italianos, ou seja, muito barulho mesmo, haviam crianças correndo, pessoas gritando...tudo junto com uma pequena banda. Pelo menos eles tocavam boa música. Então, como se meu dia não tivesse sido péssimo o suficiente, começaram a tocar uma música lenta...e pessoas começaram a se levantar e dançar, aos pares, um menino e uma menina, um casal (acho que já entenderam)...tudo certo até aí, mas Thomas tinha que estragar tudo, como sempre!

Ele se levantou da cadeira e parou na minha frente, com a mão estendida. Logo saquei o que ele queria dizer.

–Não! –disse de uma vez- Nem pensar!

–Ah, qual é Charlie! –ele revirou os olhos- Só uma música? –ele fez carinha de cachorro que caiu da mudança.

–Eu...eu não sei dançar isso daí...- revelei, envergonhada- Você vai pagar mico...

–Pagar mico ás vezes é bom, sabia? –ele deu de ombros- Já sei! Tire os sapatos!

–Hãm?

–Tira. Os. Sapatos-ele repetiu pausadamente- Vou te ensinar a dançar, vamos.

Bufei irritada, mas tirei as sapatilhas mesmo assim. Tinha que dar graças a Deus por ter vindo com elas, se estivesse usando tênis não poderia tira-los com tanta facilidade.

–Mas...-tentei usar uma desculpa pra não ter que levantar- Eu ainda nem terminei minha pizza e ela vai esfriar se eu não comer logo!

–Dane-se a pizza, agora levanta- fiz o que ele mandou- Agora nós vamos lá no meio- o segui- E você sobe no meu pé. Ok.

Pus meus pés encima dos dele e ele começou a se balançar no ritmo da música. Isso era até legal...ele colocou as mãos na minha cintura e eu coloquei as minhas no seu pescoço, como era (muito) menor do que ele, tinha que esticar os braços, o que era meio desconfortável, ele percebendo meu problema se abaixou um pouco (ou seja, muito) ficando com a testa colada na minha...o que era meio estranho, mas um estranho bom. Se é que isso existe.

–Viu? –ele disse depois de algum tempo sem falar nada- Não é tão difícil assim.

–Claro que não, eu não preciso fazer nada, eu só tenho que simplesmente me segurar em você.

–Basicamente.

Ficamos um tempo só nos balançando, e nos olhando nos olhos, mas isso é detalhe.

–Thomas...-sussurrei.

–Hum.

–Eu acho que agora nós...

–Nos beijamos? –ele me completou com uma sobrancelha arqueada- Porque eu ‘tô bem a fim de fazer isso...

–Na verdade- expliquei dando risada- Nós precisamos girar agora.

–Oh! –ele parecia envergonhado- Tudo bem...

Giramos e continuamos dançando. Essa música não acaba nunca?

–Olha-comecei- Se você quiser...- mas ele me interrompeu, como sempre, com um beijo. Um beijo com gosto de pizza, eu poderia pedir algo melhor? –Você vai me deixar viciada em você desse jeito...- disse ao nos separarmos.

–Esse é o meu plano a desde quando nos beijamos na cozinha...

–Ah é?

–Exatamente. Mas acabou sendo ao contrário...-ele disse olhando para os nossos pés.

O que ele disse me deixou meio chocada. Ele estava gostando de mim? De verdade?

–O que você quer dizer com...

–Eu gosto de você. De um jeito que nem eu mesmo entendo. Você é especial.

–Você está me deixando louca...mais do que eu já sou, sabia disso? Eu não consigo parar de pensar em você. Isso é péssimo quando se está fazendo uma prova-tentei soar brava, mas tudo que consegui fazer foi arrancar dele um sorriso, meu sorriso.

–Você não faz ideia do que está fazendo comigo Charlotte...-ele disse meu nome inteiro, a coisa deve ser séria.

Nesse instante a música acabou, e pouca a pouco as pessoas voltaram pra suas mesas, menos eu e Thomas, que continuávamos nos encarando no meio do salão.

–Quer dar uma volta? –ele perguntou do nada.

–Boa ideia- eu só sabia de uma coisa: Nós não iriamos estudar hoje à noite.