E durante todo o inverno os dias foram assim, como neve na maior parte deles, com Victor crescendo e comemorando seu primeiro aninho, com Rosalie em constante júbilo por tudo que já havíamos conseguido, e comigo cada vez mais apaixonado pela família que construíamos.

            Minha mãe e minha sogra estavam cada vez menos presentes, finalmente percebendo que nós queríamos seguir com nossa vida em família e, principalmente, finalmente se dando conta de que nós podíamos cuidar de Victor sem maiores problemas.

            - Elas não vão se afastar muito tempo – Rosalie disse com um sorriso, enquanto se enrolava melhor no cobertor para deitar ao meu lado na cama. No quarto ao lado, Victor dormia tranquilamente e bem aquecido, enquanto eu curtia o início daquela manhã ao lado da minha esposa.

            Foi os primeiros resmungos de Victor, que podiam ser ouvido com facilidade quando ele queria demonstrar que não gostava de ficar sozinho, e Rose sorriu se acolhendo mais ainda no cobertor. Estava frio essa manhã, e ela com preguiça. Acariciei seu cabelo e beijei seus lábios, para depois levantar e vê-la sorrir.

            - Eu amo você – ela disse e eu gargalhei.

            Não que Rose em algum momento pudesse não querer ir até Victor, mas ela sempre gostava de tomar um banho antes de amamentá-lo, e nessa manhã nós não tínhamos a menor vontade de sair da cama, mas ouvi-lo chorar fez Rose se desfazer do cobertor e ir até o banheiro, enquanto eu ia me encarregar de acalmar o meu rebento.

            - Hey campeão – eu murmurei vendo como Victor erguia o rosto, guiado por minha voz, e abria um de seus sorrisos de dois dentes ao me ver na porta de seu quarto. Ele já ficava de pé no berço, se segurando na grade a espera de quem seria o primeiro a ir por ele.

            Com os bracinhos erguidos, eu o peguei no colo aconchegando-o contra meu peito, ouvindo como ele resmungava e passava um dos bracinhos ao redor de meu pescoço, apoiando-se assim e deitando a cabeça. Na maioria das vezes ele só nos chamava para isso, para se aconchegar em nossos braços e ressonar. Apesar de que eu apostava que não demoraria muito para que ele reclamasse de fome...

            - Vamos – acariciei suas costas e me virei em seu quarto, tentando lembrar de tudo que Rose usava para trocá-lo. E era bastante coisa. Acho que pelo menos do básico eu lembrei, dando de ombros, porque qualquer coisa eu vinha pegar depois, agarrei a manta azul claro que minha sogra havia dado para Victor quando ele havia nascido, e pus sobre suas costas, agarrando todas aquelas outras coisas com a outra mão, para então ir para o meu quarto.

            Joguei tudo em minha cama e me aproximei do banheiro, vendo como Rosalie secava sua pele clara e arrepiada pelo frio. Seus seios seguiam fartos, mesmo que Victor já não mamasse com tanta frequência, e seu corpo continuava belo para mim, mas havia algo de diferente. Ela ergueu o rosto e eu lhe sorri, acalentando Victor em meus braços, e ela sorriu me mandando um beijo.

            - Não demoro – disse continuando a se secar, para depois se vestir com roupas quentes.

            - Sem pressa – murmurei vendo como Victor se encontrava calado.

            Sentei na cama colocando Victor sobre a cama, vendo como ele sorria ficando em pé para dar alguns passinhos sobre os cobertores, que por estarem embolados faziam ficar difícil andar, e quando ele caiu de bunda, soltou um riso gostoso, que me fez beijar sua bochecha para colocá-lo de pé novamente.

            Victor passou a mão pela bochecha fazendo cara feia, e eu ri vendo-o voltar a andar, tinha isso também, ultimamente ele só queria ganhar os beijos de Rosalie, os meus ele resmungava, com minha mãe e minha sogra ele tentava escapar.

            - Pronto meu príncipe – Rosalie disse pegando Victor no colo e cheirando seu pescoço, que fez com que ele risse. Ela beijou sua bochecha antes de colocá-lo novamente sobre a cama.

            Segurei-o pelos pezinhos, quando Victor queria engatinhar – que era o mais fácil sobre a cama – até a borda, que fez com que ele resmungasse batendo os mesmos, mas sem sucesso para se soltar – o que o deixava mais emburrado ainda.

            Rose voltou a beijar a bochecha dele, porque ela sempre achava cada manha dele uma graça, e eu ri recebendo um beijo também.

            - Agora até de noite você tem que me dividir – gargalhei atraindo a atenção de Victor, que rodeou o pescoço de Rose como se dissesse que ela era dele, e ri ainda mais por isso.

            - Seu ciumentinho – o ergui vendo-o sorrir enquanto Rose separava o que precisaria para trocá-lo.

            - Isso porque ele é igualzinho a você – neguei com a cabeça jogando Victor para cima e o pegando de novo, tentando distraí-lo enquanto Rosalie ajeitava tudo.