Com o passar dos dias, e o sumiço novamente de meu pai, só nos restava esperar pelo grande momento: o nascimento do bebê. Minha mãe e minha sogra viviam aqui em casa, sempre ao lado de Rosalie, nos últimos dias então, quase não a deixavam fazer nada.
- Seus pés estão inchados... – minha mãe dizia uma hora.
- Você não pode ficar se abaixando – a mãe dela dizia outra hora.
- Você tem que descansar para quando o bebê resolver nascer – uma delas sempre dizia, e assim ia indo.
- Você dormiu direito essa noite?
- O bebê tem chutado muito?
- Seu ventre está mais baixo! – isso, pelo que a médica havia nos dito, era um sinal de que o bebê não demoraria a chegar.
- O quartinho do bebê já está pronto? – eu entrei na sala naquele instante e repreendi minha mãe, nos últimos dias ela já devia ter perguntado isso umas quinze vezes.
- O quarto está pronto, mamãe – eu disse abraçando Rose que suspirou cansada.
No último dia ela vinha se queixando de dor nas costas.
- Vem, eu vou te fazer uma massagem – sussurrei em seu ouvido guiando-a para o nosso quarto.
Ela sorriu agradecida enquanto ignorávamos o que as outras duas tinham a dizer.
- Procurem alguma coisa para fazer – eu disse depois de beijar o rosto de Rosalie.
Agora, definitivamente, havíamos parado com as relações sexuais, ainda mais depois que começaram umas “falsas contrações” que eu nunca havia ouvido falar, mas, segundo a médica, era melhor nos contermos.
Querida, acredite, foi mais fácil de aguentar do que parecia.
- Senta – eu disse. – Ou na banheira? – ela sorriu, mas logo abaixou a cabeça.
- Não, aqui mesmo. Na banheira depois você sabe como eu fico mole pra levantar, e com esse tamanho todo, não, é melhor aqui mesmo...
Havia isso também, nos últimos dias Rosalie estava achando que estava enorme, o que, a meu ver não era verdade, mas custava fazê-la acreditar. Da última vez que eu tentei convencê-la disso acabou em choro, algo sobre hormônios a todo vapor durante a gestação, assuntos que eu não entendia.
Por isso era melhor deixar como estava.
Peguei um creme que havia no banheiro e passei em suas costas, depois de deixá-la apenas de sutiã. Outra coisa que vinha a incomodando, ficar semi nua junto comigo, parecia que ela tinha vergonha, mas segundo ela era para não me assustar com seu tamanho. Paranóia dela.
Eu me ajoelhei na cama atrás dela e comecei a massagear, lentamente, primeiro sua nuca, depois os ombros, para descer um pouco mais, a região abaixo da marca do sutiã era onde Rosalie mais reclamava de dor. Passei um bom tempo massageando aquela área, depois a fiz deitar na cama e ela sorriu abraçando um dos travesseiros que tinha meu perfume impregnado. Eu sorri também, ela tinha essa mania de querer sempre o meu cheiro por perto, logo me sentei na beira da cama e massageei seus pés, um de cada vez com bastante calma. Estava aproveitando que já era sexta a noite para cuidar da minha mulher, e ainda tínhamos o final de semana pela frente.
- Você vai continuar gostando de mim? – ela me perguntou escondendo o rosto, em seguida, no travesseiro. Rosalie bem sabia o quanto eu não gostava desse assunto.
Mas parece que esse era um tipo de crise pela qual a maioria das mulheres passa, principalmente quando se trata da primeira gravidez, Rosalie tinha medo que eu passasse a vê-la mais como mãe do que como mulher, algo ligado ao machismo de alguns homens, mas eu me considerava incapaz de pensar assim. Eu já não disse sobre o poder que ela possuía sobre mim? Então! Estava mais do que claro querida.
- Sempre – eu disse segurando seu rosto entre minhas mãos, logo a beijei e me afastei, sabia que não podia aprofundar muito os beijos, pelo bem dela, e pelo meu próprio bem. – Agora descanse um pouco!