Era um dia tranquilo de agosto quando Rosalie resolveu continuar a pintar as paredes da sala, era de uma tinta de cor clara e eu sorri dando de ombros, era só ela falar que eu acatava.
Pegamos os rolinhos e eu comecei, mergulhando na lata de tinta para depois esfregar na parede, então ela começou com a brincadeira. Usando um pincel menor ela mergulhou na lata e passou pelas minhas costas.
- Ops – ela disse com aquele sorriso travesso estampado no rosto.
Eu ri me virando para encará-la e ela deu um passo para trás.
- Tem que ter volta! – eu disse na hora e ela soltou um gritinho tentando correr.
E ela não ganharia de mim mesmo. Por mais que houvéssemos crescido, ela seguia sendo menor que eu, e muito mais leve, então eu a segurei pela cintura erguendo-a um pouco do chão e ela gritou. Aqueles gritinhos agudos enquanto gargalhava.
Eu a deitei no chão e passei o rolinho por sua barriga, depois em suas pernas.
- Ah não – ela disse batendo as pernas, mas eu continuei passando. – Não é justo – ela disse. – Você é mais forte que eu!
Então ela cruzou os braços emburrada e eu ri passando um pouco de tinta na ponta de seu nariz, isso a fez se revoltar se jogando por cima de mim para que a tinta, ainda molhada de sua roupa, passasse para a minha.
Naquele momento tudo parou, pelo menos para mim.
Ela estava sobre mim, seu coração batia forte – eu podia sentir – e seus olhos não desgrudaram dos meus, meus lábios pareciam secos enquanto os dela pareciam tão apetitosos. Era inevitável a entrega.
No início até me deu um certo medo de que ela se afastasse, me recusasse, mas não. Ergui um pouco o meu rosto para que minha boca se apossasse da dela, o rolinho caiu no chão, enquanto minha mão mergulhava em seu cabelo para que seus lábios ficassem tão colados aos meus, exatamente como eu queria.
Até um gemido escapou de minha garganta enquanto eu continuava a beijá-la, não havia mais a inocência de quando éramos crianças nem só o roçar de lábios de quando estávamos crescendo. Nós já podíamos nos considerar praticamente adultos, e eu gostava de agir como um. Minha outra mão pousou em suas costas sentindo o corpo dela tão próximo do meu.
Era inevitável o desejo, porque Rosalie me fazia sentir tanta coisa que me deixava quase zonzo. E era tão boa essa sensação.