A cidade inteira parecia parar e criar uma nova rotina para que pudessem organizar o que parecia ser o casamento do século. Quando Rosalie, acompanhada de seu noivo ou da amiga inseparável – Vera –, entrava em uma loja, a loja fechava para que eles fossem atendidos com exclusividade.
Havia carros passando trazendo enormes caixas que vinham da Europa, alguma decoração que haviam escolhido já que as de Rochester pareciam simples demais para a família real.
Meu estômago embrulhava cada vez que eu pensava nisso.
E, naturalmente, Rosalie não voltou a me procurar, mesmo eu tendo ido diversas vezes ao nosso lugar ou a qualquer lanchonete que custávamos ir, eu ainda olhava para a porta fixamente esperando que ela entrasse rindo daquele jeito tão único, mas claro, nunca acontecia.
Foram longos meses de preparação para o casamento perfeito, e quando maio chegou toda cidade se remoia em ansiedade. E os arranjos não paravam de chegar, assim como detalhes da decoração e presentes para os noivos, estava uma loucura só.

Naquela noite eu havia ficado de ir provar meu terno, mesmo contra vontade eu não seria capaz de faltar, mesmo que me desse muita vontade de fazer isso, não, Rose nunca me perdoaria. E eu também tinha que ver no que aquele principezinho era tão bom.
Eu havia ido até a casa do alfaiate e sorri para Rose, mesmo que por dentro eu quisesse gritar, assim que a vi se aproximar, ela ia até a casa de Vera, uma amiga dela, provavelmente que morava por ali. Eu sabia por que já a havia acompanhado até lá algumas vezes, mas isso parece que foi há tanto tempo atrás.
Só então eu me lembrei, Vera um pouco mais velha e mamãe havia comentado comigo outro dia que ela tivera um bebê encantador, Rose provavelmente havia ido visitá-la.
Ela sorriu para mim acenando para depois seguir seu caminho, e eu a segui com o olhar até vê-la entrar na casa da amiga, desconfio que foi um dos poucos dias que Rosalie tive para descanso desde que toda essa palhaçada de casamento começou.
Eu reclamava, cada vez que o alfaiate colocava um alfinete, por pura birra para ver se ele me liberava logo, mas bastou ele me liberar para mamãe aparecer pedindo que eu fosse atrás de algumas besteiras para ela, como pegar a roupa na lavanderia, e depois entregar um cartão a senhora Hale, que eu não fazia a menor ideia do que estava escrito.