Os presentes empilhavam-se no canto da sala, e só mais tarde eu iria abrir, na paz do meu quarto quando todos já tivessem ido embora. Sorri para cada um que me parabenizava, abracei as mulheres perfeitas de Rochester e cumprimentei meus colegas de classe, e o tempo ia passando, e Rosalie não chegava.
Era 05 de janeiro e eu estava prestes a ter meu coração partido.

Já era mais tarde quando Rosalie chegou, seu sorriso perfeitamente formado não deixava transparecer nada, e com um beijo na bochecha ela me cumprimentou e trouxe uma caixa grande, coberta por papel vermelho e um laço branco.
- Feliz aniversário – ela desejou e eu sorri.
Agora a festa estava completa.
Fazíamos brincadeiras de crianças, corríamos do lado de fora, e perto das oito horas mamãe trouxe o bolo, papai também estava presente e ele sorriu acendendo as velas que eu logo apagaria.
- Faça um pedido... – papai sussurrou e eu sorri ciente de que tinha que fazer.
“Que Rosalie fique sempre comigo”.
Mas já era previsível. Apaguei as velas e sorri cortando pedaços de bolo como mamãe já havia me instruído a fazer.
Um para mamãe. Um para papai. Um para Rose.
Porque afinal ela era minha melhor amiga...
E todos continuavam sorrindo e brincando, e foi durante mais uma e outra hora, mas quando todos foram, ela continuou ali, ao que parecia Rosalie iria dormir em minha casa essa noite, eu sorri a puxando para cima, enquanto carregávamos os presentes, ela iria me ajudar a abri-los.
- O seu primeiro? – eu perguntei a vendo sorrir segurando a caixa embrulhada em papel vermelho.
- Não – ela riu. – Primeiro os outros!
Eu me joguei sobre a cama e agarrei uma caixa, depois outra, e outra, descobrindo os presentes e tudo mais, não havia nada demais, roupas, bola, soldados de chumbo. Nada de diferente do que se dá para um garoto que completa treze anos.
Joguei o último papel de presente no canto do quarto e deixei a coleção de cards de beisebol de lado a vendo sorrir.
- Agora sim – ela disse voltando a me entregar a caixa grande. – Hora do meu presente!
Sorri encarando a caixa, mas não me passava nada pela cabeça, nenhuma coisa que ela podia haver me dado, até porque, ultimamente eu não havia comentado nada sobre querer alguma coisa.
Então eu iria saber se ela me conhecia mesmo.
- Abra – ela disse entrelaçando seus próprios dedos e suas bochechas coraram. – Depois eu quero conversar com você...
Tirei primeiro o laço branco e sorri me desfazendo do papel vermelho, mas me deparei apenas com uma caixa de papelão.
- Pra quando você assumir o que quer fazer – ela disse e me piscou.