Para o Meu Amor, Emmett escrita por thysss


Capítulo 126
Capítulo 127




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- Deixe-me acompanhar você – Rosalie pediu ao se aproximar dele naquela manhã, já fazia mais de dez dias que as sessões de fisioterapia haviam começado, e em nenhuma delas Emmett permitira que ela o acompanhasse.

Rosalie não conseguia entender o porque, seria tão ruim assim?

Assim aproveitara o cochilo que Elle tirava todas as manhãs para deixá-la com sua mãe, e correra para o hospital em Rochester para acompanhar o marido. Ele havia sido transferido no dia anterior, e agora se encontravam cada vez mais perto de casa. De fato, bastava andar umas poucas ruas e estaria em casa.

- Deixe! – ela pediu com os olhos brilhosos, queria estar ao lado dele em todos os momentos de sua recuperação. A volta para casa já estava quase chegando, e ela não o deixaria sozinho nesses momentos.

Mas cabeça dura do jeito que era, Emmett parecia não entender isso, querendo sempre que ela fizesse alguma outra coisa, qualquer coisa, desde que não o visse lutando para se reerguer.

Como se assim, sem muita força para andar com as próprias pernas, ele fosse lhe parecer menos homem, ou ela fosse amá-lo menos.

Mas a verdade era que o amava cada dia mais, que o queria e sentia sua falta cada dia mais, de fato estava louca pelo desejo que consumia seu corpo, e tinha plena certeza de que não importava quão frágil ele estivesse, o homem que já havia lhe dado dois filhos e prometia um terceiro nunca pareceria menos másculo ou menos homem. Nunca.

Só precisava que ele entendesse isso.

- Deixe – ela pediu mais uma vez, e então o viu virar o rosto, como que pedindo para que não insistisse mais neste assunto.

- Por favor, não – ele pediu, pensando que se talvez falasse com jeito poderia convencê-la.

Mas depois de tanto tempo a conhecendo, Emmett já sabia que não teria êxito, não quando sua garota resolvia por algo em mente, não quando ela resolvia que iria insistir até conseguir. E aquela era uma dessas situações. Não importava quantos “nãos” ele lhe desse, Rosalie só lhe daria ouvidos quando finalmente um “sim” saísse.

- Qual o problema? – Ela perguntou se aproximando, agora ele tendo seu próprio leito privativo, a situação era cada vez melhor e Rosalie não se sentiria envergonhada mais tarde por implorar ao seu marido algo na frente de um bando de outros homens.

Ela era sua mulher afinal de contas!

- Você sabe qual o problema – ele respondeu desviando do olhar dela, porque sabia que se ficasse olhando aquele belo par de olhos não demoraria mais que duas palavras para que ele dissesse que sim, que ela poderia acompanhá-lo, que ela poderia fazer o que quisesse – porque mesmo já sabendo disso, sabendo que como esposa era quase seu dever estar ao lado dele, até o dia de hoje ela havia aceitado quando ele lhe dizia que preferia estar sozinho.

Mas naquele dia Rosalie decidira que passaria a acompanhá-lo, gostasse ele ou não.

Quando o médico se aproximou para ajudar Emmett a caminhar, sem apoiar a perna direita operada no chão, e ir praticamente pulando até a sala ao lado onde as barras para a fisioterapia o esperavam, foi nesse momento que Rosalie conseguiu compreender a dor de Emmett, sendo ele um desses homens que mesmo odiando machismo fazia o máximo para manter seu orgulho masculino, mostrando-se forte ante qualquer situação, então quando ele fez uma careta sentindo, provavelmente, alguma fisgada na perna que deve ter doído, Rosalie começou a imaginar a dor que ele sentia.

E nem sequer estava próximo da hora em que ele deveria tomar outra dose de analgésico.

- Ela vai nos acompanhar? – o médico perguntou diretamente para Emmett, mostrando que respeitaria a opinião e decisão de seu paciente, que até então sempre preferira estar desacompanhado nas sessões.

Emmett a encarou mais uma vez, piscou algumas vezes e soube que estaria deixando-a magoada se dissesse que não queria que ela estivesse ao seu lado – afinal de contas anos atrás haviam trocado as juras na frente de um padre, prometendo que estariam juntos em todos os momentos, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença.

E teve mais que a certeza de que ela só queria estar ali para apoiá-lo.

- Vai – Emmett respondeu e sorriu fraco quando os olhos dela brilharam e um sorriso se abriu.

Na hora seguinte ela o viu se esforçar e superar a dor que sentia na perna, para caminhar de um lado para o ombro entre as barras, a princípio temeroso por tocar o pé no chão, certamente pensando que quanto mais apoiasse no chão a perna machucada no chão, fazendo peso, no início mais iria sentir doer.

Ao entrar na sala, o médico lhe deu outra roupa que uma enfermeira o ajudaria a colocar, tirando aquela espécie de camisola de hospital para colocar uma bermuda que deixava suas pernas a mostra, e consequentemente a cicatriz extensa em sua coxa, que ia desde a metade até o joelho.

Então ela compreendeu que ali estava o motivo para que ele não quisesse que ela o acompanhasse, a cicatriz em sua perna, a cicatriz que mostrava que ele não era invencível nem inatingível. Que não era perfeito.

Mas para Rosalie não havia fraqueza ali, havia humanidade. Ele era humano e sofria como tal, não havia nada de errado nisso, só não sabia como dizer isso a ele, assim que decidiu não observar mais a cicatriz, deixando que ele mantivesse o orgulho que lhe restava.

Mandou-lhe um beijo mostrando que estava ali o esperando e apoiando, e isso foi o suficiente para fazê-lo sorrir e mergulhar de cabeça em mais uma sessão a caminho de sua recuperação.

Ele suava mais não desistia, não parava, e ela teve certeza de que ele queria se recuperar, mas não devia ser fácil – ninguém lhes dissera que seria. A verdade era que Emmett se empenhava principalmente para poder voltar para casa, se seguisse nesse ritmo na semana seguinte estaria de volta em sua casa.

Exausto ele voltou a cair na cama quando a sessão acabou, esticou o braço chamando-a e Rosalie sentou na beirada da cama, sendo abraçada por ele. Ficaram em silêncio, com ela acariciando seu rosto, e quando o viu dormir, exausto, compreendeu que era assim que ele não queria que ela o visse, exausto, acabado e exausto demais para qualquer coisa. Ele queria se mostrar firme e durão, besteira.

Ficou ao lado dele até sua mãe aparecer, trazendo uma atenta e muito acordada menininha em seus braços, que parecia mais que ansiosa para estar com o pai novamente, e que ainda não se conformava por não tê-lo pondo-a para dormir todas as noites.


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Notas finais do capítulo

n/a: o capítulo tá pronto há dias, mas o site ficou fora, e cadê os reviews hein? voltem meninas!



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