Para o Meu Amor, Emmett escrita por thysss
- Você só diz isso porque a sua vida foi medíocre, não venha comparar a relação entre você e minha mãe com a minha com Rose, não há nada a ver.
- Você que pensa...
- Não! – gritei interrompendo-o. – Você que não sabe de nada, você que nunca soube. Em primeiro ponto não é igual, porque milagrosamente eu não tenho nada a ver com você, eu amo a mulher que eu tenho comigo, a mulher que se deita comigo. Eu não a proíbo de ter os meus filhos, eu não a proíbo de sair de casa nem a obrigo a ser como uma escrava para mim – as palavras simplesmente saíram.
- Não se atreva – ele gritou, e a essa altura eu poderia apostar que todos os jovens extasiados que há pouco comemoravam a ida para a guerra, naquele momento podiam ouvir tudo que falávamos um para o outro.
Mas isso não me importou no mais mínimo.
- Você se arrepende de ter engravidado ela, pensa que eu não sei? Você é um maldito que acabou com a vida dela, e que odeia por não ter acabado com a minha também... Minha relação com Rose não é medíocre, só aquilo que a sua com a minha mãe nunca foi.
- Ela o fez chorar – ele debochou gargalhando alto. – Não Emmett, o maldito aqui, nesse momento é você que se deixou levar por um rabo de saia, você é que está se acabando, olhe para você, mal tem vinte anos e já tem dois filhos pra sustentar, isso porque a sua mulherzinha perdeu o primeiro, senão sabe-se lá quantos já seriam.
Eu não pensei. Eu só agi.
Quando dei por mim, meu pulso o havia acertado no queixo, e meu pai havia voltado a rir, pondo a mão sobre a região que logo deveria inchar.
- Pelo menos você sabe bater, significa que aprendeu alguma coisa.
- Eu também sei atirar – lembrei-o com um tom sádico, e naquele momento não duvidei que eu seria mesmo capaz de atirar.
E naquela sala munição e armamento não me faltavam.
- Ainda assim você vai para guerra – ele gritou zombeteiro. – Porque você é um bom menino, e você vai cumprir a sua promessa. Há. – ele gargalhava.
- Porque eu tenho honra – retruquei gritando também. – Algo que você não faz a menor ideia do que é, algo que te dá asco. Eu tenho coragem e eu honro com a promessa que eu cumpri, e, acima de tudo, porque eu amo o meu filho e quero garantir que ele nunca vai ter de estar nesse lugar... Aliás, eu já garanti.
Eu me referia a um certificado que meu pai havia assinado, mas que só seria preenchido quando Victor crescesse e tivesse de prestar serviço militar.
- Consegue ver alguma semelhança entre você e eu? – foi minha vez de gargalhar. – Exatamente. É por isso que eu vou cumprir, e é por isso que eu vou voltar, para esfregar na sua maldita cara que eu tenho honra, e que eu sou capaz do que for para proteger a minha família – agarrei-o pelo colarinho. – Você nem sequer sabe o que isso significa, não é?
Ele não disse nada.
- Eu não esperava uma resposta mesmo – dei de ombros e novamente meu punho acertou seu rosto, dessa vez no nariz, fazendo jorrar sangue.
Eu não podia parar, não conseguia. Minha mão o acertava e eu só desejava fazer de novo e de novo, senti o sangue dele contra os nós de meus dedos, e isso só me deu mais vontade de continuar.
- Você é um maldito bastardo! – gritei.
Ouvi-lo rir só me deu mais combustível para voltar a acertá-lo.
Então tudo voltou a ser como um borrão, e quando dei por mim três rapazes me seguravam, enquanto outros dois limpavam o sangue de meu pai.
Eu deveria matá-lo.
- Me deixem acabar com esse maldito – gritei tentando me soltar.
- Já basta por hoje – um deles gritou de volta, empurrando-me para trás.
Mas eu estava com a adrenalina a mil, meu sangue ainda fervia e as palavras dele a respeito da minha família ainda retumbavam em minha mente. E não seriam esquecidas tão fácil.
Empurrando os dois que me seguravam pela frente, voltei a me aproximar de meu pai, agarrando-o pelo colarinho.
- Sim, eu tenho uma filha – eu gritei cuspindo em seu rosto. – E agradeço por ela não ter de conhecê-lo nunca na vida!
Dois rapazes voltaram a me afastar, mas eu não tinha mais nada a falar mesmo.
E eu sabia que se voltasse a acertá-lo, eu não pararia.
- E lembre-se que eu sei atirar – gritei olhando-o nos olhos.
Mas não causou nenhuma reação nele, o que me fez odiá-lo ainda mais.
- Me larguem – eu disse afastando-me deles quando já estávamos fora da sala, distantes o suficiente para que eles conseguissem me alcançar caso eu resolvesse voltar lá e acertá-lo com mais alguns golpes.
Eles se afastaram, um deles me jogou uma toalha que eu agradeci com a cabeça, qualquer palavra era pedir demais.
Os nós dos meus dedos estavam marcados pelo sangue e machucados, e eu tinha certeza que Rose entraria em desespero se eu simplesmente chegasse assim em casa, então olhei para a minha camisa, que também continha marcas de sangue, e percebi que não havia como ela não saber.
Droga.
Dei as costas a eles, eu precisava ir para casa, porque Rose era a única que poderia me acalmar naquele momento. Vê-la e ver os meus filhos, isso fazia valer a pena.
Entrei no carro, não dando a mínima para o que eles falavam, nem para que os decidiram voltar e treinar por conta própria, afinal não havia nem chegado a metade da manhã e eu já estava me mandando.
Minha vontade real era nunca mais pisar ali, mas eu não daria esse gostinho ao meu pai. Eu era um homem de palavra, e não mudaria dessa vez.
Só não queria nem imaginar o que dizer a Rose quando eu chegasse em casa, apesar de já saber o que eu ia dizer: a verdade.
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n/a: a demora do capítulo dessa semana se deve a algo que todo mundo adora (há!): provas!
tive três dias seguidos de provas e meus neurônios fritaram, hmm.
mas durante essa semana vai ter posts (uhul!)!
apareçam viu?
tem gente sumindo...
e deixem reviews, ok?
:D
beijos.