Para o Meu Amor, Emmett escrita por thysss


Capítulo 104
Capítulo 104




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Quando entrei no consultório com Rosalie, a médica me olhou com um sorriso, enquanto Rose se trocava – colocando aquelas batas horríveis – e me cumprimentou, perguntando o de sempre, me deixando no posto de vigiar o que Rosalie fazia e como ela se portava.

            Mas eu não consegui lhe responder muito, porque Victor em meu colo estava se mostrando bem impaciente para esperar, e nós riamos quando ele foi para o chão e seguiu com seus passinhos rápidos, indo atrás de Rosalie, procurando-a na primeira porta. Ele empurrou a porta, e voltou para o meu lado frustrado ao ver que não tinha ninguém ali, maneei a cabeça sussurrando em seu ouvido onde ele deveria ir, e com os olhinhos bem abertos e passinhos mais ligeiros, Victor seguiu até um biombo, onde Rosalie terminava de se trocar.

            - Meu amor – ouvimos ela falar dando um beijo estralado na bochecha de Victor.  

            - Bebê – era a palavra preferida dele quando estava perto de Rosalie, e mesmo sem vê-los eu soube que ele estava fazendo carinho na barriga dela.

            - Vem – ela murmurou vindo de mãos dadas com ele, Victor vinha sorridente mostrando seus pequenos dentes de leite, e ia conversando com Rosalie com sua voz infantil.

            Então eu o peguei no colo novamente, enquanto a médica se dedicava a cuidar e examinar Rosalie, nós ficamos só ali no canto, eu tentando distrair Victor com qualquer coisa. Mas tenho de dizer que não era fácil.

            - Seus dedos estão inchados – disse a médica olhando o pé de Rosalie, realmente, ela havia reclamado disso o dia todo. – Se persistir me deixe saber.

            Rosalie assentiu, e eu também, porque era impossível eu não deixar a médica a par de tudo. Na verdade cada mínima dorzinha que Rose dizia sentir, já me fazia querer correr atrás da médica, mas Rose sempre me proibia. Não é minha culpa querida, eu só queria cuidar de você e ter certeza de que estava tudo bem.

            E eu não pensava que havia tanto com que se cuidar, digo, quando eu a acompanhei na gravidez de Victor parecia mais fácil, até porque ela havia engordado menos e não inchava. Mas agora a médica estava atentada a cada mínimo detalhe e a inspecionava com muita mais minúcia do que eu já havia visto em qualquer outra consulta.

            - Só tente se manter relaxada, descanse com os pés mais elevados e vai ficar tudo bem – a médica disse com um sorriso, que visivelmente deixava Rosalie mais tranquila. Ela algumas vezes já havia me dito que o rosto da médica demonstrava tudo, que quando havia algum problema a doutora ficava rígida e falava pouco, detalhes assim que só as mulheres percebem, mas que por ter sido avisado eu havia me mantido atento.

            - Vem meu amor – Rosalie disse quando já estava sentada na maca em que a médica a havia examinado. Ela estendeu os braços pegando Victor, para deixá-lo sentado ao seu lado.

            Não que eu gostasse, ou concordasse com ela pegando-o no colo o tempo inteiro, porque Victor já não era mais um bebê levinho, mas havia certas situações em que era impossível não passá-lo para os braços de Rose, como naquele instante, porque em meu colo ele ficava se debatendo, sempre muito ativo e curioso ele queria ver tudo, tocar em tudo e ficar dando voltinhas pela sala. Mas com Rosalie e a adoração que ele tinha por ela, a situação era diferente, bastou ela colocá-lo ao seu lado, para Victor ficar de pé, seus olhinhos bem abertos observavam tudo, enquanto suas pequenas mãos gorduchas estavam sobre a barriga de Rosalie, sentindo o bebê se mexer ali dentro.

            - É só continuarmos assim e você vai estar perfeitamente bem para quando chegar a hora – a médica disse acariciando o cabelo claro de Victor, e logo estendeu a mão para nos cumprimentar.

            Estava tudo bem com Rose e com o bebê, era tudo que queríamos saber. Agarrei Victor, sentindo ele passar os braços por meu pescoço, querendo se pendurar ali, e ri abraçando Rose pela cintura enquanto caminhávamos pela rua pouco movimentava. Na verdade nenhuma rua em Rochester poderia ser considerada com movimento, e várias vezes isso era ótimo, porque nos permitia dar algumas voltas pela cidade sem ficar esbarrando em ninguém, e não havia muito barulho nas ruas, apenas crianças correndo atrás de bolas e soltando pipas.

            E eu tinha de confessar que não via a hora de Victor começar a querer essas coisas, algumas vezes eu já havia “jogado” bola com ele, mas não se comparava as crianças crescidas.

            - Você quer almoçar aonde hoje? – eu perguntei porque sabia que Rose não estava com vontade de cozinhar, e eu não me arriscaria na cozinha. – Faz alguns dias que não vemos a minha mãe – eu disse e ela assentiu, porque Rose se dava realmente bem com minha mãe, assim como eu me dava com a dela. Nada dessa história de sogras megeras e que não dão certo. O único problema era o sogro dela, mas quanto a isso eu já havia desistido, meu pai não tinha mais jeito realmente. E só sugeri a casa de minha mãe por ter certeza de que ele não estaria lá, porque com tudo isso da Guerra Civil, e tantas investidas e recuadas ele havia tido de ir até a capital do estado resolver alguns assuntos.

            E algo me dizia que um desses assuntos seria incluir os recrutas de Rochester, do estado de Indiana, para ajudarem a fazer frente contra o pessoal do sul que quisesse fazer o próximo ataque.

            Também não adiantava negar, eu sabia que meu pai só estaria sossegado a hora que pudesse demonstrar aos habitantes do estado de Indiana que mesmo uma cidade pequena como Rochester podia ter um bom treinamento, e que ele podia ser um bom treinador.

            O sonho da vida dele era treinar um grande grupo, e com essa Guerra ele certamente estava vendo essa oportunidade chegar, e interiormente eu só desejava que ele conseguisse e partisse, assim eu poderia seguir em paz com a minha família. Só lamentava pela minha mãe, porque se isso acontecesse certamente não seria fácil para ela decidir entre acompanhá-lo e ficar por perto de mim e dos netos dela.

            O que só me fazia ter certeza de que não importava quão ruim meu pai fosse, nem quão grosso ou rude, ela realmente o amava. E como dizem, o amor é cego.

            - Vamos lá – eu disse segurando a mão dela, dando a volta para irmos até o carro e partimos para lá.

            Por isso eu adorava meus dias de folga. Apesar de que aquele seria o último até Rose ter o bebê, e pensar que cada vez estava chegando mais perto da data me aterrorizava.

 


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Notas finais do capítulo

n/a: mais um capítulo fofinho deles 'hihi
e o aviso continua: se acharem que falta algo, que estou enrolando muito ou algo assim, avisem ok? mesmo que seja por mensagem.
eu não vou ficar brava com ninguém, prometo. também não mordo!

deixem reviews ok? beijos.