Peguei meu carro e voltei ao hospital. Sabia que Poseidon ainda estaria lá, e meu palpite estava certo.

Ele estava na sala de espera do hospital, tomava um suco de laranja e olhava com um olhar triste para o teto.

–Poseidon - Me arrependi assim que o chamei, queria que minha mãe contasse a ele, mas não agora...

Ele se virou em minha direção e abriu um pequeno sorriso.

–Oi. Desculpe, mas Percy acabou de dormir e os médicos pediram para ninguém ir lá...

–Eu não vim apenas por Percy. Queria que você fosse comigo até a minha casa.- Seus olhos se encheram de esperança.

Minha mãe estaria em casa esperando que eu chegasse com Poseidon, e eu fiquei com um certo medo do que aconteceria lá... Afinal meu pai não estava com o melhor humor do mundo.

Poseidon não disse nada apenas se afastou e foi em direção a Sally que estava conversando com um homem na outra parte da sala.

Ele disse algo á ela e pareceu nem ligar, para o homem que estava ali. Voltou até onde eu estava.

–Vamos...

= Παύση =

Abri a porta da minha casa. Ouvi uma gritaria vindo do segundo andar e vi que minha mãe não esperava na sala, como o combinado.

Pedi para que Poseidon entrasse, seu rosto esboçava cansaço. O deixei na sala e subi seguindo os gritos que ainda podiam ser ouvidos.

Eles vinham do quarto dos meus pais, e pelo que deu para ouvir o assunto era a minha paternidade...

Bati na porta quando os gritos sessaram, então meu pai abril.

–Poseidon está ai?- Ele disse com uma voz rispda.

–Sim ele está lá em baixo.

Meu pai passou como um raio ao meu lado e se dirigiu até a sala. Olhei para dentro do quarto, minha mãe estava sentada na cama e chorava. Eu fui até ela e à abracei.

–Vamos para lá, conte a Poseidon e então tudo vai se esclarecer...

Descemos calmamente. Meu pai estava sentado no sofá e Poseidn na cadeira à sua frente.

Meu pai olhou para nos e seus olhos fiaram marejadas, não de tristeza mas de raiva.

Minha mãe se sentou no sofá na direita de meu pai e eu me sentei ao seu lado.

Ela então contou a noticia que acabou com seu casamento.

Poseidon olhou para Athena perplexo. Não conseguiu acreditar no que acabará de ouvir. Olhou para mim e sorriu.

–Annabeth? Minha filha?

Foi nessa hora que a ficha caiu. Poseidon poderia ser meu pai, o que me tornaria irmã de Tyson e de Percy... Ah não Percy, como eu contaria a ele que nos depois de tudo, éramos irmãos como havíamos desejado na infância.

Abaixei a cabeça, não queria chorar, mas pensar em perder Percy novamente era duro demais.

Claro eu também perderia meu pai Frederick, ele não seria mais o meu pai biológico, mas sempre seria o homem que me criou, isso não poderia ser perdido.

–Temos que fazer o teste de DNA primeiro para ter certeza. – Meu pai disse com amargura.

Poseidon se levantou veio até mim e me abraçou. Eu não tinha nada a fazer a não ser retribuir o abraço.

= Παύση =

Se passaram dois dias, dês da conversa em minha casa. Minha mãe pediu para que não contássemos a ninguém, nem Percy, nem Sally, nem meus irmãos sabem.

Poseidon disse a Percy que os médicos tinha recomendado que nos não ficássemos muito juntos, para não sofrermos algum tipo de transtorno psicológico.

Ele não aceitou isso com muita facilidade, mas foi obrigado afinal e minha entrada no quarto dele estava “proibida”.

Hoje seria o grande dia... Descobriria quem era meu pai e com essa noticia teria que ir pegar Percy no hospital...

Estava com muito medo. Medo de Frederick não ser meu pai e então eu ser apaixonada pelo meu irmão. Medo dos meus pais se separarem...

Estávamos em uma clinica especializada nesse tipo de exame. Minha mãe estava ao meu lado e ao lado dela Poseidon. Do outro lado da sala de espera meu pai estava sentado, com um olhar perdido e triste.

Não aguentava mais ficar esperando sentada, me levantei e fui até meu pai. Sentei a seu lado, e peguei sua mão.

–Pai... – Hesitei antes de completar a frase, mas precisava dizer. Não só para tranquiliza-lo, mas também a mim. – Independente do resultado desse exame, você nunca deixará de ser meu pai. Afinal você foi o homem que me criou e me amou dês do momento em que eu nasci...

Ele me abraçou forte e eu fiz de tudo para não chorar. Ele se distanciou.

–Meu amor por você Annabeth não vai diminuir, não imporá de quem você seja filha...

Ele sorriu, acho que foi a primeira vez nesses dois dias, me senti bem de fazê-lo sorrir. Queria que ele fosse feliz mesmo após a decisão da separação.

Esperamos por mais alguns minutos até que o resultado chegou. Eram dois envelopes, que foram entregues para minha mãe, ela entregou um a Poseidon e veio caminhando em nossa direção.

–Aqui... – Ela entregou o segundo envelope para meu pai, mas não olhou em seus olhos.

Ele o abriu com certa ansiedade, a essa altura meu coração estava a mil por hora. Queria arrancar o papel das mãos dele abrir com mais rapidez.

Ele encarou o papel o lendo, ele abriu um pequeno sorriso e me olhou.

–Como eu suspeitava... Afinal essa sua esperteza toda só poderia ser vinda de mim.

Eu abri o maior sorriso do mundo Frederick era mesmo meu pai, o que não me tornava irmã de Percy.

Eu o abracei e olhei de relance para minha mãe que deu um pequeno sorriso de volta.

Pude ver Poseidon que ainda sentado, olhava com duvida aquele papel. Fui em sua direção deixando meus pais ( que agora tinha certeza que eram meus) para trás. Parei em frente a Poseidon, que olhou para mim.

–Parece que eu não sou seu pai...

–Mas vai ser meu sogro! -Ele sorriu em concordância- Bom pensando ainda nesse assunto, temos um doente a resgatar!

= Παύση =

Chegamos ao hospital bem rápido, afinal não ficava tão distante assim. Fui direto a recepção.

–Queria saber se o meu namorado já foi liberado? – Meu namorado... Como era bom me referiar de Percy assim. – Seu nome é Percy Jackson.

A mulher procurou em algumas fichas e afirmou que já poderíamos buscá-lo, subi correndo até seu quarto, ele estava de pé com uma camisa social azul e calça jeans preta, seus cabelos estavam olhados e bagunçados. Ele estava perfeito.

Entrei no quarto e o abracei, quase nos fazendo cair.

–Sentiu saudade, meu amor!

–Muita... Nunca mais me de um susto desses, entendeu?

Eu bati de leve na sua testa e sorri. Ele, em resposta, me beijou.

Ficamos nos beijando até Poseidon entrar no quarto. Em seguida veio Sally e depois Tyson.

Assim tiramos o meu namorado do hospital...