Amy POV on

Ficamos conversando por um longo período de tempo, até que Dan teve a estúpida idéia de nadarmos um pouco. Droga, esse menino não pensa não?

– Dan, acho que não uma boa idéia... – eu disse já demonstrando nervosismo.

– É uma ótima idéia Dan! – disse Reagan – Ah, vamos Amy! Deixe de ser careta! – ela completou, em tom de desafio.

– Deixa eu falar só um pouquinho com meu irmão. – eu disse já arrastando ele do cômodo.

Quando chegamos no corredor, olhei furiosa para ele.

– O que foi? – ele disse com uma cara de retardado.

Girei o olhos.

– Esqueceu disso? – eu disse apontando para minhas unhas e depois para minhas pernas.

O Dan ficou pensando um pouco, mas logo entendeu.

– Ah, desculpa Amy. – disse ele meio envergonhado por ter esquecido algo tão importante sobre a irmã.

– Tudo bem Dan – eu disse percebendo que fui muito dura com ele – só distraia eles para que não me obriguem a ir na piscina. – pisquei para ele.

– Distração? Vai ser fácil! – ele disse já correndo novamente para a sala.

Dei uma olhada no corredor para ter certeza que ninguém estava me seguindo, e parei diante de um dos lindos quadros que havia nele. Era um quadro realmente lindo, onde uma garota ruiva estava sentada em uma praia admirando o pôr do sol. Apertei um botão na lateral do quadro, e ele se abriu, revelando um corredor escuro com apenas uma luz fraca o iluminando. Entrei no corredor e fechei a abertura quadro. Segui o corredor até dar num beco sem saída, em que dei 3 batidas na parede, que se abriu. Estava novamente no meu quarto. Isso pode até parecer esquisito, mas logo após os ataques dos Vespers, o Fiske fez várias passagens e salas secretas, incluindo uma base onde tínhamos contato com todos as outras bases de todos os outros clãs. Em compensação, Fiske e Nellie são os únicos que sabem todas as passagens secretas, eu e Dan só sabemos as essenciais e eu descobri a pouco tempo essa para o meu quarto.

Me dirigi a estante de livros, peguei o “1001 noites” e me deitei na cama.

Quando estava abrindo o livro, ouvi batidas na porta.

– Pode entrar. – eu disse, com toda a minha atenção voltada ao livro.

Não desgrudei nem um segundo meus olhos do livro, de modo que não percebi quem havia entrado.

– Pelo jeito você realmente gostou do livro. – meu coração começou a bater mais rápido ao ouvir essas palavras, era Ian.

– Sim, esse livro é realmente fascinante. – levantei os olhos do livro e o olhei, quando nossos olhos se encontraram corei e voltei a ler o livro.

– Todos já estão indo para a piscina, você vai querer ir? – ele diz, enquanto senta do meu lado na cama.

Começo a ficar mais nervosa e sinto meu rosto esquentar. “Amy controle-se, ele já quase te matou mais de uma vez. Não tenha sentimentos por ele.” Repetia em minha mente.

– N-n-não estou muito afim de nadar agora. – eu disse me repreendendo mentalmente por ter gaguejado.

– Ok então – ele suspira – mas pelo menos desse um pouco depois, só pra fazer companhia a gente. – ele diz se levantando da cama, mas ele abaixa novamente e beija minha bochecha.

– Eu senti sua falta Amy – ele sai do cômodo me deixando com meus devaneios.

Guardo o livro. Meu deus, acho que estou apaixonada, mas, porque logo por ele? Porque ele tem que mexer tanto comigo?

Tenho que resolver de uma vez por todas os problemas que tive com ele.

Ian POV on

Após sair do quarto de Amy, vou andando para o quarto de Dan para pegar minha roupa de banho. No caminho, fico pensando em Amy. Ela realmente está mais bonita agora... Mas é visível que ela ainda não me perdoou pelo o que aconteceu na caçada. Tenho de alguma forma provar para ela que não sou como Isabel... Mas, como?

Troco de roupa e vou para a piscina, onde todos já estavam se divertindo, mas a falta da ruiva me incomoda. Será que aconteceu algo para ela não querer ter vindo? Uma cena me faz dar um tempo aos meus pensamentos. Natalie e Dan estavam conversando na beira da piscina, pareciam estar combinando algo. Nat acena um sim com a cabeça para Dan, que sorri. Ele sussurra algo no ouvido de minha irmã, que a faz ficar corada. Ele beija sua bochecha e diz “então te encontro lá”, deixando ela mais corada ainda. Dan entra na piscina e vai de encontro ao Hamilton, que estava apostando uma corrida com suas irmãs. Fico imaginando o que Dan falou com minha irmã, mas resolvo perguntar a ela depois. Caminho em direção a Sinead e começo a conversar com ela.

Dan POV on

A minha idéia é GENIAL! Contei a Nat e ela concordou e irá aparecer, agora é só ver com o resto do pessoal.

Vejo que Hamilton está na piscina apostando uma corrida com suas irmãs. Entro na água e nado em direção a ele.

– Ham, preciso falar com você – eu disse com um sorriso malicioso no rosto.

– Ok. – ele responde com relutância.

Vamos a uma parte afastada de todos, porém, ainda dentro da piscina (que é enorme).

– Lembra da conversa de hoje na sala, aquele nosso trato? – eu disse já rindo da cara dele. – Arrumei uma forma incrível para você cumpri-lo.

– Pêra, você já beijou a Nat? – ele disse arregalando os olhos.

– Não, mas – ele me interrompeu.

– O trato é eu beijar a Sinead, SE você beijar a Natalie – ele disse corando. É estranho vendo ele assim, ele não parece esse tipo de gente que tem vergonha de pegar uma garota.

– É, eu vou beijá-la hoje a noite, e você vai beijar a Si também hoje a noite. – eu disse.

– Ok, conte o plano. – ele disse curioso.

– Você já brincou de “Verdade ou Desafio?” – eu falo com um sorriso malicioso no rosto.

Sinead POV on

Quando Ian parou de conversar comigo e foi em direção a Natalie, voltei a minha atenção as anotações que estava fazendo, porém minha mente acabou me levando para outro lugar, ou melhor, outra pessoa.

Eu comecei a ter certeza que gostava de Ham depois daquela semana.

Flashback On

Eu e meus irmãos fomos convocados pelos Ekat para ajudar numa idéia de construir uma nova base no Pólo Norte, e acabamos sendo escolhidos para passar uma semana na base (logo após ter sido terminada) para verificar se tudo estava pronto para levarmos os equipamentos adequados para o local.

Eu estava conversando com Hamilton por redes sociais desde que a caçada havia acabado, e nós descobrimos várias coisas em comum. Contei para ele nossa ida para o Pólo Norte, e o convidei. Ele aceitou na hora.

Nós encontramos no aeroporto, e fomos juntos para a base.

Como eu e meus irmãos somos rápidos, acabamos verificando toda a base em apenas dois dias, deixando os outros cinco para nos divertir, coisa que pouco fazíamos.

Ham ficou muito amigos de nós três, mas virou meu melhor amigo, e acabou ficando visível para mim que eu acabei começando a gostar dele.

Flashback Off

Parece simples sendo contado de forma resumida, mas garanto que NÃO É. Caramba! Os Ekat ainda não gostam dos Tomas, porque a maioria não tem nem a capacidade de pensar...

Droga, porque fui me apaixonar logo por ele?

Amy POV on

Dei uma olhada da janela do meu quarto, que tinha uma visão ampla da piscina. Eu sempre me maravilho com essa vista, a piscina (que é gigante) sempre está limpa, e o bosque ao fundo é lindo. Todos estavam parecendo felizes. Ham, Dan, Reagan e Madison estavam fazendo algum tipo de brincadeira na água. Sinead, Ned e Ted estavam conversando e rindo. Natalie estava em uma cadeira perto de uma área de festas que havia ali se bronzeando, enquanto Ian estava segurando uma folha com um largo sorriso no rosto. Jonah e Nellie conversavam animadamente.

Resolvo descer para pelo menos conversar com meus primos, porém uma dor muito forte me atinge. Minha cabeça parece explodir, e começo a ficar zonza. O pesadelo que eu havia tido estava voltando em minha mente, e as palavras do Vésper ecoam em minha cabeça.

“- Você achou que iria fugir de nós, Cahill?” a voz estava grotesca.

– Não pode estar acontecendo – começo a repetir.

A dor piora, a ponto de me fazer chorar. Começo a arranhar minhas pernas, que dessa vez estão protegidas por minha calça jeans.

“- Estamos com seu irmãozinho, Cahill” a voz grotesca ecoa novamente na mente de Amy.

– Dan – ela sussurra.

Fico tonta, e cambaleio. A dor fica pior do que antes, como se alguém tivesse atirado em minha cabeça. Grito com todas as minhas forças, enquanto a ultima frase do homem ecoa em minha cabeça. Caio no chão, e perco a consciência.

Ian POV on

Todos ouvem o grito, e ficam paralisados de medo, era Amy quem gritara. Sou o primeiro a se levantar e correr em direção ao quarto dela. Quando chego na porta à abro com pressa.

Me deparo com Amy no chão, inconsciente.

– Amy – falo, me agacho e a carrego para sua cama.

Hamilton chega a porta, e logo entende o que aconteceu.

– Vou chamar o Fiske – ele disse, voltando a correr pela Mansão.

Começo a ver a pulsação de Amy. Está normal, ótimo. Sento ao seu lado e começo a encará-la.

– Amy, o que está acontecendo com você? – eu falo, enquanto acaricio levemente seu rosto.

Nellie e Fiske chegam.

– O que será que houve? – Nellie diz horrorizada.

– Provavelmente deve ser algo relacionado aquele outro problema dela – Fiske responde. Percebo logo que eles estão ocultando algo.

– Ian, você poderia descer e avisar que está tudo bem para os outros? – disse Nellie, tentando esconder sua preocupação. – E chame o Dan por favor.

– Claro. – me levanto e vou em direção a porta, que é fechado por Fiske após minha saída.

Desço as escadas, e sou bombardeado por perguntas sobre Amy.

– Ela está bem pessoal. – eu digo. Não deixo de perceber que o único que não faz perguntas é Dan, que parecia triste e pensativo. – Dan, - eu chamo – querem você lá em cima.

Ele sobe a escadas, e a sala fica silenciosa.

– O que será que houve? – Sinead quebra o silêncio.

– Não sei, mas ela já estava estranha hoje lembram? – Reagan fala – Ela se recusou a ficar conosco...

– Temos que lembrar que a Amy é muito sensível. – Hamilton completa – Desde pequena teve problemas familiares, e também teve a caça as pistas, provavelmente ela deve estar mais fraca emocionalmente. – termina.

Todos assentem com a cabeça.

Dan POV on

Já tinha uma idéia do que poderia ter acontecido com Amy, e estou muito preocupado.

Abro a porta do quarto, e sou recebido por Fiske e Nellie.

– Ela está bem? – eu pergunto.

– Sim – Nellie responde, fazendo um grande peso em minhas costas sumirem.

– Acho que tem algo haver com os arranhados. – Fiske diz.

Faço sim com um movimento de cabeça.

– Agora a única coisa que poderemos fazer é deixá-la descansar – diz Nellie, após deixar uma toalha úmida na testa de minha irmã.

Assustando a todos, principalmente a mim pois estava muito perto da minha irmã, Amy acorda e se senta subitamente na cama.

– Dan! – ela grita, e me abraça.

Eu estava um pouco assustado, como assim ela se recuperou tão rápido? Ela chorava em meu ombro.

– Pensei que eles tivessem te pegado – ela diz em meio aos soluços.

– Eu estou bem, calma Amy - eu falo.

– Volte a se deitar Amy, descanse um pouco. – Fiske fala.

– Estou com medo. – ela responde, porém volta a se deitar na cama.

– De que Amy? O que houve? – eu pergunto, aflito.

– Lembra o dia que você chegou no meu quarto com o ursinho? – ela pergunta, com um pequeno sorriso ao se lembrar da cena.

– Sim, você sonhou de novo com eles? – ele não gostava de nomear seus inimigos mortais.

– Como pode ter sido um sonho se eu não estava dormindo? – ela pergunta, olhando para o nada.

– Amy, é normal sentir medo, mas isso não foi real. Acalme-se, e volte a se preocupar com coisas do presente, não do passado. – disse Fiske, saindo do quarto com Nellie.

– É, volte a se preocupar se o Ian te ama ou não – eu disse, debochando dela.

– Idiota – ela diz, tacando uma almofada em mim, mas não pude deixar de reparar que estava corada.

– Sabe Amy, acho que nossos primos tem todo o direito de saber sobre os tiques e sobre seus pesadelos, eles podem te ajudar. – eu digo, voltando ao ar sério e preocupado.

Amy pensa um pouco.

– Ok, pode contar pra eles, eu gostaria de descansar um pouco. – quando ela diz isso, finalmente percebo que ela está pálida e realmente parecendo fraca.

– Está bem. – e quando eu estava saindo pela porta, ouço Amy.

– Dan, posso dormir com você esta noite? – ela pergunta com o medo visível em sua voz.

– Claro! – digo sorrindo. Saio do quarto, deixando minha irmã descansar.