Nobody Said It Was Easy escrita por maryannewtk


Capítulo 1
Capítulo 1




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É ridículo que eu tenha demorado tanto pra tomar uma simples decisão.Não uma decisão qualquer, mas a qual definirá algo muito importante para mim.Neste momento eu me odeio mais do que já odiei qualquer pessoa, por tudo.Por essa minha maldita mania de estragar tudo.Por essas noites frias que tenho passado desde que ela me deixou, pelo vazio que sinto toda vez que nossos olhares se encontram mas tudo que vejo é frieza.Por quê?Por que eu tenho sempre que meter os pés pelas mãos?

 São oito da manhã, o expediente acabou há quase uma hora, e aqui estou em frente à casa dela, sem coragem de dar o próximo passo.Sem coragem de olhar naqueles olhos e dizer que sinto muito, dizer que jamais faria algo para machucá-la.

 

“Come up to meet you, tell you I'm sorry

You don't know how lovely you are

I have to find you, tell you I need you

And tell you I set you apart”

 

Tudo começou há dez meses quando uma situação que vem se mantendo por seis anos finalmente se desenrolou.Posso dizer que desde o momento que vi Sara Sidle, percebi que apesar de nossas diferenças e até algumas discussões mais sérias, aquela seria a mulher que viraria minha cabeça.Mas constatar é bastante fácil, conviver com isso que tornava toda a história complicada.Mal conseguíamos manter uma amizade, qualquer tentativa era arruinada por uma opinião diferente, e novas discussões, novas brigas.Não nego que isso às vezes me era interessante.No calor de nossas discussões ter toda a atenção dela concentrada em mim, unicamente em mim...Mas muito tempo levou, muitos anos...até que há dez meses atrás, eu ouvi sair daquela boca – mesmo que entrecortadas pelo visível nervosismo -  as palavras : “Gostaria de sair comigo?”.E então nós saímos.Incrível como eu sendo uma CSI, treinada pra perceber coisas não percebi qualquer interesse da parte dela, fato esse que me fez ficar horas acordada lamentando minha sina de pensar não ter chance alguma com a mulher que havia virado minha cabeça.Mas felizmente ela sentia o mesmo, e ali nesse momento começou uma linda relação, não só de atração ou tensão, mas de amor.Nós decidimos manter as coisas no ritmo certo, para não correr o risco de estragar tudo.Cada coisa que eu descobria sobre Sara me fascinava mais e mais, vê-la sem aquela “armadura” emocional que ela carregava no trabalho era fascinante, era como se fosse uma outra pessoa, ainda mais encantadora sem aquele olhar frio e centrado típico de uma workaholic.E eu fiquei ainda mais feliz por Lindsey gostar dela e mesmo sendo uma criança, entender a importância de Sara em minha vida.As duas se davam muito bem e era incrível como os olhos de Sara brilhavam quando Lindsey dizia que ela era a “melhor professora de matemática que existe”.

Mas eu estraguei tudo.

         Numa manhã depois do expediente nós duas estávamos em meu carro, prontas pra ir pra minha casa, quando o celular dela tocou.Foi uma conversa muito breve, mas eu pude perceber o olhar transtornado de Sara ao desligar o telefone.Perguntei o que havia acontecido, e recebi um “Não é nada” resmungado como resposta.Nos dias que se seguiram Sara ostentou um semblante de preocupação que raras vezes eu havia visto naquela face.Insisti para que me contasse o que ocorria, mas recebi novamente respostas evasivas, sempre dizendo que não havia motivos para se preocupar.Ficou bastante óbvio que algo muito errado estava acontecendo quando dias depois  a vi sair da sala do Grissom com os olhos vermelhos.Decidi não tocar no assunto no trabalho, o LVPD não é o melhor local para se conversar assuntos pessoais, então esperei até que chegássemos em minha casa, onde ela dormiria naquela manhã.Ficamos abraçadas no sofá por algum tempo, sua cabeça apoiava-se em meu ombro enquanto eu acariciava seus cabelos, mas sua expressão era dura e ela não respondia aos meus carinhos.

“Por que você não me conta o que há de errado?” – arrisquei mais uma vez.

“Não há nada de errado Cath” – respondeu de maneira nada convincente.Eu iria me preparar para argumentar quando ela afirmou levantando-se do meu colo “Eu vou tomar um banho, tudo bem?”.

“Claro” – respondi, vendo-a desaparecer corredor adentro.Por que, por que ela não podia simplesmente me dizer o que havia de errado para que passássemos por aquilo juntas?

 

“Tell me your secrets, and ask me your questions

Oh let's go back to the start

Running in circles, coming in tails

Heads on a silence apart”

 

Mas eu sou uma CSI.Meu trabalho é descobrir coisas, é nisso que sou boa.

Naquele momento eu sabia que o que estava fazendo não era certo, mas a preocupação estava me corroendo pro dentro.Sara havia deixado o celular na mesinha da sala quando foi para o banho, e aquele aparelho ali, era tentador.Não me contendo, o apanhei, ligando-o e verificando a lista de chamadas recentes.Como esperado havia chamadas do LVPD, do Nick, Grissom, Sofia... E um número desconhecido.Pegando meu próprio celular e ignorando completamente meu bom sendo, disquei aquele número.Uma voz grave atendeu do outro lado, informando-me que era do Serviço Social.Sem saber ao certo o que dizer, inventei que havia errado o número e desliguei.Bem, isso explicava as coisas até certo ponto.Uma ligação entre ela e o Serviço Social era justificável, afinal Sara havia me contado havia algum tempo que quando criança, seus pais haviam morrido e ela tinha passado sua infância e adolescência em orfanatos, porque aparentemente tinha problemas com as famílias designadas a cuidar dela.Mas era o que eu sabia, nem menos, nem mais.De qualquer forma, eu não pude deixar de imaginar – e me preocupar – porque uma ligação do Serviço social supostamente estava causando tanta aflição em minha Sara.Fazendo uma anotação mental de verificar isso mais tarde, coloquei o celular dela novamente na mesinha, justamente a tempo dela voltar.

         No expediente à noite, não pude deixar de perceber Grissom chamando-a em seu escritório.Estranhei, afinal ele havia feito a distribuição dos casos havia 20 minutos, e supostamente, o normal era que Sara estivesse no laboratório, não havia motivo pra que voltasse a falar com Grissom.Tentando me focar no que tinha que fazer, saí com Nick para investigar uma cena de crime num Casino perto dali.Colhidas as evidências, em menos de duas horas estávamos de volta, o que me daria tempo de fazer o que estava planejando.

Entrei pelo corredor, e me deparei com Greg saindo da sala de descanso com uma cara não muito satisfeita.

-Se vai falar com Griss, acho bom saber que ele não está para papo. – ele resmungou num tom baixo.Nada estranho, afinal qualquer um ali era capaz de se irritar vez ou outra com as imaturidades de Greg.Ainda parada ali no corredor, tentando imaginar o porquê da constatação de Greg, vi Grissom saindo e se dirigindo de volta para seu escritório com um copo de café na mão.Rapidamente caminhei atrás dele, dando duas batidas rápidas na porta e entrando.

-Alguma coisa errada Catherine? – ele perguntou, provavelmente estranhando minha expressão levemente transtornada. – Deu algo errado na cena do crime?

-Não Gil, está tudo certo.Evidências no laboratório, projéteis na balística e o Nick vai encaminhar as amostras de dna pro Greg logo.Mas se tem alguma coisa errada, é na verdade você quem vai me dizer.

Se eu não considerasse Gil Grissom um homem completamente incapaz de demonstrar emoções, diria que meu tom de voz havia lhe pego de surpresa.Se isso aconteceu ou não, no momento eu não soube.

-Então o que lhe trás até aqui?

-Onde está Sara?

-Está com Dr.Robbins na autópsia.

-Ótimo.

Percebi um misto de curiosidade e confusão no rosto de Grissom após trocarmos tais palavras, e por um momento ponderei se devia mesmo falar com ele naquele momento.Mas infelizmente, decidi que sim.

-Grissom, você esteve em contato com o Serviço Social nos últimos dias? – disparei percebendo uma leve mudança no rosto de Gil.

-Bom, eu sempre estou em contato...Você sabe, crianças orfãs cujos pais foram vítimas do crime são bem comuns em Vegas.

-Estou me referindo a algo mais especifico, peculiar.

Ele piscou algumas vezes não muito certo do que tinha ouvido – ironicamente – mas mantive meu semblante sério, olhando-o firmemente e dando a entender de que não sairia dali sem uma resposta.

-Não lhe entendo Catherine.

-Então serei mais direta Gil.Semana passada vi Sara saindo daqui com os olhos claramente vermelhos de choro.Eu sei que o Serviço Social esteve em contato com ela, e desde que o trabalho dela nesse departamento diz respeito à análise de evidências e não questões legais, é certo de que eles não queriam nada profissional com ela.Então Gil, me responda e por favor não tente me enganar porque você sabe bem que não é possível, por que Sara estava chorando naquele dia?

Certamente, levando em conta o olhar espantado de Grissom, o tom de voz que usei foi bem mais autoritário do que eu havia imaginado.Bom, ele é meu superior, mas que se dane.A considerar pela minha preocupação naquele momento, eu era capaz de mandar o próprio Ecklie pro quinto círculo do inferno sem me preocupar com as conseqüências.

-Catherine, já passou pela sua cabeça que eu não sei do que você está falando?

-Não Gil, nós dois sabemos que você sabe.Então não tente me fazer pensar que não há nada acontecendo, pois você não vai conseguir.

-Tudo bem, eu sei que não vou.Você sabe o quanto eu te considero e te respeito como profissional e como pessoa, mas com toda a educação Catherine, esse assunto não lhe diz respeito. – Ele disse se virando para a outra mesa, indo analisar aqueles malditos insetos que ele tanto ama.

-Eu preciso saber Grissom! – falei com o tom de voz mais alto.

-Sinto muito.É natural que como colega de trabalho você esteja preocupada com Sara, mas são assuntos particulares que só dizem respeito a ela.

-Tudo sobre Sara me diz respeito!!! – gritei exasperada com aquela conversa estúpida que nada estava me adiantando.Grissom me fitou ainda mais confuso.Obviamente ele não sabia do meu relacionamento com Sara, logo não entendia a seriedade de minha afirmação.

-Ela...Também te contou sobre a questão do Sohrel?  ele me perguntou incerto.

-Quem?

-Vejo que é melhor eu ficar calado.

Uma certa raiva me subiu.Raiva de Grissom, por não me dar as respostas que eu queria, raiva de mim, por me sentir impotente na tentativa de ajudar a pessoa que amo, e raiva – se é que isso é possível – até de Sara, por supostamente confidenciar à Grissom algo que preferiu esconder de mim!

-Eu tenho que ir- disse saindo do escritório sem mais nenhuma palavra e deixando para trás um Gil com uma expressão confusa e preocupada.Entrei na sala de descanso e fiquei feliz ao não ver absolutamente ninguém ali pois queria ficar sozinha.Tomei um copo de café e me sentei tentando relaxar e me fazer acreditar que nada estava errado.Mas estava, e eu precisava saber o que era.Sem pensar duas vezes – se pensasse sabia que não iria adiante – peguei meu celular e disquei um número agendado recentemente.Uma moça atendeu do outro lado, informando que era do Serviço Social e perguntando o que eu desejava:A resposta era simples, saber o que estava atormentando a mulher que amo.

-Boa noite, sou a agente Willows da criminalística do LVPD, estou no meio da investigação de um caso e gostaria de saber se você tem alguma informação recente sobre alguém com o sobrenome Sidle. – A mulher educadamente pediu que eu aguardasse enquanto verificava.Mais ou menos dois minutos depois retornou à linha.

-É sobre o caso de Sohrel Sidle?Pensei que a  NYPD estivesse encarregada. – falou a mulher.

-Sohrel? – me vi confusa, quem havia de ser Sohrel?E o que tinha a criminalística Nova Yorkina a ver com isso? – Sim, é isso mesmo, é que houve uma mudança no departamento e...

-Catherine...O que você está fazendo? – ouvi uma voz profundamente séria vinda detrás de mim, e me virei para ver Sara parada à porta da sala de descanso com um olhar que se pudesse matar, me faria cair dura no chão.Obviamente ela tinha escutado parte da conversa e mais obviamente ainda, nada havia gostado do que escutou.Sem saber direito o que fazer, balbuciei algo ao fone, dizendo que precisava desligar e olhei Sara nos olhos.

-Me desculpa – foi tudo que consegui dizer.

-Você não tinha esse direito. – ela disse secamente, virando-se e caminhando para fora.Fui atrás dela pra encontrá-la no vestiário com a torneira ligada e as mãos afundadas no rosto, num sinal de imensa frustração.

-Sara, eu...

-Não me diga nada.Eu entendi muito bem tudo que aconteceu.Você não tinha direito de fazer isso comigo, não tinha direito de se meter!

-Me meter?Pelo amor de Deus, eu acho que mereço uma mínima satisfação do por que de você não ter nem dormido nem se alimentado direito nos últimos dias.Você não responde aos meus carinhos, você tem mantido esse semblante sério e introspectivo por horas e não me disse absolutamente nada além de “Está tudo bem”, “Não há nada errado” e todos os tipos de respostas evasivas!Eu vi você chorando outro dia Sara, eu sei que tem algo muito errado acontecendo, eu só estava tentando entender o que é, pra não deixar você passar por seja lá o que for sozinha! – desabafei num tom de voz alterado. – E tudo isso por quê?Por eu te amo Sara!Porque é isso que pessoas que amam fazem, elas se ajudam, elas têm confiança uma na outra para dividir seus problemas!Eu jamais faria algo pra te machucar!

-E também têm confiança para deixar o outro ter seus segredos e contá-los na hora certa.E eu vejo que essa confiança eu não posso ter em você, porque quando me dou conta, estou sendo investigada.Eu ia te contar, eu ia dividir isso com você quando me sentisse preparada, mas agora Catherine, por mais que me custe dizer isso, eu só quero que você me deixe em paz!

E então ela se foi.As palavras que trocamos no trabalho tornaram-se completamente profissionais.Eu sabia que não era o lugar certo para conversarmos.Mas ela também não atendeu meus telefonemas, não respondeu minhas mensagens.Resolveu simplesmente me ignorar e pouco depois tirou licença no departamento, ficando sumida.Isso me preocupou mais ainda.Além da dor de ter magoado Sara e de estar longe dela, ainda me atormentava a dor de não saber o que estava acontecendo, de não saber se ela está bem ou não.Eu passei muito tempo mentalmente a culpando por não ter confiança em mim, por não me dizer o que havia de errado, e eu levei muito tempo para engolir o orgulho e admitir que o erro foi só meu.

 

“Nobody said it was easy

It's such a shame for us to part

Nobody said it was easy

No one ever said it would be this hard

Oh take me back to the start …”

 

Tempo demais.Mas uma vez que consegui engolir o orgulho, – o que diga-se de passagem, pra mim é algo difícil de se fazer – aqui estou eu.Estacionada em frente à casa de Sara, com uma decisão recém-tomada, depois de dois meses pensando, não muito certa de que estou pronta pra fazer o que sei que tenho que fazer.

Eu saio do carro e caminho lentamente até a porta.Bato duas vezes e espero.Momentos depois uma Sara com cara de recém-acordada abre a porta e me olha com um misto de surpresa e confusão.

         -O que você está fazendo aqui?

            -Eu...Eu...apenas queria saber...se você...como você...Se está tudo bem com você – foi minha muito eloqüente resposta.Qualquer tentativa de me mostrar segura acabava de ir por água abaixo.Com uma cara não muito boa Sara se preparou para abrir a boca e dizer alguma coisa, mas resolvi consertar as coisas antes que ela me privasse dessa chance – Espera Sara.Não me mande embora, por favor.Você precisa escutar o que tenho a dizer.Por favor, apenas escute, se não quiser dizer nada, tudo bem, mas eu preciso falar!

Ela respirou fundo, num gesto que por mais que eu analisasse não conseguiria responder se era frustração ou resignação.

         -Entre.

            -Obrigada.

Entrei e ela me indicou o sofá para que me sentasse.Dando-se conta de que estava de pijamas ainda, disse-me que esperasse um momento até se trocar e sumiu corredor adentro.Nesses minutos que se passaram mil coisas vieram à minha cabeça, mas a maior delas era o medo.Medo que por pouco não me fez sair correndo dali, mas fugir não é algo que costumo fazer.Sara voltou, sentou-se e permaneceu me olhando com uma expressão indagadora.

         -Suponho que eu deva explicar porque vim até aqui. – comecei respirando fundo. – Pode parecer inútil eu explicar novamente o motivo pelo qual fiz o que fiz.Eu sei que não terei argumentos pra te convencer de que tinha boas intenções, mas vou tentar assim mesmo.Sara, eu nunca senti minha vida mais completa do que no tempo em que ficamos juntas, era maravilhoso lhe ter ao meu lado, poder repousar a cabeça em seu colo e apenas relaxar e esquecer os problemas que uma vida no estilo da minha tem.Era maravilhoso ter alguém que me amasse, me aceitasse apesar de tudo.E mais maravilhoso ainda, era conhecer uma Sara completamente diferente da agente Sidle.Não uma pessoa hiper-centrada que não demonstra emoções e que tende a exigir horrores de si mesma.E o seu lado doce, o seu lado sentimental, me deixou tão encantada, que eu esqueci como era a Sara Sidle que conheci há seis anos.Eu me acostumei a ter você dividindo os seus problemas comigo, eu me acostumei a acalmá-la, a consolá-la.E a idéia de você ter algo lhe atormentando, e eu não poder fazer nada em relação a isso, me deixou maluca.Eu esqueci que Sara Sidle, não é uma pessoa que se abre com os outros, que permite se mostrar emocionalmente, e com esse esquecimento, eu tomei liberdades que não deveria ter tomado.Mas em nenhum momento, com intenção de lhe machucar, lhe magoar ou invadir sua privacidade.

-Mas invadiu – ela disse com uma voz que não consegui identificar que emoção carregava.

-Sim, invadi.Infelizmente errei, não nego.Eu apenas estava tentando achar uma explicação pra você não me contar, lhe ver chorando naquela ocasião, ao sair da sala do Grissom, fez meu coração se apertar, eu queria lhe abraçar, tomar suas dores, mas você simplesmente não dividiu nada comigo.Eu fiquei desesperada!

-E por isso, resolveu bancar a CSI comigo e investigar minha vida.  – ela afirmou com frieza.Cada momento dessa conversa estava me matando, o desespero começa a me invadir.

-E você tem todas as razões pra me odiar por isso, eu só queria que você soubesse porque eu fiz aquilo.Eu só queria que você soubesse que minha vida está emocionalmente caótica sem você.Que eu sinto muita falta de tudo que estar com você me proporcionou.Sinto falta do seu sorriso, sinto falta dos seus braços, do seu cheiro.Sinto falta de seu carinho, de seu colo.Sinto falta das vezes em que você dormia lá em casa e eu acordava e te via ao meu lado.Sinto falta da toalha molhada que você sempre deixava na cama e da bagunça que fazia quando brincava com Lindsey.Sinto falta de ver você e Lindsey se dando bem, sinto falta de você ajudando Lindsey nas lições de matemática, porque por Deus, ninguém nunca fará isso tão bem quanto você, e ela também sente sua falta. – as lágrimas vêm aos meus olhos, e por mais que eu lute, é impossível impedi-las de cair- Sinto falta de pertencer a você, e da sensação de completude que sua presença em minha vida trazia.Porque Sara, eu posso dizer isso com toda sinceridade, minha vida só foi completa de verdade, enquanto estive com você.Você tem todo o direito de não me perdoar, mas eu só queria que você soubesse que não fiz isso por falta de confiança.Fiz porque não queria ver você sofrendo sozinha, ao passar por sabe-se lá o que estava passando.

Sara está com o rosto afundado nas mãos, o que me impossibilita de ver qualquer tipo de emoção vinda dali.Eu ainda luto contra minhas lágrimas, embora esteja somente um pouco mais aliviada por colocar tudo isso pra fora.Eu não espero que ela me perdoe, conheço a proporção de meu erro, e sei que pisei num terreno onde não devia ter pisado, mas eu apenas precisava dizer tudo isso.Olho para Sara apreensiva por não ver seu olhar, sua expressão, que emoções deveria encontrar ali.Raiva?Frustração?Penso que é melhor me levantar e ir embora.

         -Era isso. – digo me levantando – Mais uma vez, peço desculpas.

 

“I was just guessing at numbers and figures

Pulling the puzzles apart

Questions of science, science and progress

Don't speak as loud as my heart

Tell me you love me, and come back and haunt me

Oh, when I rush to the start

Running in circles, chasing tails

coming back as we are.”

 

 

...CONTINUA


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