POV da Bella

Where The Story Ends – The Fray

Ser campeã, regional de animação de torcida, definitivamente era muito, muito bom. Eu estava com aquele sentimento de que eu havia cumprido minha parte, agora, eu tinha minhas opções. Continuar na animação e fazer minha última participação num campeonato aqui em NY e, depois continuar pela faculdade. Ou, quem sabe, continuar sendo somente eu, como sempre fui, e, eventualmente, esquecer a animação de torcida. Yeah, eu ainda estava bem confusa.

O dia seguinte chegou bem rápido. Carlisle, meu sogro, iria chegar mais ou menos no horário do almoço e, minhas primas iriam pegar um vôo para Edimburgo esta manhã, ou seja, eu devia estar atrasada.

- Bom dia, minhas campeãs! – Meu pai disse sorrindo a nós três. – Então, preparadas?

- É. – Angie disse respirando profundamente. – Nós temos que ir, certo?

- Yeah, hora de voltar para o papai e para nossa vida. – Alice murmurou.

- Então, as irmãs Hale estarão de volta. – Eu disse como em uma manchete.

- Pois é, não sei o que faremos. – Angie disse num tom solene. – Se... Bem, o que deveríamos fazer... eu...

- Hey, Ang, não pense nisso agora. Vocês duas vão prometer que vão me ligar se qualquer, eu disse QUALQUER coisa acontecer. – Intimei. – E eu vou prometer que vôo para lá o mais rápido que eu puder.

- Garotas, vamos?

Minha mãe nos chamou para ir em direção ao carro. Provavelmente, Esme, Edward, Jasper, Eric e a família deles estariam no aeroporto. Fui no carro com elas, eu sentada no meio e as duas abraçadas a mim. Eu ia sentir muita falta daquelas duas.

Quando chegamos ao aeroporto, cerca de meia hora depois, eu pude ver uma movimentação na entrada. OMG. Todas as meninas estavam lá. Era uma coisa meio obsessiva, eu acho. Algo como fãs enlouquecidas em cima do Robert Pattinson quando o vêem no aeroporto.

- Ahhh!!! – Alice gritou indo abraçá-las.

- Nós vamos sentir sua falta Allie. – Jane disse sorrindo. – Escute, se precisar de qualquer coisa, nos ligue. Nós prometemos que vamos te visitar. Afinal, a Escócia é um lugar lindo certo?

- Alliee... – Jess sorriu, com lágrimas nos olhos. – Olhe,  você sempre será nossa capitã. E, nós mandamos colocar na sua bagagem um presentinho. Jane e Alec enviaram para sua casa já. Quando chegar lá, você verá.

- Mas como vocês... – Ela indagou.

- Hey, nada costuma ser um mistério para Jane e Alec Volturi esqueceu? – Alec riu. – Boa viagem.

- Nós desejamos boa viagem queridas. – A mãe do Jasper disse sorrindo. – Você, cuide dela. É a sua missão. – Ela disse ao filho.

- Com certeza o farei com toda  minha vida! – Ele disse pegando na mão dela.

- Eric, - A mãe de Eric, junto ao pai dele, lhe davam adeus. – vá com Deus. Nos ligue sempre. Nos dê notícias. Cuide delas.

- Oh, eu sempre soube que eu teria que deixar meu filho voar... – A mãe do Jasper o abraçou.

- “O dia em que eu sai de casa... Minha mãe me disse... filho vem cá...” – Nina, Nanda e Carol disseram juntas.

- Que raio de música é essa?! – Eu perguntei indignada.

- Uma duplinha lá do Brasil. – Elas riram, devia ser aquele tipo de canta musiquinhas estilo country. – Uma duplinha sertaneja, vocês não ouvem sertanejo.

- Nem a gente. Odiamos. – Elas comentaram.

- Bem primas. – Eu as abracei de novo. – Obrigado por terem passado todo esse tempo comigo, me agüentando, me aconselhando, me ajudando quando eu precisei.

- Imagina. Isso porque achamos que a Bella era bem mimadinha, lembra, All? – Angie riu alto.

- Bem irmã da Alice. – Minha mãe riu. – Minhas filhas, vão com Deus. Dêem notícias nossas ao seu pai. Mande lembranças à Anne.

- Vão com deus. – Meu pai as abraçou.

- Bem, Ed, cunhado. – Alice e Angie foram cumprimentá-lo. – Nos vemos qualquer dia. Cuide da nossa irmã.

- Com toda a minha vida. – Ele me abraçou e deu adeus a elas.

Nesse instante, a última chamada para o vôo era feita. Alice e Ângela Hale pegaram suas bagagens de mão e entraram no corredor que as levaria para dentro do avião. Edimburgo receberia novamente as irmãs Hale.

Lá na Escócia, mais precisamente na capital, a família Hale é como a nossa aqui. Algumas vezes a mídia está atrás, outras vezes não. Mas ultimamente, por causa da doença do meu tio, as notícias e especulações sobre o destino da empresa eram constantes na internet. Embora minhas primas nunca demonstrassem para mim ou para qualquer outra pessoa como se sentissem, eu sabia muito bem que já era mais que a hora delas irem ver o pai e, resolver os problemas de uma vez por todas.

Assim que saímos do aeroporto, Esme foi à nossa casa para almoçar. Carlisle iria demorar um pouco para chegar, então ela e Edward nos fariam companhia. Minha mãe e eu terminávamos de arrumar a mesa, enquanto meu pai conversava animadamente com meu noivo-namorado. Acreditem, eu ainda estranho toda essa cordialidade. Mas, eu é que não vou lá perguntar para saber, certo?

- Então vocês vão mesmo para Chicago? – Minha mãe perguntou a Esme.

- Sim, vamos. Carlisle vai dirigir o hospital de lá. Acreditem, nós quase conseguimos ficar aqui em NY perto de vocês, mas não houve jeito. Nós nos mudaremos para lá no fim do ano. – Ela respondeu, enquanto tomava um gole do suco de uva.

- Chicago? – meu pai finalmente saiu do assunto da copa do mundo. – E, você, Bella... eu... imagino que...

- Na verdade... – Eu tomei coragem.

- Na verdade eu  quero que a Bella vá também. – Edward antecipou-se.

- Nós casaremos no fim do ano, na verdade, eu prometi a Alice que seria quando ela pudesse estar aqui. – Falei. – E, não vou negar isso a ela.

- Então, você vai? – Meu pai perguntou. Se, ele estava esperando que eu dissesse: ‘por favor, papai, posso ir?’ Há! Ele estava muito enganado.

- Vou. – Eu disse simplesmente. E, eu vi um leve rubor subir no rosto dele. – Nem adianta dizer não. Até lá, já vou ser de maior e, é a minha vida.

- Okay, garota, eu só ia comentar que você estava crescendo. – Ele riu.

- Certo, querido, nos poupe do pai coruja por hora. – Minha mãe me salvou.

Depois do almoço, logo em seguida por sinal, Carlisle já havia chego em minha casa. Eu apenas o cumprimentei e saí com Edward. No fundo, eu estava triste por minhas primas irem embora, mas eu não podia pedir que elas ficassem. Edward, o tempo todo, mantinha sua mão sobre a minha, enquanto dirigia. Ele sabia que eu estava bem chateada, mas não falou nada. Eu precisava ficar quieta um pouco.

Fiquei observando a paisagem que corria fora do carro. Me perguntei onde ele estava me levando. Minha cabeça girava tentando absorver tudo o que havia acontecido esses dias, eu tentava assimilar o fato de que em menos de seis meses, eu estaria casada e estaria tendo uma vida de marido e mulher ao lado de Edward. Nesse instante, minha mente se auto-bombardeou com várias perguntas sobre meu futuro.

- Como vai ser, Edward? – Perguntei a ele. – Como vai ser quando morarmos juntos?

- Seremos só eu e você, seremos felizes. – Ele disse com aquele ar de ‘a vida é um mar de rosas’.

- Não eu digo... Seremos igual a maioria dos filmes... Eu sou a dona de casa que espera o marido com o jantar pronto e um sorriso no rosto? Ou sei lá, nós vamos ser um casal moderninho, que sai para comer fora na maioria das vezes, aproveitando que a família do noivo mora na cidade?

- Definitivamente a segunda opção. – Ele sorriu.

Embora eu sorrisse com aquela declaração, ainda existia um vestígio de dúvida na minha cabeça. OKAY, eu sei que a essa altura do campeonato, depois de brincar de – um nome que me recuso a dizer aqui -, de ficar grávida do Edward, perder e então, ficar noiva e potencialmente amiga da minha inimiga da escola, eu não deveria ter mais dúvidas em relação a ele. Mas ninguém é perfeito certo?

E se eu acabasse caindo na mesmisse? E se Edward deixasse de me amar? E se nos cansássemos um do outro?

Eu sei que, ao ver minha história, a maioria deve pensar que eu estar imaginando esse tipo de coisa, é ridículo. Mas e se isso acontecer? Nada é perfeito e a vida não é um mar de rosas ou um arco íris colorido, certo?

- O que foi, Bella? – Ele notou minha total ausência do carro e minha absortividade a conversa sobre nosso futuro.

- Nada. Eu só estava... pensando. – Falei calmamente, tentando controlar minha respiração. Eu não queria que ele soubesse que penso isso. Com certeza, Edward iria me repreender, dizendo que eu estou num completo equívoco.

- Bella. – Ele foi parando o carro no acostamento da estrada que tínhamos entrado. – O que está acontecendo? Você está totalmente alheia a nossa conversa. O que está te incomodando?

Eu dei um longo suspiro, encarei o olhar sério dele.

- Ok, ok, ok!!! – Exclamei, quase desesperada. – E se você se cansar de mim? E se você conhecer outra pessoa? E se nós nos cansarmos um do outro?

- Venha comigo. – Ele me encarou sério, saindo do carro. – Venha. Comigo.

Céus, lembram quando eu disse que ele podia ser um tarado sexual esperando o momento certo para se aproveitar da jovem – e ingênua – menina, para então fugir com um sorriso no rosto? Pois então... Estava começando a achar que eu estava certa.