Hogwarts e o Fundador Esquecido escrita por PandoraDePopo, Soyer


Capítulo 19
Capítulo Dezenove - Estou de volta


Notas iniciais do capítulo

"Gente voltei... Sentiram minha falta? Porque eu senti falta de vocês..."
Heloise chispa! Desculpa gente, as vezes é difícil controlar esses personagens!! Enfim acho que já deu para notar que a Heloise voltou. Pois é!!

Estamos bem perto do fim agora!



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POV - Heloise Bennett

Acordei sozinha.

Lençóis confortáveis e quentes envolviam meu corpo, os lençóis tinham um cheiro familiar, cheiro de primavera, como minha mãe costumava dizer, cheiro que eu sentia todas as noites durante as férias, quando dormia no meu quarto na minha casa.

Mas, como era possível eu estar em casa? Eu tinha certeza de que estava em Hogwarts, ou pelo menos deveria estar. Me sentia confusa e assustada. O que estava acontecendo?

Sentei na cama e olhei ao redor. Definitivamente aquele era meu quarto. Reconheceria meus móveis e meus posters em qualquer lugar, porém minha mente martelava com a idéia de que aquilo era impossível.

Outra coisa que estava me incomodando profundamente era a dor muscular que se espalhava por todo meu corpo, sabe quando você dorme mais que a cama e acorda dolorido, era assim que eu me sentia. Parecia que eu tinha dormido um mês inteiro, mas não tivesse descansado nada. Dolorida e confusa me deixei cair de costa na cama e deitada comecei a tentar organizar as idéias.

Comecei tentando pensar na ultima lembrança clara que eu tinha.

Eu estava saindo do Salão Comunal da Lufa-Lufa para ir encontrar com Bryan na torre de Astronomia.

Bryan… Pensar nele me fazia ter sentimentos conflitantes. Sentia um enorme vontade de vê-lo, mas por algum motivo sentia que devia fica longe dele ou algo ruim poderia me acontecer.

Além dessa lembrança havia mais algumas coisas, porém tudo parecia muito nebuloso e confuso. Como se eu estivesse assistindo a tudo por trás de uma espessa fumaça cinza.

Por fim percebi que ficar deitada não iria me levar a lugar nenhum, eu precisa levantar e agir. Joguei os lençóis para o lado e pulei da cama.

Assim que coloquei os pés no chão me dei conta de duas coisas. A primeira era que estava, no minimo, uns 5 ou 6 quilos mais magra que o habitual. A segunda era que estava vestida com o uniforme escolar, o que confirmava minha teoria de que eu estava na escola, mas levantava uma outra pergunta. Como eu estava com aquela roupa se tinha certeza de que havia me trocado para encontrar Bryan?

Me obrigando a empurrar esses dois fatos para o fundo da minha mente, caminhei até a porta e saí do quarto.

Assim que sai me vi em um dos corredores de Hogwarts. Olhei para trás e vi que que a porta por onde tinha passado estava sumindo rapidamente.

Foi então que minha ficha caiu. Eu estava na Sala Precisa, como tinha ido parar lá era outro mistério.

Ainda dolorida e confusa, comecei a caminhar pelos corredores do colégio. Como não fazia a menor idéia de que horas ou que dia era, resolvi que minha melhor aposta para encontrar alguém era ir para o Salão Principal. Afinal sempre havia alguém por lá, não importava a hora.

Enquanto caminhava alguns coisas me invadiam a mente. Pareciam lembranças, porém estavam embaçadas e confusas. Lembrava de Ethan e Bryan, eles pareciam próximos, empenhados em algo, pareciam… amigos. Nada daquilo fazia muito sentido, as “lembranças” pareciam ser de dias e mais dias, mas parecia impossível que tanto tempo tivesse se passado.

Por fim depois de percorrer mais alguns corredores cheguei próximo ao salão principal, onde havia mais gente do que eu esperava encontrar.

Reparei que por algum motivo as pessoas me olhavam de esgueira, desconfiadas, surpresa e até um pouco assustadas.

Comecei a ficar nervosa com aquilo. Por que estavam todos olhando para mim? E ainda mais daquele jeito?

Estava preste a perguntar isso a um garoto, com veste da Grifinória, que me encava abertamente, quando ouvi alguém me chamando atrás de mim.

– Heloise! Heloise! - me virei e vi Ethan se aproximando a passos rápidos.

– It! - murmurei e fui ao encontro dele, me sentindo aliviada.

Ethan me deu um abraço esmagador enquanto eu enterrava meu rosto em seu peito absorvendo seu cheiro de chiclete de hortelã.

– It, o que está acontecendo? - perguntei sem conseguir esconder minha confusão e o medo que a situação estava me proporcionando.

– Calma minha princesa. Venha.

Ethan retornou alguns corredores comigo para que ficássemos sozinhos.

– O que está acontecendo? - perguntei assim que ele parou - Por que todo mundo estava me olhando daquele jeito? O que houve?

– Helô, fique calma. Aconteceu muitas coisas nesses últimos meses…

– Meses? Como assim meses?

– Heloise do que você se lembra? - perguntou Ethan.

Respirei fundo antes de responder, tentando organizar as lembranças.

– Lembro de sair do Salão da Lufa-Lufa, estava indo me encontrar com Bryan. - fiz uma pausa - Depois disso tudo fica confuso. Me lembro de ter sentido muita dor, por todo meu corpo, algumas imagens começaram a pipocar na minha mente…

– Que imagens? - me interrompeu Ethan.

– Não eram bem imagens… Eram mais como lembranças. Eu revi cada briga que tive com Bryan, depois cada beijo que ele e Bianca deram, depois foi a lembrança do dia que ele caiu da vassoura, lembrei da dor e do medo que senti naquele dia, e da tristeza que senti quando Bianca me acusou - enquanto eu falava lágrimas silenciosas e incontroláveis escorriam pelo meu rosto - It, estou com medo, por favor, me conta o que aconteceu! - falei quase me redendo a angústia e ao desespero que sentia.

– Calma meu anjo - pediu Ethan me puxando para um abraço.

Ethan me conduziu até um dos bancos que ladeavam aquele corredor, sentou-se de frente para mim e começou a falar.

– Heloise, você foi atacada assim como alguns outros alunos. Você ficou muito mal, muito mal mesmo. Então sua mãe veio lhe buscar, mas Bryan me convenceu a ajudá-lo a te esconder e eu o fiz, eu não queria que você ficasse longe de mim, você parecia tão frágil e seu cabelo estava todo cinza - ele pegou uma mecha do meu cabelo, até aquelo momento eu não havia percebi, mas meu cabelo estava totalmente colorido com uma mecha de cada cor, azul, rosa, roxo, laranja, verde e todas as outras cores do mundo, enquanto eu tentava mudá-lo para uma cor só Ethan continuou a falar - Eu queria muito te proteger então ajudei Bryan a te esconder, ele me mostrou a Sala Precisa e me ensinou a usá-la.

“Bryan disse que ele conhecia um jeito de reverter os efeitos da Maldição e começou a trabalhar como um louco em uma poção que ele mesmo criou.

Ethan suspirou antes de continuar, as lembranças pareciam atordoá-lo.

– Bryan ficou obcecado com a poção. - prossegui meu amigo em uma voz baixa - Ele parecia um louco as vezes, chegava a me dar medo, enquanto ele trabalhava eu cuidava de você da melhor forma possível, depois do Natal, quando voltamos para a escola…

Aquela foi minha vez de interromper Ethan - Como assim quando voltamos? Não passamos o Natal aqui?

Depois de me explicar o que ele tinha feito no Natal, Ethan continuou com seu relato.

– Enfim, quando chegamos, Bryan anunciou que tinha em fim terminado a poção… - Ethan hesitou, eu sabia que ele estava me escondendo alguma coisa daquela história - Heloise, Bryan ficou muito doente durante o processo de criação, ele emagreceu muito e suas notas caíram de uma forma alarmante. Ele parecia outra pessoa quando por fim lhe deu a poção ele estava muito debilitado, eu pensei em deixá-lo na Sala Precisa com você, mas Bryan estava muito fraco e precisava de ajudá. Então voltei lá, o peguei e o levei até a enfermaria. Ele deve estar lá ainda.

Assim que Ethan acabou de falar, quis levantar e sair correndo para ver Bryan, mas antes que eu se quer tentasse levantar Ethan segurou minha mão me mantendo no lugar.

– Helô, tem uma coisa que eu não posso te contar, por favor, não me peça isso, eu simplesmente não consigo - Ethan respirou fundo antes de falar, notei que ele estava com os olhos marejados - mas você tem o direito de saber, por isso eu fui falar com a Profª Wesley, lhe pedir ajuda, sabe?

Concordei com um gesto de cabeça, percebi que o que quer que fosse que Ethan não estava me contando, o angustiava demais.

Ethan pegou um pequeno frasco de dentro do bolso da capa e me entregou. Dentro do frasco havia um liquido que parecia prata derretida.

– Guarde isso com você, e se um dia você duvida de algo com relação a Bryan peça a ajuda de Hermione, entregue isso a ela, e ela saberá o que significa.

– Ethan, o que é isso? O que você está me escondendo?

– Heloise, eu já disse que não consigo falar, por favor, só confie em mim e me prometa que vai fazer o que falei.

Senti vontade de discuti com Ethan, mas o conhecia muito bem e confiava plenamente nele. Por isso faria o que ele estava pedindo. Até porque a angústia e a dor nos olhos dele já estava começando a me enlouquecer.

– Eu prometo - falei guardando o frasco no bolso interno da capa - Agora preciso encontrar Bryan.

Abracei Ethan e ele retribuiu.

– Obrigada por tudo. Eu te amo - falei.

– Eu também te amo Helô - falou Ethan me dando um beijo na testa.

Me afastei dele e fui praticamente correndo para a enfermaria.

Assim que cheguei a enfermaria vi Linda preste a entrar na cabine mais afastada da porta, ela estava com seu habitual uniforme e carregava uma bandeja, parou assim que me viu.

– Por Merlin - falou parecendo tão incrédula quanto os outros.

– Sim sou eu mesma - falei sorrindo.

Assim que acabei de falar vi a cortina da cabine se mexer e Bryan, mais magra e abatido do que nunca, apareceu.

Não me contive corri em sua direção e o abracei. Bryan gemeu de dor, mas retribuiu o abraço.

– Você está bem mesmo? - senti Bryan enterra o rosto em meu cabelo e o cheirar - E seu cabelo está colorido - ele se afastou um pouco e me olhou nos olhos - seus olhos também estão coloridos.

– Eu não consigo mudar. Parece que meu cabelo tem vida própria agora.

– Eu gosto assim - falou Bryan sorrindo.

– Run run - falou Linda atrás de nós. Eu havia esquecido dela - Eu sei que vocês estão felizes e tudo mais, mas Bryan precisa descansar.

E como que para confirmar o que a curandeira dizia, Bryan fraquejo e quase caiu, entretanto consegui ampará-lo e levá-lo de volta para a cama.

Depois de fazer Bryan comer uma grande quantidade de sopa e de lhe dar algumas poções, Linda finalmente nos deixou sozinhos.

– Como você está? - perguntou Bryan.

– Estou ótima, mas e você, o que houve? Está tão magro e…

– E horrível? Eu sei, me sinto horrível.

Além de mais magro Bryan também estava com um tom doentio na pele e tinha profundas olheiras. Seu cabelo estava mais longo e mal tratado do que nunca.

– Heloise, eu quero ir embora, me tira daqui - ele suplicou e eu sorri.

Bryan sempre se mostrou muito prestativo quando o assunto era cuidar dos outras, mas nunca deixava que ninguém cuidasse dele.

Bryan fez menção de se levantar, mas eu o empurrei delicadamente de volta para a cama.

– Você cuidou de mim por dois meses, deixe-me cuidar de você agora - falei.

– Mas, eu não quero ficar aqui - ele protestou novamente, porém dessa vez com menos vigor.

Ignorando os seus protestos, fiquei sentada ao lado dele lhe fazendo um leve carinho nos cabelos, aos poucos Bryan foi se rendendo a exaustão, até estar completamente entregue a um sono profundo.

Assim que ele dormiu, levantei devagar para não acordá-lo e sai de seu leito. Fui até a cabine de Linda e bati de leve. Escutei ela murmurar um “entre” e abri a porta.

– Ele dormiu - falei.

– Agora? Então ele resistiu muito a poção - falou Linda sorrindo - Eu não acredito que você está mesmo bem! Parece um milagre.

Concordei com um aceno de cabeça, não querendo comentar sobre a poção de Bryan.

– Ele deve dormir pelo resto do dia e a noite inteira - completou a curandeira depois de um curto silêncio - Se quiser, pode vir visitá-lo mais tarde.

– Tudo bem então - concordei e logo depois sai da enfermaria.

Assim que passei pela porta me toquei que eu tinha perdido dois meses de aula e trabalhos. Provavelmente estava bem ferrada em todas as matérias e a cada dia que se passava mais perto os NOM’s ficavam.

Querendo recuperar o tempo perdido, resolvi ir até o meu Salão Comunal para ver se alguém poderia me arrumar a matéria atrasada.

Estava prestes a fazer a batida na entrada de barris quando a mesma se abriu e três pessoas sairão pela porta.

Bianca, Patty e Liz, param assim que me viram, Bianca ficou tão pálida que parecia ter acabado de ver um Bicho-Papão.

– Bia - murmurei.

– Heloise… - ela também murmurou antes de continuar - Vejo que está bem melhor - falou tentando soar ríspida, mas falhando.

– Sim, Bryan e Ethan me ajudaram muito e agora me sinto excelente - respondi.

Um brilho passou rapidamente pelos olhos de Bianca, por um segundo pareceu que esta estava aliviada e até mesmo feliz com a notícia de que eu estava bem. Mas logo isso se foi e a mascara de indiferença dela voltou.

– Então, quem quer que tenho te atacado, não fez um bom trabalho - ela provocou e as gêmeas soltaram risinhos forçados.

– Bia, por favor, para com isso! Você é minha melhor amiga, eu sinto saudades de você e sei que você também sente saudades de mim.

Mais uma vez alguma coisa passou pelos olhos de Bianca, por um segundo ela pareceu confusa. Me aproveitando disso continuei.

– Você não é assim. Olha, por favor, me desculpa. Eu sinto muito, muito mesmo. Se eu te magoei ou te chateei juro que não fiz por mal. Eu nunca faria nada para te entristecer, me perdoa.

Mais uma vez uma confusão de emoções passaram pelo rosto de Bianca. Confusão, medo, saudade… Ela olhou para os lado como se procurasse algo para se apoiar, sem encontrar nada encolheu os ombros.

Dei um passo a frente querendo chegar mais perto dela e de repente uma onda de medo me invadiu, não entendi o porque daquilo, mas me forcei a empurrar o medo para longe, fiz menção de encostar no ombro de Bianca. Porém uma das gêmeas se aproximou mais dela, como se fosse um especie de segurança.

Então ao invés de tentar me aproximar mais, voltei a falar querendo fazer com que Bianca viesse até mim e foi ai que cometi meu erro.

– Bia - voltei a falar - eu juro que fiz tudo que pude para me manter longe de Bryan…

Ela nem mesmo me deixou terminar - Vocês – ela falou como se fosse um xingamento - são sempre assim, acham que podem brincar o quanto quiserem com a gente, mas as coisas não são assim. Fica longe de mim Heloise. - roncou e saiu com passos forte. Uma das gêmeas esbarrou no meu ombro de proposito ao passar por mim, mas eu nem liguei.

Mesmo sem ter ideia do que Bianca queria dizer com aquela história de “vocês” e “a gente”, prometi para mim mesma que iria continuar lutando pela minha amiga. Pois durante a breve conversa que tivemos pude ver que em algum lugar dentro dela, minha amiga ainda estava viva e querendo urgentemente ser resgatada.


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Notas finais do capítulo

E ai gente, vocês acham que a Bianca ainda tem salvação? Ou será que a Heloise deveria desistir?

O fim está próximo então continuem comigo.. E POR FAVOR COMENTEM !!
Bjs Pand~



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