Copiosamente escrita por Charbitch


Capítulo 7
A Mártir da Arte


Notas iniciais do capítulo

A garota cai por causa do mal do mundo. Mas ela se levanta. E quer acabar com esse mal, pois não quer que as outras pessoas tenham que sofrer como ela sofreu. Ela é muito mais do que uma idealista. Ela é uma mártir. A mártir da arte.



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A Mártir

Ela não fala, ela não diz, ela se calou para o mundo.

Ela não diz mais nada, pois não há mais nada a ser dito.

Todas as portas estão fechadas, o coração está trancafiado.

As asas foram cortadas, as nuvens de sonhos se dissiparam.

Agora ela sabe o mundo em que vive, a ilusão terminou.

E tudo o que ela imaginava não passava de um devaneio

Não há mais motivos para sonhar no mundo em que ela vive

Porque todos os dias ele lhe tira os motivos para sorrir

E arranca-lhe o único feixe de esperança da sua alma

Traidores, vidas desfalcadas, corações partidos, tudo errado.

Isso é o que ela enxerga na sociedade sempre dita democrática

Ela enxerga o mal, ela enxerga o que ninguém quer enxergar.

Ela enxerga a verdade.

A selvagem verdade que está escapando e se propagando

A triste verdade que nos assola, a pior de todas as verdades.

A verdade é que o mundo está em chamas

A verdade é que existe a corrupção, existe o roubo.

Existem assassinatos, existem crueldades, existe o horror.

Ela infelizmente sabe de tudo isso

E ela é apenas uma criança...

Tentaram lhe esconder a verdade, mas não puderam.

Impossível, pois ela estava ali para ser vista o tempo todo.

Realmente só não poderia enxergar o mal quem não quisesse

Tentaram lhe preservar a inocência, quiseram mentir.

Mas ela descobriu por si só que o mundo não era uma utopia

O mundo possuía os seus obstáculos, possuía o que era errado.

O mundo estava acabado

Agora ela descobriu a sujeira embaixo do tapete

Os ratos dentro da rachadura da parede

Os buracos na estrada, as pedras pelo caminho.

Agora ela está assustada, ela não sabe ao certo o que dizer.

Ela não sabe ao certo o que dizer sobre o caos.

O caos de uma vida sem direção.

O caos do mundo.

O caos da mente.

O caos da alma.

Agora ela é a princesa morta, está em meio às cinzas.

Apenas tentando se levantar, limpar as lágrimas de diamante.

Arrumar o vestido rasgado, disfarçar as olheiras.

Apenas tentando viver, mesmo sabendo de tudo.

Mesmo sabendo da verdade

Ela precisa continuar, há pessoas que prezam por ela.

Ela não pode desistir, ela tem que se libertar.

Libertar-se pelo bem dos que a amam.

E pelo bem de si mesma.

Sorrindo desajeitadamente, querendo transformar o mundo.

Idealizar tudo, mudar o imutável, ela quer salvar a humanidade.

Mesmo que ela saiba que não consegue salvar nem a si mesma

Os seus sonhos morreram, mas ainda renascerão; ela é forte.

Hasteando a sua bandeira, criando um exército de loucos.

Ela quer fazer a diferença, ela quer deixar um belo legado.

Ela quer ser o bálsamo tão esperado

Ela nunca resolverá os seus conflitos internos

Mas veja só, ela quer resolver os conflitos dos outros.

Ela não é desse mundo sujo.

Ela é uma mártir

Uma mártir que morre pela arte.

Uma mártir que morre pelo mundo.

Uma mártir que morre por você.


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Notas finais do capítulo

Eu sou idealista demais e isso às vezes machuca porque nem sempre os meus ideais vão condizer com a realidade :/
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