A Arte do Parabatai escrita por Freya, Clara BlackNight


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo capítulo, e tenho que dizer que esperava mais comentários ao longo da história, porém, nem tudo é perfeito e como que não posto pela quantidade de reviews (ainda bem pq se fosse assim eu não ia mais postar capítulo nenhum kkkk), está aí o nosso penúltimo capítulo.
Até lá embaixo!



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Espero que você nunca tenha visto a morte. Ou tenha quase passado por ela. O fato é que: a vida de um Caçador de Sombras é praticamente, nascer, crescer ou não, lutar e morrer. Morrer lutando em uma batalha é uma honra. Como Nephlins, aprendemos que a morte não é o fim, ou melhor, é algo para ser honrado. Se alguém cai no meio da batalha, devemos parar apenas para dizer: Ave Atque Vale e se não tivermos tempo para isso, não devemos parar. Podemos ficar em luto por uma pessoa amada que morreu, mas não devemos deixar a dor nos consumir. Para os Nephlins, a morte não é como nos contos de fadas. A princesa não é salva por um beijo de amor verdadeiro ou a mocinha é salva pelo mocinho. Não há mocinho ou vilão e sim, apenas inimigos ou amigos da Clave.

No dia após a Ascenção, como todos estavam chamando, foi realizado um grande funeral na Praça do Anjo. Todos estavam vestindo roupas brancas e Marcas de luto em vermelho era o que mais se via. Mas a Clave, não via aquilo com muito drama. Logo após, os Acordos foram assinados como uma ironia de que o que Valentim havia feito era só mais um motivo para todos respeitarem e apoiarem a Lei.

Nas semanas seguintes, tivemos de ficar em Alicante. Membros do Círculo foram apontados e interrogatórios com a Espada Mortal eram realizados todos os dias. Após quase 2 semanas as crianças Nephlins órfãs e os adultos que optavam por sair de Alicante foram distribuídos por Institutos de todo o mundo. Para o de Londres, foram 7 pessoas: Pedro e Gabrielle, Abigail Land, Jonathan Tower, Lily Cart, Andrew Cart e Max Walker. Lily era irmã gêmea de Andrew e namorada de Jonathan. Ambos tinham 18 e perderam os pais. Abigail tinha 12 e Max 14. Eram órfãos e por isso, nós nos oferecemos como tutores para ajudar no seu treinamento e adaptação.

Ian ganhou a direção do Instituto e Em era o seu braço direito. Gabrielle estava namorando com Andrew e eu desconfiava que Pedro havia arrumado uma namorada, Larissa Hunt, uma mundana com o dom da visão que, se fosse bem treinada, poderia ascender. Tentamos formar uma família, mas nada era como antes. Até que aconteceu algo que surpreendeu a todos e inclusive, a mim.

Faltava 1 dia para o Ano Novo e Em estava planejando um super jantar no Instituto. Tinha levado todas as garotas para comprar vestidos novos e obrigou Ian a levar os meninos para comprar ternos. Tinha pedido para eu fazer o jantar com a ajuda de Abigail, Belle e Lily enquanto ela arrumava o Instituto com Ian, Andrew e Max. Jonathan, Pedro e Josh eram encarregados de comprar enfeites e tudo o que precisaríamos.

– Pessoal eu quero todos animados entenderam? Vai ser um novo ano com novas pessoas, emoções, lugares e muitas novas vidas entenderam?- disse Em- Aposto que eles gostariam que seguíssemos em frente.- sussurrou.

– Você tem razão ,Em- disse

No dia 31 estava o maior corre-corre no Instituto, gritos pra cá, gritos pra lá, música pra cá, música pra lá, brigas e risos, e blá blá blá. Enfim, conseguimos fazer tudo. Às 22 horas da noite estávamos todos reunidos na sala de jantar conversando e dando boas risadas quando Josh levantou. Estava com um envelope dourado na mão.

– Bom, eu nem sei como dizer isso. Adam deixou algo para nós antes de morrer. Ele me puxou para o lado quando vocês se preparavam para lutar e me disse que se não sobrevivesse queria que eu lê-se isso. – ele mostrou o envelope- Adam disse que estaria na cabeceira da cama onde dormia quando estava com Belle e Pedro. Então, vamos lá.

“ Queridos amigos,

Escrevo esta carta porque sei apesar dessa guerra que nos envolve, existe algo pelo qual lutamos. Algo que vale à pena lutar, que existe um razão e que não é qualquer coisa fútil. Essa coisa é o amor, é a família, são todos vocês.

Bom, eu só queria agradecer por tudo que fizeram por mim. Pelo fato de que quando eu caí, Belle e Pedro estavam lá para me levantar. pelo fato de que quando eu sumi, Kris e Em não pararem de me procurar. E claro, pelo fato de que meus dois maiores amigos nunca deixaram minha pequena desistir da vida.

Anne, essa vida é algo muito curto e frágil para termos medo de arriscar e errar. Você me ensinou isso e não sabe o quão eternamente grato eu sou a você por essa pequena observação. Somos livres para pensarmos, escolhermos, lutarmos, amarmos o que quisermos, mas as escolhas sempre terão um preço e um peso. Às vezes, esse preço é algo bem barato na forma, mas pesado no conteúdo. Ou até, algo que o preço é inestimável e o peso, incalculável. Você sempre foi a minha fórmula inestimável e incalculável, e isso são algumas coisas que eu nunca poderei retribuir, pois no momento em que eu percebi ser um vampiro, um ser do Submundo, pensei que tinha te perdido, deixado a minha preciosa areia escapar pelas minhas mãos.

Mas, depois, percebi que um feixe de luz que me acompanhava por toda a vida não havia se extinguido e sim, aumentado. Porque o amor que aquela pequena e preciosa criatura que até o mais poderoso vampiro não conseguiria enfrentar sem ajuda, já era o bastante para me dizer que o mundo não havia desmoronado. Afinal, quantas vezes já vimos o fim do mundo após uma pequena batalha que travávamos nos becos sinistros de Nova York contra demônios, onde você ou eu íamos parar na enfermaria do Instituto, e no outro dia estava tudo bem? Um dia, você me disse que nenhuma tempestade durava para sempre e para sair daquela tremenda chuva, eu tive de lembrar aquela frase e do enorme amor que você mantia por mim. Mesmo não tendo mais uma marca para nos ligarmos, tínhamos dois corações que nos ligavam como um só.

E eu te amo por isso. Você será meus olhos quando as camadas de terra não me deixarem mais ver o Sol, será minhas pernas quando a força da gravidade não me deixar mais levantar, será minha boca quando eu não puder mais rir, será meu coração quando o meu parar completamente de bater. E nós dois sabemos que nenhum coração para de bater por um simples tiro, um corte, ou uma flecha. E será por todos vocês que meu coração nunca irá parar de bater. Vocês me ensinaram que eu devo lutar pela vida. Eu estarei fazendo isso, mesmo não estando com vocês.

Com amor e eterna gratidão,

Adam.”

Meus olhos estavam cheios d’água. Pelo Anjo, aquele era Adam na sua mais pura e completa forma. Fechei os olhos e senti um corpo me abraçando. Era Josh. Mas, eu sabia que não era apenas ele... E de repente, um filme começou a passar pela minha cabeça: um garoto me dando a mão quando eu aprendia a andar; Adam me abraçando quando terminei o meu primeiro treino como Caçadora de Sombras; um adolescente gato na praia olhando para garotas bonitas enquanto apoiava no meu ombro com um sorriso malandro, dando uma de bad boy; uma garota chorando no túmulo de seus pais enquanto um amigo a abraçava; dois guerreiros fazendo um pacto; dois jovens tentando ir no cinema sem atrair demônios; dois irmão lutando lado a lado nos becos de Nova York; Então as memórias vieram e com elas, a dor também. Uma garota com seu amigo fingindo serem alunos; dois Caçadores desenhando runas uns nos outros; duas pessoas lutando; um menino caindo enquanto uma menina corria; uma garota chorando em um túmulo, com um “fantasma” ao seu lado.

Passaram-se cerca de 30 minutos e então, Josh resolveu fazer o seu show da noite.

– Bom, aproveitando esse momento, nós 3 queríamos fazer um pedido a vocês três garotas. – Josh olhou para Ian e Jonathan.

– Emily CrainsTain, você aceita se casar comigo?- perguntou Ian

– Angelina LightWood, você aceita se casar comigo? – fez o mesmo Josh

– Lily Cart, gostaria de se casar comigo? – riu Jonathan

E neste momento, nós éramos uma família. Completa ou incompleta, estávamos felizes. Apesar da dor, a vontade de viver era maior, a vontade de amar, ainda mais. E eu podia jurar que ouvira Adam sussurrar ao meu ouvido “Viva...”.


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Notas finais do capítulo

Como já expliquei 90% do que eu queria dizer lá em cima, aqui embaixo as coisas vão ser bem breves.
Então, o próximo capítulo é só um epílogo maravilhosamente escrito pela Clara quando já se passaram 16 anos desde que nossos amiguinhos venceram a guerra. Posto ainda hoje.
Mereço reviews???
Até mais.



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