Jovens - Interativa escrita por Grind


Capítulo 13
Capítulo 13 - Laura & Andrew


Notas iniciais do capítulo

Vocês somem, eu tbm. Eu até colocaria os personagens em pause, mas isso vai me deprimir. Dos que não estão, só faltou a Genevieve e o Josh, perdão, eu to com o horário apertado.



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Jovens – Interativa / Capítulo 13 – Laura & Andrew

*-*

POV Israel Davis Callen

– Israel! – Eu escutei a voz da diretora logo no fim do corredor atrás de mim. Maldição. Eu já estava atrasado, não tinha tempo para aquela embolação. Me virei, o desgosto estampado na minha cara. Ela vinha acompanhada de um casal, a passos apressados ela chegou até mim antes que eu fugisse.

– Israel – Disse entre uma arfada e outra – Estes são Laura e Andrew, eles acabaram de ser transferidos pra cá.

Eu mal os olhei cara a cara. Meu olhar de desgosto permanecia sobre o rosto da diretora, ela sabia que eu estava atrasado e ainda me mantinha ali, o que ela esperava que eu fizesse?

–Eu agradeceria muito se os levasse a suas respectivas salas. – Se explicou

–Ah não – Eu olhei no meu relógio de pulso, os minutos passando mais rápidos do que eu realmente gostaria – A aula já começou e eu estou atrasadíssimo.

– Eu também estou caro Israel, e é por isso que estou pedindo esse favor ao senhor – Ela sorriu ternamente a dupla – Eu os deixo sobre as mãos dele então, obrigada Israel – Ela se afastou ainda com mais rapidez do que apareceu.

Maldita seja.

– O meu nome é Laura Sr. Educado, este é meu irmão Andrew. – A voz da garota soou carregada de ironia.

– Não me interessa – Eu fiz uma careta e ela ergueu as sobrancelhas enquanto cruzava os braços. Andrew mantinha-se inexpressivo. – Que curso estão fazendo?

– Eu estou fazendo Teatro, Andrew – Ela indicou-o com a cabeça – Contabilidade.

Ótimo, a garotinha mimada estava atrasada comigo. Revirei os olhos.

– Que beleza, não vou me livrar de você tão cedo. – Lhe lancei um sorriso desdenhoso – Seu irmão querido vem comigo, enquanto me espera aqui, por acaso estamos ambos atrasados.

Ela cerrou o maxilar e eu me afastei com Andrew no meu encalço.

*-*

POV Cassandra Alexa Matterazi

– Cris você não acha que está pegando pesado com o Kaike? Você viu a cara que ele fez quando te viu com aquele pangaré lá na festa do Merak.

Ela deu de ombros e eu suspirei. Essa separação do Kaike e da Cris estava levando mais tempo do que eu havia imaginado. Normalmente algumas semanas e acabaria em um mês, no entanto, tínhamos ultrapassado esse prazo e Cris não me parecia disposta a dar o braço a torcer tão cedo.

– Não sei do que está falando.

– Sabe muito bem, e sabe que se continuar prolongando essa palhaçada as coisas só vão piorar.

Ela riu em desdém, Cris conseguia ser assustadora involuntariamente. Ela se levantou com os cadernos embaixo do braço.

– Você fala como se um grande desastre da natureza tivesse acontecido. Não preciso do Kaike, assim como ele não precisa de mim, sei me virar sozinha.

– Sabe, é lógico que sabe, e é exatamente isso que me preocupa, arrumar alguém pra você ficar fazendo ciúmes no Kaike é o pior dos erros, sabe que até a paciência dele tem limites.

– E quem disse que eu quero fazer ciúmes no Kaike? – Ela se voltou pra mim com um olhar ameaçador, mas aquilo se quer me fez diferença – Fiquei tempo demais com Kaike, quero começar de novo, não existe só um homem no mundo e eu vou aproveitar isso, agora, se Kaike está com ciúme isso é problema dele e não meu.

– Espera mesmo que eu acredite nessa balela? – Cruzei os braços enquanto erguia uma sobrancelha – Não caio nesse seu jogo, quero que pare de agir por impulso e pense direito antes de sair fazendo as coisas como bem entender.

– E quem você pensa que é pra sair me dando lição de moral? – Ela bufou devidamente irritada – Você não é minha mãe Cass! E eu faço o que bem entender!

– Sou sua amiga Cris – Eu também avancei um passo – Sabe que eu só quero o melhor pra você assim como pra Kaike e não é nada prudente-

– Não quero saber da sua prudência! – Ela bateu o pé no chão enraivecida – Não quero seus conselhos e nem as desculpas de Kaike! – Ela estufou o peito enquanto tentava acalmar a respiração – Eu tomei a minha decisão, e não vou voltar atrás.

Ela me mediu uma última vez e virou as costas, o passo apertado enquanto se afastava. Suspirei colocando minha bolsa no ombro, o dia seria longo.

*-*

POV Keira Tanaka Lee

– Então ela passou-

– Rápido! – A garota loira surgiu de sabe Deus aonde se escondendo atrás de Dae.

Eu levantei as sobrancelhas surpreendida.

– Mas o que- Ele tentou se virar, mas ela o segurou firme

– Não se mexe – Sussurrou – Ele está vindo ai?

– Ele quem? – Eu olhei para trás mas o fluxo de pessoas estava normal, duas garotas iam em uma direção e um cara na outra.

Ficamos calados. Os três passaram e depois sumiram.

A garota suspirou aliviada enquanto se colocava ao alcance dos meus olhos.

– Você não falou com ele ainda? – Dae parecia surpreso e eu ainda mais confusa.

– Alo! Eu ainda estou aqui.

– Keira essa é Michelle, Michelle essa é Keira.

Ela sorriu, mas eu permaneci com a expressão perdida.

– Teve uma racha de motos no domingo, as apostas foram pegar umas garotas ai, e eles não perguntaram quem queria ou não participar, só colocaram a lista mesmo.

– E deixa eu adivinhar, o seu nome estava na lista, e o Mané que passou ganhou a aposta na sua vez?

– O nome dele é Andrew – Comentou devidamente incomodada com minha secura – Ele chegou hoje e parece que topamos umas 10 vezes.

– Chegou hoje? – Dae franziu o cenho.

– Eu vi quando Israel guiou ele e uma garotinha metida mais cedo, eu estava atrasada e tive que me esconder porque a diretora também estava com eles, e a diretora conhece meus pais e eles não iriam gostar de saber que eu estava atrasada e-

– Tá bom! – Eu ergui a mão a interrompendo – Poupe-me dos detalhes, estamos quase na metade do ano letivo e é estranho eles entrarem agora, normalmente seria só no 2º semestre, devem ser importantes, mas o que eu também acho estranho é Israel estar com eles.

– O que isso tem a ver? – Dae deu de ombros.

– Israel não é de fazer muitos amigos, posso contar nos dedos às pessoas que tem paciência com ele só por serem pacientes.

– E Helena está incluída nessas pessoas? – Michelle abriu um sorriso.

– O que? – Eu a olhei sem entender.

– Sei lá – Ela deu de ombros juntando as mãos em frente ao corpo enquanto se balançava de um lado pro outro – Eu acho que eles formam o casal perfeito.

Eu fui obrigada a rir.

– Helena e Israel? Você é mesmo uma piada!

– As pessoas comentam Keira – Foi a vez de Dae – É perceptível as coisas que eles fazem um pro outro, mesmo sem terem noção disso.

Eu ri outra vez.

– Gente, por favor, eu conheço aqueles dois melhor do que eles mesmos e eu nunca-

Eu comecei a repassar as minhas palavras e franzi o cenho. Israel e Helena? Não, eu teria percebido a não ser que.

– Ai meu Deus – Eu disse mais pra mim mesma, mas eles certamente ouviram.

– Eu não disse – Michele sorriu de forma assustadoramente ingênua. – Casal perfeito.

*-*

POV Helena Patterson Jackson

Minhas mãos estavam geladas, mas eu ainda podia as sentir soarem. Eu devia estar parada ali uns dez minutos e estava realmente quase desistindo, essa deveria ser a última ou a penúltima aula de Raymond e eu nem tinha certeza se ele estava realmente lá dentro, não tinha permissão pra entrar.

Eu não costumava ficar nervosa pra muita coisa, mas pedir desculpas era uma delas, não gostava de pedir desculpas, era como se eu desse o direito de pisarem em mim por causa de um erro. Como se desse a elas a chance de me humilharem por eu estar errada, mas eu estava tentando engolir o meu orgulho.

Estava errado Raymond ter me levado pra uma festa da piscina, mesmo sabendo que eu morro de medo d’água, mas a culpa não era dele de terem me jogado na piscina, e eu também não tinha que ter descontado toda a minha raiva nele depois de sair do meu estado de choque, ele até tentou me acalmar, mas eu falei tanta besteira que até ele saiu irritado.

Eu estava sentada no chão mesmo quando a porta foi aberta e pessoas de monte começaram a sair, eu me ergui meio desajeitada, ele só poderia estar me tirando se fosse o último.

E pro meu desagrado foi, quando diminuiu a uma pessoa ou duas e de repente parou eu fechei o punho com força, era só o que me faltava ele não estar lá. Eu estiquei a cabeça para espiar lá dentro, mas foi a mesma coisa que dar de contra seu ombro.

Maldita altura.

Eu recuei atordoada. Ele franziu o cenho confuso.

– O que está fazendo aqui?

– Eu estou bem obrigada. – Passei a mão pelo cabelo como para ter certeza de que a minha cabeça estava realmente ali.

– Não foi isso que eu perguntei.

Bufei.

– Eu vim... – Engoli duro, o olhar dele preso ao meu rosto estava me deixando desconfortável.

– Desembucha de uma vez Helen.

– Eu já disse pra não- Eu fechei os olhos me contendo – Você pode olhar pro outro lado?

Ele franziu o cenho e eu senti meu rosto queimar.

– O que?

– Só olha qualquer outra coisa menos pra mim!

Ele suspirou, colocou as mãos no bolso e focou em alguma coisa atrás de mim.

Eu me senti menos pressionada.

– Eu vim pedir desculpas. - Ele olhou pra mim, mas se repreendeu e voltou a olhar pro nada. – Por ter gritado com você e... Ter dito o que não precisava.

Ele deu de ombros. Ficamos em silêncio.

– Não vai me responder?

– O que quer que eu diga? – Ele verificou a hora no celular – Não precisa pedir desculpas, já passou, sabe que eu não sou rancoroso.

Eu fechei os olhos. Maldição.

– Eu sei, mas eu precisava ta? Eu estava errada e-

– Helen- Ele me segurou pelos ombros me obrigando a olhar pra ele – Ta tudo bem, mas eu tenho que ir agora e-

– Hey! – Alguém gritou no fim do corredor, a voz estava irritada. Nenhum de nós dois se virou. A voz insistiu outra vez.

Suspirei. Por que senhor?

Quando a garota – era uma garota - parou do nosso lado eu nunca quis tanto que um buraco se abrisse debaixo dos meus pés. Ela era estupidamente bonita, a pele alva ganhava destaque com os cabelos castanhos encaracolados e os olhos verdes. Ela parada parecia alguma espécie de princesa.

Droga, eu conhecia a princesinha perfeita.

Ela devorou Raymond com os olhos antes de notar a minha presença. Eu estava pior do que uma moradora de rua, com certeza.

– Olha só, a ralé estuda aqui também?

– É bom te ver também Laura. – Eu suspirei. Ela ignorou completamente, abrindo seu sorriso mais brilhante para Raymond – Estou procurando por um tal de Israel.

Se a intenção dele era sorrir também, isso foi logicamente jogado fora.

– E eu estou em uma conversa da qual não lhe diz respeito.

Ela colocou a mão sobre o peito, fazendo-se de ofendida.

– Nossa, me desculpe, não era a minha intenção interromper nada – Ela me olhou de cima a baixo – Importante. Mas é que ele me deixou plantada esperando por ele pra me guiar até a minha sala.

Eu agradeceria Israel depois.

– Que dó – Eu não pude esconder um sorriso de satisfação. Ela me fuzilou com os olhos.

– Poupe-me de sua insignificância Helena, estou conversando com ele e não com você.

– Não, não está – Raymond forçou um sorriso e olhou a hora outra vez – Eu estou atrasado e não tenho tempo pra separar barraco agora, marquem pra outra hora. Ele ajeitou a mochila no ombro, acenou com a cabeça na direção dela e avançou um passo.

Eu fechei os olhos. Pronto, já não basta eu estar com um moletom cinza e uma camisa vinho lisa nesse finzinho de tarde, ele vai passar por mim como se eu não estivesse ali na frente da Santa Laura, que se encontrava deslumbrante para um horário como aquele.

Mas ele bateu com a sua bochecha contra a minha estalando um beijo, e aquele sorriso maldito surgiu – mesmo que eu não pudesse ver –

– Depois a gente se fala Helen.

Ele se afastou e minhas pernas fraquejaram. Eu murmurei um ‘até logo’ mas não tive certeza se ele ouviu.

– Então, qual o nome do seu amigo? – Laura cruzou os braços enquanto parava na minha frente, me trazendo de volta a realidade.

– Raymond.

– Ele é bonito, estão juntos?

Fechei os olhos, mas não respondi.

– Ótimo! – Sua voz soou contente – Assim as coisas ficam mais fáceis.

*-*

POV Kaike Anubis Grigori

– Então o que ela disse?

–Ah Kaike, eu gostaria muito se pulássemos essa parte – Cass suspirou derrotada – Não gosto do rumo dos pensamentos da Cris e ela não quer me escutar – Ela se jogou no sofá ao meu lado com o balde de pipoca no colo. – Ela não vai desistir dessa idéia maluca tão cedo.

– É típico dela, ela está tentando provar pra ela mesma que as coisas estão bem como estão.

– O que está bem como está? – Merak surgiu parando a nossa frente. Ele olhou pra mim, olhou para Cass, e pra mim de novo. Suspirei me afastando para que ele se sentasse no meio.

– Tinha lugar ali do lado do Kaike. - Casa apontou para o óbvio.

– Eu sei – Ele abriu um sorriso pervertido – Mas quero sentar entre meus amigos. – Ele colocou o braço em volta de nós dois. Surpreendi-me por Cass não ter o afastado, mas lembrei que a aposta ainda estava rolando e fingi não ter percebido nada.

Merak pareceu esperar o mesmo que eu mas ela voltou sua atenção a TV ligada dando de ombros. Ok, as coisas pareciam tudo bem até agora.

– Estávamos falando sobre a situação tensa que está entre Kaike e Cris.

– É, todo mundo percebeu – Ele olhou pra mim brevemente – Vocês não se acertaram ainda né?

– Não. – Foi só o que deu tempo de responder antes dele voltar a fixar os olhos nela, o braço que estava no encosto atrás de mim agora pegava a pipoca. Ele estava a testando.

– Você falou com Cris?

– Falei – Ela evitou o olhar – Mas não adiantou muita coisa. Vai assistir aos filmes com a gente? – Ela virou para olhá-lo, ele recuou meio surpreendido.

O problema era que, Cass não o havia evitado nem por um momento, ela já teria trocado de sofá pelo simples fato dele ter sentado no meio. Nem eu estava mais entendendo como ela estava conseguindo ir tão longe.

– Claro – Ele abriu um sorriso de orelha a orelha, recuperado. – O que vão-

– Vamos fazer uma sessão Marvel – Eu me levantei para escolher um dos DVDs, os interrompendo completamente, eu não poderia a deixar ela ganhar assim de lavada.

– Qualquer um sabe que a DC é melhor – Ele comentou distraidamente enquanto se acomodava melhor.

– Nem vem – Ela respondeu baixo levando a pipoca à boca. Ele voltou sua atenção a ela, os olhos brilhando. – Marvel supera as expectativas de qualquer um. – Os olhos dela faiscaram enquanto jogava sua certeza.

Ele sorriu perverso.

– Não é como se-

Escutamos a porta abrir e Jellal entrou de expressão fechada, depois de fechar ele olhou para nós. Eu já tinha colocado o filme pra rodar e estava a caminho da poltrona, Merak ainda tinha o braço sobre os ombros de Cass e os rostos subitamente próximos, ver Cass deixar ele chegar tão perto era o Apocalipse.

Ele tentou recuar um passo, mas deu de contra com a porta.

– Está... – Ele revezou olhares – Acontecendo alguma coisa aqui?

– Vamos assistir filmes da Marvel – Cass respondeu, terrivelmente pacifica – Mas Merak acha que a DC é melhor.

Seu olhar caiu sobre mim de forma desesperada, suplicante por respostas.

– É – Foi a única coisa que eu consegui responder

*-*

POV Michelle Parker

Eu me sentia exausta, tinha passado o dia ou na sala, ou fugindo, Keira tinha me feito um completo interrogatório de todas as minhas suspeitas quando a Helena e Israel e dito que não era pra eu comentar sobre aquilo de forma alguma perto de Logan.

Eu me senti de certa forma ofendida, eu não era nenhuma fofoqueira pra ficar espalhando sobre quem eu achava que estava com quem, não tinha interesse nesses tipos de assunto e nem parecia gerar algum tipo de conversa construtiva.

Quando eu sai do elevador, apalpando os bolsos em busca da chave me amaldiçoei mentalmente, eu a havia perdido, e as meninas não ficariam nem um pouco contentes comigo gritando na porta aquela hora, muito menos se já estivessem dormindo.

Mas não houve tempo para nada disso. Andrew estava encostado na porta com um sorriso travesso.

Não, não, não, não, como ele havia chego ali? Quem o deixou subir? Como ele sabia onde eu morava? Como ele sabia quem eu era?

Respirei fundo, eu queria entrar no elevador e sair correndo dali o mais rápido que minhas pernas agüentassem, mas as portas se fecharam e pelo que consegui espiar já tinha voltado ao térreo.

Algo dentro de mim disse que ele me alcançaria se eu fosse pela escada.

Agora era apenas ele e eu.

– Olá – Sua voz saiu como uma melodia. O chão me pareceu instável.

– Oi. – Eu engoli duro, pensando em qual seria a minha rota de fuga.

Ele avançou um passo e eu recuei outro, o sorriso dele pareceu se expandir, mostrando uma serie de dentes brancos e alinhados.

Controla-se Michelle.

– Calma – Ele ergueu as mãos, e fiquei aliviada por ele não ter nenhuma corda. – Não vou fazer nada a você.

– Eu sei – Eu ri sem graça – É que eu não esperava que fosse encontrar você justo aqui.

– É – Ele passou a mão pela nuca, mas não pareceu abalado. Será que ele estava me vigiando? – Eu comecei a achar que não viria.

– Está aqui a muito tempo? – Eu soei mais preocupada do que queria. Ele voltou a jogar aquele olhar penetrante sobre mim.

– Não sei, acabou a bateria do meu celular e eu não ando de relógio. Não poderia arriscar esperar na portaria. – De repente ele estava muito perto, meus pés pareceram criar raízes.

Eu estava completamente desesperada. Olhava para a porta e o elevador frequentemente, torcendo para que qualquer conhecido aparecesse.

– Afinal, você poderia conseguir escapar de mim como fez o dia todo.

Ah não.

Eu soltei um sorriso amarelo.

– Escapar? – Me fiz de desentendida – Quem eu? – Ri como se fosse uma piada realmente engraçada – Impressão sua.

Ele conteve um sorriso, e foi lindo.

– Pode ter sido, mas é que me pareceu que todas as chances que tive de me apresentar direito você pareceu ter sumido.

– Hoje foi um dia muito corrido sabe? Eu estava cheia de tarefas e coisas pra fazer, sabe como é.

– Faz sentido, desculpe se soou como se eu desconfiasse de você.

Eu o olhei assustada, ele estava dizendo aquilo, mas sabia que ainda desconfiava.

– Não foi nada.

– Soube que teve uma racha de motos no domingo não é?

Pronto, havíamos chegado ao assunto delicado. Como eu explicaria que não poderia beijá-lo pelo fato do meu primeiro beijo ter sido roubado a certo tempo atrás?

– É eu sei.

– Ótimo! – Ele bateu as palmas – Isso me poupa da parte complicada.

Minha respiração estava descompassada, por que ele estava tão perto?

– Michelle? – Foi a voz de Onix no final do corredor.

Eu soltei o ar que segurava quando ele voltou sua atenção a ela.

– Boa noite – A voz dele agora era, de certa forma, ameaçadora, como se ela tivesse interrompido um casamento na hora dos votos.

– Eu escutei vozes, não sabia que estava acompanhada – Ela revezou olhares entre nós dois.

– Ah eu não estou – A oportunidade surgiu – Andrew já estava de saída.

Ele voltou os olhos pra mim, surpreso por eu ter dito seu nome. As minhas mãos formigavam.

– Está bem então, eu estou fazendo um lanche se ele quiser ficar eu posso-

– Não! – Eu quase gritei, ele manteve o olhar sobre mim – Ele realmente precisa ir, está ficando tarde e pode ser perigoso perambular pela rua a essa hora.

– É claro – Ele finalmente se pronunciou – Podemos adiar essa conversa pra outra hora – Ele sorriu encantadoramente para Onix – Foi um prazer – Seus olhos brilharam na minha vez – Michelle.

A porta do elevador abriu, e um Israel derrotado passou por ela. Eles se encararam, se cumprimentaram e Andrew entrou pelo elevador.

Eles se conheciam? Eram amigos? Isso significa que Israel poderia trazê-lo ali mais vezes!

Quando as portas se fecharam e nenhuma de nós se mexeu Israel perguntou

– Eu perdi alguma coisa?


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