Nas suas lembranças escrita por dayane


Capítulo 19
Epílogo




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O servidor liberou a postagem. Toda a editora ficou em silêncio, escutando Paula falar cada letra da postagem. Ela tinha gravado, para que todos pudessem ter a mesma reação em conjunto. A diretoria que tinha decidido pelo ato, alegando, também, que ajudaria a desafogar o servidor.

A postagem era uma conversa com os leitores, quase um conselho para seguir a vida. Ao final, muitos notaram, estava uma das mais simplórias delação que alguém, daquela editora, tinha escutado. Não foi necessário citar nomes, a mensagem era clara.

Eis, o que estava perpetuado na editora:

A vida, o amor, as lembranças.

Será que valeu a pena?

Não sou a única que comete autossabotagem. Na verdade, acho que faço parte de um grupo vasto, talvez interminável, de pessoas que se sabotam.

Mesmo que posso me sabotar, ainda assim, não consigo desistir. É como se fosse uma criança aprendendo um jogo. Elas não desistem. Não querem desistir.

Ou, se for melhor exemplificar, sou como uma mãe que, por amor, desiste da vida e salva o filho amado.

Houve uma pessoa que amei. Amei de tal forma que, quando olho nos olhos dele, sinto a certeza de que posso confiar que tudo dará certo - Eu não faço a mínima ideia do que é esta “coisa” que pode dar certo.

Mas será que vou me ferir? (Lá vem as dúvidas)

Será que ele não seria capaz de me enganar? (Mais dúvidas)

Nestes momentos, me torno aquele filhote medroso, que enfia o rabinho entre as pernas e abaixa a cabeça, rezando por uma dor mais fraca. Por estes momentos, que não foram tão raros, eu passei a desconfiar do destino.

Mas confio no passado, pois ele esconde algo bom. Momentos que foram bons, que me fizeram sorrir. Momentos que escolho a dedo, escondendo-me de qualquer dor.

E, o que sabemos do futuro? A distância está lá, escondida em algum canto obscuro, pronta para nos fazer sofrer e desistir. Pronta para nos fazer pensar que não seremos capazes.

Eu temo a distância. Temo o frio que a acompanha e o abandono que a assola.

Será que depois da distância, haverá um sim?

Um nós?

Um pouco de felicidade?

Eu espero que a saudade não doa! Apesar de que, infelizmente não é só a saudade que dói.

Dói quando param de perguntar a você se está bem.

Quando param de lhe mandar um “oi” e quando começam a ignorar sua existência, alegando que estão sem tempo.

Infelizmente, a mágoa dói mais do que a saudade e pode nos tornar agressivos.

Acho que nunca se deve magoar alguém. Ao mesmo tempo que a verdade pode magoar. E a verdade é a única forma de seguir em frente, de encarar os medos e aprender a arriscar novos caminhos. De se provar o amor - em todas as suas formas.

A mágoa é complexa. O ser humano é complexo. A vida é complexa!

Então:

Quando pensamos na vida, pensamos em seus bons ou maus momentos?

Quando parei para pensar, me peguei lembrando de meus últimos anos. Revivi tudo.

De quando busquei algo para fazer da vida, até o hoje, quando amo o que faço.

Não decidi sozinha e nem estive sozinha. Sempre teve alguém ali, me guiando por novas experiências e me fazendo evoluir. Alguém que não desistiu.

O que dói na vida, é a evolução. Pois nada evolui ao ficar igual. É necessário abdicar de muitas coisas. Abdicar de momentos felizes, relaxantes e até os divertidos. Aceitar os ruins, dolorosos e cruéis. Passar pelas nuvens de turbulência e sobreviver ao caos. Criar lembranças e tentar resgatar as antigas.

Pois vai haver um momento, em que nada parecerá dar certo. Que está fazendo algo errado e que não nasceu para isto.

E se você sobreviver, vai encontrar algo fantástico! Vai sentir-se maravilhosamente bem. Que tudo valeu a pena. Talvez você diga: “Oh Deus!”

E o coração dispara, quase não conseguirá se manter parada(o). O corpo quer tremer e vai achar que conseguem escutar seu coração.

Foi assim comigo e acredito que serão parecidos com quem passar por isto. A vida não muda muito. Segue um fluxo com poucas variações.

Agora, se eu pudesse fazer um pedido, faria a aquele que sempre esteve comigo. Para aquele que viverá em mim, que esteve em meu passado e que, se assim for o melhor para a nossa vida, estará em meu futuro.

Faria, se pudesse, um pedido para aquele eu eu tanto amei. Que me ensinou que as pessoas não estão divididas em mundos de alegrias e tristezas.

Não que não iremos, algumas vezes, mergulhar em momentos ruins - isto é inevitável - mas não devemos priorizar estes momentos (Ele que me ensinou isto).

Peço que ele esteja sempre comigo.

E eu só espero, que no final, ele não desista e nem me esqueça. Que, quando nossa história chegar ao fim, ele saiba que sempre estará em meu coração, em minhas lembranças - Mesmo que eu jamais diga isto.

E que eu possa viver, eternamente, nas suas.


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