Bitchcraft escrita por Eduardo Mauricio


Capítulo 6
Capítulo 05 - Banho de Sangue




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Felicia abria a porta devagar. Os corações de todas as bruxas estavam batendo muito forte. Nunca sentiram tanto medo em toda a vida.

Enfim a porta se abriu e elas puderam ver as fadas chegando. Furiosas, determinadas. Não eram todas mulheres, haviam homens também, mas todas elas estavam vestidas formalmente, com ternos e roupas sociais.

Quando as primeiras fadas chegaram ao jardim da escola, Felicia deu um passo à frente e movimentou sua pelo ar, como havia feito antes na loja de brinquedos, e criou um tipo de parede negra, como um campo de força. Não demorou muito para que as fadas começassem a quebrar a barreira como se fosse vidro.

As bruxas correram para o ataque. Rain viu quando Lola passou voando por cima dela e cuspiu uma série de bolas de fogo de sua boca, com uma delas atingindo a cabeça de uma das fadas, deixando um ferimento grande, do tamanho de uma bola de futebol. Ela continuou o ataque.

Ao seu lado, Ava multiplicou-se em sete e cada uma das “cópias” dela correu para direções diferentes para lutar fisicamente. Não havia problema se um dos clones fosse morto, se não fosse a verdadeira Ava, estaria tudo bem.

Rain sentiu alguém tocando em seu ombro. Era Felicia.

– Precisa de ajuda?

– Eu não sei como ajudar!

– O corpo humano é feito de 80% de água, estou certa?

Felicia foi embora e Rain entendeu a que ponto queria chegar. Ela poderia controlar o corpo de alguma das fadas usando a água presente em seus corpos.

Ela se afastou um pouco e concentrou seus esforços em uma delas, que estava brigando com uma bruxa que ela reconheceu como a chefe da cozinha da escola. Direcionou suas duas mãos para a fada e se concentrou. Sentia que estava a ponto de conseguir, mas perdeu a concentração quando ouviu um grito desesperado de um homem. Abriu os olhos e olhou para o lado. Viu Victoria, uma bruxa que ela conhecia, incendiando um homem vivo. A fada gritou e correu por uns segundos antes de cair, transformando-se em uma massa cinzenta de carne queimada.

Rain voltou a se concentrar na fada a alguns metros dali. Pensou em toda a dificuldade que passou e concluiu que precisava de algo para se segurar, um motivo para continuar viva. Esse motivo era aquela escola, aquela família de bruxas. Precisava provar para si mesma que era forte, para assim defender a sua escola. Sua nova família. Abriu seus olhos, sentia-se como se pudesse tocar o sangue daquela fada. Infelizmente, quando percebeu que estava sendo controlada, ela olhou para os lados e viu que a responsável era Rain. Os olhos dela ficaram vermelhos. Estava com raiva. A fada avançou na direção da jovem bruxa com um machado na mão. Rain concentrou-se mais, ou ela controlava aquela fada ou ela morreria. A opção a escolher era a segunda.

Quando a fada se aproximou e levantou o machado para ela. Parou e foi jogada para cima no ar. Ficou flutuando enquanto tentava mover seus membros. Não conseguia. Rain tinha total controle sobre ela.

Em um momento de extrema raiva. Ela gritou e afastou suas duas mãos. O corpo da fada se dividiu em dois. Os órgãos e as partes do corpo caíram no chão, enquanto o sangue voou na direção dela, misturando-se com as lágrimas do seu rosto.

Mia a observou, atônita, o que sua amiga acabara de fazer, entretanto, não estava tão chocada quanto a própria, que chorava, enquanto limpava o sangue no seu suéter. A garota correu para a ajudá-la.

– Rain, você está bem? – Ela perguntou.

– Estou... Eu... Eu a matei – Rain respondeu, quase não acreditando no que estava vendo. As vísceras e o corpo da fada espalhados pelo chão.

– Essa não vai ser a primeira, você não pode desistir!

– Eu não... Eu não consigo!

– Eu vou te levar para o campo lá atrás, você vai ficar com a Virginia!

Mia segurou a mão de Rain e a puxou, correndo às pressas pelo meio das bruxas. Correu pela lateral da casa, onde não havia ninguém, mas quando estava chegando ao quintal, foi bloqueada por três fadas, armadas com facões e machados.

– Para onde pensam que vão? – Uma delas perguntou, com um brilho vermelho nos olhos.

– Rain – Mia disse, baixinho.

– O que?

– Tape os ouvidos.

A fada estava cerrando os punhos, que ganhavam uma coloração verde, como se ela fosse disparar algo por eles. Rain obedeceu e tapou os ouvidos, em seguida, Mia abriu a boca e deu um estridente grito. As três fadas soltaram as armas e taparam seus ouvidos. O sangue escorria entre as mãos deles. Mia havia estourado seus tímpanos.

Ela correu e os acertou com empurrões. As fadas caíram no chão, mas antes, uma delas recuperou seu facão e jogou, acertando na perna de Mia.

A garota gritou de dor.

– Filha de uma puta!!!

A fada deu um sorrisinho malicioso e Mia voltou até ela.

– O que vai fazer? – Rain perguntou.

– Tape seus ouvidos denovo, essa vadia vai ver do que eu sou capaz.

Mia estava com o pé na garganta da fada, que tentava se soltar. Chegou um pouco mais perto e soltou outro grito, desta vez, a frequência foi outra, o grito tinha outro tom.

A fada também gritava, mas seu grito era inaudível. Ela gritou por alguns segundos, até que sua cabeça explodisse, espalhando os miolos pela grama.

Rain levou a mão a boca.

– Oh meu deus!

– Vamos, vamos! – Mia segurou sua mão, mas parou ao ouvir uma explosão.

– O que foi isso?

– Eu não sei, mas acho que a coisa vai ficar feia, preciso voltar para ajudar, você vai sozinha daqui?

– Na verdade... – Rain pensou um pouco – Eu vou voltar com você.

– Tem certeza?

– Sim, eu não posso desistir agora!

As duas voltaram correndo, – Mia mancando por conta do ferimento na perna – pisando nos pedaços minúsculos do cérebro da fada que havia acabado de morrer, mas antes, recolheram as armas delas, Mia ficou com um machado e Rain com um facão. Quando chegaram ao jardim, o cenário era de destruição. Os corpos de várias fadas estavam jogados no chão. Alguns sem sinal de ferimentos visíveis, outros brutalmente despedaçados, mas a maioria ainda estava de pé, lutando. Rain percebeu que havia duas fadas correndo em direção à ela.

– Tape os ouvidos – Mia disse, novamente.

– Não – Rain retrucou – Deixa comigo.

Ela deu um passo à frente. Decidiu que precisava fazer aquilo. Jogou o machado no chão.

Concentrou-se. Direcionou as duas mãos, uma em cada fada e concentrou-se mais.

As inimigas estavam se aproximando mais e mais. Mia não achava que Rain conseguiria, então gritou, um grito que deixou as fadas desestabilizadas. Rain estava tão concentrada que não se assustou o grito. De repente, as duas fadas com os ouvidos tapados no chão foram jogadas para cima como a outra. Rain conseguira novamente. Mia esperava que ela dividisse seus corpos como fez com a outra, mas não, ela fez de outro jeito. Virou-os de cabeça para baixo e os desceu com força, batendo suas cabeças no chão e, instantaneamente, quebrando seus pescoços. Eles já estavam mortos, mas ela não parou. Bateu as cabeças deles no chão até que o pescoço de um deles foi rasgado, espirrando sangue para todos os lados.

Mia estava impressionada e assustada. Parecia que Rain mudava de personalidade ao usar seus poderes, adquiria raiva.

As duas, armadas, correram para o meio da multidão. Acima delas, quatro corpos estavam flutuando, não era possível perceber quem era, pois estavam totalmente negros, como se fossem sombras. De repente, eles foram jogados para longe.

Ao seu lado, Rain viu uma fada matar uma bruxa com uma facada no estômago e sem seguida, viu vários flashes de luzes verdes, o que só podia significar que as fadas estavam usando seus poderes. Caminhou entre a multidão, pisando em cadáveres de fadas.

– Rain, cuidado! – Uma garota gritou. Rain olhou para trás e viu que era Ava, lhe alertando sobre uma fada correndo em direção à ela, com uma faca. Rain preparou-se para correr, quando a fada parou no meio do caminho, paralisada. Na verdade, todas as fadas ficaram paralisadas.

As bruxas respiraram aliviadas. Virginia surgiu no meio da multidão.

– Corram para o campo, elas são fortes, não posso segurar por muito tempo!

As bruxas começaram a correr para o campo, mas Rain ficou, e quando o jardim esvaziou, ela percebeu o tamanho do massacre. Havia dezenas de corpos de fadas espalhados pelo chão e alguns paralisados no céu, junto com gotas de sangue, um verdadeiro banho de sangue. Ela sentiu vontade de chorar quando observou que também havia cadáveres de bruxas ali, mas foi puxada por alguém antes disso.

– Vamos logo – Era Arya, estava toda suja de sangue.

– Você está bem? – Rain perguntou.

– Sim estou, mas temos que ir rápido.

***

No campo, havia cinco grandes helicópteros. As bruxas estavam entrando nos veículos.

Rain ficou feliz ao ver que Ava estava bem. Mia também.

Ela e Arya correram até um dos helicópteros e Felicia as guiou para dentro. Era um espaço pequeno, na verdade, mas elas não podiam se dar ao luxo de exigir espaço.

Quando os helicópteros começaram a sair do chão. As bruxas respiraram aliviadas, mas logo o alívio deu lugar à tristeza. Elas ficaram em silêncio, sofrendo a perda de suas amigas. Ava e Mia estavam chorando, sentadas em um banco perto de Rain.

Elas haviam vencido, por enquanto.


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