Bitchcraft escrita por Eduardo Mauricio


Capítulo 2
Capítulo 01 - Boas Vindas




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/520961/chapter/2

Rain acompanhava Felicia por um corredor amplo com cerâmicas brancas, ao contrário do piso de madeira que havia no resto da escola. No fim havia um espaço que parecia ser uma cozinha.

Quando elas chegaram ao local, ela confirmou o que achava. Era uma cozinha.

– Todas elas são bruxas – Felicia disse. Havia bruxas de várias idades, desde garotas a idosas.

– Uau – Ela ficou maravilhada ao ver o funcionamento daquele local. Era como um restaurante, cada bruxa tinha uma função, mas além dos fogões e utensílios de cozinha, elas utilizavam também seus poderes. Uma garota, por exemplo, tocou uma panela com suas mãos brilhantes avermelhas e em segundos, a água que estava dentro começou a ferver.

– Irmãs, essa é a Rain – Felicia disse alto e ganhou a atenção de todas elas.

Elas a cumprimentaram acenos de mãos e alguns disseram oi. Uma das mulheres, de uns cinquenta e poucos anos, veio até e elas.

– Seja bem-vinda à Garden School – A senhora disse e estendeu a mão – Eu sou Ruth, a chefe dessa bagunça que chamam de cozinha.

– Eu sou Rain – Ela cumprimentou, segurando sua mão.

– Vamos, ainda temos muito o que ver – Felicia disse.

***

Vários minutos se passaram, Felicia havia mostrado tudo, as salas de aula, o sala de jantar – que mais parecia um salão decorado luxuosamente – entre outras coisas. Naquele momento, ela seguia a mulher até o quintal. Saiu pela porta e deparou-se com um grande campo e depois uma floresta. Havia um espaço com um bosque e uma piscina. Lá estavam várias garotas, se divertindo, conversando. Algumas estavam na piscina. No fim do quintal, havia um grande muro e um portão igualmente grande.

– O que fica ali? – Rain apontou para o imenso portão de ferro.

– Ah, sim, eu já ia te mostrar, venha comigo.

Ela a seguiu até o portão e o abriu. O que havia ali era um campo enorme, cheio de alvos de madeira. Um campo de treinamento. Havia duas garotas ali. Uma delas era Mia e a outra Rain ainda não conhecia. Mia estava se preparando para treinar suas habilidades. Ela focou o olhar em um dos alvos de madeira e respirou fundo.

– Você pode se assustar, acho melhor tapar o ouvido – Felicia sugeriu, sorrindo.

– O que?

Neste momento, ela levou um susto enorme. Ouviu um som muito alto e agudo. Era o grito de Mia. A garota havia quebrado dois dos alvos com aquele grito. Gritos supersônicos. Era impressionante.

– Incrível, não é? – Felicia perguntou.

– Muito – Rain ficou impressionada, mais uma vez.

– Ela também consegue voar... Os gritos a impulsionam do chão. Ainda está aprendendo, mas em poucos meses estará dominando a habilidade.

Quando viu que estava sendo observada, ela acenou e foi correndo até Rain e Felicia, enquanto a mulher que estava com ela, de longe, levitou cada pedaço de madeira que Mia havia quebrado

– Gostou? – Perguntou.

– Que incrível! – Rain exclamou.

– Obrigada.

– Ela já conheceu o quarto? – Mia perguntou a Felicia.

– Ainda não.

– Eu posso levá-la?

– Sim.

– Então... – Ela se virou para Rain – Vamos conhecer o seu quarto.

***

Minutos depois, ela estava entrando em um corredor cheio de portas brancas.

– Este é um dos corredores com os quartos das bruxas em treinamento, no caso, as alunas.

– Quantas são?

– Com você, 14... Aqui tem 15 quartos e no outro corredor tem mais 15, ou seja, existiam 17 quartos sobrando, o que deixa evidente a esperança da Sra. Gardner encontrar mais bruxas por aí.

Elas caminharam até uma das portas brancas.

– Bom, este aqui é o seu quarto – Mia disse e então abriu a porta.

Era um quarto imenso, com uma cama perto da janela e duas outras portas brancas do que pareciam ser o armário e o banheiro. Para a surpresa dela, suas coisas já estavam lá, do mesmo jeito que estavam em seu antigo quarto.

– Minhas coisas – Ela sorriu – Como vocês pegaram?

Repentinamente, uma garota apareceu na sua frente. Na verdade, se materializou, como a imagem de uma tv sendo ligada. Rain e assustou. A garota tinha cabelos lisos negros. Deu um sorriso simpático e estendeu a mão.

– Eu sou Ava – Ela disse, sorrindo.

– Oi – Rain a cumprimentou, ainda assustada.

– Ela pode se teletransportar – Mia disse.

– E se multiplicar – A garota adicionou, então apareceram várias outras garotas exatamente iguais a ela. Parecia que tinham saído de dentro de seu corpo.

– E você, o que faz? – As sete “Avas” perguntaram ao mesmo tempo, se transformando em uma só novamente.

– Eu controlo a água – Rain respondeu.

– Que maneiro! Eu sempre quis conhecer alguém com hidrocinese!

– Foi você quem trouxe minhas coisas?

– Sim – Ela respondeu, olhando as coisas ao redor – Ah, mas não se preocupe, eu não olhei nada, só peguei e trouxe pra cá.

– Obrigada.

– Enfim... Nós vamos te deixar sozinha agora um pouco, caso precise alguém, o meu quarto é aqui do lado – Mia informou.

– E o meu é aqui na frente, mas provavelmente, estaremos lá no quintal.

– Tá bom, obrigada.

– Tchau – Elas se despediram e Rain ficou sozinha em seu quarto.

Ao contrário do que pensava, não estava com medo, estava feliz por ficar ali. Sempre desejou ter alguém como ela para conversar e agora tem várias. As garotas pareciam muito legais e ela havia sido muito bem recebida.

Continuaria a trabalhar na loja de brinquedos normalmente. Ela estava considerando isso apenas como uma mudança. Uma mudança para uma vida melhor.

Ela caminhou até uma das portas e abriu, esperando encontrar o banheiro, mas era o armário. Não muito grande, mas suficiente. Caminhou até a outra porta e a abriu. Deparou-se com um belíssimo cômodo com cerâmicas e paredes brancas. Havia também uma banheira. Aquele lugar tinha cômodos muito luxuosos, Rain se perguntava como elas conseguiam dinheiro. Até riu de si mesma quando pegou-se pensando se havia uma bruxa com a habilidade de fazer dinheiro.

***

Minutos depois, Mia, Ava e outra garota bateram à porta de Rain. Segundos depois, ela abriu. Estava com uma toalha enrolada no cabelo.

– Hora do almoço! – Ava exclamou.

– Eu já vou descer – Ela disse – Entrem!

As três entraram e a garota nova fechou a porta. Rain tirou a toalha da cabeça e começou a pentear seus cabelos. Depois que terminou, disse:

– Vamos.

– Vamos lá – Mia respondeu.

– Ah, não nos conhecemos – Ela falou para a garota e estendeu a mão – Rain.

– Prazer em conhecê-la, eu sou Arya – A garota de curtos cabelos castanhos respondeu, com uma sotaque britânico que Rain achava lindo.

***

As quatro garotas desceram as escadas de madeira e entraram em um amplo corredor à esquerda, que terminava em uma grande sala. Os enormes portões de madeira estavam abertos.

– Não sei se a Felicia te mostrou o refeitório, mas se não, não espere um céu falso e velas flutuando – Mia brincou – As bruxas daqui não tem muito senso de humor.

Quando ela entrou no refeitório, ficou encantada. Era uma sala muito alta, com vários lustres e uma três mesas de madeira de vários metros de comprimento.

– Uau! – Rain deixou escapar.

Ali já havia várias garotas sentadas em seus lugares, conversando e esperando o almoço ser servido. De repente, sentiu algo uma pancada na cabeça.

– Ai – Ela disse, tocando sua cabeça. Olhou para cima e viu o que havia lhe atingido. Uma garota ruiva, com grande asas multicoloridas, como as de uma borboleta.

– Ah, desculpa – Ela desceu imediatamente.

– Você não deveria voar por aqui, Lola – Uma mulher disse, quando passou.

– Desculpa Sra. Meeks.

A garota voltou sua atenção para Rain.

– Enfim, desculpe-me novamente, eu sou Lola.

– Eu sou Rain.

– Eu já sei – Ela sorriu – Há muito tempo não recebíamos novas moradoras, seja bem-vinda.

– Obrigada... Suas asas... – Rain estava impressionada com o par de asas reluzentes da garota – Elas são lindas.

– Obrigada – Lola agradeceu e então elas desapareceram dentro das costas dela.

***

Naquela tarde, quando estava lendo um livro, sentada de sua cama, Rain ainda pensava em como havia sido bom encontrar aquelas pessoas, quer dizer, ser encontrada. Alguém bateu à porta e ela foi atender. Era Mia.

– Oi – Disse Rain.

– Oi – Ela respondeu – Então... Arya, Ava e eu estávamos pensando, tipo, se você aceitaria dormir no meu quarto hoje pra gente se conhecer melhor.

– Tipo uma noite do pijama?

– É, mais ou menos – Ela sorriu.

– Seria ótimo, eu nunca tive uma.

– Então tá, eu venho te chamar na hora.

– Tá.

– Tchau.

– Tchau tchau.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Bitchcraft" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.