A Batalha de Panteões escrita por Julius Brenig


Capítulo 2
2- Conhecendo os Panteões.


Notas iniciais do capítulo

Olá mortais! Mais um capitulo divino pra vcs :v



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Não posso dizer que a ideia de conhecer o local que os deuses moravam não me animou. Começamos nosso tour logo após os deuses entrarem num consenso de qual seria a ordem das visitas. Eles achavam que a ordem ajudaria em minha decisão. E onde quer que eu ficasse, eu teria certeza que tentariam me convencer a fazer algo que beneficiasse o Panteão em questão.

– Ele vai para Asgard primeiro, já que eu dei a ideia. – Os deuses não puderam contestar com Odin, era um bom argumento o dele.

– Tudo bem – piou Rá, quer dizer, falou. – Mas o próximo é o Duat.

– Por que? – Zeus e Júpiter falaram em uníssono.

– Por que eu falei, ora.

– Quer saber, Júpiter pode ser o terceiro, não me importo. – Falou Zeus.

Assim que decidimos, seguimos de volta pelo caminho de pedras. Estávamos em um silencio, o qual os deuses não pareciam se incomodar, mas eu não estava suportando.

– Então, como é esse lance de ser um deus?

Eles se entreolharam, como se não soubessem como responder.

– É legal – disse Zeus.

– Legal?! – Retrucou Júpiter – Você sabe o que é ter milhões de mortais pedindo favores? É horrível.

– Você quer dizer, como “era” ter milhões de humanos, né? – falou Rá meio cabisbaixo. Pelo visto, era algo bem triste não ser mais cultuado.

– Fale isso por vocês. Lá na terra fizeram um filme, em homenagem a meu filho e a mim.

– Tá se gabando por ter virado personagem da Marvel, Odin? – disse Zeus num tom brincalhão.

– Melhor que da Disney. – Falou Odin quase não se aguentando de rir.

Os deuses eram bem divertidos afinal. E ainda estavam informados das coisas que estavam acontecendo na terra.

Chegamos no local onde eu havia acordado. Olhando para o céu pude identificar os dois monumentos em cima de nuvens. Eles pareciam os mesmos, a não ser pela tonalidade das paredes e colunas. Um era branco e outro meio azulado, como se alguma luz emanasse dele. Nos aproximamos da ponte arco-íris, que Odin falou que chamava-se Bifrost.

Paramos bem próximo a base de Bifrost. Só aí percebi que ela era muito íngreme para subirmos andando. Odin moveu a mão e degraus se formaram ao longo dela. Apesar de melhorar a subida, duzentos degraus escada acima não me parecia divertido. Todos os deuses subiram nos degraus, então subi também. Eu me senti aliviado, porque a ponte funcionava como uma escada rolante. Logo chagamos ao topo.

Lá encontramos um ser. Heimdall, o guardião da ponte. Ele vestia uma armadura bronze completa, que também possuía chifres. Pelo visto os deuses nórdicos tinham uma pegada Viking. Sua voz era estrondosa como um alarme. Sua pele era bem clara e seus olhos tinha uma íris que possuía as cores do arco-íris, o que gerava um certo desconforto ao olhar seus olhos. Seu cabelo e barba eram loiros.

– Mestre Odin – ele se curvou – Que bom que está de volta.

– Olá Heimdall. Este aqui é Théo. Ele vai dar uma volta pelo palácio. Talvez ele será meu hospede.

– E quanto os outros? – Heimdall falou isso de maneira ríspida.

– Eles estão nos acompanhando.

O guardião não pareceu ter gostado disso, mas não disse nada. Nós seguimos ao palácio. Ele era todo dourado, possuía altas torres com sua pontas afinadas. Possuía um grande portão, qual dava acesso sua entrada. O chão era coberto por pedras, que dava ao ambiente uma ar rústico.

Ao entrar no palácio, fiquei surpreendido. Ele era bem amplo e possuía vários corredores que davam acesso às outras acomodações. Um tapete vermelho seguia da porta até um trono, qual Odin se sentou. O trono também era dourado. Logo após odin sentar-se, vários seres começaram a chegar. Um deles era um garoto de uns dezessete anos. Tinha um cabelo curto, castanho e arrepiado, seus olhos eram azuis e ele usava uma armadura prateada, com uma capa vermelha em suas costas. Também segurava um enorme martelo em mãos. Provavelmente Thor. Ele ficou de pé ao lado do trono.

Vários deuses nórdicos me encaravam. Eles não pareciam ser tão legais como Odin e o garoto Thor, que me dirigiu um sorriso simpático. Eles tinham um aspecto selvagem, como se quisessem me estraçalhar. Um deles, Tyr, possuía barba negra e uma armadura vermelha. Possuía uma espada atravessada em diagonal em suas costas, falou:

– Aposto que eu fatio ele com um golpe só.

– Que bela boas-vindas. – murmurei. E mais uma vez meu sarcasmo era ativado pelo meu nervosismo.

Odin queria que eu ficasse ali e disse:

– Não trate assim nosso convidado! Ele é quem vai ajudar a decidir o nosso, er... probleminha.

Tyr me olhou com receio e disse:

– Talvez ele durasse uns dois rounds.

Acho que na mente dele, tudo estava bem agora.

– Agora vamos. – disse Rá. Ele precisa conhecer os outros locais.

Odin pareceu não gostar muito, mas não tinha muito o que dizer. Eu tinha certeza que não ficaria em Asgard, a recepção não foi lá muito animadora. Passamos por Heimdall e descemos a ponte arco-íris rolante. De volta ao solo, andamos em direção a pirâmide, que Rá insistia em chamar de Duat, mas ele explicou o motivo.

– A pirâmide não é o Duat em si, porque Duat é um reino mágico cheio de camadas, ela é uma pequena parte dele, para que nós, deuses egípcios, possamos nos sentir em casa.

Chegamos à pirâmide. Ela não era tão grande quanto eu imaginei, mas era grande. Estava cercada por uma areia que se movia em volta dela, como se ela fosse o centro de um redemoinho de areia.

– Como vamos atravessar? – perguntei.

Rá assoviou, mas com sua cabeça de pássaro, parecia mais um pio. Sei que é chato ficar repetindo isso, mas não podemos ignorar o assovio de um homem pássaro. Três jacarés apareceram nadando em meio a areia. Não sei como eles não eram arrastados pela força da correnteza. Eles ficaram um atrás do outro, criando uma ponte reptiliana até a pirâmide. Rá foi o primeiro, seguido pelos outros deuses.

– Vamos Théo. – falou Zeus.

– Não me parece seguro. – falei.

– Anda logo – resmungou Júpiter. – O máximo que eles podem fazer é morder você.

– Fácil falar isso quando se é um imortal. – falei já atravessando aponte. Quando chegou perto da base da pirâmide, simplesmente surgiu um vão em sua frente para que pudéssemos entrar. Por dentro ela era decorada ao estilo egípcio. Possuía várias tochas que acendiam em formato de hieróglifo. Que depois descobri que significava “fogo” em egípcio médio. Eles não usavam o egípcio antigo por que queriam ser atuais, como se pudesse ser atual usando hieróglifos. Como em Asgard, ali também possuía um trono, que Rá logo se sentou. Este era avermelhado. Juro pra vocês, quando os deuses egípcios se reuniram a primeira coisa que pensei foi: “Não vou ficar aqui de jeito nenhum”. Eu não ia passar meus dias cercados por humanos com cabeças de animais. Tinha gato, cachorro, crocodilo, vários tipos de aves. Sinceramente, eu havia demorado a me acostumar à Rá. Sem contar no cheiro de zoológico. Um dos deuses que estava lá, com cabeça de crocodilo falou:

– Você estava com medo dos meus homens? HAHAHA acho que não perdi o jeito. – Nota: adicionar risada de um crocodilo na lista de coisas assustadoras. O deus tinha o corpo pálido e franzino do pescoço pra baixo, o problema é que em seu pescoço estava acoplada a uma cabeça de crocodilo. Além de uma mandíbula enorme, aqueles olhos de cor âmbar e com a íris na vertical, também me ajudaram a recusar o convite.

– Cale-se Sobek. Pessoal este é Théo. Ele é o mortal que vai nos ajudar a decidir como resolveremos nosso problema. – Falou Rá.

De repente, um deles se aproximou de mim. Ele tinha a cabeça de uma ave, seu bico era fino e alongado. Usava saiote com um grande colar que cobria um peito nu. Ele se apresentou:

– Sou Toth, o deus da sabedoria e conhecimento. Se eu não consegui descobrir um bom modo de resolver isso, por que você conseguiria? – Sua voz suava com o canto de um pássaro, leve porém passava confiança.

– Olha, pra dizer a verdade, eu não sei. – respondi, sincero até demais.

Ele revirou os olhos. E saiu de volta resmungando algo.

– Vamos indo Rá, ainda faltam o Olimpos. – Falou Zeus. Rá se levantou e seguimos para fora da pirâmide. Travessamos a ponte crocodilo e voltamos ao gramado. Então eu olhei para o céu e perguntei:

– Como chegaremos lá?

Júpiter estalou os dedos, e um raio caiu. Eu achei que ele tinha se cansado de mim e agora me dizimaria. Só que o raio não me atingiu, na verdade ele só atingiu o chão e começou desenhar uma águia ao nosso redor, após terminar sua obra prima, ele simplesmente sumiu. Eu já ia perguntar pra quê aquilo, mas antes que eu pudesse fazer isso, todo o local que o desenho da águia cobriam, se desprendeu do chão, deixando um enorme buraco. A ave gigante de terra subiu como um elevador. De cima dela, olhei para baixo e pude ver o buraco sendo coberto pela grama até sumir, deixando o lugar como antes. E quando me dei conta, já havíamos chegado ao Olimpo romano. Este era o pintado de branco, bem tradicional.

Como você imagina que é pisar em nuvens? Fofinhas e moles como um pula-pula? Não sei das outras, mas essa eram duras feito concreto, não sei nem como flutuavam. Mas depois de subir numa águia de terra que foi desenhada por um raio, não posso reclamar. Entramos no Olimpo romano. Lá, ao contrário do outros, tinham vários tronos, onde cada deus estava sentado. Um deles era muito feio. Tinha uma corcunda, um braço era maior que o outro, seu cabelo era falhado e seus olhos eram grandes e leitosos. Porém seu trono era o mais equipado. Tinha Tevê, frigobar, se brincar tinha até Wi-fi. Deduzi que este era Vulcano.

Ao lado do trono de júpiter, tinha um homem que tinha pele azulada, com escamas nos braços e pernas. Também usava um toga branca, seus cabelos pareciam algas marinha e ainda por cima tinha guelras. E pra fechar o look segurava um tridente cor esmeralda na mão. Netuno me dirigiu o olhar e disse:

– Um mortal? Faz tempo que não vejo um. Mas espera aí – ele me olhou de cima abaixo. – Este é um mortal terrestre! Por que não mandaram um golfinho? Seria de mais utilidade.

Júpiter não repreendeu-o. E isso me enervou. Não que eu quisesse ser bajulado, entretanto, eu nunca pedi pra estar ali, fui forçado e se quisessem que eu ajudasse, queria ao menos respeito. Não estava nem aí se o cara é um deus, não queria ficar ali pra ser ofendido.

– Acho que já chega daqui. Vamos para o Olimpo.

Eu não disse “Olimpo Grego” com a intensão de dar uma cutucada nos deuses romanos e pareceu funcionar. Eu mesmo tomei a dianteira de sair do local, os deuses só me seguiram. Ao chegar na nuvem de concreto, Zeus fez uma ponte raio para que atravessássemos até o outro lado. Entramos no Olimpo Grego, e sua luz azul me deixava tonto. Quando entrei percebi que este era o lugar que tinha a melhor “aura”. Muitos deuses estavam em forma de adolescentes, e os que não estavam, eram bem simpáticos. Pude ver um garoto de cabelos loiros e arrepiados voando pelo local com uma sandália com asas, este era Hermes. Zeus nem chegou a se sentar em seu trono. Ele apenas me olhou e perguntou:

– E aí já se decidiu?

Na verdade eu não queria ficar em nenhum, e consegui formular uma boa desculpa.

– Era melhor não ficar em nenhum, para ser mais justo. Vocês poderiam construir uma casa, ou cabana enquanto eu estiver aqui.

Os deuses concordaram comigo.

– Hefesto, venha aqui. – chamou Zeus.

Eis que chegou Hefesto. Ele era um cara com barba espessa e olhos cheios de bolsa, macacão laranja e mãos sujas de graxa. Parecia mais um mecânico que um deus.

– Sim.

– Você poderia nos ajudar aqui?

Zeus explicou toda a situação. Descemos de volta pro gramado, onde Hefesto arrancou um giz do bolso e riscou um retângulo ao chão. Após terminar, ele virou-se para nós e disse:

– Pronto. – Quando ele fechou a boca, um casa simples, porém bela, apareceu atrás dele. – Não se preocupe, os mantimentos serão fornecidos sozinhos, roupas e tudo mais que precisar.

Os deuses nem se despediram de mim. Apenas sumiram de volta a seus aposentos divinos. Eu entrei na casa e a noite logo chegou. Eu estava cansado por isso logo peguei no sono.


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Notas finais do capítulo

Ei ei, o que acharam? Deem as opiniões sobre as partes que precisam serem melhoradas e também digam o que gostaram. Até a próxima.