Mirror in the sky, what is love? escrita por iheartkatyp


Capítulo 4
Here's my number.


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários, galerinha. Tô adorando! Um beijo!



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Clara agarrou Marina pelo braço e imediatamente a levou para uma das varandas que o salão elegante oferecia.

–O que você acha que tá fazendo aqui? -Ela gritou. Os olhos penetraram os de Marina. –Já não foi ruim o bastante ter me arrastado pra cama com você, agora você quer jogar isso na minha cara?

Marina levantou uma sobrancelha enquanto continuava a olhar para Clara. Ela estava falando sério? –Bom, primeiramente, eu não te arrastei pra lugar nenhum. E segundo, você não parecia reclamar quando estava se tremendo depois do delicioso e gigantesco orgasmo que teve. -Ela sorriu para si mesma enquanto sentia-se vitoriosa.

–Nojento. -Clara torceu o nariz e ignorou a sensação que sentiu na ponta do estômago. Por um momento, desejou lembrar de pelo menos segundos da noite passada. –Não se acostume com o que aconteceu ontem, foi coisa de uma noite e não vai acontecer nunca mais.

–Tudo bem por mim. -Ela disse, com o orgulho quase lhe dominando. –Não é como se tivesse sido tão bom que eu pediria novamente.

–Você não deve ser tão boa assim, já que eu não me lembro de nada de ontem. -Clara riu.

–Ok, agora você me pegou. -Marina sorriu.

–Olha... O que aconteceu entre a gente... Tem que ficar entre a gente. Eu... Eu amo meu namorado e ele nunca me perdoaria se soubesse. -Clara implorou, os olhos transbordando um brilho triste que chegou a, quase, amolecer Marina.

–E o que eu ganho por manter minha boca fechada?

–Eu não vou contar pra Vanessa sobre aquela linda foto que você guarda d’baixo da sua cama. -Clara gargalhou.

–Você... Você viu aquilo? -Perguntou, com a voz trêmula.

–Vi. E foi bastante fofo porque isso provou o quanto você se importa com ela. -Marina revirou os olhos.

–Tudo bem, eu não estava planejando dizer nada mesmo. Olha... Por mais que eu ache a Vanessa uma idiota por se casar tão cedo, eu também quero que ela seja feliz. Ela é minha melhor amiga desde que me conheço por gente, e eu, secretamente, acho que os dois formam um belo casal. -Marina olhou para os pés, e arrancou um risinho de Clara. –Agora você pode, por favor, soltar o meu braço e me deixar voltar lá pra dentro e curtir a festa?

Marina sentiu a mão de Clara enfraquecer a cada dedo que se separava de sua pele quente.

–Ok, vamos fazer um acordo. Você fica fora do meu caminho, e eu fico fora do seu. Vamos fingir que nada disso aconteceu e, graças á deus, vamos ter a Vanessa sempre com a gente e não vamos precisar ficar sozinhas nunca. -Marina terminou.

Clara sentiu uma pontinha de culpa invadí-la enquanto separava os lábios para responde-la: –Ok. Acho que dá pra conviver com isso.

–Você não tem escolha, Clarinha. Estamos presas uma á outra por oito meses. Podemos fazer disso uma coisa proveitosa e, pelo menos, fingir que nos damos bem. Ou podemos transformar o casamento de nossos melhores amigos num desastre... Você escolhe.

–Fechado, mas nunca mais me chame de Clarinha.

–Agora que sei que te irrita, acho que vou ter de te apelidar oficialmente de Clarinha, não é mesmo, Clarinha? -Clara revirou os olhos, e Marina riu.

–Você é impossível. -Ela pronunciou, e observou enquanto Marina voltava para dentro do salão em seu vestido branco. Suas costas estavam de fora e seus seios ficavam quase visíveis por baixo dos panos semi-transparentes. Clara lembrou-se do cheiro em seu travesseiro, provavelmente dos cabelos dela. E como era bom. Balançou a cabeça e voltou a encará-la enquanto ela terminava de falar com Vanessa, e sentava-se perto dela. Ela não pode evitar sorrir quando pensou consigo mesma.

Vão ser oito meses bem divertidos.

...

Clara sentou-se ao lado de Vanessa e Felipe. Cadu estava ao lado dela, e sorriu ao vê-la sentando-se.

–Onde você estava? -Perguntou ele.

–Fui lá fora pegar um pouco de ar, não estava me sentindo muito bem.

–E eu fui conferir se estava tudo bem com ela. -Marina se manifestou. –Sou Marina, dama de honra da Vanessa. -Ela se apresentou.

–Eu sou Cadu. Namorado da Clara. -Ele estendeu uma de suas mãos para cumprimenta-la.

–Ah, então você é o famoso Cadu que a Clara estava me contando sobre. -Ela piscou para ele e pegou sua mão. –Prazer.

–Eu não sabia que você e a Clara eram próximas. -Ele comentou.

–Mais próximas impossível. -Ela gargalhou. Clara arregalou os olhos.

–Não somos tão próximas assim. -Ela se desesperou e olhou para Marina com um olhar de desaprovação. –Nos conhecemos cinco minutos atrás.

–Bom, podemos dizer que viramos amigas bem rápido. -Marina olhou para Clara que, imediatamente, virou o olhar e concentrou-o em outro lugar.

Deus, atormentar ela é tão divertido.

–Vocês duas vão passar muito tempo juntas então fico feliz que tenham se dado bem. -Vanessa se pronunciou.

–Mal posso esperar. -Marina sussurrou.

Marina se levantou de seu assento. Pegou a taça de vidro cristalino em uma das mãos e deu leves batidas nele, chamando a atenção de todos no salão.

–Eu... Eu queria parabenizar minha melhor amiga. Parabenizar vocês dois, que estão se casando daqui algum tempo. Eu nunca vi um homem ter esse efeito na Vanessa, mesmo depois de um ano. Eu espero que, um dia, eu possa ter o mesmo efeito em alguém. -Ela olhou para Clara. –Parabéns aos dois, eu espero que a felicidade os espere sempre.

Enquanto todos batiam palmas, Clara levantou-se também. Marina fez então questão de se sentar novamente.

–Eu gostaria de dizer algumas coisas, se vocês não se importam. -Ela olhou para Felipe e Vanessa.

–Vai em frente. -Felipe a encorajou.

–Achar o amor da sua vida, especialmente em um bar qualquer, pode ser assustador. Mas uma vez que isso acontece, você tem duas escolhas: sentir-se com medo e afastar seu parceiro, ou manter a fé e estar onde Vanessa e Felipe estão hoje. -Clara olhou para Cadu e sorriu. –É claro que você pode se contentar e ficar feliz com uma vida repleta de casos de uma só noite, mas só quem o tem sabe como é bom o sentimento de ir para casa ver a pessoa amada. Então, obrigada por nos mostrar que o amor existe e que é plenamente possível alcança-lo. -Ela sorriu vitoriosa, e olhou para Marina com os olhos transbordando de raiva. Ela levantou seu copo, e foi automaticamente seguida por todos no salão, inclusive uma Marina ferida.

Quando todos voltaram para seus lugares, Vanessa chegou sua cadeira para perto de Marina e Clara.

–Se vocês duas estiverem livres amanhã, eu estava pensando em jantarmos juntas e talvez já começarmos a agilizar algumas ideias. -Imediatamente, Marina e Clara se entreolharam.

–Eu estou livre. -Disse Clara.

–Eu posso faltar ao bar, não tem problema. Onde você tá pensando em ir? -Perguntou.

–Eu mando uma mensagem pra vocês duas amanhã avisando. -Ela sorriu. –Eu tô tão animada pra começar a agilizar tudo, vai ser tão bom.

–Maravilhoso. -Clara estampou o rosto com um sorriso forçado. Por dentro, ela não estava nem um pouco feliz em ter de passar seu tempo com Marina, mas estava a favor de qualquer coisa que deixasse seu irmão e Vanessa feliz. Quer dizer, não pode ser tão difícil, pode?

–Você devia me dar seu número, Clara. -Disse Marina.

–Por quê? -Clara espantou-se, sem nem ao menos perceber o quão suspeito aquilo soaria.

–Eu acho que é uma boa vocês trocarem seus telefones. Nunca se sabe quando vai precisar. -Disse Vanessa.

–Tá. -Disse Clara, a voz relutante. Ela disse á Marina seu número enquanto os dedos da mulher á sua frente deslizavam sobre o teclado do celular. Ela o memorizou.

–Ok, eu vou te mandar uma mensagem e assim você tem meu número também.

–Eu vou ao banheiro, já volto. -Clara se levantou e foi até o banheiro. Olhou-se no espelho, e respirou fundo.

–Sorria, Clara. Você já lidou com coisas piores. -Ela repetiu para si mesma.

Enquanto retocava o lápis de olho, ela sentiu o celular vibrar em sua bolsa. Quando em mãos, ela deslizou a tela do mesmo para visualizar uma mensagem.

Aqui está meu número, Clarinha, se algum dia você se interessar por um segundo round. ;)

Ela sorriu. Olhou-se no espelho mais uma vez e ajeitou o vestido, de forma que seu decote ficasse mais visível do que estava antes. Se Marina Meirelles estava pensando que podia brincar com alguém dessa forma, ela com certeza havia escolhido a pessoa errada. E se era jogar que ela queria, então agora era a vez de Clara.

Game on.


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