As Últimas Lembranças de Dominique Weasley escrita por MahDants


Capítulo 4
Ciúmes, lágrimas e o fim


Notas iniciais do capítulo

Demorei por birra mesmo, por motivos de falta de review. Mas aqui está.

E ATENÇÃO!
Eu reescrevi essa fic há pouco tempo. No enredo inicial, Alice Longbottom estava ameaçando a Nikki porque ela havia se envolvido com drogas e pá. Mas sabe aquela desculpa esfarrapada e sem sentido, que muita gente acredita, mas você sabe que tem algo faltando? Então! Não fazia nenhum sentido, depois desse dia, ela se matar. Pensem comigo: se ela estava com medo de Alice, teria visto apoio nos primos para seguir em frente e enfrentar a garota. Ela teria desistido de se matar, então. E não, nunca teve em meus planos escrever sobre uma Dominique... Covarde (?). Que volta atrás, melhor dizer. Se fosse uma simples chantagem, todos os seus primos estariam ali para ajudar. Não fazia sentido!
Acabei por reescrever algumas partes da fic e ajustar o que precisava ser ajustado, para então a fic chegar no estado "perfeição" aos meus olhos.
Por que raios estou falando nisso?
Bem, a Nikki agora começa a ficar sombria nessa fic, e... Apenas para se situarem na depressão dela e não estranharem a ausência das drogas/Alice na fic.
Agora, podem ler o capítulo ^^



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Leiam as notas iniciais! "Se você LEU O Último Relato de Dominique Weasley, leia as notas de capítulo completa. Se você NÃO leu, siga em frente e leia o capítulo! Espero que goste :)"

Bem, se o motivo da morte da Nikki, quando você leu O Último Relato, não tinha nada haver com drogas/Alice, não precisa ler as notas também.

O resto, leia, é importante para compreensão do capítulo.

~*~*~*~

Depois do Natal, voltamos a Hogwarts. Antes você já tinha várias meninas interessadas em você, mas não era como se eu me importasse com isso antes. Até o momento que eu descobri o sentimento da paixão, e o quanto ele era gigante quando se tratava de você. Eu estava muito viciada em ficar perto de você, e em cheirar o perfume que eu havia te dado.

E com esse sentimento avassalador, veio o ciúme. Eu morria de ciúmes! Oh, Merlin, ciúmes também dava rugas, era o que eu tinha ouvido falar. Triste, muito triste, mesmo. Mas enfim, eu sentia ciúme de cada vadia interesseira que dava em cima de você, ou de cada olhar feliz que você dava a elas, ou cada palavra que proferia com sua voz para elas. Tinha ciúmes até do ar que você soltava perto delas, entrando lentamente em seus narizes. Era para aquele ar estar em mim!

Antes que eu pudesse ter tempo de passar maquiagem, eu estava sendo consumida pelo ciúme. Um sentimento que eu não tinha experimentado com tanta força até então, e que me enchia de raiva e também de uma maldosa satisfação quando você preferia ficar comigo a outras pessoas.

A cena se dissipou, e lá estava Dominique andando lado a lado com Rose, em meio a uma conversa, aparentemente, animada. Até que sua expressão se fechou quando ela passou por Albus, que parecia alegre em meio a duas garotas. Elas tinham sorrisos maliciosos e saias curtas, e Dominique bufou ao passar por ali.

“Rose... Eu falo com você depois?” ela parecia ansiosa para se livrar da prima.

“Tudo bem” ela lançou um olhar penetrante para a loira, que deu de ombros. Rose desviou o olhar para Albus, e sorriu de canto. “Segredo a salvo”

“Mas eu não...”

“Não me engana, Nikki” ela piscou, e foi embora.

Dominique riu baixinho, subindo a saia, abrindo um botão da camisa, e caminhando até o primo. Ela tinha um sorriso radiante quando apoiou o cotovelo nos ombros dele e sorriu para as garotas.

“Oi, meninas” seus olhos brilhavam com tamanha falsidade. “Posso roubar o Albus um pouquinho de vocês?”

“Sem problemas” murmurou a mais baixa, olhando com irritação para Dominique. Ela soltou uma risadinha, e puxou o primo pela gravata.

“Obrigado” sussurrou Albus, quando se afastaram. Dominique corou. “Eu estava ficando louco com aquelas duas”

“Eu percebi” Dominique enlaçou os braços nos do primo. “Qualquer um perceberia, na realidade. Elas estavam praticamente se jogando em cima de você”

Os primos pararam, e ficaram de frente um para o outro. O olhar de Albus caiu para o decote de Dominique e suas bochechas ficaram vermelhas. Ele estava tão encabulado que nem percebeu o sorrisinho de Dominique.

Eu estava sendo manipuladora? Talvez.

“O botão da sua blusa abriu” ele murmurou, meio desconcertado, e tratou de fechar o botão aberto. Dominique estava vermelha, isso era notável.

“Obrigada” ela sorriu.

“É bom tomar cuidado com isso! Ai, meu Merlin...” o olhar dele se perdeu em um ponto atrás da garota.

“O que foi?”

“Emily. Corvinal. Terceiro ano. Me esconde, Nikki”

Ela riu e o puxou para um abraço, onde com certeza seu rosto ficaria coberto com os cabelos dela. Quando Emily passou, ele suspirou aliviado.

“Você está ficando famoso...” Dominique comentou, sorrindo.

“Sinceramente? Prefiro ficar com você a ficar com elas” ele confessou e corou em seguida. “Mas... Ahn... Ficar com a Rose também serve”

Você não manteve esse pensamento por muito tempo, infelizmente. E meus ciúmes voltaram com mais força. Então percebi que isso estava ficando preocupante, isso era doente.

O sentimento me controlava, e em um momento de desespero, decidi me desvencilhar dele. Não estava disposta a ligar pra você. Portanto, a cada menina que você falava, era um menino que eu fazia questão de mostrar que eu estava ficando, tendo certeza de que eles eram a melhor válvula de escape presente, assim como o melhor tipo de provocação que podia usar contra você.

Notei tarde demais que ficar com todos aqueles meninos ia acabar nos afastando bastante, e foi o que aconteceu. Você agora dava mais atenção a algumas meninas, mesmo que eu não ouvisse um rumor a respeito da sua vida amorosa; eu tinha um novo ficante a cada semana, e preferia a atenção deles a sua. Eles me valorizavam, era o que eu achava.

Mas depois de um tempo, eu não queria mais ficar com eles. Queria ter algo sério e sentir algo parecido com o que eu sentia por você, e Lorcan Scamander, minha segunda quedinha de infância (a primeira eu já disse que era seu irmão), entrou em minha vida.

Ele era maravilhoso. Eu sentia quase a mesma sensação que você me proporcionava. E, para mim, aquilo estava ótimo. A próxima lembrança sou eu e Lorcan, no início do quinto ano, depois do toque de recolher.

A Dominique daquela lembrança se assemelhava bem mais com a Dominique que Albus beijou na Sala Precisa, a Dominique que morreu, em termos de aparência. O cabelo da garota estava mais liso do que nunca, mas mais curto, um pouco abaixo dos seios (sim, costumava ser bem maior que isso). Sua pele, que nos últimos anos tinha recebido a presença indesejável de alguns cravos, estava lisa e bela. O corpo da garota agora estava formado, e suas curvas, delineadas.

O Albus de dezessete anos, que assistia aquela lembrança, prendeu a respiração diante da beleza da prima. E logo a soltou, é claro. Foi estúpido ter feito aquilo.

Ela sorria, um sorriso malicioso e perverso, e em seguida soltou uma risada provocante. Ele não gostava daquela Dominique, que havia perdido parte da inocência infantil. Não gostava da pessoa que ela havia se tornado, mas lembrava perfeitamente que enquanto mais se enojava com aquela nova personalidade, mais atraído se sentia pela prima.

Ele não podia ignorar seus pensamentos, muito menos seus sentimentos.

Na frente da garota, estava Lorcan Scamander beijando seu pescoço e passando a mão pela sua cintura. O Albus de dezessete anos ficou furioso com aquilo, mas logo ficou tranquilo, pois reconheceu aquela lembrança. Em alguns minutos, seu eu mais novo apareceria naquele corredor.

“Nikki... Que tal ir pra Sala Precisa?” propôs Lorcan, em meio aos beijos no pescoço da garota.

“Aqui tá bom pra mim” ela sussurrou de volta, se entregando aos amassos do garoto.

“E se alguém nos pegar?”

“Que se dane!” ela disse furiosa, e mordeu o lóbulo da orelha do garoto. “Eu não me importo”

Ela pulou no colo de Lorcan, que a segurou nas coxas e a pressionou na parede, distribuindo beijos por sua pele branca, enquanto ela arfava e gemia baixinho. O Albus de dezessete anos preferia não ter notado o crescente volume nas calças de Lorcan.

Então você apareceu estragando completamente o nosso clima e adrenalina de fazer algo às escondidas na calada da noite. Poxa, Al!

No final do corredor, lá vinha ele: o Albus de quinze anos. Ele, assim como Dominique, também havia mudado um pouco. Seus cabelos estavam mais curtos, diferente do penteado que costumava usar quando menor, e agora o distintivo de monitor brilhava no seu uniforme.

“Bonito, os dois” ele ironizou. O Albus de dezessete anos sorriu. Afinal, finalmente sua voz engrossara! “Deem o fora daqui antes que eu os leve para a McGonagall”

“Vamos, Lorcan, continuamos no Sala Comunal” provocou Dominique, segurando a mão do garoto.

“Será que posso ter uma palavra com você, Dominique?” questionou Albus. Ela assentiu e deu um beijo de despedida em Lorcan.

Bem, um beijo bem longo.

Que continuava acontecendo...

Um amasso bem demorado, é verdade...

“Será que você pode ir embora logo?” gritou Albus, empurrando o ombro de Lorcan.

“Não precisava ter expulsado o garoto!” gritou Dominique, vendo o namorado ir embora.

“Claro que precisava” ele retrucou em mesmo tom. “Vou te dar uma advertência dessa vez, Dominique, mas...”

“Coloque-me logo em detenção” ela desafiou, astuta. “Eu não me importo, Severus, ande”

“Detenção!” ele berrou. “Está satisfeita?”

“Mais do que satisfeita! E eu não tenho absolutamente nada para falar com você!”

E ela saiu batendo os pés pelos corredores, até chegar em um ponto que decidiu virar e gritou para os corredores daquela escola, com todas suas forças vocais:

“Você é um idiota, Albus Severus Potter!”

No dia seguinte eu estava com Lorcan novamente, e você se limitou a me mandar olhares e bufar. Qual é, aquilo claramente parecia ciúmes, embora eu estivesse furiosa.

De fato, era ciúmes, lembrou o Albus de dezessete anos, observando o cenário mudar. Agora eles estavam na Sala Precisa, que era uma mistura de Sala Comunal da Grifinória com o da Sonserina, e Albus e Dominique de 15 ou 16 anos estavam sentados no sofá, e o rosto dela estava completamente banhado em lágrimas. Ele tinha uma expressão preocupada e passava as mãos nos ombros da prima.

Você deve se lembrar que não muito tempo depois eu levei um fora. Segundo Lorcan, ele não gostava dos olhares que você, James e meu irmão lançavam a ele. Então eu o chamei de covarde e esse foi o limite dele, que começou a gritar coisas em minha direção.

Ao mesmo tempo em que eu estava irritada por você estar me consolando, tendo em vista que não estávamos mais unidos como antes, que aquilo foi sua culpa, em partes, e que parecia falsidade... Eu estava me sentindo melhor. Sem Rose como minha melhor amiga, e nem ninguém mais em quem confiar, eu tinha alguém que se preocupasse comigo por eu ter levado um chute na bunda.

Dominique enterrou a cabeça no peito do primo e soluçou, e a expressão dele se tornou aflita e dolorosa.

“Ele não merece nenhuma lágrima dessas, Nikki” ele falou, dando um murro no sofá. “Ele é um idiota”

“Não o chame de idiota”

“Você gostava mesmo dele?” perguntou Albus e Dominique suspirou.

“Parte de mim, sim” respondeu ela, soluçando. “A parte que está disponível para gostar de alguém”

“E a outra parte? Concentre-se nela” sugeriu Albus.

“Dói mais que essa” respondeu Dominique.

Só pra constar, a outra parte era a parte que gostava de você, seu panaca.

“Então só pare de chorar” ele pediu. “Por favor! Lorcan pode ser meu amigo de infância, mas ele virou um idiota de uns tempos para cá e, obviamente, não merece uma menina linda, esperta e independente, como você, chorando por ele”

Ela soluçou, chorando mais forte. Albus suspirou.

“Sabe” disse ele. “A intenção era você parar de chorar com os elogios”

“Não dá”

“Vamos lá, Nikki. Olha...” ele ergueu o rosto dela e fez carinho em sua pele molhada, enxugando as lágrimas. “Não conte para as outras, mas você é minha prima favorita. E eu não gosto de ver você chorando, então, por favor, pare. Eu sei que machuca, ele ter te dado um fora e tal, mas talvez você encontre algo melhor mais na frente... Alguém que goste mesmo de você e valorize quem você é”

Ela assentiu e o abraçou apertado. Os braços fortes do garoto a envolveram com igual força e ele sorriu de leve, vendo que tinha conseguido parar o choro da prima. Ela secou as lágrimas e sorriu.

“Dominique Weasley não chora por meninos!”

“Não mesmo, Nikki” concordou Albus, rindo. “A menos quando se tem sete anos e o menino falou para ela que ela não pode ser uma princesa porque é uma bruxa, e realeza é coisa dos trouxas. Então ela vai chorar”

“Ali eu chorei por causa da coroa, não por sua causa” ela retrucou, mas estava rindo.

“Tanto faz”

Mas era tarde demais. Nossa amizade havia sido desgastada e você tinha novas companhias... Não o culpava por isso. E, é sério quando digo, que de todas as decepções da minha vida, você nunca foi uma. Continuávamos conversando eventualmente, a única coisa que eu sentia que continuava verdadeira.

A maior parte do tempo, eu estava sozinha na Sala Comunal, observando Rose e Alice me esquecerem como se estivessem com suas memórias perdidas.

Novamente sozinha, eu voltei a ter aqueles pensamentos, além de novos... Tudo aquilo que você já deve ter lido na carta que eu vou escrever mais tarde. As pessoas se afastavam, abusavam da sua falsidade, e depois agiam como se tudo continuasse a mesma coisa.

Eu imagino que de todo mundo, por conta da minha personalidade, eu seria mais propensa a dispensar a sinceridade, mas foi exatamente o contrário do que aconteceu. Perdoe-me não atender as expectativas de todos de não seguir o estereotipo de menina popular, patricinha, educada, superior e francesa. Eu era tudo isso, sim, mas não era uma mente vazia manipulada pelas demais. Tinha personalidade, eu pensava.

Vocês me achavam fraca, mas eu não era.

Albus, com dezessete anos, suspirou, lembrando que nunca havia achado a prima fraca.

Aquilo era demais para minha cabeça e eu comecei a ficar sombria... Era um ponto que eu não me sentia triste, muito menos feliz. Isso era preocupante, porque eu não sentia nada. Apenas estava conformada com aquela realidade.

E ninguém percebia o quanto eu estava quebrada por dentro! Naquele ponto, na ida ao Sexto Ano em Hogwarts, entretanto, eu ainda tinha solução. Eu ainda podia ser salva por alguém, e, por um momento, você foi uma luz.

Eu não quis compartilhar a cabine com os demais. As brigas de Rose e Scorpius; a risadinha da mesma com Alice; Hugo e Lily discutindo e Fred e James esbanjando de uma alegria que eu não tinha... Era insuportável.

Não. Eu fiz aquela viagem sozinha, até a metade do trajeto, em uma cabine separada e isolada dos demais. Veja a lembrança.

A imagemera dos primos, que estavam no Expresso Hogwarts. Albus entrou de fininho naquela cabine.

“Por que não está com os outros, Nikki?” perguntou Albus. “Você passou as férias na França, ou então sumida, e agora está aqui isolada. O que houve?”

“Você acha que eu sou louca?” questionou a garota, com um olhar aflito. Ela parecia descabelada. “Eu me sinto com um problema, Albus. Problema da cabeça”

O garoto franziu a sobrancelha e sentou ao lado da prima, que logo começou a chorar. Ele abraçou Dominique pelos ombros, beijando o topo de sua cabeça loura de vez em quando. Ele fungava por conta do resfriado que pegara, e ela, por conta do choro cada vez mais forte.

“Eu não sou normal”

“Por que você acha isso?”

“Não sei” ela recomeçou a chorar.

“Pode me contar, Nikki” ele falou, segurando a mão dela. “O que foi?”

“Nada” ela disse com um pouco de dificuldade, olhando para as mãos dos dois. Logo corou.

“Você está triste” ele constatou, mexendo o dedão.

“Eu estava triste. E ao mesmo tempo em que eu estava assim, eu queria que os outros percebessem, só para que me dessem essa atenção que você está me dando. Eu queria atenção! Tudo se resume a isso! Ninguém normal pensa assim...” ela contou entre os soluços. Albus parecia não saber o que responder. “Entende o que eu quero dizer, Al? É ridículo esse desejo por atenção. Eu não queria ser assim”

“Francamente, não. Eu não estou entendendo” ele confessou e Dominique suspirou.

“Eu gosto de atenção. Eu estou mal, mas não sei se isso é tristeza ou um pedido claro de atenção. Se eu estivesse mesmo triste, eu não iria querer os outros por perto. Eu ia querer distância. Mas eu quero os outros preocupados. Eu não sei o que isso quer dizer... Eu estou tão confusa”

“Dominique” chamou o primo, se virando. Ele pegou o rosto dela entra as mãos e olhou no fundo dos seus olhos. Poderiam se beijar, se se movessem três ou dois centímetros. “Você é normal”

“Isso não é coisa de gente normal” sussurrou a garota.

“É coisa da adolescência, é sua personalidade. Por onde passa, você chama atenção. Você brilha mais que as estrelas. Você é linda e tem um sorriso encantador, só alguém maluco não te notaria. Você não precisa ficar triste para ter atenção, e você vai me prometer que vai deixar isso de lado”

“Você não entendeu” ela notou.

“Não, eu acho que entendi” ele retrucou. “Essa tristeza é atenção, Dominique. Sei que você odeia fazer isso. Você não quer chamar atenção de propósito, você acha isso ridículo. Eu entendi. Escute minhas palavras: só sofre quem quer. No momento que você colocar isso na cabeça, que é feliz, você vai conseguir”

Não dava. Sabe o que você estava me mandando fazer? Você estava me impondo a felicidade. Que eu colocasse a cabeça que era feliz, para então ser feliz. Era aquilo que eu odiava: fingir ser algo que eu não era.

Eu odiava muitas coisas, para falar a verdade. Então eu percebi, depois daquilo, que você estava certo, mas aquelas palavras não entraram em meu coração. Eu não tinha salvação.

Agora a mancha que mudava as lembranças era bem mais frequente. Não mostrava uma cena específica, apenas diversas vezes que Dominique olhava para Albus durante a aula, durante os intervalos, as festas em família... Mas seu olhar era vazio, não demonstrava quase nenhuma emoção.

Essa foi a minha história, a nossa história. Essa gravação toda foi para dizer que... Eu não sei, eu gosto muito de você. Não quero levar esse segredo ao túmulo. Eu gosto de verdade de você.

Sabe por quê?

Eu fecho os olhos, e enxergo um menino doce, incapaz de fazer maldade. Embora, bem, você seja capaz. Admiro essa sua capacidade de, pelos amigos, poder fazer tudo. Você não teria a coragem de morrer por mim, como eu de olhos fechados faria por você, mas você jogaria fora tudo aquilo de certo e errado, e mataria por mim. Escutei em algum lugar que essa é a principal diferença entre Grifinória e Sonserina. Eu tenho absoluta certeza, Albus Severus Potter, que por qualquer amigo seu, você não se importaria com opinião alheia e faria qualquer coisa, no seu alcance ou não.

Ambicioso, meu querido, sempre com a cabeça sonhadora nas nuvens, mas nunca passando por cima de seus iguais para atingir o topo. Entende perfeitamente os valores que seus pais lhe ensinaram, e tem uma virtude que eu considero a melhor.

Alguém que não tem a cautela nem sutileza de falar o que vem na cabeça, e mesmo que muitos achem isso ruim, a sinceridade é a virtude... Ou era a virtude... Que eu mais costumava prezar. Admiro isso em você.

É insuportável ouvir seus gritos e acessos de raiva. Além do mais, você pode ser bem lerdo, ingênuo, ansioso e curioso, do tipo que é incapaz de esperar por algo que quer muito saber. São seus defeitos, mas notar que não me importo com nenhum deles abriu meus olhos para uma verdade.

Eu sei que cada um vai definir amor do jeito que bem entender, mas para mim é isso: admirar as virtudes e entender os defeitos. Todos têm defeitos, querido, não podemos tampar os olhos para eles. Eles estão lá. A única coisa que podemos fazer é aprender a gostar até mesmo deles. Então isso é o amor.

Depois de todas essas palavras, eu só consigo chegar a uma conclusão: eu amo você.

Aliás, acabei de notar isso. Sinto muito despejar a verdade depois de morta, mas aqui está: eu amo você.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Gostaram?
COMENTEM, MEUS ANJOS, PARA QUE EU POSSA POSTAR O ÚLTIMO CAP AMANHÃ :)
LilyLupin, Eves, Effy... Bem marota essa ausência de vocês! -q