Anjo da Guarda escrita por kevin henri


Capítulo 1
Olhos lunares


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos, estou colocando em prática um pequeno projeto meu, essa não será igual as minhas outras fics, a cada capítulo serão histórias diferentes, tendo ligações curtas entre elas, cada capítulo será centrado em personagens específicos e com fatos completamente diferentes Essa fanfic deverá ter quatro ou cinco capítulos no total
Sendo assim espero que gostem

Ps:Boa leitura a todos!



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Seu nome era Elesis, dezessete anos de idade, uma garota um pouco diferente das demais, com uma personalidade forte, as vezes, forte demais, de acordo com os olhares masculinos, era bonita, linda para se dizer melhor, porém, não estava interessada em qualquer relacionamento, não depois de ter terminado com Ronan, seu ex-namorado, ambos tiveram seu relacionamento no ensino médio, há dois anos atrás, a partir deste momento, o amor se transformou em algo irrelevante em sua vida, prometeu que nunca mais sofreria por um homem, nunca mais se abriria para um, nunca mais se apaixonaria...Nunca mais

Elesis era filha de Elscud e Penelope, ambos de trabalhos bem promissores, o pai era advogado, a mãe era médica, ambas áreas muito promissoras e de ótimo salário, já Elesis estava na faculdade, ou melhor, se preparando para ela, nunca se decidiu o que fazer, era boa de briga, isso era óbvio de se perceber, tanto em sua personalidade, um tanto bruta, quanto seu corpo, que conseguia exercer uma força que ia além dos padrões femininos, fazendo os garotos se afastarem um pouco dela, porque convenhamos, juntar uma personalidade irritadiça com uma garota que facilmente poderia te dar uma surra não era uma boa combinação

Elesis era ruiva, de cabelos cor de sangue, igualmente vermelhos aos olhos, que eram tão vermelhos quanto as pétalas de uma rosa

A ruiva tinha duas amigas, melhores amigas no caso, uma delas era Arme Glenstid, de baixa estatura, cabelos curtos e ametistas, assim como seus olhos, de expressão gentil, meiga e, na opinião masculina e, as vezes, até femininas, fora, com senso de justiça forte e um pouco tímida em relação à todas as pessoas, mas melhora com o tempo de convívio, sua outra melhor amiga era Lire Eruel, alta, loira de cabelos compridos e olhos verdes, pele um pouco pálida, sorriso encantador, olhar gentil, feição alegre e de entendimento profundo sobre quase tudo, era extrovertida, dizendo o que deveria ser dito, na hora em que deveria ser dito, nunca se importando muito com opiniões alheias, era o tipo de garota que, de certo modo, encantava alguns e desencantava outros

Essas duas amizades, feitas e mantidas desde o jardim de infância, fez Elesis criar uma confiança inigualável para essas outras duas, confiava tudo à elas, coisas, materiais, sentimentos e segredos, praticamente tudo, elas compartilhavam o sentimento de “o que é meu é seu”, sua confiança estava apenas nessas duas e em seus pais, fora essas pessoas, ela, não confiava em mais ninguém

Elesis vivia em uma casa, ao qual comprou com seu salário, e também com uma “forcinha” dos pais, a ruiva de olhos escarlates trabalhava como garçonete em um restaurante perto de sua casa, praticamente a duas quadras da mesma, sua clientela era massiva, eram pedidos sem fim, mas a ruiva gostava, seu trabalho era simples, apenas levar os clientes até alguma mesa vaga, anotar os pedidos e trazê-los o mais rápido possível, o problema real era a quantidade de pedidos, era algo muito numeroso, muito complicado, vários pedidos ao mesmo tempo acabavam com qualquer uma, mas valia a pena, gostava do trabalho, o salário era bom, tinha algumas amizades por lá, de vez em quando, Arme e Lire iam para vê-la

Elesis morava em um local um pouco afastado do centro, mesmo assim, era um lugar de muito movimento, mas era um bairro tranquilo, pacata, não tinha muita luminosidade durante a noite, por causa disso, era possível ver muitas estrelas pontilhando o céu, e, nessas noites pontilhadas de luzes distantes, Elesis, que sempre foi curiosa em relação as estrelas, nessas noites, a ruiva usava um telescópio para ver as estrelas, tão brilhantes quanto o próprio sol, quando pensava nas estrelas que a rodeavam, seus olhos brilhavam e um sorriso feliz era desenhado em seus lábios, um sorriso lindo, que faria qualquer garoto se apaixonar perdidamente por ela

Neste momento, neste exato momento, a ruiva era encontrada observando as estrelas, tão radiante e alegre quanto de costume, observar as estrelas sempre causava isso nela, a fazia se recordar da infância, sua adolescência, o tempo em que “era feliz”, de qualquer maneira, neste momento, ela observava as estrelas enquanto anotava algo furiosamente em um pequeno caderno de bolso, observando essas mesmas estrelas, lembrou-se do que sua mãe dizia, que existiam anjos da guarda, encarregados da segurança e saúde de seus protegidos, dizia que, no alto da nuvens, os anjos observavam as pessoas, olhavam para ela e cuidavam de si, os protegiam dos vários perigos que os rondavam no dia-a-dia, dizia também que, raramente, muito raramente, era lhes dada a permissão de virem à terra para cuidar dos problemas de seus protegidos pessoalmente

Sua mãe, Pelenope, dizia que esses mesmos anjos da guarda, administravam seus sentimentos, os administravam de forma divina, literalmente falando, porém, de vez em quando, sua mãe dizia que alguns anjos caiam do céu,caiam justamente onde seus protegidos estavam para lhes ajudar e lhes defender de todo e qualquer mal, tanto físicos quanto psicológicos

Elesis tem andado muito deprimida, isso acontecia quanto se lembrava do desfecho de seu relacionamento com Ronan Erudon, um jovem de cabelos longos e azuis, assim como os olhos, presos por um rabo de cavalo, amigos desde a quinta série, a amizade foi se tornando paixão...Mas não passou disso, ao contrário do que muitos pensam, existe diferença entre paixão e amor

Paixão é algo momentâneo, algo temporário, enquanto que amor, é eterno, o relacionamento chegou a um ponto em que, Elesis não conseguia mais amar Ronan, o que ela sentia por ele aos poucos foi sumindo, diminuindo, até sumir...

Por fim, apenas pôde contar com a companhia de suas amigas, que sempre a apoiaram em cada decisão sua, quer dizer, em quase todas, atualmente, das três, a ruiva de olhos escarlates era a única solteira, ela começou a não se importar mais com toda essa “babaquice” de amor, achava que isso não era importante, infelizmente, a ruiva estava errada, e logo descobriria isso…

Enquanto olhava para o céu com seu telescópio, viu uma pequena estrela cadente, chegou a fechar seus olhos e fazer um pedido, algo simples, mas de coração,porém, quando abriu os olhos, a estrela estava se aproximando, se tornando um clarão, forte, chegando a cega-la momentâneamente, deu alguns passos para trás, o clarão foi diminuindo, Elesis ouviu o som do vidro quebrando, assim como sentiu seu telescópio cair ao seu lado, a luz deu lugar `certo calor, não um calor escaldante como o sol, mas sim certo aumento na temperatura, logo, tudo parou, o tempo pareceu ficar mais devagar, os céus se fecharam rapidamente, encobrindo as estrelas, fazendo o céu ficar totalmente negro, sem qualquer iluminação que não fosse a lâmpada do quarto da ruiva

Elesis ouviu um barulho, mesmo relutante, a ruiva de olhos escarlates abriu seus olhos, vendo um moreno à sua frente, ajoelhado enquanto coçava a cabeça, parecendo tentar se lembrar de algo, mas sua atenção oi direcionada para as costas do mesmo, onde haviam duas asas negras, assim como os cabelos do mesmo, uma em perfeitas condições, a outra, a esquerda, parecia estar quebrada, o moreno, cuja algumas mexas do cabelos pareciam tomar uma tonalidade arroxeada, vestia uma camisa social branca, com um blazer negro por cima dessa, luvas negras sem dedos, uma calça social cinza e sapatos negros, ele abriu seus olhos, olhando para a ruiva lentamente, nesse momento a ruiva chegou a perder a respiração, foi quando viu seus olhos, prateados, prateados intensos como o brilhar da lua cheia, olhos que a hipnotizaram, isso até ele soltar um pequeno chiado de dor ao constatar que quebrou sua asa esquerda, trazendo uma expressão de dor ao rosto, ela não soube dizer o porque, mas isso a incomodou...Muito...

De qualquer maneira, ela foi até o rapaz ajoelhado e se ajoelhou ao seu lado

–V-Você está bem? - Perguntou ela, com tal preocupação que até mesmo ela estranhou, ele sorriu, ela se xingou mentalmente por gaguejar em momento tão crucial, mas ao ouvir o tom de voz dele, calmo e suave, isso a acalmou de tal forma que ela não conseguia explicar

–Sim, uma asa quebrada não nos mata, apenas nos obriga a andar- Disse ele com um sorriso, que, por mais que Elesis negasse, acalmou seu coração descompassado, ela o olhou, encarando-o, logo em seguida percebeu que o encarou por tempo demais e desviou o olhar

–Quem...Ou o que é você?- Perguntou a ruiva, curiosa sobre o “rapaz”

–Meu nome é Sieghart, e, por mais óbvio que pareça, eu sou um anjo- Disse ele sorrindo enquanto se levantava lentamente, a ruiva o olhou estarrecida, mesmo os mais céticos duvidariam dessas palavras caso não fossem as asas de penas negras que estavam a mostra em suas costas, ainda assim, a ruiva se levantou, constatando que era um pouco menor do que o moreno, em torno de seis ou sete centímetros

–Um anjo? - Perguntou a ruiva, enquanto ainda tentava convencer a si mesma de que tal situação não era um sonho

–Sim, sou seu anjo da guarda- Disse ele de maneira doce, com um sorriso, fazendo a ruiva se surpreender uma vez mais

–Acabei caindo do céu por conta de uma brincadeira de um amigo meu- Disse ele enquanto constatava quais eram os danos que foram causados à sua asa esquerda, já que a direita estava em perfeitas condições

–Não é fácil quebrar uma asa, ainda mais a asa de um anjo, uma queda do céu pode realmente machucar- Disse ele enquanto voltava seu olhar para a ruiva, que ainda custava a acreditar que seu anjo da guarda estava bem diante dela

–Não é possível…- Disse ela para si mesma, o moreno sorriu

–Ora pequena Elesis, tudo é possível quando se acredita, além do mais…- Disse ele se aproximando da ruiva e aproximando seus lábios de seu ouvido esquerdo

–...Eu sei tudo sobre você- Sussurrou ele enquanto a ruiva chegava a corar, ele riu...Gargalhou, ela ficou raivosa, com vontade de bater no mesmo, porém...

–Se não fosse sua asa quebrada eu te esmurrava- Vociferou ela com o rosto vermelho, vendo Sieghart sorrir

–Ora, eu sou um anjo, eu não posso fazer mal algum à você, do mesmo modo que você não pode fazer mal algum à mim, mesmo que quisesse, além do mais, recebi ordens do chefe para vir pessoalmente até você para te ajudar a resolver seus problemas atuais, tantos os seus problemas físicos quanto os seus psicológicos- Disse ele enquanto via a vermelhidão sumir do rosto de Elesis

–Mas primeiro vamos arrumar a bagunça que eu fiz- Disse ele enquanto tocava a extremidade da janela que acabou por quebrar, quando o fez, fechou os olhos, ao redor daquela área, como se o tempo andasse ao contrário, tudo foi se refazendo, os cacos de vidro voltaram à refazer a janela, o telescópio, com a lente quebrada, voltou à sua posição anterior enquanto que a lente era refeita de forma perfeita, até mesmo alguns arranhões na madeira da batente da janela foram recriados, arranhões que estavam ali desde que a casa foi comprada, tudo voltou à sua perfeição que era antes da queda, era inimaginável, inacreditável...Divino…

Porém, a hipnose de Elesis acabou por ser direcionada à Sieghart, que arfava um pouco

–São poucos os anjos que compartilham uma centelha de poder sobre o tempo, dados à eles pelo próprio criador, ajudando na restauração de certa matéria, porém, isso é um pouco desgastante, e eu já estava um pouco fraco por causa da queda, pelo meu estado e pela asa quebrada, não poderei voltar ao céu enquanto não me recuperar, enquanto isso, por que não me diz qual é o seu problema Elesis?- Disse ele de forma quase paterna, como seu fosse um pai que estrava prestes a ouvir qualquer problema do filho, e fazer o possível para ajuda-lo a resolver esse problema

–Eu não tenho nenhum problema- Disse ela, irritada pela preocupação do moreno enquanto cruzava os braços

–Ora pequena ruivinha, eu disse que sabia tudo sobre você, onde viveu, o que viveu, o que teve, o que perdeu, as promessas que fez, as que mantém...As que quebrou...Enfim, sei tudo sobre você, tudo mesmo…- Disse ele, se aproximando da ruiva novamente, para sussurrar algo em seu ouvido

–...Até mesmo suas medidas- Disse ele com um sorriso doce, Elesis corou instantaneamente, e, não se controlando devidamente, tentou esmurar o anjo, que rapidamente desviou do golpe

–Calma Elesis, as consequências de tal ato são fatais- Dizia ele com um sorriso arteiro em seus lábios, a ruiva parou no mesmo instante enquanto o olhava, curiosa

–Se você é um anjo, onde está sua auréola?- Perguntou a ruiva cautelosamente enquanto se aproximava do mesmo, notando que, uma das principais características próprias dos anjos não existia nele

–Uma auréola é para aqueles que se tornam anjos quando morrem, eu não me tornei um anjo através da morte- Disse ele, como se fosse a coisa mais simples que poderia existir enquanto que via sua protegida o olhar, desconfiada

–Então, técnicamente você não envelhece não é?- Perguntou ela enquanto o via responder positivamente

–Então, há quanto tempo você vem sendo meu anjo da guarda?- Perguntou ela, curiosa enquanto levava sua mão ao queixo de maneira pensadora

–Bem, se fosse para padrões humanos, eu teria mais ou menos cinquenta anos, já que tecnicamente virei anjo aos vinte e um anos, então cuido de você faz vinte e nove anos- Disse ele de maneira simples

–Mas como se…- A ruiva foi interrompida pelo de olhos prateados rapidamente

–Eu cuidei de tudo, tudo mesmo, eu que fiz os seus pais se conhecerem, eu que fiz ambos se apaixonarem, eu que fiz eles se casarem, e olhe só, aqui está você, uma história de amor linda não ? Fui eu que escrevi- Disse ele, de maneira um pouco orgulhosa para a ruiva, que obteve uma expressão irritadiça, fazendo o anjo sorrir

–E sim, determinei todos os fatos da sua vida, eu planejei para que você conhecesse suas duas melhores amigas, Arme e Lire, eu que fiz você conhecer o Ronan, eu que fiz você terminar com ele, justamente para que você pudesse amadurecer, crescer…- Disse Sieghart enquanto recolhia suas asas, a direita simplesmente e, literalmente, entrou em suas costas, porém, a esquerda se manteve a mostra

–Você vai ficar bem ?- Perguntou ela com um ligeiro tom de preocupação

–Sim, uma asa quebrada não matará um anjo, porém, um anjo que não pode voar não é um anjo,então, terei que ficar aqui por algum tempo até me recuperar- Disse ele enquanto ia o sofá, sentando-se e, como se fosse mágica, fazendo um rolo de faixas brancas aparecer em sua mão através de um pequeno feixe de luz negra

–Poderia me ajudar a enfaixar a minha asa querada?- Perguntou ele enquanto a ruiva o olhava e, sem poder negar, pegou o rolo de faixas brancas da mão do moreno

–O que aconteceu pra você cair do céu ?- Perguntou Elesis, curiosa

–Acontece que um “grande” amigo meu, chamado Jin Kaien, acabou por me fazer tropeçar enquanto estava na ponta de uma nuvem enquanto te olhava, então cá estou eu- Disse ele de maneira simples, a ruiva avermelhou um pouco

–Você que foi muito idiota de ficar tão na ponta- Disse ela enquanto ouvia um pequeno chiado de dor do anjo ao tocar na asa quebrada, inconscientemente, a ruiva tratou de deixar seu toque o mais cauteloso possível, tratando da asa com o máximo de cuidado

–Bem, ou era isso, ou algo não muito legal teria acontecido, nós, anjos da guarda, temos a habilidade de prever o futuro, ou certa parte dele, habilidade exclusiva nossa, podemos ver tudo de ruim que acontecerá a nossos protegidos, e, de acordo com a vontade do chefe lá em cima, permitimos ou não que essas coisas ruins aconteçam, bem, eu não teria conseguir a tempo se não fosse o Jin, então...Bem...Você sabe- Disse o anjo, soltando mais um pequeno chiado de dor ao sentir as faixas serem apertadas em torno de suas asas, mantendo os ossos no lugar até se recuperarem do trauma

Ele se levantou e olhou a asa, constatando que o tratamento fora bem feito, aliás, muito bem feito

–Ficou bom ? Não sou enfermeira nem nada do tipo mas…- A ruiva foi cortada pelo moreno, que gargalhou e, logo em seguida, direcionou se olhar a ela

–Ficou excelente Elesis...Aliás, eu que decidi no que você seria boa, ruim, eu que decidi quais seriam suas qualidades e quais os seus defeitos, bem, eu literalmente fiz você- Disse o moreno com um sorriso em seus lábios, vendo a ruiva olha-lo irritadiça

–Muito bem senhor desajeitado, agora são dez e meia, acho que está na hora de dormirmos, amanhã irei trabalhar cedo, então não me atrapalhe…- Disse a ruiva, porém, ela novamente foi cortada pelo moreno

–Posso ajudar?- Perguntou a ela com um sorriso

–No que ?- Perguntou ela, não entendendo direito a pergunta

–Sou muito bom cozinhando, e eu sei que você precisa de ajuda, já que o antigo cozinheiro acabou se mudando e não pôde continuar trabalhando ali- Disse ele enquanto alcançava um livro na estante da ruiva, que o acompanhou com os olhos enquanto via a asa literalmente entrar em suas costas, causando arrepios na mesma

Logo ele começou a ler o livro enquanto a ruiva falava

–Tem certeza?- Perguntou ela, não preocupada por ele, mas sim por ela, sabendo que, se ele não fizesse direito, uma vez que todos soubessem que foi ela quem o levou para trabalhar lá, ela seria a culpada

–Ora, eu sou um ser celestial, ainda assim duvidas de minha capacidade ?- Disse ele de maneira divertida, um pouco arrogante, mas divertida, Elesis nada respondeu, apenas ficou olhando-o enquanto o mesmo lia seu livro

E quando eu morrer ? Alguém se lembrará de mim?

–“Sinceramente, não sei, talvez se lembrem de mim pelos meus atos, por algumas fotos, talvez por algumas lembranças de lembranças referentes a mim

Ou talvez eu simplesmente me perca na imensidão escura que é a morte, talvez eles esqueçam que um dia existi, mas, mesmo depois da morte, eu serei seus olhos na estrada sombria que você percorre, eu serei os ouvidos em meio aos ruídos amedrontadores da noite, eu serei a luz que os ilumina no meio da escuridão da noite

Eu serei seu anjo da guarda…

Sieghart leu esse verso em voz alta, logo em seguida sorriu, depois gargalhou

–Então eles acharam, e ainda por cima colocaram em um livro, que interessante- Disse Sieghart enquanto a ruiva o olhava, ele a olhou, vendo em seu olhar sua dúvida

–Foi um bilhete que eu escrevi à minha ex-namorada antes de me jogar da ponte...Minha vida não era fácil, havia acabado de perder os pais, minha namorada havia me largado por que eu não tinha muito dinheiro, e meus pais morreram por causa de um acidente de carro, porém, tentei seguir em frente, mas cheguei ao limite naquela noite, onde havia me entregado às sombras e me jogado da ponte, querendo morrer...No fim, tudo aquilo aconteceu por que eu não tinha um anjo da guarda, então, para preencher a vaga, o chefe me salvou daquela situação, e assim, foi criado o primeiro anjo da guarda de asas negras- Disse ele enquanto seu sorriso apenas se alargava, ele ainda podia conversar mentalmente com seu chefe, que, igual como quando se encontraram pessoalmente pela primeira vez, o escutava calmamente e respondia a todas as suas dúvidas, por mais complexas ou simples que fossem

–É uma história bem triste...Os pais se foram...A namorada te largou, você realmente não teve opção não é ?- Disse Elesis, compreendendo a dor do moreno em parte, pois seu coração também já havia se partido

–Sim, não tive, por isso eu faço o meu melhor, eu me esforço para que você tenha as opções que eu não tive- Dito isso ele a abraçou meigamente, quase como se fossem namorados, a ruiva retribuiu o abraço lentamente, o moreno sorriu

–Eu fiz você com o que eu tinha de melhor Elesis, eu te dei os dons que você possui, eu coloquei em você tudo o que eu tinha de bom, mas temos que ser equilibrados, eu criei uma camada, eu criei um pequeno escudo para o seu coração…- Dito isso eles se separaram lentamente

–Eu criei um pequeno gênio difícil, uma personalidade explosiva e um estresse alto, apenas para que todos vejam que, apensar disso, você é uma boa pessoa, que você pode ser tão justa e doce quanto a Arme, ou que você pode ser tão confiante e querida quanto a Lire, eu fiz isso, apenas para que todos vissem, que você é especial- Dito isso ele afagou os cabelos da menor, que corou

–Eu sei que você não é acostumada à elogios mas...Eu te fiz com a maior beleza que eu pude imaginar- Dito isso ele viu a garota ficar vermelha e sair dali a passos firmes e fechando fortemente a porta do seu quarto, o moreno sorriu, mas, mesmo assim, não sabia dizer o que sentia, ela era tão parecida com ele, e tinha tanto do que faltava nele que, ele ficava embasbacado, um pouco sem graça, mesmo ele conseguindo prever o futuro, ou certa extensão dele, ainda era incerto demais, nem mesmo ele conseguia prever o que aconteceria a seguir…

[...]

Era de manhã, os raios brilhantes do sol já estavam lançadas aos céus, tão brilhantes quanto poderiam vir a ser, o céu, limpo e sem nuvens, estava claro, sem indícios de chuva, nisso, uma ruiva olhava a janela, como se admirasse o explendor da natureza, como se a observasse em seus mínimos detalhes

–Você ama o brilho do sol não é ?- Disse o moreno atrás de si, ainda com aquela mesma roupa, que, por incrível que pareça, não estava amassada por ele ser obrigado a ter que dormir no sofá, justamente porque a ruiva se trancou em seu quarto

Já a ruiva, vestia uma camisa de manga curta negra, assim como a saia, que alcançava a metade de suas coxas, que por sinal eram muito bem torneadas, um sapato preto e um avental branco, estava bonita

–Ei, temos que nos apressar- Disse ela que, depois de tomar café da manhã, junto com o de olhos prateados, saia pela porta e em seguida o esperava

–Vá com calma ruivinha, a pressa nunca ajudou ninguém, além do mais, não há necessidade de pressa, você não chegará atrasada- Disse ele, enquanto que seus olhos vagavam ao redor da sala, a estudando, era um cômodo simples, dois sofás de dois lugares rodeando uma televisão grande, presa à parede, uma televisão de 55 polegadas, um tapete vermelho, que cobria toda a extensão daquela área, um tapete felpudo, fofo para qualquer um que ali se sentasse, ou até mesmo deitasse, as paredes brancas, dando um ar luxuoso ao local, nunca estavam manchadas, Elesis tinha mania de limpeza, um de seus defeitos...Digamos...Positivos, nada, nunca, estava fora do lugar

–Antes de ir, atrase o relógio em uma hora- Disse o anjo, enquanto que o relógio digital piscava na estante ao lado da porta, marcando oito e meia da manhã, Elesis fez o que o anjo pediu, marcando então sete e meia da manhã

–Parece que a energia caiu momentaneamente, fazendo o relógio se desconfigurar um pouco, agora, lentamente, podemos ir para o trabalho- Disse ele, passando por ela lentamente, com passos leves e lentos, como se flutuasse no chão, nem mesmo o som de seus passos eram ouvidos por Elesis, que soltou um curto suspiro

–Então vamos- Dito isso ela fechou a porta e a trancou…

[...]

–Espera, como assim novo cozinheiro?- Perguntou um homem, de mais ou menos 1,90, cabelos e olhos castanhos, beirando o marrom escuro

–Sim, ele é o novo cozinheiro, confie em mim, ele está a altura- Disse Elesis, mesmo que a contra gosto, enquanto que Sieghart estudava o local, era um lugar amplo e muito extenso, tendo várias mesas, de no máximo quatro lugares, o clima era acolhedor, calmo, tranquilo, exceto por um numero assustador de clientes que chegavam aos poucos

–Muito prazer, eu sou Sieghart- Disse Sieghart enquanto estendia sua mão, em um cumprimento

–Muito prazer Sieghart, meu nome é Ren, serei seu chefe aqui dentro, espero que esteja à altura do trabalho- Disse ele, acertando o cumprimento de maneira firme

–Certamente-

[...]

A tarde naquele restaurante se provava um pouco pesada, várias e várias pessoas, Elesis se chingava mentalmente por ter trazido Sieghart, aquele lugar havia, literalmente, se entupido de pessoas, Elesis estava mais do que apressada, mas, tal situação fazia sentido, afinal, era um legítimo anjo que estava na cozinha...Sim, certamente havia sentido nisso

Apesar de todos os anos que trabalhou naquele restaurante, que não eram muitos, lá pelos dois, três anos e meio, nunca havia visto tantos clientes em um mesmo lugar, havia até mesmo uma fila, porém, nessa multidão, Elesis havia reconhecidos dois “pontinhos” caracteristicos

–Arme? Lire? O que fazem aqui ?- Perguntou a ruiva, se aproximando

–Elesis, há quanto tempo não ?- Disse a baixinha ametista com um leve tom irônico em sua voz

–É, muito, mas inda não responderam minha pergunta- Disse Elesis, um pouco irritada

–Calma Elesis, é que, ultimamente, andam dizendo que a comida daqui vem estando estupidamente boa de uma hora para outra, viemos ver se os boatos são verdadeiros- Disse Lire, “abaixando” a tensão, não era uma visão bonita quando Elesis se irritava

–-Muito bem então, vieram apenas vocês ?- Perguntou a ruiva

–Não, o Lass e o Ryan também vieram, mas nos separamos por causa da multidão, daqui a pouco nos encontraremos novamente- Disse Lire explicando a situação

Lass Isolet, 18 anos, de cabelos acinzentados, quase brancos, e olhos estupidamente azuis, um pouco calado e tímido em relação as pessoas, assim como Arme, pouco fala, e, quando fala, é apenas por alguns breves momentos, orfão de mãe e pai, criado em um orfanato, trabalhando por toda a infância, até que, finalmente, conseguiu sair do orfanato e comprar seu apartamento no centro da cidade, apartamento que, por ironia do destino, ou não, ficava ao lado do apartamento de Arme, que o conheceu por acaso...Bem...Ou não...

Quanto à Ryan...Ryan por toda, ou quase toda sua vida, foi considerado como um marginal por causa de seu cabelo alaranjado e espetado e os olhos verdes, além do mais, Ryan não era o que se podia chamar de comportado, era arteiro, arteiro demais, tanto na escola quanto em casa, porém, acabou por mudar quando conheceu Lire quando se transferiu de colégio, é como algumas pessoas dizem, “foi da água para o vinho”

Ryan era Orfão por parte de pai, que morreu por causa de um câncer, já a mãe, não podendo cria-lo, o abandanou na porta de um velho senhor, chamado Satyr, ao qual ajudava com várias tarefas, apesar de tudo o que passou, era sempre gentil, adorava ajudar as pessoas, mesmo que para isso criasse um escândalo

–De qualquer maneira, acho que tem uma mesa vazia nessa direção, venham comigo-

[...]

–Elesis, eu soube que o antigo cozinheiro saiu, é verdade ?- Perguntou Lass, que já havia encontrado com as duas outras

–Sim, é verdade, mas esse problema já foi resolvido, o novo cozinheiro está dando conta do recado- Disse Elesis enquanto dirigia seu olhar em direção à cozinha, vendo ali um moreno de mechas arroxeadas e olhos prateados com um sorriso radiante em seus olhos

–Quem é ele dona Elesis? -Perguntou Lire, com certa malícia em sua voz, o que fez a ruiva corar de leve com a insinuação da loira

–B-bem, é difícil explicar com clareza, digamos que ele é...Um inquilíno- Disse a ruiva de olhos escarlates enquanto a mesma sentia suas bochechas arderem

–Como assim...Inquilíno?- Perguntou Lass de maneira perspicaz

–Bem… É complicado explicar- Disse a ruiva desviando o olhar, mas, logo depois, sentiu uma estranha presença atrás de si, ela rapidamente se virou, encontrando as duas orbes lunares a encarando

–Você está no trabalho, não em uma festa ruivinha- Disse Sieghart, enquanto que os outros quatro os encaravam, com um sorriso em seus lábios, vendo a reação da ruiva, que nada fez além de corar

–Rui…-

–Vinha?- Disseram Lire e Arme, se completando, encarando uma à outro rapidamente, logo em seguida olhando para a ruiva, com um sorriso caracteristico em seu rosto

–Você por acaso não estariam…- A baixinha ametista foi brutalmente interrompida por um olhar fuzilante de Elesis, a condenando

–Não, não temos nenhum envolvimento desse tipo, talvez algum dia eu explicar pra vocês-

[...]

Enfim, finalmente, a tão almejada hora da saída do trabalho, mais u dia de trabalho, todos ali haviam se esforçado ao máximo, quer dizer, quase todos, Sieghart, nem ao menos parecia cansado, como todos os outros, parecia até mesmo mais relaxado do que o normal, fazendo Elesis olha-lo com curiosidade

–Fazia tempo que eu não me divertia tanto cozinhando- Disse ele, sorrindo de orelha a orelha, fazendo a ruiva corar um pouco, ele parecia cada vez mais bonito aos seus olhos, cada vez mais perfeito, mas não era surpresa alguma, afinal, ele era um ser celestial, ele deveria ser perfeito, porém, ele ainda era humano, o que acarretava algumas falhas, como por exemplo, seu grande ego

–O que foi ruivinha? Você vai ficar ai só me olhando ?- Disse ele, fazendo a ruiva acordar de seu “transe”, em seguida tendo o seu rosto tingido de vermelho

–Ora seu…!- Disse...Vociferou a ruiva, fazendo Sieghart liberar uma gostosa risada, sendo seguido por Arme e Lire, que resolveram ficar até mais tarde no restaurante, apenas pela curiosidades de ver como era a relação da ruiva com o moreno, que na opinião extremamente pessoal de ambas, era extremamente atraente, e, em seus pensamentos, se já não tivessem namorados tentariam a sorte, porém, duvidavam que conseguissem, já que Sieghart só tinha olhos para a ruiva, que, a cada olhar dele, corava, nunca foi acostumada a receber atenção, ainda mais de homens, ainda mais de um tão atraente...Ainda mais de um anjo...Literalmente falando

Ambas, a loira e a ametista, olhavam com diversão para o casal, que, mesmo depois de um dia tão longo e atarefado no trabalho, ainda tinham disposição para implicar um com o outro, as divertindo

–Mas a culpa foi sua por trocar os pedidos- Disse ele em sua defesa, fazendo a ruiva inflar as bochechas, em uma expressão infantil, cruzando os braços, de maneira irritada

–Você fica tão fofa assim ruivinha, que eu poderia te beijar- O comentário fez a ruiva ficar totalmente rubra, assim como seus cabelos, Lire e Arme, que observavam a tudo, adquiriram um leve rubor em suas faces, se entreolhando e em seguida voltando seu olhar para o casal, que insistia em continuar

–Se você tentar, eu termino de quebrar aquilo que você está tentando curar- Disse a ruiva, de maneira irritada, fazendo Sieghart sentir um calafrio percorrer todo o seu corpo, para algumas coisas haviam limites

–Certo, certo ruivinha, então eu só vou te beijar quando estivermos no seu apartamento- Disse a ultima parte com uma voz sensual, sexy, na opinião mais intima da ruiva, a fazendo avermelhar mais, sendo seguida de perto por Arme e Lire, que ainda assistiam tudo

–Não importa o quanto você tente correr, não importa o quanto você tente fugir, eu sempre lhe encontrarei, minha pequena ruivinha- Certo, talvez, apenas talvez, ele houvesse ido longe demais, segundos depois Elesis levantou uma cadeira, tentando acertar-lhe um forte golpe, que por pouco não o acertou, e assim novamente, e uma vez mais, até que a ruiva teve seus pulsos forte e gentilmente

–Você é muito irritada ruivinha, você tem que aprender a relaxar de vez em quando- Disse ele se aproximando da ruiva com o rosto enquanto que esta se afastava dele, Lire e Arme olhavam a tudo aquilo de olhos arregalados, surpresas, na expectativa, esperando anciosamente para ver o que aconteceria ali, porém, foram aplacadas ao ver o moreno de olhos lunares se afastar repentinamente da ruiva, de maneira um pouco surpresa

–Vamos ruivinha, está ficando tarde- Disse ele, vendo o céu ficar escuro rapidamente, a vermelhidão no rosto de Elesis sumia aos poucos, assim como o de Arme e Lire, que desviaram os olhares, disfarçando

–Bem, estamos de saída- Disse Elesis, indo em direção a porta, sendo seguida de perto por Sieghart, quando chegou até a porta, uma porta de vidro, grosso, um pouco pesado, a puxou, a abrindo, nesse momento ela se virou para as duas amigas, que até então ficaram apenas olhando

–Vocês vão vir? Caso contrário ficarão trancadas até amanhã- Disse ela com um sorriso, ambas a encararam por alguns segundos, curiosas, não era um dos seus sorrisos tópicos, esse era diferente, era meigo, feliz...Doce

–Estamos indo, e sabe, se nos trancar, ficaremos sem falar com você por uma semana- Disse Lire com um pequeno sorriso em seu rosto, sabendo que isso afetaria a ruiva, que inflou as bochechas e mandou se apressarem

[...]

Dia cheio hoje não é ruivinha?- Perguntou o moreno, sem qualquer indicio de que estava cansado, ao contrário, parecia que ele tinha mais disposição ainda, ao contrário da ruiva, que parecia que iria cair a qualquer momento

–Você não parece bem ruivinha- Disse ele com um pequeno sorriso, enquanto via a ruiva lhe lançar um olhar irritado, ele a olhou enquanto se aproximava da porta de seu apartamento, a abrindo e logo em seguida entrando

Sieghart acabava de sair do banheiro, mesmo que ali ele não tivesse quaisquer outro tipo de roupa para usar, sendo assim, foi obrigado a enrolar a toalha na cintura, mesmo tendo “se separado”, mesmo dividindo-se entre o humano e o angelical, haviam algumas características que, mesmo assim, permaneciam, mesmo que ele pudesse criar roupas a partir do nada, apenas estava curioso para ver a reação de certa ruiva, que o esperava do lado de fora do banheiro, batendo frenéticamente na porta, obviamente querendo tomar banho

Porem, esta ficou surpresa ao ver Sieghart depois de abrir a porta, com apenas uma toalha presa por sobre a intimidade, deixando a mostra os músculos definidos, muito bem definidos por sinal, mesmo que tentasse, Elesis não conseguia apenas parar de encarar seu peitoral bem definidos e desviar o olhar, ela corou...Muito, logo também um pequeno filete de sangue desceu de seu nariz, Sieghart segurou a risada, sorrindo

–Pode olhar o quanto quiser ruivinha- Disse ele, fazendo-a ser libertada daquele pequeno transe e entrar o mais rápido possível no banheiro, fechando a porta com força e atrancando, Sieghart riu gostosamente, sabendo que a ruiva provavelmente ouvia por de trás da porta, com o rosto vermelho, limpando o nariz

–Não se envergonhe ruivinha, afinal, eu sou um anjo- Disse ele em baixa voz por trás da porta, fazendo a ruiva sentir um grande e prazeroso arrepio passear por sobre seu corpo, logo em seguida esperou um pouco mais, nada mais era ouvido, por fim, despiu-se e entrou no chuveiro, ainda com o rosto vermelho

Ligou o chuveiro e sentiu a água quente relaxar seus músculos um de cada vez, ela liberou um longo suspiro enquanto tentava acalmar as batidas frenéticas e descompassadas de seu coração

[...]

–Vamos ruivinha, me deixe cozinhar, você não sabe- Disse o de olhos lunares, observando com graça a expressão irritada da ruiva de olhos vermelhos

–Claro que eu…- Disse ela antes de ser interrompida por uma explosão, sendo protegida pelo moreno, logo depois do grande barulho, ambos viraram para a cozinha, vendo que a panela havia explodido

–Você na cozinha é uma arma - Disse ele, com graça na voz enquanto que o som da chuva se fazia presente na janela do apartamento, a expressão irritada da ruiva o fez gargalhar, mesmo sendo um ser divino, ele ainda era humano, e estava sujeito á várias ocasionalidades sentimentais, raiva, tristeza...Amor

Ele ainda não havia decidido se o ultimo era relevante, concluiu que esse era o caso dele, já se apaixonou uma vez, mas dessa vez era diferente, dessa vez, a parte divina dele sabia que daria certo, mesmo depois de tantos acasos, mesmo depois de tantas decepções, tantas perdas, ele sabia que daria certo

Sabe porque? Porque a parte humana que ainda existia nele, a parte humana que havia sobrevivido, ainda amava, ainda sabia como amar, e a parte divina dele sabia que seria retribuído pela ruiva que, mesmo com tão poucos dias de convivência, criara uma relação beirando essa paixão e, literalmente, pedaço de céu em sua frente

Mesmo ele sabendo que sua asa direita, a esta altura, já havia se curado, e poderia voltar ao céu, ele não queria ir, ele já não podia mais abandona-la, deixa-la sozinha, havia adorado a presença e companhia da ruiva de olhos escarlates, pelo menos, a “parte humana” dele tinha permissão de ficar na Terra e viver uma vida ao lado da ruiva, e é ali que ele agiria...No momento certo

[...]

Alguns meses haviam se passado depois do encontro entre o meio anjo e a ruiva, ambos acabaram por se dar bem, muito bem por sinal, não desgrudando um do outro por momento algum, fazendo alguns criarem boatos sobre os dois, cada vez mais fazendo a ruiva corar ao pensar nele “daquela forma”, e das brincadeiras “pervertidas” que el fazia com ela, como, por exemplo, no meio da madrugada, se mudar para a cama da ruiva, ela sempre se virava, enquanto dormia, e o abraçavas de maneira forte, sempre que acordava, a ruiva dava de cara com o peitoral bem definido do moreno, sempre corava, e sempre tentava sair dali de maneira silenciosa, porém, nada escapava de Sieghart, que a prendia com seus braços, obrigando-a a ficar ali, por um longo tempo, até finalmente deixar a ruiva respirar

Sieghart começava a entender o que se passava ali, começava a entender realmente, era parecido com a ultima vez em que sentiu a mesma sensação, porém, e dessa vez era diferente, mais forte, sua parte humana se apegou de tal forma à ruiva, que podia-se dizer que ela havia se apaixonado por Elesis, seus jeito idiota, desajeitado, irritadiça e um pouco contraditória, porém, por baixo disso, bem como ele sabia, ela era uma garota divertida, meiga e gentil, foi isso que o fez se apegar tanto à ruiva, pois foi isso o que lhe faltou “em vida”

Com Elesis não era muito diferente, podia-se dizer que ela sentia a mesma coisa em relação ao de olhos prateados, sempre que se aproximava de Sieghart, sempre que o via sorrir, seu peito se aquecia, e não sabia fazer mais nada além de corar sob seu olhar meigo, sob sua provocações ousadas e suas palavras tão gentis que a conquistaram, bastavam apenas mais três palavras, as mais difíceis de dizer, mas, ainda assim, era totalmente diferente do que foi com Ronan, dessa vez, ela sentia que era especial, que era duradouro

E mais uma vez, um longo dia de trabalho havia terminado, o pôr do sol visto no horizonte, poucas pessoas circulando nas ruas, Lire, Arme e Elesis conversando avidamente, como se estivessem falando de algum aluno novo “super gato” da escola, enquanto ele via o rosto da ruiva mais vermelho do que o próprio cabelo, ela o olhou, ainda vermelha, logo em seguida lhe lançou um sorriso discreto, ele sorriu novamente, ela desviou o olhar, Arme e Lire a empurraram, com se dissessem um “Vai nessa”

Sieghart se aproximou dela, lhe olhando nos olhos

–O que foi ruivinha? Tem alo que quer me falar? - Perguntou ele, mesmo que sua parte anjo soubesse o que viria a seguir, ele queria ouvi-la dizer, aquelas três palavras, apenas aquelas três palavras

–Si-Sieghart…E-Eu...- Disse ela vermelha, enquanto que os únicos além deles ali, Arme e Lire no caso, os observavam, com um sorriso malicioso no rosto, em cada, Elesis se xingou mentalmente por gaguejar em um momento assim, Sieghart alargou seu sorriso ainda mais

Elesis o olhava, a cada sorriso, a cada olhar dela, ele parecia ficar mais bonito, ele passou a mão em seus cabelos, bagunçando seus fios negros, que não ficaram parados por nem mesmo um segundo, voltando charmosamente no lugar, existia limites para sua beleza? Ele poderia se tornar ainda mais perfeito?

Ele a olhou com suas orbes prateadas como a lua, ele retirou uma mecha ruiva de seu rosto, logo em seguida o acariciando com as costas de sua mão direita, por mais que quisesse, ou não, ela não conseguia parar de encarar as orbes prateadas de Sieghart

Ele aproximou seu rosto, cada vez mais perto,, a ruiva chegou a sentir o hálito de menta do moreno, ela fechou os olhos, assim como ele, logo em seguida sentiu seus lábios serem pressionados contra os dele, ela sentia que ele sorria, Arme e Lire lhes lançaram um olhar de satisfação, um beijo terno, doce, gentil e meigo que não durou nem mesmo cinco segundos, mas foi o suficiente para fazer a ruiva quase desmaiar

–...Te amo?- Completou ele a frase anterior da ruiva, que, mesmo mais vermelha do que o próprio cabelo, avermelhou ainda mais, ficou certo tempo sem falar, pensando se deveria ou não, por fim, deu a palavra a seu coração, que, há muito um pouco amargurado, sentiria-se livre para amar de novo e sentir aquele calor confortável que lhe trazia felicidade e paz

–S-Sim…- Disse ela baixinho, sussurrando em uma voz doce e gentil, o que contradizia, ele enlaçou sua cintura e lhe beijou mais uma vez, a surpreendendo, ela enlaçou seu pescoço com seus braços, enquanto que o sol sumia no horizonte, levando a luz consigo

–Vamos vamos, precisamos voltar, mas se quiserem ficar trancadas aqui dentro podem ficar! - Cantarolou Sieghart, rimando, fazendo Arme e Lire soltarem gargalhadas divertidas com o moreno, que sorriu, as chamando para sair, caso contrário ficariam trancadas ali dentro por um bom tempo

[...]

Havia se passado certo tempo desde o dia do pôr-do-sol, da vergonha, da satisfação, daquelas três palavras…

Haviam se passado alguns meses, somente alguns, dois, três, pouco importava realmente, enquanto que ambos, parte humana e parte anjo, observavam a ruiva, que neste momento tentava cozinhar algo, o sol começava a desaparecer no horizonte, exatamente como naquele dia

–Eu já te falei ruivinha, você na cozinha é um desastre- Disse ele, enquanto a expressão irritada da ruiva lhe dizia para não dizer nem mais uma palavra, porém, convenhamos, Sieghart nunca respeitou muito as regras, além do mais, ele era o Sieghart, não é mesmo?

–Calado, estúpido- Disse ela, voltando a remexer a panela com a colher de madeira, logo ela sentiu sua cintura ser rodeada pelos braços bem definidos do moreno, que lhe beijou o pescoço, provocando arrepios na menor, que deixou escapar um pequeno gemido

–N-Não Sieggy…- Disse ela, enquanto tentava sair dos braços do maior, sem sucesso, ele virou seu rosto e lhe beijou os lábios, beijando-a com vontade, logo todos ouviram a campainha, Sieghart foi obrigado a atender a porta

–Oi!- Gritaram Arme e Lire, quase assustando Sieghart, que ficou surpreso pelas duas terem vindo, acompanhadas de seus respectivos namorados

–Obrigado por nos convidar pra jantar aqui Sieghart- Disseram as duas alegremente, sabendo o quão saborosa é a comida do moreno, ele sorriu, satisfeito

–Ora, não foi nada- Disse ele com um grande sorriso em seu rosto, isso enquanto Lass e Ryan adentravam no apartamento timidamente, porém, logo se encantaram com o cheiro

–Onde está a Elesis?- Perguntou Lire, enquanto se encantava com o cheiro, assim como os demais

–Na cozinha, eu pedi pra ela ficar de olho para não queimar- Disse ele, logo em seguida desviando de uma panela jogada por Elesis

–Tá tá, eu estou TENTANDO ensina-la a cozinhar, mas a coisa não anda- Disse ele, desviando de mais uma panela vinda da cozinha

–Bem, entrem e sentem-se, logo logo o jantar será servido - Disse ele, vendo todos os quatro convidados entrarem -”Ou o que sobrar dele” -Pensou ele, divertidamente, eles observavam o local atentamente, eles já haviam ido até aquele local, a morada de certa ruiva, nada mudou, apenas algumas coisas sem importância, eles logo se sentaram na mesa, esperando a ruiva

–Ruivinha, eu disse que você já é linda, não precisa tentar ficar ainda mais- Disse Sieghart, enquanto via Elesis sair da cozinha, com o rosto vermelho e com uma frigideira em mãos

–Seu maldito….- Disse ela enquanto levantava seu braço, a ponto de bater no rosto de Sieghart, mas qual sua surpresa ao ver Sieghart avançar e possuir seus lábios em um beijo, obrigando Elesis a baixar a frigideira e ceder aos encantos do moreno de olhos pratas, todos ali arregalaram seus olhos com a surpresa, Lire e Arme com sorrisos maliciosos em seus lábios, enquanto que os olhos comprovavam o que a mente delas já havia implantado e imaginado há muito tempo

[Enquanto isso]

–Viu só? Eu disse que cuidaria do problema- Disse Sieghart, ou parte dele, enquanto que sua asa esquerda se mostrava visível, estava acompanhado de uma garota, de cabelos compridos e azulados, o olho direito, azul como o céu, o esquerdo, vermelho como o sangue, seu rosto, frio e sem expressões, fazia com que quase qualquer um se afastasse, mas convenhamos, Sieghart não era qualquer um

Ela vestia uma camisa azul de mangas curtas, um jaleco longo e branco, calças da mesma cor e sapatos azulados, as asas brancas e longas como os de um serafim, segurando uma prancheta, anotando algo que parecia ser importante

–Seu método ainda não foi catalogado…- Disse ela enquanto anotava algo na prancheta, fazendo uma pausa, a voz, quase sem emoções ou sentimentos, quase um robô, a fazia ainda mais assustadora para os outros-...Mas mesmo assim foi aprovado, afinal, o que você faz com sua parte humana é responsabilidade sua- Disse ela, como se o avisasse para ser cuidadoso

–Não se preocupe Mari, não tenho qualquer intenção de causar problemas para a secretária geral- Disse ele, com um sorriso, mesmo ela parecendo mais velha do que ele, sorriu também, bom, aparentemente, Mari tinha mais ou menos trinta anos, ela suspirou e abaixou a cabeça por alguns instantes, fazendo a auréola segui-la lentamente, Mari havia se tornado anjo da maneira convencional...Pela morte

Por causa de um câncer terminal, por causa da herança genética de sua mãe, que morreu pelo mesmo motivo, mesmo assim tivera filhos, seu marido viveu bem, nunca havia se casado novamente, sempre se lembrou dela, sempre respeitou sua lembrança, ele a amava demais, muito mesmo, Sieghart aos poucos, parou de se importar em “perder” Mari para aquele homem, já que ele havia cuidado tão bem de Mari em vida, Sieghart estava feliz, feliz por Mari ter tido uma ótima vida, repleta de felicidades e alegrias

E, poucos ali sabiam que, em sua herança genética, dos presentes naquele cômodo onde todos se serviam, até mesmo a ruiva, que se irritava com o fato de se render tão facilmente ao gracejos do de olhos prateados, Lass era seu neto, sim, ele havia herdado a seriedade e a inteligência dela, o que a deixava feliz, realmente feliz, era gratificante, por outro lado, era um pouco decepcionante não ter vivido o suficiente para conhecê-lo em vida

...Mas era pra ter sido assim...Desde o começo…

–Eu sinto muito Sieghart, eu era séria demais, meus pais também, eu não pude dizer não à eles, então tive que dizer não à você…- Dizia ela, que, à essa altura beirava as lágrimas-...Perdão, eu não sabia que você sofreria tais consequências, que pioraria até cometer suicí…-

–Não importa Mari...Não mais, o que passou passou, não podemos viver no passado, nós estamos aqui agora, tentando dar a eles o futuro que não tivemos…- Disse ele, a abraçando gentilmente enquanto sorria -...Eu sei que tudo ficará bem, seu neto terá uma longa vida, afinal, ele apenas herdou seu lado bom- Disse ele a olhando nos olhos e sorrindo, fazendo-a sorrir levemente, um fraco sorriso, mesmo assim, um sorriso…

...

...Sieghart sabia ser gentil…

–Certo, irei me organizar...Obrigada Sieghart…- E, inflando as asas, elevou-se até as núvens, com um sorriso no rosto enquanto desaparecia entre as nuvens, lá do alto, bem do alto, Sieghart observava a tudo, atento, olhava para a ruiva, que se alegrava profundamente com a sua parte humana, assim como os outros do cômodo, amigos íntimos da ruiva, e agora, de Sieghart, quem diria não é ?

[...]

–Você não precisa se preocupar ruivinha, eu sou somente seu- Disse Sieghart, de maneira galante, fazendo até mesmo Arme e Lire corarem com o ato, nada comparado a ruiva, que estava mais vermelha do que seu cabelo

–I...Idiota, se fosse a algum tempo atrás não diria isso…- Dizia ela, porém, acabou sendo cortada pelo moreno de maneira rápida e eficaz

–Se eu pudesse voltar no tempo, não mudaria nada, um detalhe que fosse, nada mesmo...Assim eu teria a chance de me apaixonar por você mais uma vez…- Disse ele, enquanto apoiava seus braços na mesa e estes usados como apoio para sua cabeça, Elesis se envergonhou, tanto, que todos viram um filete de sangue sair de seu nariz, quase caindo da cadeira, sendo segurada por Arme, que se sentava ao seu lado, até mesmo Lass e Ryan estavam surpresos com os “ataques” do moreno de olhos lunares

–Apesar de que...Mesmo que eu mudasse tudo…- Dizia Sieghart, fazendo uma pausa para esboçar um sorriso alegre, conseguindo a atenção de todos ali -...Não teria como não me apaixonar por você...Ruivinha- Disse ele, com a voz baixa, um pouco rouca, extremamente sexy e sensual, e, por fim, Elesis não conteve o sangramento nasal que veio como uma explosão, caindo da cadeira, praticamente desmaiada

–...Exagerei?- Perguntou ele, com um olhar brincalhão, vendo que até mesmo Arme e Lire estavam prestes a ter a mesma reação de Elesis, enquanto que Lass e Ryan olhavam para a situação, incrédulos e inconformados, se perguntando se alguém como Sieghart realmente existia, como ele fazia as mulheres irem a loucura? Como responder a isso?

Todos ali se perguntavam se haviam limites para Sieghart, que aparecia encantar todas as mulheres com o seu jeito um pouco infortúnuo de ser, além de ter um carisma muito alto, ele era sereno e gentil com as palavras, conseguia entrar e ficar no coração de qualquer um, não importando quem fosse, ele sabia os caminhos para dentro do coração das pessoas, não é surpresa nenhuma, afinal, ele é um meio anjo não é? É obrigação dele saber, ele riu gostosamente, logo em seguida olhara para o céu, logo em seguida libertou de seus lábios, um sorriso feliz, que refletia toda a alegria dele, seus olhos brilharam com a luz do sol, realmente parecia um anjo, e, no alto das núvens, outro jovem, realmente idêntico à aquele que o olhava, retribuia o sorriso, satisfeito com o resultado, ele ficaria ali, apenas observando, cuidando dela durante a noite

É possível que conheçamos anjos da guarda e nem nos darmos conta disso, os anjos a guarda são aquelas pessoas especiais, com quem nos encontramos todos os dias, que se preocupam conosco, que nos ajudam em tudo o que for necessário

Todos possuem um anjo da guarda, todos mesmo, bem, agora sim, o espaço vazio que antes existia foi preenchido, Elesis estava feliz, muito feliz, Sieghart também, ambos eram felizes, e, juntos, tinha um talento para deixar as pessoas ao seu redor felizes também, sua felicidade era tanta que era contagiante

[...]

–Ei ruivinha - Disse Sieghart, chamando a atenção da ruiva ao seu lado, que sorriu

–O que foi Sieggy?- Respondeu ela, irônicamente, com uma pergunta, Sieghart sorriu

–Todas as histórias que sua mãe te contava quando você era pequena são verdade, sabia? Todas elas, mas sabe o que é engraçado?- Perguntou ele, vendo a ruiva obter um semblante de dúvida, tentando prever o que Sieghart faria a seguir, mas convenhamos, Sieghart ea imprevisível, afinal, era o Sieghart, não é?

–O anjo aqui sou eu, mas você é o meu anjo- Disse ele, de maneira gentil, acariciando o corto da ruiva, que corou com a frase

–Seu bobo- Disse ela, esticando a mão até a gola da camisa de Sieghart e o puxando para um beijo apaixonado enquanto acariciava os cabelos macios de Sieghart, o beijo durou alguns segundos, porém, foram segundos suficientes para deixar Elesis sem fôlego

–Você não vai me vencer nesse jogo ruivinha, desista - Disse ele, beijando-a mais uma vez, um beijo tão apaixonado quanto o primeiro, fazendo Elesis, literalmente, perder o fôlego, ela ainda não entendia como Sieghart conseguia fazer o que ele fazia com ela, mas afinal, ele era um meio anjo não é mesmo?

–Agora, eu vou fazer você realmente perder o fôlego...Minha ruivinha…- Dito isso ele a beijou mais uma vez, enquanto que os dedos de suas mãos se entrelaçavam, de maneira que fariam qualquer casal sentir inveja

Enquanto isso, do alto das núvens, a parte angelical de Sieghart esboçava um grande sorriso, este que estava vendo a cena que acontecia na sala, bem no sofá, ambos já não se importavam com mais nada

–Hei Sieg, o que faz ai? - Perguntou uma voz ao seu lado, este, sendo um pouco mais baixo do que ele, tendo cabelos curtos e vermelhos como o sangue, olhos amarelos como o ouro, expressão arteira no rosto, um par de asas brancas em suas costas, esse era Jin Kaien, o responsável por tudo, Sieghart rapidamente se afastou da ponta a núvem, prevendo o que o ruivo iria querer fazer

–Estou observando, e você? Não devia estar de olho na sua protegida? -Como Sieghart, Jin não havia se tornado anjo através da morte, antes de se transformar em anjo, Jin sofreu o mesmo que Sieghart, bem, quase, quando “vivo” Jin perdeu os pais ainda novo, foi criado pelo avô, quando este fez quinze anos, o avô faleceu, Jin não suportou a perda, a única coisa que o mantinha vivo eram os esportes, porém, ao sofrer um acidente que o incapacitou de praticar esportes, Jin não suportou e entrou em declínio, então tentou suícidio cortando os pulsos, porém, ele conseguiu mais uma chance, e lá estava ele, cuidando de sua protegida, sentando na ponta da núvem enquanto Sieghart se levantava

–Amy não tem estado nos melhores dias dela, a carreira como cantora não é lá muito o que ela esperava, bem, é o sonho dela, porém, sempre surgem imprevistos -Disse Jin enquanto olhava Amy

Amy, 15 anos, cabelos longos ondulados e sedoso de coloração rosa, olhos castanho escuro, rosto angelical, gentil, doce e um pouco infantil, mas ainda assim era amável, Jin sentiu um pequeno empurrão em suas costas, ao virar seu olhar para trás seu olhar, antes sereno, se transformou em um olhar desesperado

–Imprevistos não é? - Dito isso ele empurrou Jin, fazendo-o cair em alta velocidade em direção à terra

–Agora é com você Jin, tente não quebrar nada- Disse Sieghart em alta voz, logo em seguida dando uma risada gostosa e, em seguida, ouvindo o grito de Jin

–Eu vou te matar Sieghart!- Disse...Gritou Jin, enquanto tentava estabilizar a queda e evitar cair na terra, porém, a velocidade era alta demais e Jin não conseguia nem mesmo abrir suas asas, ele simplesmente fechou seus olhos, esperando o impacto, o que não demorou para acontecer…

[...]

–Ouviu alguma coisa?- Perguntou Elesis, que, como muito custo, havia conseguido separar os lábios de Sieghart dos seus

–Digamos que é apenas uma retribuição - Logo em seguida voltou a beijar a ruiva com gosto enquanto sorria, imaginando onde Jin havia caído, consequentemente perto de sua protegida, ele riu mentalmente, agora seria a vez de Jin sentir o que ele sentiu

Era a vez dele sentir na prática o que era cuidar de alguém...


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Notas finais do capítulo

Bem, aqui está o primeiro capítulo, os capítulos terão mais ou menos o mesmo tamanho, sendo assim a fic terá mais ou menos cinquenta ou sessenta mil palavras ao todo, isso se eu não me empolgar Não tenho nenhuma previsão de quando o próximo capítulo ficará pronto, mas prometo me esforçar ok ?
Tentarei postar o mais rápido possível

Até a próxima



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