CADIMUS: Mutação escrita por Sombrio1


Capítulo 3
Math = O ladrão.


Notas iniciais do capítulo

Oe....



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Os primeiros raios de sol entraram pela janela do quarto de Math. A janela havia ficada aberta, como todas as noites. Math estava deitado em sua cama, de olhos fechados contemplando a profunda escuridão de seu sono. Os raios do sol iam aumentando, ficando cada vez mais fortes e mais intensos a cada segundo. Iluminando aquele pequeno quarto que havia uma cômoda ao canto, um armário lotado de livros, e aquele chão de madeira maciça ao qual na infância o pequeno Math implorara ao pai para tê-lo após ver um comercial de TV. Aos poucos os raios de sol iam tomando espaço naquele quarto.

Math abriu os olhos. Sentou-se em sua cama para tentar lembrar o que estava sonhando. Como sempre não lembrou. Ele se levantou. Estava sem camisa, e o frio entrava pela janela arrepiando os pêlos de seu corpo. Mas ele não se importava. Amava o frio. Foi em direção a sua cômoda, ergueu a sua mão pálida e pegou um pequeno papel amarelo com os dizeres em uma letra curvada e legível.

VISITA A CADIMUS – PROXIMA TERÇA.

Amassou o papel e jogou em uma cesta ao canto. O papel pegou na lateral da cesta e quicou para fora, caindo ao chão em encontro a outros papeis amassados. Foi em direção a um espelho, que ia do chão ao teto, que desde quando era criança esteve em frente a sua cama.

O seu reflexo o assustou. Math era magro, muito pálido, seus olhos eram de uma cor verde-esmeralda muito forte e seu cabelo era de um preto tão intenso que o lembrava carvão. Math continuou olhando seu reflexo. Seus olhos de uma hora a outra paravam nos hematomas roxos no estomago, nos braços e nas pernas. Tocou nos hematomas, e as lembranças de como conseguira vieram a sua mente, Rick e toda a turma do time de basquete em cima dele socando-o e o chutando, como se fosse um cachorro de rua ou algo pior. Ele tentou afastar a memória, mas não conseguia. Os hematomas só faziam a memória ficar mais nítida mais viva. Virou-se. Afastou-se do espelho com apenas uma certeza. Estaria na Cadimus hoje. Tudo mudaria. Nunca mais seria o saco de pancadas que sempre foi. Abriu a porta de seu banheiro, para tomar seu banho. Hoje o dia ia ser realmente muito grande.

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Math não tomou café da manha aquele dia. Seu corpo inteiro sentia a vibração de que aquele dia ia ser ótimo. Foi a pé para escola. E a viagem que normalmente demorava cerca de 20 minutos chatos a pé nem foi percebida pelo seus olhos nem por sua mente. Havia planejado aquilo há muitos anos. Nada poderia dar errado em seu plano hoje.

A frente da escola Saint’s Bullets era um jardim muito bonito, cheio de rosas e tulipas, um caminho de grama levava aos primeiros degraus da escola. A fachada da escola continha o nome Saint’s Bullets escrito com grandes letras azuis, e em frente do nome, o símbolo da escola estava lá, visível e muito bem lustrado. O símbolo da escola Saint’s Bullets era uma águia com a cabeça erguida para o céu. Math sabia muito bem o significado daquela águia, aprendera tudo em seu primeiro dia de aula. A águia com a cabeça apontada para o céu queria dizer, que eles poderiam alcançar qualquer coisa, o importante era o foco. Foco. Math analisou o significado dessa palavra mentalmente e a guardou no mais profundo de seu coração. Foco era tudo que precisaria ter hoje.

Havia um grande ônibus amarelo estacionado na frente da escola. Em seu letreiro, com grandes letras vermelhas Math pode ler. “Saint’s Bullets, Visitas escolares”. Math nem percebeu que estava sorrindo.

– Sorrindo, Vara-pau. – Uma voz vinda de trás de Math fez ele se virar. Um menino ruivo com pequenas sardas em sua bochecha, e com olheiras vinha em sua direção. Ele andava completamente seguro de si mesmo, alias devia fazer aquilo. Usava o uniforme preto do time de Futebol.

– Ri... Ri… Rick. – Math gaguejou. Estava com medo. Como sempre ficava quando via alguém do time de futebol.

– Ri... Ri… Rick. – Ele repetiu fazendo uma imitação ridícula de como Math havia feito.

Rick encarou Math e se aproximou, ficando mais perto de Math a cada passo. Rick parou, mas estava tão perto de Math que um podia sentir o hálito do outro. Rick começou a fechar sua mão dedo após dedo, a cada dedo que tocava a palma de sua mão o estralo das juntas ecoava Alto. Math percebera, estava tremendo muito. O que faria, essa pergunta ecoava em sua mente como se fosse um sino. Antes que percebesse estava correndo. Mas não conseguiu ir muito longe, Rick agarrou-o pela alça de sua mochila.

– Você não vai a lugar nenhum. – Ele disse e com a mão fechada socou Math bem no estomago. Math se contraiu e caiu no chão por causa da dor. Sentiu as lagrimas descerem por seus olhos. – Isso e porque iremos a um passeio chato. E isso – Rick completou sua frase com um chute no estomago dele. A dor preencheu cada músculo do corpo dele– E por ter tentado fugir. Bebe Chorão. – Com os olhos semicerrados por causa das lagrimas que desciam de seu rosto Math contemplou as costas de Rick entrando na escola.

Ele continuou ali, no chão. A dor em seu corpo era enlouquecedora. Passou a mão pelo estomago, aonde levara o soco e o chute. Sentiu que mais um hematoma iria aparecer amanha. Apoiou as duas mãos no chão e fez um impulso para levantar. Quando uma voz de trás dele disse:

– Levante-se do chão Math. – Ele virou-se para ver quem era. O professor Pedro estava de roupa social como sempre, e em seu rosto a mesma expressão de nojo que ele sempre fazia ao ver Math. Ele se aproximou de Math, e colocou a mão em seus braços tomando cuidado para se manter afastado o máximo possível. – O que houve. – Ele perguntou ainda com o braço sobre os ombros dele. Math afastou-se de seus braços. Não queria ser tocado. Não queria conversar.

Sem ao menos olhar para Pedro, Math começou a andar em direção a porta da frente de sua escola.

– Não vai me responder? - ele perguntou.

– Você viu o que aconteceu professor, na verdade você sempre viu. E você nunca fez nada para ajudar. - Math disse, ainda sem se virar para o professor.

– Quer que eu faça o que Math? – Ele perguntou. Math pode sentir as lagrimas descendo com mais força pelo seus olhos. – Sou apenas um professor.

Math chegou à porta de madeira verde da frente de sua escola.

– Apenas um professor. – Ele Repetiu as ultimas palavras do professor Pedro, abriu a porta e entrou.

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O espelho quebrado da escola refletia bem o menino magrela chorando. Math fechou os olhos tentando fazer as lagrimas pararem de escorrer. Sempre fora assim. Desde que entrou na Saint’s Bullets os meninos do time de futebol pegavam em seu pé. Eles nunca tinham um motivo especifico. Math achava que por ser muito magro e fraco, eles não precisariam de um motivo.

Passou a mão em seu estomago, aonde tinha levado o soco e o chute. Levantou a camisa para ver o hematoma roxo que começava a aparecer.

Math fechou os olhos. Viu um prédio, branco erguendo-se impotente a sua frente. A dor parou. Ele se lembrou de que dia era hoje. Ele se lembrou do que estava prestes a acontecer. A CADIMUS estava mais próxima a cada segundo que se passava. Assim como a cura, para toda a dor e humilhação que sofrera por tanto tempo.

Passos ecoaram no corredor junto com vozes. Math conseguiu perceber a voz em murmúrio dos meninos do time de futebol. Rick estava junto com eles. Entrou em um Box, fechou a porta e esperou os meninos passarem. Para seu descontentamento, eles entraram no banheiro e conversavam em voz baixa para que ninguém alem deles pudesse entender o que falavam.

–Então o carro dele virou tudo indica que ele morreu. – Um cara do time de futebol disse. Math conhecia muito bem a voz dele. Era Lucio. Quando Math entrou para a Saint’s Bullets Lucio o espancou e para completar a huilhação jogou ovos e papel higiênico nele. Math se lembrava muito bem daquele dia. Cerrou os dentes e apurou os ouvidos iria ouvir o que conversavam.

– Acha que o Dick está ferrado? – Outro disse. Math também conhecia a voz dele. Seu nome era Carlos. Esse não pegava no pé dele, até Rick ou Dick (que era o capitão do time de futebol) mandar.

– Ferrado eu não sei. Mas ele não vai poder jogar nas finais. – Rick disse.

Carlos e Lucio soltaram exclamações em sinal de que estavam desapontados.

– E não e só. – Rick continuou dizendo. – O idiota do Erick fudeu com meu carro. Se ele tiver sorte e morrer, não vai levar a surra que darei nele.

O sino tocou.

– Acho que temos que ir. Hoje iremos visitar o hospital –Carlos disse – Sinceramente, que tipo de pessoa iria querer ver aquele lixo?, já sabemos que aquilo serve apena para torturar pessoas.

– O “nerdizinho” está entusiasmado para ir.- Com o termo “nerdizinho”, Math descobriu que falavam dele.

– Tem algo preparado? – Lucio perguntou.

– Sempre tenho alguma carta na manga meu caro Lucio. – Rick disse, Math não estava olhando para ele, mas sabia que ele estava sorrindo.

– Posso saber qual é? – Lucio perguntou. Math torceu para que falassem, assim poderia se esquivar, quem sabe.

– Espere e veras. – Rick disse. – Agora vamos, quanto mais cedo isso acabar melhor.

Quando Math ouviu os passos saindo para fora do banheiro ele saiu. Sua preocupação para o que os meninos iriam fazer com eles mais tarde, não era um problema. Chagara o dia tão esperado de sua vida. Iria entrar na Cadimus. Tudo iria mudar.

Saiu do banheiro e começou a andar pelos corredores, observando sala pós sala, observou bem aquelas portas de madeira marrom. Algo em seu corpo dizia que aquele seria o ultimo dia em que estaria dentro da Saint’s Bullets. Fechou os olhos e desejou que esse sentimento fosse real, e que nada desse errado na Cadimus.

Quando chegou ao ônibus escolar, metade de sua turma havia entrado. Como sempre ele sentou sozinho no banco, a janela estava embaçada. Começou a escrever e a lembrar de todos os momentos ruins que tivera quando estudava na Saint’s Bullets, pensou no relacionamento que estava quase em ruínas do seus pais, e em como sua vida iria mudar ali para frente. O ônibus começou a andar e no trajeto até a Cadimus ele viu casas, prédios, outros carros, que estavam apenas separados por uma janela embaçada de um ônibus amarelo que dizia:

Math esteve aqui..

–----------------------***------------------------

O prédio da Cadimus ficava no centro exato da cidade, e era o maior prédio da cidade. Era muito grande que Math quase caiu para trás ao tentar olhar a fachada de seu ultimo andar. O prédio era todo branco, vidros espelhados cobriam as janelas do prédio, uma fachada em sua frente mostrava o símbolo da Cadimus. Uma ampulheta velha e duas cobras enroscadas nelas sufocando e quebrando a ampulheta. Math fez uma anotação na cabeça para perguntar o significado daquele símbolo a alguém mais tarde.

Todos os alunos estavam em conversas animadas. Mas não era sobre a Cadimus (Math era o único da sala que realmente queria aquele passeio.), eles falavam sobre o acidente da noite passada envolvendo um estudante.

Math conhecia o estudante muito bem. Erick era seu nome. Math nunca havia falado com Erick, mas uma vez o menino do ultimo ano o salvara de uma surra dos meninos do time de futebol. Math nunca pode agradecer. Tinha vergonha de falar com ele. Erick era popular, o seu apelido na escola era o bad-boy. Pois Erick andava quase sempre de preto, fumava e gostava de praticar rachas na parte da noite, algumas pessoas diziam ainda que ele tinha envolvimento com drogas. Porem Math não acreditava em nada daquilo. Erick era um cara legal. E Math era a prova viva daquilo.

Professor Pedro fora escalado para acompanhar os alunos no passeio aquele dia. Pela expressão em seu rosto Math pode deduzir que ele não queria aquela função.

– Quero que formem duplas. – Ele disse em voz alta.

As duplas se formaram quase que sozinhas. Os alunos escolheram os mesmo pares de sempre. Menos os meninos do time de Futebol. Todos ficaram juntos. Math ficou sozinho quando olhava para alguém a procura de par as pessoas lhe lançavam um olhar que dizia “Aqui não esquisito”.

– O.K., vamos entrar. Math, pode ficar comigo. – O professor Pedro disse.

Math pensou na proposta. Então lembrou dos papeis que queria entregar ao presidente da Cadimus, que estava em seu bolso. Se ficasse sozinho seria melhor para se despistar do grupo enquanto realizaria o plano ao qual a muito tempo havia planejado.

– Não professor, prefiro ficar sozinho. – Math respondeu.

– O.k. – O professor disse sem graça – Então vamos entrar.

Em fila indiana um aluno após o outro atravessou a porta de vidro que dividia o salão principal da Cadimus das pessoas da rua.

Os olhos de Math brilharam quando ele viu o salão de entrada da Cadimus. O salão da Cadimus, era amplo e completamente branco, havia varias poltronas no canto de uma parede, quadros com moldura branca e dourada espalhados por todo o salão, e no meio do salão havia uma fonte com o símbolo da Cadimus, da qual da boca das serpentes jorrava água. O presidente da Cadimus e muito excêntrico. Math pensou ao olhar a fonte que estava no centro da sala.

– Boa tarde, sou Mirian. E vou acompanhá-los pela Cadimus hoje. Por favor fiquem todos juntos. A Cadimus e um prédio muito grande, até eu me perco as vezes aqui. – Mirian completou a sua frase com um sorriso branco. Math observou Mirian, ela falava como um robô, com se tivesse dito aquilo a vida toda, mas ela não parecia um robô, os cabelos de Mirian eram pretos, assim como a sua pele, a sua boca era de um vermelho tão vivo que ganhava destaque em meio a cor da sua pele, seus olhos eram de uma cor âmbar e pareciam registrar tudo e todos ao mesmo tempo. – Agora vamos. – Ela gesticulou com as mãos e todos os alunos a seguiram. Agora nós éramos os robôs, e ela era a controladora. – O primeiro andar inteiro e o salão de entrada. O segundo, o terceiro, o quarto, e o quinto andar são dormitórios dos funcionários da Cadimus. – Ela disse enquanto apontava com a mão uma planta perfeita do prédio de 20 andares da Cadimus. – O sexto andar inteiro pertence ao Diretor e a elite da Cadimus.

– O que e a elite? – Uma menina morena perguntou.

– A elite e como chamamos os sub-diretores da Cadimus. Na Cadimus nosso trabalho e feito como se fosse um Hierarquia. Primeiro o presidente, depois a elite, depois os funcionários. – Mirian disse. – Continuando aos andares. O sétimo, oitavo, nono, décimo, e décimo primeiro andar, é aonde tratamos os pacientes da Cadimus. Do Décimo segundo ao décimo Nono e onde os pacientes ficam hospedados e mais algumas salas de cirurgia espalhadas. 0 vigésimo andar está em construção, por isso não iremos velo hoje. Nos iremos começar pelo primeiro andar, pararemos no 10, continuaremos com os outros 9 apenas depois do almoço. – Ela novamente gesticulou o braço, e os alunos a seguiram pelo lance de escadas que levava ao 1 andar.

Porem Math não fez o mesmo. Ele correu para o elevador e apertou o numero 6. Seu objetivo ali era falar com o presidente da Cadimus.

O elevador parou, e suas portas se abriram revelando um corredor muito branco, com varias portas de madeira preta. Math começou a andar pelo corredor. Parou em frente a uma porta. Não havia placa nem nome nela. Não deve ser do diretor pensou. Foi em direção a outra porta. Também não havia nome. Foi em frente a próxima porta, ela também não havia nome. Não tem nome em nenhuma porta. Pensou. O medo começou a invadir seu peito como se fosse um balde de água fria em seus planos. Pensou em voltar. Porem. Passos rápidos ecoaram pelo corredor. Ele não viu escolha. Abriu a porta e entrou. Era um escritório. Uma mesa de madeira, daquelas que não da para ver os pés estava no meio, havia muitos papeis em cima da mesa, um bebedouro no canto, e prateleiras contendo vários livros. A sala não era branca como os corredores e o salão da Cadimus. A sala era de um tom bege.

Math se escondeu embaixo da mesa de madeira. Ninguém o veria ali. Os passos ficaram mais altos. O coração de Math parecia que ia explodir. Os passos pararam. No lugar foi substituído por vozes ecoando do lado de fora daquela sala. Math ficou calado. Eram dois homens que falavam, na animadoramente sobre algo. A porta abriu. As vozes que estavam a um momento atrás La fora agora enchiam aquela sala.

– Ficou a noite toda trabalhando nesse lixo. – Uma voz rouca e raivosa disse.

– Rixon, eu não... – Um homem que parecia estar com medo começou a falar.

– Não me interessa. – Precisamos de algo novo, grande, não isso. – Rixon disse. Uma coisa bateu em cima da mesa. Math fechou os olhos para que eles fossem logo embora. – Volte para seu laboratório e faço algo melhor que isso.

– Sim senhor. – A voz que estava com medo disse. Uma batida na porta e so Rixon ficou na sala.

Math ouviu os passos dele andando de um lado para o outro na sala. Parecia preucupado. O telefone dele tocou.

– Estou indo. – Ele desligou e saiu da sala.

Math ficou mais alguns minuto ali abaixado para ter certeza de que ele realmente havia saído da sala. Saiu de baixo da mesa. Olhou para porta, não havia ninguém do lado de fora. O alivio percorreu o corpo dele. Ele se preparou para ir. Porem um frasco com um liquido azul fluorescente em cima da mesa chamou sua atenção. Ele pegou o frasco. Aquilo o seduzia de um modo incrível. Math nunca havia roubado antes. Porem ele queria o frasco. Seria a desculpa perfeita para voltar a Cadimus mais tarde e falar com o diretor. Colocou em seu bolso, aonde estava os papeis com sua tese sobre depressão a qual trabalhara dias para entregar ao diretor da Cadimus. E Saiu da sala. Perambulou o hospital inteiro em busca de sua turma. Olhou o seu relógio de pulso. Nele marcava 11:00. Math então sabia aonde eles estavam então desceu ao Salão de entrada. E lá estavam eles, comendo seus lanches. Ninguem notou a falta de Math. Ele sentou na fonte, pegou sua mochila. Aquela adrenalina toda que havia sentido a alguns minutos atrás esgotara todas as energias de seu corpo.

– Aonde esteve vara-pau? – A voz de Rick disse perto de seu ouvido. Ele se assustou. Lucio e Carlos também estavam com ele.

Math ficou queito.

– O gato comeu sua língua? – Lucio disse. E empurrou o braço de Math. Não houve reação da parte de Math.

– Que pena. Vamos fazê-lo falar. – Rick disse então empurrou Math na fonte.

Math ficou todo encharcado. Os alunos agora o cercavam com câmeras de celular e o filmava. Sentiu as lagrimas descendo para seu rosto. As enxugou. E foi correndo para o ônibus, aonde ficou o resto do dia, enquanto a turma ria vendo o seu vídeo, a sua dor, a sua humilhação.


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Notas finais do capítulo

Xao...