Surprise escrita por namicchin


Capítulo 1
A surpresa mais inesperada dos magos.


Notas iniciais do capítulo

Olá, minha gente querida! Como estão vocês, tudo bem?

Hoje é aniversário da Lucy, sabiam? E como eu, uma amante do casal, não pude deixar em branco.

Corri para terminar, então deve haver erros, se realmente houver me avisem que vou arrumar :v

Divirta-se e ótima leitura pra você!



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Capítulo único

A surpresa mais inesperada dos magos.

As cortinas balançavam constantemente, sinal do frio congelante em que Magnólia recebia de bom grado. Lucy, após um belo cochilo no sofá, levantou-se para fechar a janela. Estava muito frio para que a casa ficasse aberta daquele jeito. Poucos sabiam, mas Lucy odiava o frio e não entendia o porquê. Enfim, como o frio era intenso, Lucy decidiu embrulhar-se nas cobertas e ler algum livro indicado por Levy. Menos de dez minutos, sequer havia percebido que adormeceu, ali mesmo segurando o tal livro.

Passaram logos minutos – não chegou a ser horas – e a loira acordou, notando o quão ridícula estava deitada daquele jeito do sofá. Esfregou os olhos expulsando a preguiça de seu corpo trazendo o ar da juventude e a vontade de sair. Admitia que odiava ficar em casa, nesse tédio imenso, embora Natsu sempre aparecesse ali de supetão sem que ela notasse – na maioria das vezes, claro.

Espreguiçando-se, decidiu levantar e abandonar aquele cobertor quentinho, não tinha a mínima ideia do que iria fazer, mas ficar deitada o dia todo que não era! Sentiu o frio preencher em teu corpo, lhe fazendo arrepios por toda coluna. Colocou os pés quentes no chão gélido e caminhou até o banheiro. Chegando lá, abriu a torneira na temperatura mais alta que conseguiu. Deixou soltar um suspiro, pensava no que havia acontecido de fato com Natsu, por não ter aparecido na janela de seu quarto. Não poderia, de forma alguma, ser por conta do frio, até porque Natsu era a pessoa mais quente que Lucy conhecia, não entendam errado, afinal, ele é um Dragon Slayer do fogo.

Lucy se despiu enquanto prendia os lindos cabelos dourados, no qual nunca perdiam o brilho usual em dias de inverno. E ficou ali, pensando em sua vida, de todas as aventuras, risadas – sem contar as bizarrices que via todos os dias que a Fairy Tail lhe proporcionava desde que se tornou uma fada. Nostalgia e lembranças são coisas que passaram em sua cabeça nesse momento. Lembrou-se de quando Mira disse que Natsu estava apaixonado por ela, e na verdade Natsu só queria encontrá-la para “usar” Virgo, simplesmente para encontrar o álbum de fotos dos membros da guilda – em trajes nada legais. De imediato, seu rosto esquentou, tinha quase a certeza que havia corado pensando nisso. Seria engraçado se não fosse trágico.

Passou tanto tempo desde que vira Natsu pela primeira vez, e as palavras de Mira sempre martelavam em sua cabeça, a fazendo pensar se ela estava certa ou não. Seria mesmo verdade que Lucy e Natsu fazia um casal bonito, ou até mesmo ser o casal mais inusitado de toda guilda, ou até mesmo de Fiore?! Sejamos sinceros, Mira exagera – e muito – em algumas coisas. Natsu era inocente – tudo bem, nem tanto, ele já pegou nos seios da loira uma vez, e simplesmente se fez de desentendido depois –, mas continuava sendo homem o suficiente.

Lucy nem viu o tempo passar, era bom recordar de momentos ótimos como estes, apesar de constrangedores, são momentos que ela nunca esquecerá. Por fim, ela saiu da banheira sentindo aquele frio de arrepiar, procurando por uma toalha, que por sorte estava ao lado dela. Se enrolou na toalha saindo do banheiro aos pulinhos devido ao frio, correndo até o quarto e fechando a porta. Lucy não era tola o suficiente para deixá-la aberta, querendo ou não e sabendo que mora sozinha, poderia aparecer a “gangue”, Gray, Natsu, Erza e não menos importante, Happy.

Quando terminou de se trocar, colocando uma blusa bem grossa para abafar o frio, dirigiu a sala para ver se tudo estava como havia deixado, às vezes – todos os dias – Natsu aparecia ali com Happy voando pela janela, esta que mesmo a trancando ele dava um jeito de entrar. Estava tudo em completo silêncio, chegava a ser chato sem ver o cabeça de algodão doce por ali. De qualquer maneira, a casa era quente – o que era péssimo em dias em que o sol decide aparecer, ou até mesmo quando Natsu aparecia para dormir ali sem a permissão da própria Lucy. Respirou fundo e pegou as chaves da porta, trancando-a com duas voltas na fechadura. Erumou até a guilda.

Era péssimo ter que passar pelo rio que cortava Magnólia pela metade, a água trazia ainda mais o clima de frio, mas Lucy colocou as mãos no casaco ignorando os homens que passavam por ali, concentrava-se em seus pés enquanto a neve pura caía sobre seus ombros; o barqueiro passava gritando para Lucy ter cuidado para não cair no rio, ela soltou um obrigada e que ficaria bem. É, realmente sua vida havia caída na dura rotina, não que fosse ruim, mas ser uma maga respeitada da guilda Fairy Tail era o que mais queria em sua vida, e ainda fazer parte do grupo mais forte de lá.

Passou longos minutos até que chegou na guilda, por puro extinto, acabou por desviar de uma mesa de madeira, que ao passar rente a sua cabeça, quebrou-se na parede próxima a entrada. Mira gritava para terem cuidado com quem chegasse, poderia machucar alguém, mas quem disse que eles ouviram? Natsu e Gray brigavam como sempre, Natsu o chamando de cueca congelada, e Gray o chamando de algodão doce; Lucy chegou a rir vendo aquela cena e esquecendo completamente de desviar as cadeiras, mesas e objetos não identificados nas quais voavam em sua direção. Um baque foi ouvido, não foi tão alto, e por incrível que pareça, acabou fazendo com que Natsu parasse suas intimidações e com a briga.

Lucy estava jogada no chão e não estava enxergando uma pessoa sequer, sua vista estava turva e suas pernas encostavam no chão gélido de madeira. Natsu correu até ela, deixando Gray sem reação e gritando para Natsu não “fugisse” da luta entre eles, mas ele notou o quanto a face do Salamander estava preocupado, então não quis chamá-lo mais uma vez.

Os passos tão rápidos do ruivo ecoou como um mendigo a procura de comida nos becos, o rosto de Lucy estava tão branca quanto uma pluma das asas de um anjo, no entanto, a testa coberta pela franja loira, escondia o resultado da batida. A área estava avermelhada e Lucy piscavarepetidamente tentando enxergar as coisas na sua frente. Tudo que viu, foi um borrão rosa e um branco, esses borrões não era ninguém mais, ninguém menos que Natsu e Lisanna, eles estavam preocupados, porém, nada era comparado ao semblante que Natsu expressava.

— Quem foi o desgraçado que jogou essa cadeira? – perguntou Natsu, em gritos histéricos que quase chegou ao ponto de deixar Lisanna surda. As veias saltaram do pescoço dele. – Vamos, respondam!

Os magos que estavam brigando um pouco afastados dali, imediatamente pararam a briga e olharam para Natsu, sem entender. A personalidade do Dragneel só chegava a ser irritado, quando mexiam com seus amigos, ou até mesmo com a guilda inteira. Ninguém soube responder, o silêncio se fez presente e ninguém ousava perguntar o havia acontecido, justamente por ver Lucy ali deitada.

— Eu... estou bem, Natsu. Calma – disse Lucy tentando levantar com ajuda de Lisanna. – Você sabe que eles são assim, e nem é a primeira vez que isso acontece. – isso fez com que Natsu suspirasse, a expressão irritadiça do ruivo se desfez, concentrando-se na face da loira, que já conseguia ver tudo nitidamente.

— Tem certeza que está tudo bem? – questiona receoso.

— Sim, Natsu, eu estou bem. – ela então sorriu.

O sorriso iluminou o lugar, e Lisanna acabou percebendo o sorriso bobo de Natsu. Ela ajudou Lucy a se levantar, e disfarçou para andar próxima ao Natsu, com esperança de sussurrar algo em seu ouvido. Lucy percebeu a aproximação suspeita da maga, era inevitável não sentir ciúme, talvez aquele ruivo fosse inocente demais para não notar a aproximação. A loira decidiu ficar quieta e observar.

Natsu olhou para trás, notando Lisanna depositar uma das mãos em sua orelha e cochichando algo que Lucy não pudera ouvir. O sangre da Heartfilia subiu, ferveu em suas veias, não era possível uma coisa dessa estar acontecendo justamente em um dia tão insignificante de frio intenso. Lisanna sorriu e olhou para Lucy. Saiu andando sem olhar para trás.

Lucy olhou para Natsu, as bochechas do ruivo estavam coradas, a loira não queria acreditar naquilo, todas aquelas reações para isso? Ainda por cima, ele não conseguia encará-la. Ela virou-se e rumou até a porta de entrada da Fairy Tail, sem nem olhar para trás.

Abriu a porta grande e gélida, mas não ouviu quando ela bateu de volta. Lucy olhou para trás e viu Natsu parado ali encarando-a com determinação, não pronunciou nada e caminhou até ela agarrando no pulso da mesma. Não soube como reagir, simplesmente o encarou, e quando virou-se pode ver o sorriso estampado em sua face.

— Luce, eu tenho um presente pra você! – exclamou Natsu, animado. – Vamos até a árvore do parque!

Ela não teve novamente uma reação, será que seria uma brincadeira como daquela vez que ele havia lhe convidado simplesmente para “usar” Virgo para cavar um buraco para encontrar o álbum de fotos constrangedoras das fadas? Se fosse, todas as expectativas foram para o ralo.

Não demorou para chegarem, o caminho foi no puro silêncio, somente eram ouvidos os passos apressados de Natsu a levando a tal árvore do parque. E por fim, chegaram. Lucy ainda estava nervosa e suas emoções estavam abaladas pelo ciúme antes sentido.

— O que é? – perguntou curiosa assim que encostou seus pés na raiz da árvore. Odiava quando Natsu resolvia fazer suspense, principalmente quando tinha uma surpresa.

Ela já tinha até acostumado com tanta surpresa que Natsu preparava, ela não esperava mais nada dele, sempre vem uma coisa que ela nunca imaginaria receber. Teve até uma vez, ela não se lembrava de quanto tempo fazia isso, que Natsu havia a presenteado com um peixe gigante, o mesmo que Happy tinha o ajudado pescar. Foi engraçado, mas frustrante.

— Feche os olhos – ele pediu, sorrindo. Lucy estranhou, mas decidiu seguir a indicação.

A loira soava frio, temendo alguma brincadeira que Natsu sempre fazia, no entanto, a única coisa que ela sentiu foi a respiração quente dele perto de si, ficou nervosa, queria abrir os olhos, claro, mas não o fez, tirou tão parada quanto uma pedra, sem mexer um músculo sequer. Sentiu os lábios quentes do ruivo contra os seus, as mãos grandes e ásperas envolvendo-a pela cintura. Não ousou abrir os olhos, pois de fato, as melhores coisas do mundo são sentidas e não vistas. Seu coração falhou uma batida, decidiu envolver-se naquele beijo, colocando as mãos na nuca dele. Esperou tanto tempo para que algo assim acontecesse que nem acreditava que estava acontecendo.

O rosto de Lucy estava mais ruborizado que de costume – e no frio então, ficava ainda pior –, o ar estava se acabando nos pulmões de ambos, estes que não queriam parar. Tão rápido, porém tão importante. Natsu não soltou a cintura de Lucy, na verdade, acabou apertando-a ainda mais não querendo soltá-la. Nenhum dos dois sabiam o que fazer depois do beijo, Lucy não conseguia encará-lo, preferiu abaixar a cabeça encarando o abdômen dele. Já Natsu, apreciava o belo rosto pálido e gélido de Lucy, repreendendo-se por não ter feito isso há tanto tempo que vieram a se conhecer. O clima era agradável, e não se pesava, talvez fosse porque Lucy e Natsu se amavam, no entanto, a própria Lucy não estava preparada para proferir tais palavras. Apesar de que ainda o ciúme e a reação que Natsu teve ao ouvir o que Lisanna tinha pra falar martelavam em sua cabeça.

Natsu abraçou Lucy carinhosamente contendo pouca força, aconchegando-se ali, sentiu o perfume adorável dela, não queria soltá-la, não queria que aquele momento acabasse. Passando um minuto ou dois, o abraço se desfez, Lucy finalmente olhou para Natsu nos olhos. As castanhas brilhantes fixadas nele faziam com que suas veias fervesse, não acreditava que demorou tanto tempo para fazer aquilo.

— Luce... eu. – começou Natsu.

As palavras se perderam em outro beijo, este que Lucy fora a causadora. Ela também não havia tido coragem de fazer isso, caso Natsu não houvesse lhe dado esse presente, talvez nunca tivesse se soltado tanto ao ponto de avançar dos lábios do ruivo. Ele apertou a cintura da loira, arrancando um sorrisinho durante o beijo.

Novamente o ar ausentou-se, e os dois se encaravam enquanto encostavam a testa um no outro. Pela primeira vez, Natsu provou que não era um homem tão inocente quanto aparentava, e Lucy, bem, Lucy se tornou ainda mais corajosa de pelo menos demonstrar o que sentia pelo companheiro de longa data. Ambos estavam completos, mas a dúvida ainda batia no coração dela.

As bochechas de Lucy inflaram, Natsu, como um bom conhecedor das expressões que Lucy fazia, tinha certeza que ela queria perguntar algo. Sim, ela queria e não sossegaria se não perguntasse.

— Sei que quer perguntar alguma coisa, então pergunte. – falou Natsu, contendo o sorriso em seus lábios, enquanto encarava o rosto espantado da loira curiosa.

— O que a Lisanna te disse pra você ficar tão envergonhado? – gaguejou. Tentou ao máximo desviar o olhar, mas conseguia vê-lo sorrir novamente pelo canto dos olhos. – Não ria! – contestou, nervosa.

— Calma, Luce. – eles não haviam se soltado, isso os forçava de olhar para o rosto do outro. – A Lisanna me disse para parar de ser covarde e vir conversar com você. Eu tinha contado pra ela que não tinha como me casar com ela, porque na verdade, a pessoa com que euquero casar é você. – isso fez ela se calar, ficou sem resposta e sequer como argumentar por alguns segundos.

— Isso... é um pedido? – Lucy disse, mas a voz alterou e a resposta veio como um sorriso.

— Entenda como quiser.

Finalmente, aquele coração que por muito tempo estava congelado por não saber que seu amor era correspondido, já estava aquecido. Natsu nunca fora somente um companheiro do mesmo time, ou um dos magos mais fortes da Fairy Tail, e sim, era o amor em que toda sua vida procurava. Ele era o único fogo que poderia descongelar seu coração petrificado pelo gelo da solidão, este que fora selado pelo amor não recebido de seu pai. Agora, nada disso importava mais, pois recebeu o melhor dos presentes de aniversário que alguém poderia ter receber. Um abraço e mais um beijo foram trocados. Com certeza, os magos teriam uma novidade, na qual nunca imaginariam receberem.

— Feliz aniversário, Luce.

Natsu era o calor que Lucy precisava, no final das contas.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, peço-lhes que comentem, demorei um pouco pra escrever, sério. ♥

Até a próxima, muchachos! ↕