O príncipe, a cientista e o plebeu escrita por Vanessa Sakata


Capítulo 1
Aguentando o mal necessário


Notas iniciais do capítulo

Depois das aventuras em Namekusei, a vida de Bulma deu uma senhora reviravolta, principalmente com um saiyajin em casa. Pobrezinha... Infernizada pelo Vegeta. Será que o saiyajin é tão necessário assim pra enfrentar os androides?



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Confusão.

Essa era a palavra que melhor definia a situação da mente de Bulma nos últimos meses. Era o espaço de tempo que havia se passado desde a aparição daquele misterioso jovem de cabelo lilás, que afirmava ter vindo do futuro para avisar que, num espaço de três anos, surgiriam androides extremamente poderosos. Desde então a turma se separou a fim de se preparar para a chegada deles.

A partir dali sua vida começava a virar de cabeça para baixo.

A brilhante, genial e destemida Bulma, a jovem aventureira intrépida de cabelos azuis que fora até para o espaço estava presa... Presa num laboratório para consertar mini-robôs para um guerreiro alienígena lunático.

Seu humor não poderia estar pior... Ou poderia?

Sim, poderia!

A porta do laboratório se abriu de supetão e Bulma logo fechou ainda mais a cara. Já sabia quem acabara de entrar.

― Você não sabe bater na porta antes de entrar, Vegeta?

― Entro como quiser. – ele disse enquanto largava um monte de sucata no chão.

― Ah, mais robôs... – ela suspirou desanimada.

― Ao contrário, menos robôs para eu treinar. Já terminou os outros?

― Só falta este e vai demorar um pouco pra acabar. Foi o que ficou mais avariado.

― Não tenho todo o tempo do mundo, anda logo!

Bulma tentou ignorá-lo e continuar o conserto. Tática difícil de funcionar, quando se tinha um alienígena que ficava por perto e a pressionava com sua presença intimidadora.

― Vocês, terráqueos, são um bando de molengas! – ele resmungou. – Vamos, não tenho tempo a perder! Deixa de enrolação!

― Não enche, Vegeta! Ainda vou levar meia hora pra terminar.

― E você pensa que vou ficar aqui feito um idiota pra esperar por meia hora?

― É claro que sim – ela respondeu com uma dose de ironia. – Não termino antes disso.

Vegeta bufou:

― Além de irritante, é muito enrolada... Eu mereço!

A cientista se levantou da cadeira já apontando o dedo em riste para o saiyajin:

― Escuta aqui, seu saiyajin lunático! Não fica pensando que aqui você pode fazer o que quiser! Lembra bem... Você está na minha casa, embaixo do meu teto, vivendo às minhas custas!

― E...? – Vegeta não se deixou abalar, antes abriu um sorrisinho sarcástico para provocar.

― E QUEM MANDA AQUI SOU EU!!!

― Não me faça rir... – ele sustentou seu sorriso debochado. – Você, querendo mandar em mim? Que piada!

Bulma já não aguentava mais aquela cara de cínico do saiyajin e, para completar, estava na TPM, onde seus hormônios ficavam em total desordem e alteravam o seu humor, que ultimamente já não era dos melhores. Não pensou duas vezes e arremessou uma chave Phillips contra ele. Obviamente o objeto não o atingiu, ele simplesmente se esquivou.

Mas a chave conseguiu fazer outra vítima...

― AAI!! Ô Bulma, que é isso?? – Yamcha disse levando as mãos à cabeça.

Vegeta se divertia com a cena. A terráquea neurótica havia acertado o verme – a quem ela chamava de namorado – que havia entrado naquele instante. “Um casal patético”, ele pensava.

― Ai, Yamcha, me desculpa! – ela foi acudi-lo. – Não era a minha intenção...

― Poxa, Bulma... Você tá uma pilha ultimamente! Não acha melhor tirar uma folguinha?

― Cada dia parado – atalhou Vegeta. – é um dia desperdiçado. Vocês, terráqueos, além de tudo, são relaxados mesmo sabendo desses androides. E eu quero esses mini-robôs! Pode ser ou tá difícil?

― Pega esses dois por enquanto, já que tá com tanta pressa!

― Você sabe muito bem que eu treino com três mini-robôs... E é com três que quero treinar, não dois!

― Se vira com esses dois mesmo, apressadinho!

― Mas eu quero três, e já! Eles fazem parte da minha estratégia de treinamento!

― Então cria uma estratégia pra dois... “Senhor estrategista”! Só de pirraça, vou deixar pra consertar o outro robô depois do meu lanche!

Ela fez uma expressão de puro deboche, empinou o nariz e, junto com Yamcha, saiu do laboratório se sentindo vitoriosa. Já Vegeta... Ficou furioso, mas apenas resmungou:

― Mulher insolente...!

A voz dela ecoou lá da cozinha:

― Eu ouvi, Vegeta!

 

*

 

― Que sujeito chato! – Yamcha disse. – Se eu pudesse já teria despachado esse saiyajin xarope pro outro mundo!

Ele e Bulma estavam na cozinha, onde cada um comia um sanduíche e bebia um suco de laranja. Ambos estavam famintos; ele, por conta do treinamento que fazia e ela, por conta do trabalho de manutenção dos mini-robôs e do estresse de suportar o saiyajin que vivia sob seu teto.

― E a cabeça? – ela perguntou. – Parou de doer da pancada?

― Um pouco. Acho que não demora muito pra passar. Aquela chave sua é um bocado pesada, não acha?

A cientista bufou:

― Se aquele lunático não tivesse um reflexo tão bom... Ah, eu teria acertado aquela cabeça dura dele com certeza! Acha que pode mandar em mim!

― Claro... Fica enchendo a boca pra ficar o tempo todo se gabando de ser um príncipe saiyajin, e acha que pode mandar em tudo e em todos! É uma pena precisar da ajuda desse sujeito.

Yamcha terminou de comer o sanduíche e bebeu o resto de suco que ainda tinha no copo. Depois disso, prosseguiu:

― Mas será que realmente precisamos dele pra enfrentar os tais androides? O Goku é um Super Saiyajin... Pra que ele precisaria da ajuda do Vegeta?

― Bom... – Bulma estava pensativa. – Segundo o Piccolo, aquele garoto do futuro disse que os androides eram bem mais fortes que Freeza.

― Mas você viu, como todos nós, que o garoto do futuro era capaz de se transformar em Super Saiyajin igual ao Goku... E ele fez picadinho do Freeza em poucos minutos!

― Pode ser... Mas, pelo jeito, nem ele conseguiu derrotar os androides. Além disso, na linha de tempo dele todos vocês morreram nas mãos deles.

― Sim, isso eu sei, Bulma... Só que ainda não entra na minha cabeça a presença do Vegeta aqui.

― O Piccolo disse que ele é um “mal necessário”.

― “Mal necessário”?

― É. Apesar de não valer nada, ele é forte. Se o garoto do futuro não tiver exagerado, então os androides devem ser muito fortes e é preciso ter os guerreiros mais fortes para derrotá-los. Não estou certa?

― Bom, pode ser... Acho que tem razão. Creio que a gente sobrevive até lá aturando o Vegeta.

― É... – ela revirou os olhos azuis. – Aguentando o “mal necessário”...

― Mudando de assunto, vamos falar de coisas boas. Tem alguma coisa pra fazer hoje à noite?

― Não, e você?

― Também não.

― Bom... Eu aluguei uns filmes, do jeito que você gosta. De ação. Que tal a gente assistir?

― Claro! E depois... Bem... Te beijaria igual o mocinho faz com a mocinha no final!

― Hmmm, assanhado...! – ela disse em tom de brincadeira e deu um selinho nele.

“Ah, mas eu sou mesmo um cara de sorte...!”, Yamcha pensou e deu um sorriso. As coisas pareciam entrar nos eixos de novo no que se referia ao seu namoro com Bulma. Isso, mesmo depois do episódio da explosão da câmara de gravidade da nave Cápsula 3, em que ela correu como doida para acudir Vegeta.

E depois do incidente Yamcha tivera uma rara crise de ciúmes, o que causou uma discussão entre o casal. No entanto, depois disso e com a cabeça mais fria, percebeu que tudo não passava de uma paranoia inventada pela sua cabeça. Depois acabaram se acertando e as coisas começaram a se encaixar de novo.

Tudo voltaria ao normal depois de algum tempo, ele pensava. E já sonhava formar uma família com ela.


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Notas finais do capítulo

Aí está o primeiro capítulo da fanfic. Estou tentando fazer uma história tão interessante quanto outras que eu li aqui no Nyah e em outros sites. Espero que continuem acompanhando esta fanfic e que se divirtam com ela. Até o próximo capítulo!