Não me peça pra voltar escrita por Laura Castro


Capítulo 3
Capitulo 3


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem e comentem.



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Eu não sabia o que fazer, na verdade eu não sei o que pensar. Como ele teve coragem? Safado, filho da puta.Estamos noivos, falta 4 meses para o casamento. E ele me trai? com minha amiga? na minha cama? com meus lenções?

O que diabos eu falo agora?

Eu estou em choque, eu estou transtornada, não sinto nada e sinto tudo. O pacote de comida caiu no chão, e um grito de surpresa ou de orgasmo saiu da boca de Lidia, vulgo vadia e pirralha traidora;

Dave me laçou um olhar assustado, e rapidamente se levantou e começou a procurar sua roupa, ele abria e fechava a boca, tentando formular uma desculpa fachuta para me dar. Lidia também tratou de se levantar foi se vestir. Rapidamente passou por mim, murmurando milhares de desculpas, e Dave, vulgo cretio meu noivo/ex noivo, ficou me olhando, com uma carinha de arrependido, passando as mãos no cabelo visivelmente nervoso.

Foi então que a ficha caiu, o véu que cobria meus olhos caiu, e meu mundo ficou de cabeça pra baixo, foi então que eu senti as lágrimas no meu rosto. Porque eu tinha que chorar? Lagrimas traídoras!

E quando meu mundo caiu eu percebi porque ele não me queria, porque andava afastado, grosso e ríspido comigo, o cretino, ordinário, galinha, filho de uma puta estava me traindo com a pirralha da sua estagiaria, que por sinal era uma das minhas amigas. Vamos nos casar daqui a à 4 meses. Inacreditável!

– Me desculpe, Emma, pelo amor de Deus, me perdoe. Eu posso explicar, vamos conversar, vem senta aqui. - Ele falou, e eu o olhei, e o que eu senti foi só desprezo, nojo, tristeza, e o pior. Eu não via mais o meu Dave.

– Cale a boca - sibilei

– Não Ems, Vamos conversar, venha senta! - ele disse andando até a mim com a mão esticada na intenção de me tocar. Eu a olhei e tudo que senti foi nojo, olhei a cama, com meus caros lenções egípcios.

Como disse estou em choque, e só percebi que ele estava muito perto, quando senti suas mãos limpando as lágrimas em meu rosto, lágrimas que ele mesmo causou. Com as mesmas mãos que um dia eu segurei como forma de segurança, mãos essas que eu nem quero imaginar onde estava, logo me afastei de seu toque.

Limpei minhas lágrimas, e só percebi o que tinha feito quando vi seu rosto vermelho com o sinal de meus dedos. Achei certo. Relaxei um pouco, não sabia que bater na cara de alguém aliviava tanto.

– Vamos conversa Emma, você já me bateu. Agora me escute!

– Sim, vamos conversar! - eu gritei, dando outro tapa em sua face.

Rapidamente estava em meu closet, malas. Sim, malas. Eu vou viajar, preciso de malas, roupas, sapatos, preciso sair daqui, e de perto desse traídor. Oh Meu Deus! Peguei minhas malas e as levei para a cama, Dave continuava do mesmo jeito, com a mão na rosto vermelho. Ele achou que eu ia ficar com dó? Arrependida de dar uns belos tapas em sua cara? Coitado. Deveria bater mais. Continuei a arrumar minhas roupas e sapatos, e ele continuava lá, segurando seu rosto.

Na minha cabeça não saia a imagem de Dave e Lidia, em posições que Dave nunca fizera comigo, á quanto tempo será que eles estão tendo um caso? E aquela posição? Deus! Como eu sou idiota e não percebi. Deveria ter ouvido Alisson. Lidia não presta, maldita pirralha vadia.

– Me Desculpe Ems, me desculpe. - murmurou

– Eu vou embora. - falei firme - Depois eu pego minhas outras coisas.

– Não Ems, fica. Vamos conversar, a gente vai se casar poxa, não podemos terminar assim.

E Agora o cretino se lembra que vai se casar? Depois de dormi com a minha amiga, sei lá á quando tempo. Eu devo ter cara de idiota pra ele achar que vou dar papo pra seus esfarrapados pedidos de desculpa.

– Então agora você se lembrou que vai se casar? - falei irônica.

– Eu nunca esqueci amor, eu te amo. - ri.

Na verdade eu gargalhei, não uma risada de verdade, sim uma risada amarga, cheia de dor. Faltava 4 meses para nosso casamento, e ele me traindo com minha amiga, na minha cama, e ainda vem com cara de pau pra falar que me ama.

Achei que não poderia ficar com mais raiva, até escutar um grito e me surpreender, o grito era meu. Minha visão ficou vermelha, e eu pensei em vários jeito de matar Dave e Lidia, mas decidi que terminar de arrumar minhas malas era mais importante.

Eu achei que ele iria continuar de pé no mesmo lugar, abrindo e fechando a boca, até ver uma mão tirando minhas roupas da mala, dei um tapa que considero forte em sua mão, e fui em direção ao banheiro arrumar uma necesserie.

–Eu sou homem porra, ela me seduziu. Você não pode me deixar! - Gritou.

Eu ri, novamente. Quando foi que eu joguei pedra na cruz?

Ele é homem? Oh, grande coisa!

– Ela me seduz... - não o deixei terminar de falar, pois comecei a jogar vários cabides em sua direção. Será que cabides dói? Dave se encolheu, e se agachou tentando se defender. Eles sempre conversavam muito, Dave e Lidia. Sempre que saíamos, ou fazíamos alguma reunião em casa, eles conversavam. Achava que era assuntos da empresa, pois trabalhavam juntos, mas eles também fodiam juntos. Quanto tempo?

– Há quanto tempo? - eu perguntei mais calma, terminando de guardar meus sapatos

– O que? - perguntou

– Vocês dois, há quanto tempo estão tendo um caso?

– Não sei do que está falando querida, foi a primeira vez.

– Quantas vezes eu dormi em lenções sujo ? - eu perguntei, temendo a resposta

– foi a primeira vez, amor. - Ele respondeu, se sentando na cama.Então eu parei, e o olhei fixamente nos olhos pela primeira vez desde a lastimável cena que se fixou em minha mente.

– Desde quando? - perguntei entredentes - Há quanto tempo Dave?

– Não sei, seis meses - ele respondeu respirando fundo - seis meses porra! Satisfeita?

– Seis meses - eu sibilei, preferia não ter perguntando.

Faz seis meses que estou sendo traída, seis meses que meu noivo e minha amiga estão me traindo, seis meses que faço papel de idiota, seis meses que durmo em lenções sujos, seis meses que... porra!

Fechei minhas malas, e sai em disparada para fora daquele apartamento, as ultimas palavras de Dave ainda zuniam em minha cabeça, a cena dos dois passava como um filme em minha mente.

Eu nunca pensei que ia passar por uma situação dessas, mas quando tinha meus 19 anos, nunca imaginei que iria ser noiva. Ou, ex noiva.Quando conheci Dave, eu tinha acabo com um quase relacionamento perturbado, digo quase relacionamento, porque não chegou nem a ser um namoro, foram só encontros (encontros que valiam a pena). E foi impossível não me encantar com Dave, e com seu rosto de anjo e sorriso malicioso. Me apaixonei e ele também se mostrou apaixonado por mim, na época até mais que eu, pois no começo eu ignorava suas ligações, para sair pra beber com os meus antigos vizinhos: Jack, Aiden e Claire. Algumas ocasiões eu o recusei para sair com eles. Olhando em retrospectiva eu sabia que o via e ele era meu destino, meu futuro.

– Tudo bem Emma? - Theo o vizinho gostoso que não sabe usar camisa perguntou

– Sim - murmurei - tudo bem.

Entrei no elevador, me encostei na parede e escorri até o chão, segurando minha cabeça entre as mãos, as cenas não saiam da minha cabeça, seis meses? Deus! Não foi uma vez, ou uma semana, ou um mês, foram seis meses. Será que quando ele falava que ia sair com seu irmão, Ethan, ele saia com ela?

Ethan, irmão de Dave, era um cara estranho, muito bonito e parecido com Dave, mas estranho. Sempre que me via, ele parecia se encolher, e quando eu fazia-lhe uma pergunta ele gaguejava e saia rapidamente de perto de mim, nunca o entendi. Uma vez, na verdade dois meses atras, eu tentei fazer Ethan e Lidia saírem juntos, não deu certo, agora eu sei o porque.

Será que Ethan sabia do caso que o irmão dele tinha? Quem sabia?

Dentro do meu carro, olhei o celular 18:30 do dia 14 de novembro, eu esperei Dave aparecer correndo, me pedindo perdão, se jogando na frente do carro, impedindo minha saída do prédio, como eu sou iludida, olhei de novo no celular 18:45, esperei por quinze minutos, esperei uma ligação, qualquer coisa, nada! Eu não sabia que eu era tão iludida assim. Melhor. Eu não sabia que tinha me transformado em uma pessoa tão iludida assim.

Eu não queria ir mais para Road Island, na verdade eu queria me deitar e não me levantar mais. Mas minha cama, era a cama de Dave. E eu posso ter me transformado em uma mulher iludida, ou pode ser as circunstancias que me rodeiam, mas naquela cama eu não me deito mais. Oras, eu tenho meu orgulho. Coitado dos meus caros lenções egípcios.

Desculpe por estar parecendo ser uma pessoa frívola, mas estou muito confusa. Dentro de instantes estarei chorando de novo, ainda estou em estado de choque, acho eu.

Parei no sinal vermelho, limpando minha lagrimas. Para onde eu iria? Meu antigo apartamento no Brooklyn? Chorar no colo de Cloe? Sempre que coisas ruins acontecem comigo eu corro para o colo de Cloe, ela não é muito mais velha que eu, apenas 3 anos, mas sempre me aninha em seus braços, e me ajuda ver um novo começo, mas desta vez eu não vou poder ir para minha querida irmã. Não aguentaria ter que contar pra ela o que aconteceu, e tenho medo de descobrir que ela ou Thomas seu marido já saiba do que aconteceu, ou sempre soube do caso de Dave, pois Thomas e Dave sempre foram amigos.

Então eu decidi, ia voltar para meu antigo apartamento, meu pequeno e confortável apartamento, onde poderia fugir do mundo. Passei rapidamente em uma loja qualquer para comprar meus suplementos. Sorvete, chocolate e vodca. Quando olhei no rosto do atendente, um rapaz com cerca de vinte anos, com algumas espinhas no rosto me perguntei: ele sabe que eu fui traída? Difícil, parecia que todos daquele pequeno local sabiam do que aconteceu a uma hora mais cedo. Dirigi de Manhattan até Brooklyn, chegando ao meu destino final, lar doce lar, minha antiga nova casa.


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