– MEU DEUS! ESTAMOS ATRASADAS! FALTAM SOMENTE 10 MINUTOS! - acordava, com Erza gritando. Que escandalosa. Devem faltar uns 20 minutos ainda. Nunca ficamos atrasadas...
Voltei a "meio dormir", por que não dava com Erza gritando.
Pude ouvir Erza se acalmando e voltando pra cama. O que estava acontecendo? Eu estudo em um hospício agora?
Levy falava com Erza, e se virou pra mim.

– Vai voltar a dormir também? - me perguntou Levy, e fiz "sim" com a cabeça, fechando os olhos, dormindo de novo.

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– Ei... Acordem, folgadas! - ouvi Levy gritando. Mas não aguentei e caí no sono de novo... Sim, era difícil de me acordar.

Pude sentir alguém me cutucando. Era Levy. Se fosse Erza ela logo me empurraria da cama. Não conseguia acordar... Era muita preguiça.

– Só mais cinco minutinhos... - pedi a Levy.
Levy parou de me cutucar, e ouvi Erza rindo.

– Deixa que eu acordo ela, já estou acostumada com essa vaca aqui. - falou Erza. Ah, não! Ela não vai me empurrar. "Não me empurra!Não me empurra!Não me empurra!" pedia, em pensamento.

Só que não deu muito certo. Logo sinto alguém me empurrando, e eu caio no chão. Aquela vadia ruiva... A fuzilei com o olhar.

– ERZA SUA VACA RUIVA! VOU TE CAÇAR ATÉ O INFERNO E TE ESQUARTEJAR! - gritei, enquanto ela andava até o banheiro. Droga! Vai ter volta!
Estava ainda no chão, quando percebo Levy rindo muito. Aquela baixinha também abusou!

– SUA BAIXINHA! VOCÊ TAMBÉM AJUDOU ELA NÉ? TRAÍRA! - gritava, partindo pra cima de Levy.

– N-Não, Lu-chan! Eu te ajudei a acordar na hora certa! - falou Levy, se defendendo.
Olhei pra ela, que estava assustada do que eu podia fazer.

– Essa eu deixo passar! - disse, brincando. Ela riu e nós começamos a rir.
Estava arrumando minhas coisas, quando percebi que não iríamos ter a primeira aula. Compreendi o que Erza estava gritando que nem louca mais cedo, e que voltou a dormir logo depois. Ainda bem que não iríamos ter a primeira aula. Estaríamos muito atrasadas.
Olho pra Levy, e a vejo suspirando, com os olhos brilhando. Ela havia acordado mais cedo. O que havia acontecido com ela? Levy estava suspirando por alguém... Huuum... Sorri maliciosamente e andei até ela.

– Leeevy! Quem é o sortudo? Aposto que é o Gajeel, né? - disse rindo maliciosamente.
Ela corou e olhou pra mim.

– C-Claro que não, Lucy! D-Da onde tirou isso? - perguntou ela, tentando disfarçar colocando um livro na sua cara. Hahaha, ela estava apaixonada.

– Ok, não precisa me contar agora... Mas você menti muito mal, hein? - provoquei, rindo.
Erza saiu do banho, com o uniforme. Fuzilei ela com o olhar, de brincadeira.

– Este é o único jeito de te acordar. Ou era isso ou você chegaria atrasada. Bom, já vou indo gente... - disse ela, rindo pra mim. Ri também, e acenei.

– Ok, já já estamos indo... - disse Levy, lendo. Ela ainda estava corada. Ri silenciosamente, e fui tomar banho.
Tomei banho e coloquei o uniforme. Levy já havia tirado a roupa que estava e colocado o uniforme também. Iria começar a segunda aula daqui uns 20 minutos.

– Levy, já vou ir descendo, ok? - falei pra ela, que assentiu.

– Daqui a pouco eu vou. Preciso organizar umas coisas aqui primeiro. - disse ela, arrumando umas coisas em sua mochila. Sai do quarto e fui até o patio. Pude ver Erza e Jellal conversando longe dali. Não queria atrapalhar os dois, então fui andando até a biblioteca, encontrar algo pra ler ou pra fazer.
Estava andando até lá, e nem dei dez passos quando Lisanna aparece na minha frente.

– Olá, Heartphillia. - disse a albina, sorrindo sarcasticamente. Bufei, entediada.

– O que você quer, albina? - perguntei a ela, que sorriu mais ainda. Ela estava com um jornal antigo na mão.

– Nada de importante. Só queria lembrá-la de seu passado... - ela ia dizendo, quando me deu um calafrio. O que ela quis dizer com aquilo? Pessoas iam se aproximando da gente, vendo o que estava acontecendo.

– O-O que? - perguntei, assustada.
Lisanna ergueu o jornal na minha frente, me mostrando. Era um jornal antigo, da época em que meus pais haviam morrido... Engoli seco e li. Estava escrito tudo o que havia acontecido na minha cidade. Que havia pegado fogo, e muita gente morreu. Continuei a ler até uma parte que falava de mim. Arregalei os olhos, e lágrimas começaram a cair. Eu estava tremendo, desesperada.
"Quando fomos investigar mais do incêndio, pessoas que estavam em volta começaram a dizer algo interessante. Pessoas que haviam saído a salvas do incêndio haviam visto Jude e Layla Heartphillia morrerem. Lucy Heartphillia, filha deles, uns dizem que ela os colocou na frente, pra se salvar. Já outros dizem que, os pais protegeram a filha. Qual será a verdade? As pessoas disseram também que não a ajudaram ali pois estavam em pânico. Isso sim é aterrori..." isso falava no jornal. Parei de ler no final. Eu não havia matado meus pais! Como podiam dizer isso? Eu NUNCA faria isso! Nunca! Por que...

– Lucy! O que aconteceu? - gritava Erza, empurrando as pessoas em sua direção e vindo até minha direção. Eu estava tremendo muito pra falar. Não conseguia parar de chorar.
Erza me abraçou, preocupada. Olhou para o que Lisanna havia me mostrado, e arregalou os olhos.

– Me dá isso aqui, sua idiota! - gritou Erza, pegando o jornal da mão de Lisanna, que ria.

– Foi tudo culpa sua, Lucy... Você foi a culpada de ter matado seus pais... - dizia Lisanna, com um sorriso sarcástico.
Não aguentei mais. Ao ouvir aquilo, corri o mais rápido que pude. Onde ela havia encontrado aquilo? Meu passado era meu ponto fraco. Nunca conseguia esquecê-lo. E Lisanna ajudou muito com isso.
Continuei correndo. Só queria um lugar sem ninguém para poder chorar. Fui até atrás da escola. Havia um pequeno lugar lá atrás que era realmente um lugar para as pessoas ficarem sozinhas.
Estava correndo e chorando, e não via muito o que estava em minha frente. Tropecei e cai em alguém.
Olhei pra ver quem era, e era Natsu.

– Lucy? - perguntou ele. o abracei, não sei por que. Eu estava precisando de um abraço. E o dele de alguma forma me consolou. Ele correspondeu o abraço, o que me fez sentir melhor ainda.

– O que foi que aconteceu? - perguntou ele, preocupado. Fiquei surpresa que ele estava preocupado.
Me separei do abraço dele, pedindo desculpas por ter o abraçado. Sentei-me no chão, limpando as lágrimas.

– Quer que eu pegue uma água pra você? - perguntou ele. Fiz que não com a cabeça.

– Não precisa se preocupar... - disse, olhando pra ele, que desviou o olhar.

– Não estou preocupado. - disse Natsu, fingindo, meio corado. não conhecia esse lado dele. - Posso saber por que está assim? - perguntou ele.

– Não disse que não estava preocupado? - perguntei, meio sorrindo.

– Só estou perguntando por educação. - respondeu ele, sentando ao meu lado.
Sorri um pouco. Suspirei e contei a ele meu passado, e o que havia acontecido. Ele ficou surpreso.

– Eu não matei meus pais... Eu juro! Eu juro! - disse, e as lágrimas começaram a cair de novo. Natsu me puxou e me abraçou, me consolando.
Fiquei surpresa. Não era o Natsu que havia conhecido um dia atrás. Ficamos alguns minutos abraçados. Até que lembrei que a segunda aula iria começar.

– Vamos chegar atrasados, a segunda aula já vai começar. - disse, me soltando do abraço.
Natsu me ajudou a levantar, e, antes de sai, perguntei uma coisa.

– Natsu, o que estava fazendo aqui? - perguntei, fazendo ele parar de andar e olhar pra mim. Ele apontou pra cima. Olhei, e vi uma casa na árvore.

– Eu componho músicas lá. Quando quero ficar sozinho... - explicou ele. - Agora, vamos. - disse ele.

– Er.. Natsu? - chamei ele, querendo perguntar outra coisa.

– O que foi? - perguntou ele, andando na minha frente, sem olhar pra mim.

– Desculpa mas... - comecei a falar. - Por que fica com a Lisanna? Na boa, antes eu achava que vocês combinavam... Mas você até parece diferente hoje. - perguntei. Ele parou e olhou pra mim, sério.

Por que? está gostando de mim? - perguntou ele, com um sorriso malicioso. Sabia que aquele Natsu naão ia durar muito tempo...

– Claro que não! Idiota... - respondi. Ele riu e respondeu a minha pergunta.

– Bom, na verdade eu não namoro ela. Ela que fica correndo atrás de mim. - respondeu ele, virando-se e voltando a andar em direção a sala.

– O-Obrigada... - sussurrei pra ele. Que virou pra mim sem entender.

– Que? - perguntou Natsu.

– Obrigada! - disse mais alto.

– Por que? - perguntou ele.

– Por que me consolou... - respondi, corando. Estava corando? Ai meu Deus!
Natsu respondeu dando um sorriso enorme pra mim. Era um sorriso verdadeiro, não daqueles sarcásticos que ele dava. Corei mais ainda.

– Vamos logo, antes que chegamos atrasados. - disse ele pegando na minha mão e me puxando, correndo até a sala.

CONTÍNUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO!