Bring Me Back To Reality. escrita por Elizabeth Watson


Capítulo 8
Capítulo 8: Do Outro Lado Do Condado.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente. Sei que demorei, mas vocês conhecem meu ritmo, não? Embora esse capítulo tenha ficado um pouco curto, há muita merda acontecendo, porque sou eu que escrevo, né gente? Temos até a primeira briga de SarOliver! (que bosta de junção de nomes.) IMPORTANTE: estou pensando em fazer um capítulo extra, com um pedaço da vida do Ollie, antes dos pais deles se mandarem. O que acham? Me digam o que acham. Último capítulo pra quem não se lembra: http://fanfiction.com.br/historia/519261/Bring_Me_Back_To_Reality/capitulo/8/



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O chiado parou e o chamado caiu na portaria.

– Alô? – o porteiro disse.

– É... – Oliver tentou dizer. – O elevador. Ele parou.

– Já vamos resolver isso.

– Tudo bem, obrigado.

– Como ele fez isso? – perguntei assustada.

– Não faço a mínima ideia.

– Ele pode ter hackeado o sistema de telefonia.

– Sim, pode. Mas o que ele quis dizer agora?

– Eu não sei. É muito estranho.

Outro solavanco e o elevador começou a descer normalmente. Quando chegamos ao térreo o porteiro nos olhou desentendido.

– O elevador não havia parado?

– Sim...? – eu disse.

– Por acaso vocês não esbarraram no botão de emergência acidentalmente?

Eu havia entendido o que ele queria dizer. “Por acaso vocês não estavam se pegando no elevador e acabaram esbarrando no botão?”

– Não. – Oliver disse.

– Hm, que estranho. Bem, vamos verificar pra não acontecer de novo.

– Tudo bem, tchau.

– Tchau.

A picape estava parada na rua. Oliver a abriu e nós entramos. Liguei o rádio e estava tocando a versão de Hurt do 2Cellos. Afivelei o cinto e recostei a cabeça no banco, fechando os olhos.

– Que estação é essa? – Oliver perguntou.

– Não sei, mas deixa tocar, por favor.

– Tudo bem.

Ouvi o som caloroso do motor sendo ligado. Respirei fundo e senti um cheiro estranho. Um cheiro de queimado, de cinzas... Cigarros.

Abri os olhos e esquadrinhei o painel do carro. Vi um pequeno cinzeiro e o abri. Estava cheio de cinzas.

Oliver olhou-me pelo retrovisor.

– Olha eu posso explicar... – começou.

– Você jurou que ia parar de fumar! – gritei.

– Eu sei disso!

– E por que continua fumando?!

– Não faço isso sempre, tá legal?! E recomecei a pouco tempo, não estou mentindo há muito tempo.

– E você acha que de alguma maneira isso me deixa menos brava?!

– Mas que merda, Sarah! Só fumei uma vez e estou sem fumar a meses! Dá um tempo! Você não é a única que está estressada!

Virei a cara, olhando pela janela.

– Ah, por favor, não faça essa cara!

Não respondi.

O ouvi bufar. Ele aumentou o som e mudou de estação, colocando em The Trooper Overture e deixando-o muito alto. Provavelmente não queria mais conversar. Bem, nem eu queria.

Ele parou em frente ao apartamento de Helena e abaixou o volume.

– Que horas quer que eu te busque? – perguntou.

– Eu te mando uma mensagem. Tchau.

– Tchau. – se inclinou para me beijar, mas eu me virei e saí, batendo a porta com força.

Ele abriu a janela e gritou.

– Bata a porta da geladeira, mas não da porra do meu carro!

Entrei no prédio e subi pelas as escadas, pois o elevador estava quebrado. Bati na porta com raiva e Laila atendeu.

– Ei, o que foi coisa brava?

– Nada.

– Você brigou com o Oliver, não é?

Entrei e tirei meu casaco, colocando-o no cabide.

– Por que acha isso? – me atirei no sofá.

Helena entrou na sala. Ela ainda estava de camisola. Uma camisola de seda vermelha bem sexy.

– Porque deu pra ouvir ele gritando daqui e, cara, não bate a porta do carro, né? – disse.

– Ele fumou de novo. Ele me jurou que não fumaria de novo e fumou!

– Você está quase matando o coitado por causa de cigarros?! – ela me perguntou indignada.

– Você se lembra muito bem como ele quase morreu por causa dessa merda! – eu disse quase gritando.

– E você quase morreu por abrir os pulsos e quando fez isso de novo pra ir naquela merda de clínica ele não te disse nada. – Laila interviu.

Revezei meu olhar entre ela e Helena. Eu não tinha resposta para aquilo.

Bufei e baguncei o cabelo.

– Eu fui uma vaca com ele, não é?

– Uma vaca? – Laila subiu a voz. – Você foi o gado inteiro!

Helena bateu com a almofada na cabeça azul turquesa de Laila.

– Ai! Que foi?!

Helena só a olhou brava. Muito brava.

– Ahh tá. Desculpa Sarah, não quis dizer isso.

– Tudo bem Laila, você está certa.

Senti meu celular vibrar no meu bolso. Era Oliver.

– Oi? – perguntei já mais calma.

– É, acho melhor você vir pra casa. – ele parecia nervoso.

– Por quê?

– Acho melhor você ver por si mesma... Posso ir te buscar?

– Pode, pode sim. Tchau, beijo.

– Tchau.

Ele desligou.

– O que foi? – Helena perguntou-me.

– Ele disse que era melhor eu voltar pra casa, que eu tinha que ver uma coisa.

– Por quê?

– Não sei. Ele tá vindo me buscar.

– Vai ver ele quer conversar com você direito.

– Não. Ele estava nervoso. Mais nervoso que antes. Aconteceu alguma coisa.

– Quer comer alguma coisa antes dele chegar? Aposto que você não comeu nada.

– Como você sabe Lena?

– Eu te conheço, Sarah. Sei que você nunca come quando a gente pede.

– Blasfêmia! Mas eu não comi mesmo. O que tem?

– Lasanha ao molho branco.

– Você disse lasanha?!

Ela riu.

– Tá no forno, é só pegar.

Fui para a cozinha e me servi com um pedaço pequeno. Eu não comia muito. Mesmo quando era Oliver cozinhando eu comia muito pouco. O suficiente para não desmaiar.

Pude ouvir alguém batendo na porta.

– Oi Helena. – ouvi a voz rouca de Oliver. – Cadê a Sarah?

– Na cozinha, comendo. Quer também?

– Não, eu já comi. Vou até lá.

– Oliver, espera. – depois disso não ouvi nada mais que sussurros.

Meu namorado entrou na cozinha. Evitei olhá-lo nos olhos, fingindo estar muito concentrada na comida. Eu estava com vergonha.

– Amore mio? – ele disse suavemente. Creio que a raiva havia passado.

– Hm? – resmunguei enquanto comia.

– Vamos?

Fiz sinal para que ele esperasse. Dei uma última garfada na lasanha e limpei a boca no guardanapo.

– Vamos.

Fomos até a sala e nos despedimos. Helena e Laila estavam de mãos dadas. Olhei-as por um momento estranhando um pouco então Oliver me puxou gentilmente pela mão e saímos do apartamento.

– Oliver, o que aconteceu?

– Não tem como eu te explicar. Você vai ter que ver.

– Você ainda está bravo comigo?

– Não. E você? Ainda quer arrancar minha traqueia?

– Não. Desculpa por aquilo, tá?

– Tudo bem.

– Não, sério.

– Tudo bem Sarah.

– Você está me chamando pelo nome, então não está tão bem assim.

– Nós falamos sobre isso depois, mas agora nós temos que ir pra casa.

– Por quê?

Ele suspirou parecendo irritado.

– Lembra-se da mensagem hoje cedo?

– Sim.

– Então, acho que era um aviso. Alguém entrou em casa. O apartamento está todo revirado. Quebraram seu violão, rasgaram meus livros, arrancaram minha barra de ferro do batente da porta e está tudo uma bagunça. Preciso da sua ajuda pra ver o que levaram.

– Como ele está passando desse jeito?!

– Não é ele.

– Como é?!

– Não é ele que está saindo e entrando. A escolta está na entrada desde que acordamos e não viram ninguém suspeito, principalmente um cara de 1, 85 de altura.

– Então quem é?

– Ninguém sabe.

Olhei pela janela e bufei tentando reprimir o desejo de socar o painel. Não iria deixar Oliver irritado de novo por causa do carro.

Quando chegamos os carros de polícia estavam parados em frente ao prédio. Curiosos e mais curiosos se esmagavam, tentando descobrir o que aconteceu. “É aquele casal de adolescentes de novo. Será que eles não param de se meter em confusão?” Pude ouvir alguém dizer.

Como se nós perseguíssemos esse tipo de coisa. Na verdade, esse tipo de coisa era que perseguia a gente. Há quase um ano.

Nossa passagem foi consentida e entramos, subindo pela escadaria. Quando entrei em casa não pude conter o choque. Tudo havia sido completamente revirado. A comida havia sido jogada do fogão, as almofadas haviam ido parar no banheiro, a garrafa de vinho estava quebrada na bancada, os pedaços do meu violão estavam pela casa, a barra de ferro que Oliver mantinha no batente da porta do quarto para se exercitar estava em um canto com a ponta ensanguentada. Mas algo havia sumido. Algo que eu havia tirado pela primeira vez em muito tempo na noite passada.

– Amore mio, seu colar está me agredindo. – Oliver disse, segurando o pingente que estava batendo em seu queixo.

Eu ri e tirei a safira, colocando-a no criado-mudo.

– Satisfeito? – perguntei.

– Muito melhor...

– Oliver! Minha safira! – eu disse.

Ele olhou para o meu pescoço, notando que eu não havia colocado-a de volta pela manhã.

– Achamos algo no quarto de vocês. – Aaron, o policial que havia aparecido na casa de Helena e Laila disse, entregando-me um bilhete.

“Eu avisei, não avisei? Adorei o fato de ter tirado o colar, já estava na hora, não? Não se preocupe você irá achá-lo mais cedo do que pensa...”

Ouvi o rádio do policial do outro lado da sala.

“Assassinato em Lakeside, garota com ferimento grave na parte de trás da cabeça e algo enrolado na boca.”

– O que tem na boca da garota?

“Um colar. Acho que de safira.”


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Notas finais do capítulo

LEIA AS NOTAS INICIAIS.
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