Bring Me Back To Reality. escrita por Elizabeth Watson


Capítulo 17
Capítulo 17: Esse Não É O Fim.


Notas iniciais do capítulo

Não sei se alguém ainda lê isso aqui. Eu precisava dar um tempo da fic e ver o que eu estava querendo fazer com ela. Ainda tenho uma leitora, e assim que ela chegar nesse capítulo, lê-lo e comentá-lo eu continuo com a terceira e última temporada. Mas, se tiver mais alguém aí acompanhando, por favor, me diz o que achou.



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— O... – Helena respirou fundo e engoliu em seco. – O que você disse?

— Meu pai. Ele matou o seu pai e agora é comparsa do Derek.

Minha prima não parecia acreditar. Ela parecia ter um nó no cérebro.

— Que diabos você está dizendo, Sarah?

— Escuta você não vai conseguir entender agora. Só precisa saber que vou ligar pro Aaron agora pra que ele mande a polícia atrás dele.

— Vamos chamar o Aaron. – Oliver disse sarcástico. – YEY!

O repreendi com o olhar.

— Não tem graça, Oliver.

Ele passou a mão pelos cabelos.

— Foi mal.

Ignorei-o e me dirigi ao telefone. Retirei-o do gancho, mas algo estava errado.

— Está sem linha. – falei.

Oliver chegou por trás de mim, tirou o telefone da minha mão e tentou discar alguma coisa.

— Como pode estar sem linha? A conta nem chegou ainda!

Alguém bateu na porta. Sem pensar a abri e acabei encarando meu pior pesadelo.

— Derek.

Ele continuava bem parecido de como eu me lembrava. Forte, alto, os olhos cinza frios e sádicos, um sorriso branco e malicioso, os cabelos pretos e uma barba por fazer. Era lindo e não valia o ar que respirava.

— Sentiu minha falta, princesa? Ouvi dizer que esteve alucinando comigo.

Ele me empurrou para dentro do apartamento e fechou a porta. Esbarrei em Oliver, que se colocou na minha frente e encarou Derek.

— Vocês três, pro quarto agora. – meu namorado disse autoritário.

— Ollie, por favor... – falei chorando.

— Sarah, pro quarto!

Mordi os lábios, porém não me movi. Parecia que raízes fincavam meus pés no chão da sala, impedindo-me de virar e não encarar o homem que eu amava encarando a pessoa mais doente e nojenta que já conheci.

— Por favor, Oliver. – Derek disse calmo. – Elas têm direito ao show também, não? E quero falar com essas três vadias.

A resposta de Oliver foi um soco cruzado tão forte no maxilar de Derek que pude ouvi-lo estralando.

— Toque em qualquer uma delas e eu arranco seu pulmão.

Puxei Oliver pelos ombros, com medo que Derek resolvesse atacá-lo. Tinha certeza de que ele tinha alguma arma escondida em algum lugar.

— Ah, mas tenho certeza que elas gostariam que eu as tocasse. Pelo menos a Helena, não é querida?

— Eu superei você, Derek. – Helena rebateu brava.

O moreno deu uma gargalhada, o que me parecia doer já que Oliver provavelmente havia quebrado sua mandíbula.

— Me superou tanto que agora está com a minha irmã, não é? – começou a bater palmas. – Parabéns em me superar, Helena!

Minha prima não o respondeu.

— Vamos ser honestos, querida. Você ainda me ama.

— E você nunca me amou, não é?

Deu um sorriso torto.

— E que diabos é o amor? Amar não é gostar de alguém sem esperar nada em troca e se contentar em apenas amá-lo? O amor não existe. Ninguém se contenta com o amor não recíproco. Todos, absolutamente todos esperam algo em troca. Logo, o amor não existe e tudo que existe é a atração e o afeto. Nunca tive afeto por você, apenas atração e eu nem me sinto culpado, até porque eu não deveria.

— Seu cachorro, desgraçado! – Helena gritou partindo pra cima dele, porém Oliver segurou-a pelos braços.

Derek riu.

— Sempre adorei te ver brava. Você fica muito sexy.

Aquilo fora o suficiente para Laila explodir, agarrar o meu violão e tentar bater no irmão com ele. Porém Derek era mais ágil e mais forte e meu violão acabou no chão, completamente quebrado.

— Baixinha, é sério que você está tentando me atingir? – ele empurrou-a e ela caiu no chão, por cima dos destroços do violão. – Você sempre foi fraca.

— E você sempre foi repugnante.

Afastei-me vagarosamente e fui para o canto da sala. Peguei meu celular e liguei para Aaron imediatamente.

— Alô? Sarah? – ouvi-o dizer.

— Socorro. – coloquei o telefone no viva-voz.

Voltei para perto, como se nunca tivesse saído de lá.

— E então? Já descobriram quem estava me ajudando? – Derek disse, sacou uma faca de uma bainha que estava encoberta por seu casaco cinza e se sentou no meu sofá, cravando a faca na mesa de centro.

— Meu pai. – eu disse.

Ele pareceu se engasgar e começou a rir. Seu maxilar estava torto.

— Isso seria muito bom! Seria quase uma novela mexicana ou uma tragédia grega. Mas não, não é seu pai. Errou o alvo, princesa.

Fiquei perplexa. Se não era ele, então quem era?

— Quem é então?

Ele revirou os olhos.

— Não vou te falar. E você não vai descobrir.

— O que você está fazendo aqui afinal, Derek? – Helena perguntou.

Derek se levantou, pegando a faca de volta e foi caminhando até minha prima, envolvendo seu rosto com a mão e colocando o rosto por entre seus cabelos. Laila o queimava com os olhos.

— Eu vim aqui para... – fez uma pausa e sorriu malicioso, mordendo a orelha de Helena. – Me divertir.

— Largue ela, seu nojento! – Laila ralhou.

— Por quê? Já fiquei tão mais próximo dela antigamente... – continuou, beijando o pescoço de Helena. Ela chorava e tentava se esquivar do toque de Derek, em vão.

— Solte-a antes que eu rasgue a sua garganta!

Derek levantou uma sobrancelha.

— Sabe que isso é uma boa ideia?

Laila olhou-o perplexa.

— O quê?

E num movimento rápido, sem aviso prévio e sem piedade, Derek rasgou a garganta da minha prima com a faca.

Dei um grito apavorado, sentindo lágrimas marejarem meus olhos. Laila, Oliver e eu corremos na direção dela, mas não havia nada que pudéssemos fazer. O sangue escarlate banhava o meu chão. Seus olhos azuis estavam abertos, vidrados e sem vida alguma.

A porta da frente foi arrombada e inúmeros policiais entraram. Reconheci Aaron, mas nada importava. Helena estava morta. Eu nunca mais ouviria o som da sua voz de novo.

Não consigo descrever bem como os policias conseguiram nos afastar do corpo, porque estávamos todos muito desesperados. Vi Aaron algemando Derek, mas ele mantinha seu sorriso sarcástico no rosto.

— Parabéns Sarah. Conseguiu o que queria. Mas eu não sou o único dos seus problemas.

— Seu desgraçado! – gritei. – Você vai queimar no inferno! Tomara que você seja morto na cadeia!

— O jogo apenas começou princesa. – disse por final e Aaron o levou para fora da minha casa.

Oliver me abraçou. Estava com o rosto completamente encharcado de lágrimas. Eu tremia como um animal assustado e soluçava sem parar. Laila estava sentada no canto da sala, parecendo em estado de choque.

Nada nunca será do mesmo jeito.

                                                        ...

Em seu caixão, Helena parecia estar dormindo.

Haviam maquiado-a e também haviam passado maquiagem em seu pescoço, para esconderem a cicatriz do corte. O pessoal da funerária havia feito um belo trabalho.

Eu tinha escolhido algo que sabia que ela adoraria usar: um vestido azul Royal rodado que ela adorava e ela sempre parecia fabulosa com ele, saltos prateados, um colar de pérolas, brincos pratas e seu anel de compromisso com Laila.

Não consegui parar de chorar um segundo sequer e Laila muito menos. Ela estava debruçada no caixão e murmurava a todo instante pra que ela acordasse. Deus sabe que eu também queria isso.

Oliver ficou ao meu lado o tempo inteiro. Algumas vezes via lágrimas escaparem de seus olhos castanhos e ele não fazia questão de enxugá-las. Ele também gostava muito dela.

Meus pais estavam lá e minha mãe não parava de chorar. Eles foram falar comigo e por um momento consegui esquecer tudo que haviam me feito e os abracei como nunca os abracei antes.  Eles também abraçaram Oliver e agradeceram-no por ser tão bom comigo.

De um jeito estranho, a morte une as pessoas.

Até Laila me chamou. Ela havia me pedido um favor e eu não poderia negar, mesmo me sentindo muito mal para aquilo. Ela queria que eu cantasse. Disse que Helena se sentiria feliz se pudesse me ouvir cantar.

Peguei o violão que havia trazido de casa e cantei If I Die Young da The Band Perry. Ao final eu estava chorando e minha voz acabou ficando embargada. Quando terminei ninguém aplaudiu, mas todos me olharam como se estivessem agradecendo.

— Foi perfeito. – meu pai disse.

— Foi uma boa escolha de música. – minha mãe disse.

Eu estava chorando demais e soluçava. Oliver passou o braço pelos meus ombros.

— Isso foi lindo, amore mio. – beijou minha cabeça. – Vem, vamos um pouco lá para fora.

Fomos tomar um pouco de ar fresco. Eu estava me sentindo péssima. Queria dormir por mil anos. Mas uma coisa ficava martelando na minha cabeça a todo momento.

“O jogo ainda não acabou princesa.”


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