Bring Me Back To Reality. escrita por Elizabeth Watson


Capítulo 15
Capítulo 15: Doppelgänger.


Notas iniciais do capítulo

E aí gente, beleza? Perdão pela demora, mas travei no meio do capítulo. Bem, espero que gostem.
Pra quem não se lembra da Tabitha, ela faz uma pequena aparição no 1º capítulo dessa temporada. Ela era colega de quarto da Sarah quando ela tava na clínica psiquiátrica.



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– Amor, está tudo bem. Você não precisa deles. Olha pra mim. – puxei seu rosto para que ele me olhasse. – Você está cuidando de si mesmo há tanto tempo e não tem nada te faltando. Eles são idiotas que não sabem o ótimo filho que tem.

Ele sorriu fraco e me beijou. Senti suas lágrimas quentes se misturarem em meio ao beijo.

– Eu te amo. Obrigado, por tudo. – ele sussurrou.

Sorri.

– Eu também te amo. E não precisa agradecer. É o mínimo que posso fazer por tudo que você já fez por mim. Quer ir comer alguma coisa agora?

– Sim. Vamos lá. – ele pegou as chaves e secou o rosto.

Descemos e entramos na picape. Ele deu partida e limpou o retrovisor.

– McDonald’s ou Burger King? – perguntou-me.

Pensei um pouco.

– Burger.

Engatou a marcha e saiu do estacionamento 24h onde ele passou a deixar a picape.

– Quer ganhar sua coroa hoje? – ele perguntou com um sorriso torto.

– É o dia da minha coroação como a Rainha dos Ferrados, querido! – respondi rindo e ele riu junto.

– Você está drogada ou coisa do tipo? – perguntou.

Eu ri e o olhei.

– Não. Esse é meu estado normal de alegria. Você deve lembrar do tempo em que éramos amigos e você me fazia rir.

– Ah, claro! Do longo tempo que você me deixou na zona de amizade.

– Ei! Não foi tão longo assim!

Ele me olhou pelo retrovisor.

– Pra mim foi.

Sorri e dei um beijo na sua bochecha.

– Mas não aja como se você não quisesse apenas transar comigo no começo.

– Confesso que da primeira vez que te vi só queria dormir com você por uma noite.

O olhei incrédula e dei um tapa em seu ombro.

– Seu cafajeste!

Ele riu.

– Eu disse que foi quando te vi pela primeira vez. Quando te conheci melhor e tudo o mais e percebi que você era muito legal eu quis mesmo era dormir com você por mais de uma. Então você me manteve na zona de amizade por um tempo consideravelmente longo.

– Desculpa. Mas eu não saio dormindo com qualquer um.

Ele ficou de queixo caído.

– Está dizendo que sou qualquer um, Sarah Jackman?!

– No começo você era.

Ele balançou a cabeça.

– Não acredito que você me chamou de “qualquer um”.

Eu ri.

– Ollie, para!Não fiz por mal! Você sabe que não é qualquer um.

Ele me olhou.

– Sei é?

Suspirei.

– Por favor, vadia chata, sabe que não fiz por mal. E você sabe que eu te amo.

Ele abriu um lindo sorriso e não pude conter meu próprio sorriso.

– Eu sei, mas amo te irritar. Só não te beijo agora porque senão bato a picape e eu tenho um grande carinho por essa lata velha aqui.

– Por quê?

– Meu avô me deu quando fiz 16. Ele não tinha dinheiro pra me comprar um carro, então me deu a picape velha dele.

Sorri.

– Então isso aqui é mais velho do que eu pensava.

Ele riu.

– Bem mais.

Decidi ligar o rádio. Fui mudando de estação até achar algo legal. Achei Happy Song do Bring Me The Horizon acabando de começar numa estação e deixei lá.

O meu Oliver começou a cantar junto com o Oliver Sykes e o mais impressionante é que ele conseguia exceder a voz nas partes em que Oliver Sykes excedia.

– Como você consegue gritar assim? – perguntei.

– Não sei. Mas machuca a garganta. Não me impressiona ele ter parado de gritar também. As cordas vocais dele devem estar fodidas já.

– Devem mesmo.

Ele parou no estacionamento do Burger King e nós descemos. Quando fomos fazer nosso pedido vi um anúncio na parede dizendo que estavam contratando para meio-período.

– Oliver? – eu disse.

– O quê? – perguntou.

Apontei para o anúncio.

– Eles estão contratando.

Ele me olhou.

– Quer tentar emprego aqui?

Dei de ombros.

– É melhor do que nada. Preciso de dinheiro, não posso mais viver nas suas costas.

Ele sorriu.

– Depois nós passamos aqui e vemos isso direito, ok?

– Ok.

A atendente veio buscar nosso pedido. Eu reconhecia sua pele negra e os olhos grandes e castanhos de algum lugar...

– Tabitha? – disse.

Ela me olhou por um segundo e não me reconheceu.

– Sou a Sarah. Sua antiga colega de quarto.

Uma expressão de reconhecimento tomou conta de sua face.

– Sarah! Tudo bem? – ela disse sorrindo.

– Sim e você? – perguntei.

– Estou sim. - ela desviou o olhar para o meu lado. – Quem é o rapaz?

Virei e vi Oliver transferindo o peso de uma perna para outra. Eu havia me esquecido dele.

Ele estendeu a mão para Tabitha com um sorriso lindo.

– Prazer, sou Oliver. Sou namorado dela.

A garota sorriu e desviou o olhar para baixo.

– Sou Tabitha. Eu dividia o quarto com a Sarah quando nós estávamos... – interrompeu-se. – Enfim. Prazer em te conhecer também, Oliver. Ela sentia muita falta sua lá.

Ele abriu mais o sorriso.

– Não tanto quanto eu senti dela.

Sorri meio desconcertada.

– Bem, - Tabitha disse. – esperem um pouco, o pedido de vocês já chega. Foi bom te ver, Sarah.

– Foi bom te ver também. Tchau.

Ela saiu. Me virei para Oliver.

– Você deixou a garota desconcertada, Ollie.

Ele franziu o cenho.

– Como assim?

– Você sorri de um jeito cafajeste e nem percebe.

– Não sorrio não.

Balancei a cabeça.

– Seu jeito é de um cafajeste, Oliver.

Ele abriu a boca pra rebater, mas acabou apenas passando a mão pelo cabelo.

– E é o cafajeste mais fofo que eu já vi. – eu disse.

Ele me olhou.

– Ainda vamos conversar direito sobre você me chamar de cafajeste.

Dei uma risada fraca.

– Você é o meu cafajeste. – sussurrei em seu ouvido.

Ele sorriu torto. Tabitha chegou com nossos pedidos.

– Aqui. Voltem sempre. Foi bom te ver, Sarah.

– Obrigada. Foi bom te ver também. Tchau.

– Tchau. Foi um prazer te conhecer, Oliver.

Ele sorriu de novo e vi Tabitha ficar acanhada de novo.

– Foi bom te conhecer também. Tchau.

Saímos da lanchonete e Oliver abriu a porta para eu entrar na picape.

– Escuta aqui, você pode parar de ficar se insinuando assim, ein? Não gostei nada disso.

Ele me olhou e começou a rir, depois apertou minha bochecha.

– Você fica linda com ciúmes. – me deu um selinho. – E você sabe que eu gosto de provocar as pessoas.

– Hum, mas eu não gostei disso.

– Ok, desculpa. Prometo não fazer de novo.

O olhei pelo canto do olho.

– Tá bom. Mas sei que você vai fazer de novo porque você não perde a oportunidade. – abri meu lanche. – Viu, você quer ir pra casa agora ou quer dar uma volta?

Ele ligou a picape.

– Pra onde quer ir?

Pensei um pouco e engoli o pedaço do lanche.

– Sei que ainda está frio, mas eu quero ir ao píer. Deu vontade de olhar pro mar.

– Bem, vamos ao píer então.

Saímos pelas ruas. Liguei o rádio e estava tocando Vicious Love do New Found Glory. Comecei a cantar como uma doida.

– Estou me sentindo um adolescente idiota ouvindo. – Oliver disse.

– Está me dizendo que sou uma adolescente idiota?!

Ele deu de ombros. Dei um tapa em seu braço.

– Eu odeio você. – disse.

Ele riu.

– Você não aguentaria um dia sem mim.

O olhei e fiquei pensativa por um tempo.

– Filho da mãe, eu não aguentaria mesmo. Mas não te perdoo por me chamar de idiota.

– Mas eu não te chamei de idiota, Sarinha. Eu disse que eu estou me sentindo um idiota ouvindo isso. Porque é uma música muito melosa. Isso não quer dizer que ela não é legal.

– Você não vai se redimir assim, Oliver Fedrizzi.

– Ok, vou colocar uma música mais melosa ainda pra ver se você me perdoa.

Colocou um CD no rádio. Foi mudando de música até chegar em um som de violão.

The Light Behind Your Eyes do My Chemical Romance.

Ele começou a cantar junto. A música era linda, mas estava me deixando muito triste.

– Você gosta dessa música? – perguntei.

– Eu amo ela.

– Por quê?

– Me lembra você. – deu de ombros.

Just remember you’ll always burn as bright.

É, acho que essa música lembrava um pouco de mim mesmo. Como se Oliver estivesse cantando ela para mim.

– Ela também me lembra você.

Ele sorriu. Estacionou perto do píer quando a música já estava acabando. Ele abriu a porta para que eu pudesse sair.

– Obrigada.

Subimos no píer e nos sentamos. O mar estava um pouco revolto naquele dia, ventava bastante e estava nublado. Não era bem o melhor clima, mas o barulho das ondas me acalmava.

– Você tem um cigarro? – perguntei a Oliver.

Ele me olhou como se eu tivesse dito um palavrão em frente à uma criança.

– O quê?!

Foquei meu olhar no mar revolto e senti a brisa marítima jogando meus cabelos em meu rosto.

– Eu quero fumar.

– Você está se ouvindo, Sarah?!

Fechei os olhos e senti o cheiro de maresia.

– Estou. E eu quero fumar. Você tem um cigarro ou não?

– Não vou te deixar fumar.

Virei-me e encarei seus olhos dourados. O vento estava batendo em seu cabelo loiro que caía em sua testa, quase cobrindo os olhos daquele jeito que dava vontade de afastar para podê-lo olhá-lo direito.

– Você sabe que não pode me impedir.

– Por que isso agora?

Afastei seu cabelo delicadamente.

– Quero fumar há muito tempo, Oliver. Eu só tinha te proibido de fumar por causa daquela vez que aconteceu o incêndio e você quase morreu porque não conseguia respirar.

– E mesmo vendo que quase morri você quer fumar?!

Dei um sorriso sarcástico.

– E você não fuma pelas minhas costas, não é?

Ele engoliu em seco e travou a mandíbula.

– Desculpa. Eu devia ter te contado.

O beijei.

– Tudo bem. Eu não ligo mais.

Ele me olhou por algum tempo, suspirou e enfiou a mão dentro do casaco, retirando um maço de Marlboro Gold e seu antigo isqueiro Zippo de prata.

– Toma. – colocou o cigarro na minha boca e me passou o isqueiro.

Acendi o cigarro, traguei e me engasguei.

– Você está fazendo errado. - Oliver disse. – Trague de novo. – traguei. – Agora inspire e deixe a fumaça chegar até aqui. – colocou a mão em meu tórax e o fiz. – Agora expire. – expirei para o lado, baforando a fumaça em direção ao oceano.

Ele puxou o cigarro da minha boca e deu uma tragada, baforando para o alto.

Dividimos o cigarro por mais um tempo e jogamos a bituca no mar. Terminamos nossos lanches no carro e fomos embora.

Chegamos em casa e me joguei no sofá. Meu violão estava ao lado do móvel e estava um pouco empoeirado. Alguém bateu na porta e Oliver atendeu. Era o sindico.

– Sr. Fedrizzi? – perguntou e eu sorri torto. Era muito estranho alguém se referir a ele por “senhor” e pelo sobrenome.

– Sim, sou eu.

– Posso falar com o senhor?

Oliver me olhou.

– Só eu ou minha namorada também? – perguntou.

O sindico me olhou e parecia um pouco apreensivo. Não entendi o motivo.

– É melhor só o senhor. Depois o senhor passa o que lhe foi dito a sua namorada.

– Ok. – Oliver me olhou novamente. – Já volto, amore mio.

Fiz sinal de positivo para ele e ele saiu, fechando a porta.

Levantei-me e fui até o banheiro. Olhei-me no espelho e dei uma ajeitada no cabelo. O gosto de nicotina ainda estava na minha boca, mas eu não ligava.

Então parei por um instante e me olhei melhor.

Meu reflexo virou a cabeça e sorriu de um jeito macabro.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Espero que sim.
Só pra avisar, The Light Behind Your Eyes é o tema do Oliver e da Sarah (SarOliver). Beijo, tchau. Comentem!
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