Bring Me Back To Reality. escrita por Elizabeth Watson


Capítulo 10
Capítulo 10: Intoxicante.


Notas iniciais do capítulo

Hey! Mais um capítulo pra vocês. Não demorei muito dessa vez, não? Isso é bom. Seria melhor ainda se eu tivesse mais comentários. Obrigada à Lady Madness por comentar e dizer que quer um capítulo extra sobre nosso bello raggazzo mais conhecido como Oliver. Vou providenciá-lo o mais rápido possível, ok? Enfim, vamos ao que interessa.



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Respirei fundo, sentindo lágrimas me escaparem pelos olhos.

– Sarah, fique quieta, por favor. – o médico disse.

– Mas eu estou quieta. – disse.

– Você está tremendo.

Engoli em seco. “Pare quieta garota!” pensei. Mordi o lábio e calei a boca pelo resto do procedimento.

Eles me levaram de volta ao quarto. Oliver estava lá sentado assistindo Titanic. Uma rosa azul repousava ao lado do meu leito.

Os enfermeiros me deitaram e saíram, dizendo que o neurologista já voltaria.

– Tudo bem, amore mio? – Oliver acariciou meu cabelo, falando suavemente.

– Não muito.

– A cabeça dói?

– Não é isso.

– Então o que é?

– Estou ouvindo de novo Oliver. A mesma voz que me fez fazer isso. – estendi com dificuldade meus pulsos cicatrizados para ele.

Oliver encarou meus pulsos por um momento e depois os abaixou.

– Nós vamos cuidar disso, bella raggazza.

Concordei com a cabeça e ele se inclinou para me beijar, mas Dr. Gregory entrou no quarto bem na hora e Oliver recuou.

– Com licença. – ele disse. – Você teve uma concussão, Sarah, que é quando seu cérebro se desloca dentro do crânio após uma queda. Você terá que ficar doze horas internada por precaução, tudo bem?

– Doze horas?! – perguntei.

– É o procedimento para o seu caso. Seu namorado pode ficar aqui por esse tempo.

– Vou ficar. – Oliver disse.

– Tudo bem. Mais tarde irão trazer o jantar de vocês.

Oliver concordou com a cabeça e o médico saiu.

– Agora me diga... – comecei. – Por que você está assistindo Titanic?

– Porque não tem mais nada para se assistir.

– Então ao invés de você usar o wi-fi resolveu assistir Titanic.

– Dá pra parar de me julgar? Eu gosto desse filme.

– Tudo bem, isso é novo pra mim...

– Pare de preconceito com meus gostos cinematográficos.

– Tudo bem. Agora cale a boca e preste atenção no filme porque eu nunca assisti.

Ele ficou quieto e segurou minha mão, acariciando-a. Sorri fraco e peguei a rosa ao lado da minha cama.

– Ollie, posso te perguntar uma coisa?

– Sim.

– Por que sempre azul?

Ele me olhou e sorriu e depois me beijou.

– Combina com seus olhos.

– Você realmente gosta deles, não?

– Foi o que me fez reparar melhor em você.

– Ah é? Mas eu vivia usando óculos escuros e você vivia ocupado com aquele bando de babacas, como pôde reparar nos meus olhos?

– Uma vez um dos caras te usou de ponto de referência pra mostrar alguma coisa e tudo que consegui ver foram esses olhos azuis que pela primeira vez não estavam cobertos por óculos escuros.

– Como ele me descreveu para ponto de referência?

– Você não precisa saber.

– Ollie, diga.

– Aquela gostosa ali de preto.

Balancei a cabeça positivamente.

– “Aquela gostosa ali de preto”... – repeti. – Muito interessante.

– Não, não é interessante. Estou ardendo em ciúmes agora.

– Ollie! Isso faz um ano!

– E daí?!

– Não estou pronta para lidar com uma crise de ciúmes, querido.

Ele apenas riu.

– Tudo bem, embora eu tenha que lidar com as suas.

– Eu não sou ciumenta!

– Você é a mulher mais cabeça dura, teimosa e ciumenta com quem eu já estive Sarah.

O olhei indignada.

– E com quantas mulheres você já ficou Oliver?!

– Acha mesmo que eu conto?

– Seu cafajeste!

– Ei! Não quis dizer que foram muitas! Deixe me ver... Angelique, Laura, Sophia, Allisson... Contando com você foram cinco.

– Ah é?

– Sim. E você, com quantos caras já ficou?!

– Contando com você dois. O outro morreu num acidente de carro.

Ele me olhou.

– Desculpa amore mio.

– Não, me desculpa você por eu ficar te enchendo o saco. Estou sendo uma vaca de novo.

– Tudo bem. Por quanto tempo você ficou com ele?

– Muito pouco. Ele me pediu em namoro no Dia de Ação de Graças e morreu no Natal.

Ele me beijou.

– Lamento amore mio.

– Tudo bem amor. Isso faz mais de um ano. Vamos assistir Titanic.

Ele concordou e voltou a atenção à TV.

Fazia mais de um ano que Samuel havia morrido, agora que parara para pensar. Me lembro que meus pais não quiseram ir ao velório nem ao enterro comigo, me lembro do caixão fechado, me lembro de perceber que eu nunca mais veria seus olhos verdes de novo, me lembro de jogar a terra em seu caixão, me lembro de falar qualquer merda em seu velório. Me lembro de que as coisas realmente começaram a piorar a partir daquele dia.

Dei um suspiro pesado e voltei a assistir TV. O noivo de Rose estava colocando o colar de diamante azul em seu pescoço. Le Coeur De La Mer. O Coração do Oceano. Aquilo me lembrou de algo...

– Ollie, acha que eles vão devolver minha safira?

– Tenho certeza que vão, amore mio. Mas você a quer de volta depois disso?

– É claro que sim! Foi um presente seu.

Ele sorriu fraco.

– Posso te dar outra coisa se você quiser.

– Não é isso amor. Eu gostava daquele colar.

– Você vai ter ele de volta logo, logo... Eu estava pensando, você não quer passar um fim de semana nos meus avós? Eles estão com vontade de te ver desde que você saiu da clínica.

– Estão é? Não estão mais bravos por causa da bagunça que fizemos?

– Não, eles não estão. E eles te adoram, sabia? A Maria também.

– É bom saber isso. Vamos nesse final de semana então. Queria saber o porquê eles me adoram.

– Porque você é talentosa, gentil, inteligente e me faz feliz.

Sorri e o puxei com dificuldade pela camiseta, beijando-o.

– Quando nós formos embora eu provavelmente vou estar melhor, então se prepare porque não vou te deixar em paz.

– Em que sentido?

Sorri maliciosa e ele sorriu em seguida.

– Estarei ao seu dispor com o maior prazer. – ele repousou a mão na minha coxa.

– Oliver!

– O que? Não tem ninguém vendo e sua perna está coberta! Não é como se eu estivesse te estuprando.

– Só assista ao filme, ok? E tire a mão daí!

Ele suspirou e recolheu a mão, colocando-a por cima da minha. Ia ser uma tarde longa.

...

Tive alta às 5:00am mas só fomos embora às 7:00am pois ficamos dormindo por mais tempo. Oliver não queria sair no escuro e com a pista com neve, por isso deu um tempo para que limpassem as ruas. Dr. Gregory ainda me examinou pela última vez e me disse para ficar em repouso por certo tempo e qualquer coisa fora do comum era para eu voltar correndo.

Coloquei minhas roupas e saímos do hospital. Oliver me abriu a porta da picape e eu afivelei o cinto. Ele entrou e deu partida, arrancando com o carro.

– Por que você tem essa mania de sempre abrir a porta?

– Fui mais educado pelo meu avô do que pelo meu pai então sou um cavalheiro. Mas se quiser eu paro.

– Não, tudo bem. Eu acho fofo.

– Então tudo bem. Que bom que você gosta.

– Suas outras namoradas não gostavam?

– Não. Depois de um tempo elas se irritavam com isso.

– E com o fato de você beber?

– Não muito. Sou um bêbado legal.

– Duvido!

– Não tenho como te provar. Eu meio que perdi a habilidade de ficar bêbado.

– Oliver!

– O que você quer? Bebo desde os quinze!

– Por quê?

– Não sou o exemplo de “infância feliz” e você sabe disso, amore mio. E não fale como se você também não bebesse.

– Tudo bem, vou ficar quieta.

– Por favor, Sarah, não foi isso que quis dizer.

Eu ri.

– Sei disso, só estou enchendo seu saco. – balancei a cabeça e liguei o rádio. Estava tocando Follow Me Down da The Pretty Reckless.

Suspirei e recostei minha cabeça no banco, fechando os olhos.

– Não vejo a hora de tomar um banho e tirar esse cheiro de hospital.

– Vai precisar da minha ajuda? – Oliver perguntou, mas sem nenhum tom de malícia.

– Acho que não, mas isso não quer dizer que eu não quero. – dei um sorriso torto.

– Então vou adorar te ajudar. – tirou a mão do volante e apertou minha coxa. Senti um arrepio (quase uma onde elétrica) me percorrendo a partir do ponto que sua mão estava até minha nuca.

Chegamos ao apartamento de Laila e Helena alguns minutos depois e subimos logo. Não vimos as duas na sala e nem perdemos tempo procurando-as. Fomos direto para o quarto e passamos a chave na porta.

Tirei meus tênis e a jaqueta enquanto Oliver tirava a camisa. Desafivelei seu cinto enquanto ele passava os lábios pelo arco do meu pescoço. Suas mãos quentes passaram por de baixo da minha camiseta e agradeci mentalmente por ele ter me vestido com uma lingerie da Victoria’s Secret.

Minha camiseta foi arrancada e o encarei nos olhos por um segundo, depois o empurrei até o banheiro e pulei em seu colo, passando as pernas pela sua cintura.

Ele me sentou na pia e tirou minhas calças. Eu estava apenas com a lingerie vermelha de renda. Ele beijou, lambeu e chupou todo o colo dos meus seios e ligou o chuveiro. Se Helena e Laila estivessem em casa, bem, elas não nos ouviriam.

...

Estávamos deitados na cama, cobertos pelos lençóis. Ele estava acariciando meus braços e me observando. Deitei em seu peito sentindo-o oscilar enquanto respirava e perguntei:

– Por que está me olhando assim?

Ele deu um sorriso e beijou o topo da minha cabeça.

– Por nada, amore mio. Só gosto de ficar te olhando.

Dei um sorriso fraco.

– É melhor sairmos e procurarmos a Lena e a Laila, não?

– Sim. – ele se levantou e vestiu uma cueca e uma calça de moletom, depois jogou para mim uma lingerie azul e preta.

– Só isso? – perguntei.

– Acha que vou te deixar de calcinha e sutiã numa casa com duas lésbicas? Eu só não sei o que você quer vestir.

Peguei uma calça de moletom também e uma camiseta da Paramore. Arrumei o cabelo que estava todo bagunçado e fomos para a sala. Laila e Helena estavam sentadas no sofá.

– Pensei que vocês não iriam parar! – Lena disse alto. Corei e escondi o rosto no peito nu de Oliver.

– Onde vocês estavam? – meu namorado perguntou.

– Na cozinha, fazendo um café da manhã digno para essa garota, mas parece que ela preferiu se trancar no quarto por quase duas horas com o namorado.

– Mas isso é óbvio, não é? Quem não iria preferir isso?

– Ollie... – eu disse. Senti sua barba rala no topo da minha cabeça.

– Desculpe bella raggazza.

– Ah meu Deus, vocês são tão melosamente e irritantemente fofos! – Laila disse

– Engraçadinha. – eu disse, finalmente tirando o rosto do peito de Oliver, mas não largando sua cintura. – Podemos ir comer?

– Claro que podem! A comida não vai sair correndo de cima da mesa.

Vi Oliver revirando as orbes cor de âmbar enquanto ia comigo até a cozinha. Paramos à porta.

– Lena, vocês saíram depois de fazerem o café? – perguntei.

– Sim, por quê?

– Vem aqui!

Ela chegou acompanhada por Laila e quase não pode conter o choque.

Havia uma garota na cozinha. E ela estava morta.


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês tenham gostado e que estejam acompanhando, mesmo que em segredo. Eu não mordo, tá gente? Espero que vocês comentem.
Tchau, Beijão.