Havia se passado dois meses desde que Clint entrou em coma. Ele havia sofrido duas paradas cardíacas e ainda assim estava sobrevivendo. Os médicos estavam perdendo a esperança. Apenas Natasha e Steve continuaram na África do Sul. Nick Fury não podia largar a direção da shield mesmo querendo acompanhar o caso de Clint e Maria Hill tinha que ficar junto com Fury mesmo querendo continuar naquele hospital até Barton melhorar e os outros vendo que em nada ajudaria resolveram voltar e esperar para que o pior não acontecesse. Steve não queria deixar sua amiga ali sozinha. Sabia que Natasha acabaria morrendo de fome ou sede já que não saiu um minuto de perto de Clint. Ele fazia com que a agente saísse para comer, tomar banho e dormir no hotel de vez em quando. Nos dias que Natasha ficava dormindo no quarto onde o arqueiro estava, ela percebia que Clint às vezes mexia os dedos do pé e da mão, franzia a sobrancelha e chorava. Natasha apenas enxugava as lágrimas dele que caia deixando as suas próprias caírem. Sentia-se tão estúpida por não protegê-lo e deixar aquela filha da mãe o acertar com a própria arma dele. Era um ultraje isso. Ontem Natasha havia dormido no hotel e logo cedo foi em direção ao hospital. Era essa sua rotina. Entrou no quarto, puxou a cadeira pra ficar do lado do arqueiro e se sentou. Começou a chorar mais uma vez.

– Eu fui tão burra Clint. Dizem que as pessoas que estão em coma ainda conseguem ouvir tudo ao seu redor. Se você estiver me ouvindo saiba que eu queria pedir o seu perdão. Perdoa-me por não ter respondido ao seu "eu te amo". Perdoa-me por eu ter sido tão burra e não ter dito logo que estava começando a ter sentimentos por você. Perdoa-me por todas as mentiras que eu já disse a você mesmo você já sabendo que eram mentiras. Perdoa-me por ter ficado com alguns homens no período da nossa amizade colorida. Apenas fiz isso para tentar esquecer os sentimentos que eu tinha por você que começavam a crescer dentro de mim. Perdoa-me por não ser suficientemente boa pra você. Eu sei que não sou. Você é o homem que qualquer mulher que ter. Você não é igual a mim. Eu não presto, nunca prestei. Mas você sim. Você é uma ótima pessoa e não merece uma mulher como eu. Eu não te mereço. Agora eu entendo o porquê as pessoas dizem que só damos valor ao que amamos quando o perdemos. E agora que parece que a qualquer momento vou perder você, a única pessoa que eu amo em toda a minha vida, queria voltar ao tempo e ter assumido logo de uma vez todos os meus sentimentos. Todos às vezes em que eu olhei para seus profundos olhos azuis e me sentia segura, com uma imensa vontade de lhe dar um longo abraço e dizer um eu te amo, porém não fiz isso. Por medo e por covardia. Porque sou uma covarde. Eu sempre fui. Mas mesmo assim você me salvou. E só agora eu percebo que você foi enviado naquele dia não para me eliminar e sim para me salvar. Porque você é meu salvador. Eu te amo Clint! Finalmente eu percebi que eu te amo e sempre te amarei. Você é o único que eu quero e não existe outro. Nunca vai existir. Por que no meu coração só tem espaço para você e só você. Apenas você. – Ela sussurrou a ultima parte no ouvido do arqueiro e se entregou ao choro. Levantou-se para ir ao banheiro e quando ia abri a porta ouviu um som. O aparelho que estava monitorando o coração de Clint estava fazendo um barulho. Ela sabia o que era. Ele estava tendo seu terceiro ataque cardíaco. – Um medico aqui, por favor. Rápido! – Exclamou a ruiva depois que abriu a porta para pedir socorro –

– Você precisa sair daqui sra° Romanoff – Um dos medico que vinha correndo disse a ela assim que entrou na sala –

– Estarei aqui fora – Ela respondeu saindo e ficando de frente a janela de vidro do quarto –

Um dos médicos pegou um desfibrilador e colocou os indutores na caixa torácica de Clint. Apertou o botão e uma onda de choque atingiu o arqueiro. Ele não reagiu.

Fizeram isso pela segunda vez. Ele não reagiu

– Não faz isso comigo Clint – a ruiva murmurou segurando o choro. Ela sabia que se ele não reagisse nessa ultima vez logo acabaria morrendo -

Tentaram pela terceira vez. Ele não reagiu. A maquina fez o barulho de pi

– Hora do óbito? – Um dos médicos perguntou a enfermeira e Natasha começou a chorar –

– 07h27min – A enfermeira respondeu. – Não pode entrar aqui sra° Romanoff – A enfermeira vociferou ao ver a ruiva entrando no quarto –

– Não me deixa Clint, por favor! Eu preciso de você! Eu preciso do meu salvador! - Natasha exclamou enquanto um enfermeiro tentava a segurar -

Eles ouviram um bipe no aparelho.

Todos olharam para o monitor cardíaco.

Aos poucos o coração do arqueiro voltava a bater.

– Não é possível! – Exclamou um dos médicos pasmos. Nunca em toda sua carreira viu um milagre desses acontecer –

– Volta pra mim Clint, volta! - Sussurrou Natasha sorrindo enquanto as lágrimas desciam sem parar -