Between Heaven and Hell: A Marca da Pantera escrita por Yuki Fernandes


Capítulo 2
Um Novo Dia


Notas iniciais do capítulo

Este sim é o primeiro capítulo dessa fanfic. Não pretendo ter um número predefinido de capítulos e provavelmente posso postar diariamente ou semanalmente, vai depender do meu tempo :p Espero que gostem do capítulo e da fanfic ;)



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Acordei cedo naquela manha, mesmo muito cansado precisava me arrumar e ir para a escola. Fui ao banheiro e tomei uma ducha fria para despertar, - o que obviamente funcionou - mas parecia que eu estava sendo momentaneamente espetado por minúsculas agulhinhas de gelo. Após essa pequena eternidade voltei para o espelho com uma cara de "fala sério". Pense naquele garoto bonito, sarado e cheiroso que as garotas ficam loucas pra ter a atenção... Pois é amigo, esse ai não sou eu nem em mil anos, na verdade sou o extremo oposto. Meio pálido, um tanto magro e com cabelos castanhos oscilantes entre o claro e o escuro na altura dos ombros. E não vamos esquecer também dos meus estranhos olhos bicolores - um prateado e um dourado- extremamente odiosos. Sério, é o equivalente a ter lepra, já que muita gente me olha como se eu fosse algum tipo de aberração ou brinquedinho novo e completamente estranho.

Vincent Solándrez é o meu nome, sou o descendente de italianos e ingleses que é popularmente utilizado como o saco de pancadas da escola. Não faço a mínima ideia do porquê disso tudo ou se algum dia poderia acabar, mas não tem muito o que eu pudesse fazer mesmo. O lance era encarar isso tudo e seguir em frente.

Vesti a camisa da escola, calça jeans escura e meus all star's, saindo do quarto e passando pelo corredor do segundo andar da velha cabana. Desci as escadas, amaldiçoando Deus e o mundo pelo "dilúvio" que caia lá fora. Port Angeles era uma droga de lugar pra se viver quando o assunto da vez era clima. Era mais uma das pequenas cidades de Washington, com bastante chuva não importando a época do ano, sendo que eu basicamente moro na "floresta".

– Ah, oi Saphira. Como tá a vida, muitos filhos?

A imensa pantera negra estava andando em direção a cozinha como era de costume, esperando por mim.

Se eu devia estar com medo? Claro que não, muita gente tem um cachorrinho, um gatinho ou um hamster como mascote, já eu não. Sou tão bad ass que tenho uma pantera de estimação.

– Está com fome né? - fui até a geladeira e peguei um pedaço de bife, lançando-o para a pantera.

Me dei por satisfeito quando ela começou a comer e peguei uma caixa de cereal no armário. Comi diretamente na caixa - se meu pai visse isso ia me esfolar vivo - olhando para a pantera com um sorriso. Eu tinha achado a Saphira quando eu tinha quatro anos e acabei trazendo pra casa comigo. Meu pai, Lorenzo, quase entrou em colapso quando viu, mas no fim aceitou normalmente sem aquela neura toda. Provavelmente ele tinha ido trabalhar, então só o veria a tarde.

Acabei de comer, peguei a mochila e assim que vesti o casaco sai em direção a garagem para pegar a bicicleta. A escola não era longe, era até perto por sinal, o que facilitava muito minha vida. Puxei o capuz sobre a cabeça e me apressei em pedalar pela trilha até a estrada. Como eram umas 6:12 da manhã o transito não estava tão louco - espera, isso aqui é Port Angeles. O trânsito não é louco - portando pude pedalar livremente pela estrada. Após alguns minutos avistei a Port Angeles School District.

Deixei a bicicleta em uma das vagas próprias para ela e sentei no gramado próximo a entrada, esperando por Jared. Ele chegou um tempo depois com um grande sorriso no rosto assim que me avistou.

– Hey Vince! Feliz aniversário irmão! - ele me puxou em um abraço de esmagar os ossos.

Quando me largou puxou um pacote da mochila e me estendeu animado.

– Não são drogas não né? - perguntei dando um leve soco em seu ombro.

– Claro que não né? Abre logo isso.

Fiz o que ele mandou, quase dando de cara no chão. Jared tinha me dado a edição especial do Justiceiro que estava procurando a semanas.

– Jared. Ei Jared... EU. TE. AMO! - falei.

– Não, não. Antes do primeiro beijo tem que me pagar um drink.

Rimos simultaneamente e entramos no lugar. Eu admirava muito o Jay, já que era meu grande amigo a muito tempo. Era o tipo de cara que todos viam como um dos populares da escola. Ele era um pouco mais alto que eu, cabelos loiros e olhos que quase não dava pra distinguir a pupila da íris.. Era o capitão do time da escola e o tipo de cara que as garotas se arrastam no chão, mas era humilde demais pra tirar proveito. Não andava com os "manda chuvas" e enviaria facilmente qualquer babaca que machucasse seus amigos para o hospital sem esforço. Por um minuto o loiro tirou seu celular do bolso com os olhos arregalados antes de se voltar para mim.

– Mano...

Nos encaramos por alguns segundos antes de sairmos em disparada pelo corredor como dois malucos. O motivo de tudo isso era bem simples, já estávamos atrasados 10 minutos para a aula de história com o professor mais mala de toda a escola.

– Para, para, para! - Jared me fez parar abruptamente próximo a porta. - To bonito?

– Vai se ferrar! - bradei, girando a maçaneta.

Entramos na sala, o professor Godfrey obviamente nos dirigiu seu melhor olhar de nojo.

– Sr. Walker e Sr... - ele me olhou com repulsa. - Solándrez... Atrasados como sempre.

– Pois é né professor. - Jared começou a caminhar até seu lugar sem tirar o sorriso do rosto. - É a vida.

Segurei o riso e fui sentar na cadeira ao lado. Me senti até aliviado por Jared ter conseguido tirar a atenção do professor de mim. Um "amém irmãos" podia ser lançado aos céus por essa ser uma das únicas aulas que eu entendia, mas minha cabeça estava em outros lugares por agora. Estava ansioso para chegar o horário do intervalo e poder ver Lana e Sam pela primeira vez no dia.

– Mas é claro que o Sr. Solándrez não saberia responder, já que não estava prestando atenção.

Ai, puta merda...

– Desculpe professor Godfrey...

Depois de algumas aulas chatas, e parcialmente intermináveis, finalmente o primeiro período tinha acabado. Professor Godfrey era o único que eu odiava com todas as forças, mas não seria por isso que encheria o carro dele com abelhas assassinas. James tinha ido até o refeitório antes de mim, já que voltei até meu armário para pegar o dinheiro.

Ir sozinho foi um erro lastimável...

Senti um puxão em minha camisa e em seguida fui empurrado com tudo na parede. Um bando de garotos do time da escola estavam rindo, enquanto Thomas Lance pressionava o antebraço em meu peito.

– Fala aberração. Onde tá o dinheiro?

– Não tem nada pra você hoje Thomas. - empurrei o valentão com força.

O garoto perdeu o equilíbrio, mas se recuperou rapidamente. Ele me encarava com um fúria assassina que teria feito os garotinhos do fundamental chorarem.

"Agora vai rolar sangue..." pensei.

Thomas socou meu rosto com tamanha força que acabei caindo no chão. Segurando meu colarinho para que não pudesse sair continuou desferindo socos em meu rosto, um após outro.

– Ei Lance, chega! - Jared puxou meu agressor, tirando-o de cima de mim.

Jay mantinha os punhos cerrados e expressão séria, sem tirar os olhos de Thomas, me ajudou a levantar.

– Escuta aqui seu merda, eu podia socar tua cara agora até virar um monte de bosta! Pensando bem, acho que vou fazer isso.

Jared se adiantou em direção ao garoto, socando seu estômago e em seguida seu rosto. Não teria parado tão cedo por vontade própria, mas obviamente ela estava ali pra isso.

– Jared, pare!

Lana Stone, a ruiva que sempre nos acompanhou desde a alfabetização e a garota por qual Jared sempre possuiu uma paixonite inexplicável, estava lá com um olhar duro lançado ao meu amigo. Jared parou e largou um Thomas furioso no chão, se dirigindo a ruiva com a expressão mais branda.

– Ora seu...

– O imbecil já parou de bancar o macho?

Uma garota de cabelos longos e negros estava agora diante de Thomas, que engoliu em seco ao vê-la. Todos os garotos dessa escola sabiam como Sam poderia se tornar agressiva se fosse provocada e até mesmo um otário como Thomas não ia ser tão idiota ao ponto.

– Você e seu grupinho tem cinco segundos pra saírem da minha frente... - ela ameaçou.

Thomas mesmo relutante se distanciou junto a sua gangue, mas Sam não tirou os olhos deles até virarem o corredor. A garota por fim se deu por satisfeita e se voltou para mim. Seus olhos azuis brilharam e um sorriso sarcástico se formou em seu rosto.

– É sério que você vai passar o resto de sua vida apanhando Vincent? Até parece que nasceu com o letreiro "alvo de valentões" na cabeça.

– Deixa o cara Sam. - Jared falou, tentando disfarçar o riso - Acho que é inevitável.

– Pois é. - Lana falou vindo em minha direção. - Feliz aniversário, cabeludo!

– Valeu ruivinha. - beijei sua bochecha. - As duas vão pra minha casa hoje né?

– Claro que vou. Não vou perder a oportunidade de te dar uma bela ovada. - respondeu Lana.

– Eu não sei se terei como ir Vince. Problemas familiares...

Fiquei um tanto desapontado, pois esperava que Sam também fosse ficar com a gente pelo resto da tarde. Ela era minha melhor amiga assim como Lana e não tê-la lá com a gente seria meio estranho.

– Ah.. Tá legal...

Ela leu minha expressão facial e seus olhos parecerem refletir... Culpa? Não faço ideia. Sam se aproximou pondo a mão direita no bolso da jaqueta e tirando dali um colar de couro trançado com uma pedra azul. Era uma coisa bem hippie, bem no estilo dela, e me surpreendi quando pois o colar em meu pescoço.

– Feliz aniversário Vincent...

Ela plantou um beijo em meu rosto e começou a andar na direção oposta.

– O que deu nela? - perguntei.

– Não tenho ideia. Tem um tempo que ela tá assim. - Jared respondeu. - Mas anda logo, temos que filar o resto das aulas.

– Ah, vão me deixar aqui é? - Lana reclamou.

– Nós dois te adoramos, mas sim. Bora seu italiano ridículo.

Ele me empurrou pelos corredores até a porta de saída.

– Olha aqui, vou te dar seu segundo presente de aniversário. - ele falou pegando sua própria bicicleta.

– Que seria? - perguntei.

– Um novo corte de cabelo. Sério, já tá na hora de mudar o visual.

– Ai cara não s...

Me interrompi quando vi um vulto ao longe. Não sabia se era coisa da minha cabeça, mas alguma coisa me deixou desconfiado. Parecia me observar...

– Não o que? - Jared perguntou. - Cara, você tá bem?

– Hã, quer dizer, estou. Só achei ter visto algo...

– Tá... - ele arrastou o "a". - Topa ou não?

Suspirei e assenti.

– Topo...

O loiro abriu um sorriso e começou a pedalar pelas ruas. O segui de perto, mas ainda sem tirar aquele sentimento de estar sendo observado da cabeça. Tinha alguma coisa diferente, no fundo eu sabia que aquilo não tinha sido imaginação. Aquele vulto não foi nenhum truque de luz ou ilusão...


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Notas finais do capítulo

Então né lindos, não deixem de deixar seus reviews, dicas, críticas... Enfim, o que precisa melhorar ou não. Também não dispenso os elogios, eles que me incentivam. Beijos da tia Yuki :3



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